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RESPONSABILIDADE CIVIL

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1 
@PDFzãoDoAmor 
pdfzaodoamor@gmail.com 
 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
DIREITO CIVIL – Tartuce 2018 Manual único 
 
 
 
1. Responsabilidade Civil 
 
1.1. Conceitos básicos da responsabilidade civil. Classificação quanto à 
origem (responsabilidade contratual x extracontratual). Ato ilícito e 
abuso de direito. 
 
De acordo com Tartuce, a responsabilidade civil surge em face do descumprimento 
obrigacional, pela desobediência de uma regra estabelecida em um contrato, ou por deixar 
determinada pessoa de observar um preceito normativo que regula a vida. 
Responsabilidade civil contratual ou negocial x responsabilidade civil extracontratual 
ou aquiliana: 
 
R. C. CONTRATUAL OU NEGOCIAL R.C. EXTRACONTRATUAL OU 
AQUILIANA 
Nos casos de inadimplemento de uma 
obrigação. Descumprimento da obrigação 
positiva art. 389 do CC, descumprimento da 
obrigação negativa art. 390 do CC. 
Art. 391 do CC – responsabilidade 
patrimonial: pelo inadimplemento de uma 
obrigação respondem TODOS OS BENS 
do devedor. 
Ressalva: alguns bens estão protegidos 
pela impenhorabilidade – art. 833 do 
CPC/15. Um exemplo: 
 Súmula 364/STJ: O conceito de 
impenhorabilidade de bem de 
família abrange também o 
imóvel pertencente a pessoas 
solteiras, separadas e viúvas. 
 
Pelo CC/16 estava fundada no ato ilícito – 
art. 159. No CC/02 está baseada no ato 
ilícito art. 186 e no abuso de direito art. 187. 
 
Artigos muito importantes. Leia: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, 
comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o 
titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos 
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes. 
 
 
Ato ilícito: ato praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e 
causando prejuízos a outrem. A norma jurídica cria o dever de reparar o dano, o que 
 
 
2 
@PDFzãoDoAmor 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito obrigacional. Pode ser civil, penal ou 
administrativo. 
Observar que do art. 186 do CC/02 – percebe-se que o ato ilícito é uma soma entre 
lesão do direito E do dano causado. A consequência do ato ilícito é a obrigação de 
indenizar, de reparar o dano, nos termos do art. 927 do CC. 
 
 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, 
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida 
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
 
Definição de abuso de direito está baseada em quatro conceitos legais 
indeterminados, cláusulas gerais que devem ser preenchidas pelo juiz, caso a caso: fim 
social, fim econômico, boa fé, bons costumes. 
Rubens Limongi França conceitua abuso de direito como “um ato jurídico de objeto 
lícito, mas cujo exercício, levado a efeito sem a devida regularidade, acarreta um resultado 
que se considera ilícito”. 
Ou seja, a ilicitude do abuso de direito está presente na forma de execução do ato. 
Abuso de direito = ato lícito pelo conteúdo, ilícito pelas consequências. 
 
 
Enunciado n. 413 da V Jornada de Direito Civil. 
Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, destinada 
ao controle da moralidade social de determinada época; e objetiva, para permitir a 
sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela 
função social e pela boa-fé objetiva. 
 
Enunciado n. 539 da VI Jornada de Direito Civil. 
O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação à responsabilidade 
civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle 
independentemente de dano. 
 
 
Dessa forma, o dano tem que estar presente no abuso de direito, de acordo com art. 
927 do CC, que exige o elemento objetivo do prejuízo para que surja a responsabilidade 
civil do agente. Vale ressaltar que para configurar abuso de direito, é importante que a 
conduta seja praticada quando a pessoa exceda um direito que possui, atuando em 
exercício irregular de direito. 
 
 
Presente o abuso de direito, a responsabilidade é objetiva, independentemente de 
culpa. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Enunciado n. 37 da I Jornada de Direito Civil 
Art. 187. A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de culpa, 
e fundamenta-se somente no critério objetivo finalístico. 
 
Jurisprudência relacionada ao abuso de direito: 
 
O STJ decidiu que o jornal não tem o dever de indenizar em razão de ter publicado 
uma matéria de interesse público na qual tenha apontado a 
existência de investigações sobre crime que teria sido supostamente cometido por um 
agente público, ainda que posteriormente ele tenha sido absolvido das acusações. 
Para a responsabilização da imprensa pelos fatos por ela reportados, não basta a 
divulgação de informação falsa. Exige-se prova de que o agente divulgador conhecia 
ou poderia conhecer a falsidade da informação propalada, o que 
configuraria abuso do direito de informação. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1297567-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/5/2013 
(Info 524). 
 
Caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil pelos 
danos causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a 
interrupção, deferida judicialmente de gestação de feto portador de síndrome 
incompatível com a vida extrauterina. 
Caso concreto: uma mulher descobriu que o bebê que ela estava esperando possuía 
uma má-formação conhecida como "Síndrome de Body Stalk", que torna inviável a 
vida extrauterina. Ela conseguiu uma autorização judicial para interromper a gestação 
e foi internada com esse objetivo. Ocorre que um padre descobriu a situação e 
impetrou um habeas corpus em favor do feto pedindo que o Poder Judiciário 
impedisse o aborto. Quando a mulher já estava há três dias no hospital fazendo o 
procedimento de aborto, foi deferida a liminar no HC e determinou-se que o 
procedimento fosse suspenso e que a gravidez prosseguisse. A mulher teve que voltar 
para casa. Alguns dias após, nasceu a criança, mas morreu menos de duas horas 
depois do parto. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1467888-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 
(Info 592). 
 
 
TJSP considera ser abusiva publicidade que incitava as crianças à destruição de tênis 
velhos, os quais deveriam ser substituídos por outros novos, situação tida como 
incentivadora da violência. TJSP, Apelação cível 241.337-1. 
Há também abuso de direito na modalidade abuso de direito processual ou abuso de 
direito no processo prevendo penalidade processual. Arts. 78 a 81 do CPC/15. 
 
São exemplos práticos, conforme Francisco Amaral, de abuso de direito os que se 
verificam nas relações de vizinhança, na defesa de propriedade de imóvel invadido, em 
matéria de usufruto, quando o usufrutário permite a deterioração do bem usufruído. 
O excesso de animais em casa ou apartamento pode concretizar abuso de direito no 
exercício de propriedade conforme entendimento jurisprudencial. TJSP Apelação cível 
846.178-0/0. TJSC Acórdão 2008.082251-0. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
O ato de envio de SPAMS constitui abuso de direito – assemelhado ao ato ilícito pelas 
eventuais consequências -, eis que o usuário da internet não a solicita, não fornece seu 
endereço virtual, e, mesmo assim, recebe em sua caixa de correio eletrônico convites a 
aderir aos mais variados planos, produtos, grupos, jogos, serviços, entre outros. Após 
receber tais mensagens, o usuário perderá um bom tempo selecionando, lendo e excluindo 
aquelas inúmeras mensagens indesejadas. Pelo fato do spam produzir também lesão a 
direitos personalíssimos, deve serconcluído que cabe ao prejudicado o pedido de que a 
prática cesse, ou a reclamação 
 
1.2. Elemento da responsabilidade civil ou pressupostos do dever de 
indenizar 
 
A culpa em sentido amplo ou genérico é sim elemento essencial da responsabilidade 
civil. Desse modo, pode ser apontada a existência de quatro pressupostos do dever de 
indenizar: 
 
 
Pressupostos do dever de indenizar 
Conduta humana Pode ser causada por uma ação positiva ou 
omissão – conduta negativa voluntária ou 
por negligência, imprudência ou imperícia – 
modelos que caracterizam o dolo e a culpa 
Culpa genérica – lato sensu Culpa genérica engloba o dolo e a culpa 
estrita. Dolo é a violação intencional do 
dever jurídico com o objetivo de prejudicar 
outrem. Culpa estrita é o desrespeito a um 
dever preexistente, não havendo 
propriamente uma intenção de violar o 
dever jurídico. Resultado involuntário, falta 
de cuidado e cautela. Há várias 
classificações da culpa – ver abaixo. 
Nexo de causalidade O nexo de causalidade ou nexo causal 
constitui o elemento imaterial ou virtual da 
responsabilidade civil, constituindo a 
relação de causa e efeito entre a conduta 
culposa – ou o risco criado -, e o dano 
suportado por alguém. O nexo de 
causalidade é um cano virtual que liga os 
elementos da conduta e do dano. A 
responsabilidade civil, mesmo objetiva, não 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
pode existir sem a relação de causalidade 
entre o dano e a conduta do agente. Se 
houver dano sem que a sua causa seja 
relacionada com o comportamento do 
ofensor, não existe a relação de 
causalidade, não havendo a obrigação de 
indenizar. 
 
Na responsabilidade SUBJETIVA: o nexo 
de causalidade é formado pela culpa 
genérica ou lato sensu, que inclui o dolo e 
a culpa estrita – art. 186 do cc. 
 
Na responsabilidade OBJETIVA: o nexo de 
causalidade é formado pela conduta, 
cumulada com a previsão legal de 
responsabilização sem culpa ou pela 
atividade de risco – art. 927 do CC. 
 
Importante ponto doutrinário: Teoria da 
causalidade adequada desenvolvida por 
Von Kries, pela qual busca identificar na 
presença de uma possível causa, aquela 
que, de forma potencial, gerou o evento 
dano. Por essa teoria, somente o fato 
relevante ao evento gera a 
responsabilidade civil, devendo a 
indenização ser adequada aos fatos que a 
envolvem, mormente nas hipóteses de 
concorrência de causa. Consta dos arts. 
944 e 945 do CC. 
Enunciado 47 do CJF 
afirma que o art. 945 não 
exclui a teoria da 
causalidade adequada. 
 
Excludentes não afastam a teoria da 
causalidade: culpa exclusiva ou fato 
exclusivo da vítima, culpa exclusiva ou fato 
exclusivo de terceiro, caso fortuito e a força 
maior. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
Vale ressaltar que a culpa concorrente 
apenas abranda a responsabilização, 
atenuando o nexo de causalidade, que a 
incidência direta da causalidade adequada. 
 
Tais excludente devem ser analisadas caso 
a caso pelo aplicador do Direito. É preciso 
verificar se o evento correlato tem ou não 
relação com o risco do empreendimento ou 
risco-proveito, ou seja, com a atividade 
desenvolvida pelo suposto responsável. 
 
Enunciado 443 – V Jornada 
de Direito Civil: O caso 
fortuito e a força maior 
somente serão 
considerados como 
excludentes da 
responsabilidade civil 
quando o fato gerador do 
dano não for conexo à 
atividade desenvolvida. 
 
Exemplo. Jurisprudência do 
STJ entende que o 
transportador rodoviário ou 
municipal NÃO 
RESPONDE pelo assalto 
ao passageiro, pois a 
segurança não é essencial 
ao serviço prestado. Ou 
seja, afirma-se que o risco 
da atividade não abrange o 
assalto, havendo um caso 
fortuito ou uma força maior. 
Resp 783.743/RJ. 
 
Atenção que o STJ entende que a 
responsabilidade do banco existe no seu 
interior ou no seu estacionamento. 
Informativo 559/STJ - Resp 1.183.121/SC e 
Resp 694.153/PE. Porém, se o assalto 
ocorrer na via pública (“saidinha do banco”), 
a instituição não pode responder, eis que o 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
evento foge do risco do empreendimento, 
constituindo um fato externo. Informativo 
512/STJ – Resp 402.870/SP e Resp 
582.047/RS. 
Shopping deve responder mesmo no 
caso de tentativa de assalto próximo à 
cancela de seu estacionamento, tendo em 
vista que trata-se de relação de consumo, 
incumbindo ao fornecedor do serviço e do 
local do estacionamento o dever de 
proteger a pessoa e os bens do 
consumidor. 
Resp 1269.691/PB entende que a 
sociedade empresária que fornece serviço 
de estacionamento aos seus clientes deve 
responder por furtos, roubos ou latrocínios 
ocorridos no interior do seu 
estabelecimento. 
Dano ou prejuízo Para que haja pagamento de indenização, 
além da prova de culpa ou dolo na conduta 
é necessário comprovar o dano patrimonial 
ou extrapatrimonial suportado por alguém. 
Em regra, não há responsabilidade civil 
sem dano, cabendo o ônus de sua prova ao 
autor da demanda. Cabe lembrar que, em 
alguns casos, se admite a inversão do ônus 
da prova do dano ou prejuízo, como nas 
hipóteses envolvendo as relações de 
consumo, presente a hipossuficiência do 
consumidor ou a verossimilhança de suas 
alegações. O NOVO CPC ampliou essa 
inversão para qualquer hipótese em que 
houver dificuldade na construção 
probatória, tratando da carga dinâmica da 
prova. 
 
Tipos de danos: 
a) Danos clássicos ou tradicionais: 
danos materiais e danos morais. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
b) Danos novos ou 
contemporâneos: danos estéticos, 
danos morais coletivos, danos 
sociais e danos por perda de uma 
chance. 
 
 
Danos materiais / PATRIMONIAIS Danos morais / EXTRAPATRIMONIAIS 
a) Danos emergentes ou danos 
positivos: o que efetivamente se 
perdeu. Ex. estrago de automóvel. 
 
b) Lucros cessantes ou danos 
negativos: o que razoavelmente se 
deixou de lucrar. Ex. Lucros 
cessantes de taxista que deixou de 
receber porque sofreu um acidente 
de trânsito. 
 
Atenção – alimentos indenizatórios: é 
devida a indenização a título de lucros 
cessantes aos dependentes do falecido, 
levando-se em conta a vida provável 
daquele que faleceu. O cálculo deve 
obedecer à expectativa de vida fixada pelo 
IBGE, atualmente em 75 anos. Geralmente, 
2/3 do salário da vítima por mês + FGTS, 
13º salário, férias e eventuais horas extras 
– se a vítima tinha carteira de trabalho -, até 
o limite de vida provável da vítima. 
 
Se a vítima faleceu após a idade limite de 
vida provável, faz-se um cálculo de 
sobrevida, de acordo com suas condições 
gerais, que pode variar de 2 a 5 anos, ou 
até mais – tabela de sobrevida do IBGE. 
 
Obs: caso seja filho menor, é correto o 
entendimento que fixa a indenização tendo 
como parâmetro a idade de 24 ou 25 anos 
 
Não há, no dano moral, uma finalidade de 
acréscimo patrimonial para a vítima, mas 
sim de compensação pelos males 
suportados. Tal dedução justifica a não 
incidência de imposto de renda sobre o 
valor recebido a título de indenização por 
dano moral – Súmula 498/STJ. 
Enunciado n. 598: A 
compensação pecuniária 
não é o único modo de 
reparar o dano 
extrapatrimonial, sendo 
admitida a reparação in 
natura, na forma de 
retratação pública ou outro 
meio. 
 
Enunciado n. 445: O dano 
moral indenizável não 
pressupõe 
necessariamente a 
verificação de sentimentos 
humanos desagradáveis 
como dor ou sofrimento. 
Exemplo. Dano moral da 
pessoa jurídica. 
 
a) Sentido da categoria 
a.1 - dano moral em sentido 
próprio: constitui aquilo que a 
pessoa sente (dano moral in natura), 
causando na pessoa dor, tristeza, 
vexame, humilhação, amargura, 
sofrimento, angústia e depressão. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
do filho – limite correto da relação de 
dependência. 
Há julgados que deferem alimentos aos 
pais também, mesmo que o menor não 
exerça trabalhoremunerado – Súmula 
491/STF. Ainda tem julgados mais recentes 
que deferem alimentos aos pais após a 
idade de 25 anos – na suposição de que o 
filho contribuiria com a economia doméstica 
dos pais. 
 
a.2 – dano moral em sentido 
impróprio ou amplo: constitui 
qualquer lesão aos direitos da 
personalidade (ex. opção sexual). 
Não necessita da prova do 
sofrimento em si para a sua 
caracterização. 
 
b) Necessidade ou não de prova 
b.1 – dano moral provado ou dano 
moral subjetivo: constituindo regra 
geral, segundo o atual estágio da 
jurisprudência nacional, é aquele 
que necessita ser comprovado pelo 
autor da demanda, ônus que lhe 
cabe. 
b.2- dano moral objetivo ou 
presumido (in re ipsa): Não 
necessita de prova, como nos casos 
de morte de pessoa da família, lesão 
estética, lesão a direito fundamental 
protegido pela CF ou uso indevido 
de imagem para fins lucrativos – 
súmula 403/STJ. 
 
Segundo Enunciado n. 587, o dano 
à imagem restará configurado 
quando presente a utilização 
indevida desse bem jurídico, 
independentemente da 
concomitante lesão a outro direito da 
personalidade, sendo dispensável a 
prova de prejuízo do lesado ou do 
lucro do ofensor para a 
caracterização do dano, por se tratar 
de modalidade in re ipsa. 
 
c) Pessoa atingida 
c.1 – dano moral direto: é aquele 
que atinge a própria pessoa, a sua 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
honra subjetiva (autoestima) ou 
objetiva (repercussão social da 
honra). Exemplos – crimes contra a 
honra que geram a responsabilidade 
civil daquele que os pratica, nos 
termos do art. 953 do CC. 
 
c.2 – dano moral indireto ou dano 
moral em ricochete: é aquele que 
atinge a pessoa de forma reflexa, 
como nos casos de morte de uma 
pessoa da família, lesão à 
personalidade do morto, e perda de 
uma coisa de estima, caso de um 
animal de estimação art. 952 do CC. 
Em suma, o dano atinge uma pessoa 
ou coisa e repercute em outra 
pessoa, como uma bala que 
ricocheteia. 
 
 
Danos estéticos / EXTRAPATRIMONIAIS 
Basta a pessoa ter sofrido uma transformação para que o referido dano esteja 
caracterizado. Tais danos, em regra, estão presentes quando a pessoa sofre feridas, 
cicatrizes, cortes superficiais ou profundos em sua pele, lesão ou perda de órgãos 
internos ou externos do corpo, aleijões, amputações, entre outras anormalidades que 
atingirem a própria dignidade humana. Esse danos, nos casos em questão, será também 
presumido (in re ipsa), como ocorre com o dano moral objetivo. Vale ressaltar que o dano 
estético difere do moral pelo fato de no dano estético ocorreu uma alteração morfológica 
de formação corporal que agride a visão, causando desagrado e repulsa ao passo que o 
dano moral refere-se ao sofrimento mental, dor da mente psíquica, pertencente ao foro 
íntimo. 
 
Danos morais coletivos 
Seu conceito é controvertido, mas pode ser denominado como o dano que atinge, ao 
mesmo tempo, vários direitos da personalidade, de pessoas determinadas ou 
determináveis (danos morais somados ou acrescidos). 
 
O CDC admite expressamente a reparação dos danos morais coletivos, mencionando-os 
no seu art. 6º, VI. Deve-se compreender que os danos morais coletivos atingem 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
direitos individuais homogêneos e coletivos em sentido estrito, em que as vítimas 
são determinadas ou determináveis. Por isso, a indenização deve ser destinada para 
elas, as vítimas. 
 
 
Danos sociais ou difusos 
 
Antonio Junqueira de Azevedo propõe uma nova modalidade de dano: o dano social. 
Para ele: “os danos sociais, por sua vez, são lesões à sociedade, no seu nível de vida, 
tanto por rebaixamento de seu patrimônio moral – principalmente a respeito da segurança 
– quanto por diminuição na qualidade de vida”. 
 
Os danos sociais são danos difusos, envolvendo direitos dessa natureza, em que as 
vítimas são indeterminadas ou indetermináveis. 
 
Causam um rebaixamento no nível de vida da coletividade (Junqueira). 
 
Direitos difusos – vítimas indeterminadas. Toda a sociedade é vítima da conduta. 
 
Indenização para um fundo de proteção ou instituição de caridade. 
 
 
 
Danos por perda de uma chance 
 
A perda de uma chance está caracterizada quando a pessoa vê frustrada uma 
expectativa, uma oportunidade futura, que, dentro da lógica do razoável, ocorreria se as 
coisas seguissem o seu curso normal. Buscando critérios objetivos para a aplicação da 
teoria, Sérgio Savi leciona que a perda da chance estará caracterizada quando a 
probabilidade da oportunidade for superior a 50%. 
 
Exemplos: perda da chance de vitória judicial (advogados que perderam prazos de seus 
clientes), morte de recém-nascido = perda da chance de viver, atrasos, 
 
 
Julgados em TABELAS – 
Danos morais e materiais 2018 e 2019 
O companheiro que, com seu comportamento, assume o risco de transmissão do vírus 
HIV à parceira, deve pagar indenização pelos danos morais e materiais a ela causados. 
REsp 1.760.943-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/03/2019 (Info 647). 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Em ação destinada a apurar a responsabilidade civil decorrente de acidente de trânsito, 
presume-se culpado o condutor de veículo automotor que se encontra em estado de 
embriaguez, cabendo-lhe o ônus de comprovar a ocorrência de alguma excludente do nexo 
de causalidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1749954-RO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 26/02/2019 (Info 644) 
Motorista de caminhão que acertou ciclista durante a realização de conversão para a direita 
deverá indenizar a vítima. STJ. 3ª Turma. REsp 1761956/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 12/02/2019. 
Não cabe indenização de lucros cessantes se a atividade empresarial não teve início. Caso 
concreto: uma empresa pedia indenização por lucros cessantes, pois o shopping center no 
qual alugaria uma loja não foi entregue. O STJ entendeu que não é devida a indenização 
porque se a atividade empresarial nem sequer teve início, não é possível aferir a 
probabilidade de que os lucros reclamados de fato ocorreriam. Não se admite a indenização 
por lucros cessantes sem comprovação e, por conseguinte, deve-se rejeitar a indenização 
com base em lucros hipotéticos, remotos ou presumidos, incluídos nessa categoria aqueles 
que supostamente seriam gerados pela rentabilidade de atividade empresarial que sequer foi 
iniciada. STJ. 3ª Turma. REsp 1750233/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/02/2019. 
 
Na hipótese de atraso de voo, não se admite a configuração do dano moral in reipsa. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.584.465-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2018 (Info 638). 
 
Livre manifestação do pensamento não possui caráter absoluto e jornal pode ser condenado 
a indenizar em caso de excesso nos adjetivos empregados. 
 
Os direitos à informação e à livre a manifestação do pensamento não possuem caráter 
absoluto, encontrando limites na legislação infraconstitucional e nas garantias constitucionais 
essenciais à concretização da dignidade da pessoa humana. STJ. 3ª Turma. REsp 
1567988/PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/11/2018. 
 
Agressões físicas e verbais perpetradas por jogador profissional contra árbitro de futebol, na 
ocasião de disputa de partida de futebol, constituem ato ilícito indenizável na Justiça Comum, 
independentemente de eventual punição aplicada na esfera da Justiça Desportiva. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1762786-SP, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 23/10/2018 (Info 
637). 
É cabível o pedido de indenização por danos morais em razão de descumprimento de ordem 
judicial em demanda pretérita envolvendo as mesmas partes, na qual foi fixada multa 
cominatória. A multa cominatória tem cabimento nas hipóteses de descumprimento de ordens 
judiciais, sendo fixada com o objetivo de compelir a parte ao cumprimento daquela obrigação. 
Encontra justificativa no princípio da efetividade da tutela jurisdicionale na necessidade de 
se assegurar o pronto cumprimento das decisões judiciais cominatórias. Por outro lado, a 
indenização visa a reparar o abalo moral sofrido em decorrência da verdadeira agressão ou 
atentado contra a dignidade da pessoa humana. Considerando, portanto, que os institutos 
em questão têm natureza jurídica e finalidades distintas, é possível a cumulação. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1689074-RS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 16/10/2018 (Info 636). 
As empresas provedoras de acesso à internet devem fornecer, a partir do endereço IP, os 
dados cadastrais de usuários que cometam atos ilícitos pela rede, mesmo que os fatos 
tenham ocorrido antes da entrada em vigor do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014). 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Existe um dever jurídico dos provedores de acesso de armazenar dados cadastrais de seus 
usuários durante o prazo de prescrição de eventual ação de reparação civil. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1622483/SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 15/05/2018. 
 
Um menor, após ingerir bebida alcoólica, pegou o carro que pertencia à empresa de sua 
família e foi dirigir levando um amigo no carona. O menor conduzia o automóvel em alta 
velocidade e, após perder o controle em uma curva, colidiu com um poste, ocasionando 
graves lesões no amigo que resultaram, inclusive, na amputação parcial de um de seus 
braços. O STJ afirmou que os pais e a empresa proprietária do veículo são responsáveis 
solidariamente pelo pagamento da indenização à vítima (amigo que estava no banco do 
carona). Em regra, a responsabilidade civil é individual de quem, por sua própria conduta, 
causa dano a outrem. Porém, em determinadas situações, o ordenamento jurídico atribui a 
alguém a responsabilidade por ato de outra pessoa – como no caso em questão, em que 
cabe aos pais reparar os danos causados pelo filho menor, conforme prevê o art. 932 do 
Código Civil. Além disso, em matéria de acidente automobilístico, o proprietário do veículo 
responde objetiva e solidariamente pelos atos culposos de terceiro que o conduz e que 
provoca o acidente. Assim, a empresa proprietária do veículo também tem responsabilidade. 
A vítima terá que ser indenizada porque o menor agiu com culpa grave, nos termos da Súmula 
145 do STJ: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será 
civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou 
culpa grave”. STJ. 3ª Turma. REsp 1637884/SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
20/02/2018. 
Uma revista fez uma reportagem sobre trabalho infantil. Para ilustrar a matéria, a revista 
utilizou fotos de crianças simulando como se estivessem trabalhando em minas de talco. 
Ocorre que os pais das crianças não autorizaram essas imagens. A revista deve ser 
condenada a pagar indenização por danos morais pela violação do direito de imagem das 
crianças que tiveram as fotos publicadas na reportagem sem a autorização dos pais. O 
ordenamento pátrio assegura o direito fundamental da dignidade das crianças (art. 227 do 
CF/88), cujo melhor interesse deve ser preservado de interesses econômicos de veículos de 
comunicação. O dever de indenização por dano à imagem de criança veiculada sem a 
autorização do representante legal é in re ipsa. STJ. 3ª Turma. REsp 1628700/MG, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/02/2018. 
Não se admite que o dano moral de pessoa jurídica seja considerado como in re ipsa, sendo 
necessária a comprovação nos autos do prejuízo sofrido. Apesar disso, é possível a utilização 
de presunções e regras de experiência para a configuração do dano, mesmo sem prova 
expressa do prejuízo, o que sempre comportará a possibilidade de contraprova pela parte ou 
de reavaliação pelo julgador. Ex: caso a pessoa jurídica tenha sido vítima de um protesto 
indevido de cambial, há uma presunção de que ela sofreu danos morais. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1564955-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619). Cuidado: 
existem julgados em sentido contrário, ou seja, dizendo que pessoa jurídica pode sofrer dano 
moral in re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1327773/MG, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619). STJ. 4ª Turma. AgInt-AREsp 1.328.587/ DF. Rel. 
Min. Raul Araújo, julgado em 07/05/2019. STJ. 3ª Turma AgInt-AREsp 1.345.802/ MT. Rel. 
Min. Moura Ribeiro, julgado em 25/02/2019. 
 
 
 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
Visão subjetiva que ainda persiste na atual codificação civil, a culpa é relacionada com 
os seguintes modelos jurídicos, retirado do art. 18 do CP: 
 
Imprudência Falta de cuidado + ação prevista no art. 186 
do CC. Ex. dirigir em alta velocidade. 
Negligência Falta de cuidado + omissão prevista no art. 
186 do CC. Ex. empresa que não treina o 
empregado para exercer determinada 
função. 
Imperícia Falta de qualificação ou treinamento para 
desempenhar uma determinada função, 
própria dos profissionais liberais. Consta do 
art. 951 do CC, para os que atuam na área 
da saúde. Ex. médico que faz cirurgia sem 
ter habilitação para tanto. 
 
 
 
Classificações da culpa estrita – stricto sensu 
Quanto à origem a) Culpa contratual: desrespeito a 
uma norma contratual ou a um dever 
anexo relacionado com a boa-fé 
objetiva e que exige uma conduta 
leal dos contratantes em todas as 
fases. Pode gerar responsabilidade 
pré-contratual, contratual, pós-
contratual da parte que a violou. 
Justamente por isso é que se pode 
falar em culpa ao contratar ou culpa 
in contrahendo. 
b) Culpa extracontratual ou 
aquiliana: resultante da violação de 
um dever fundado em norma do 
ordenamento jurídico ou de abuso 
de direito. Fala-se em culpa contra a 
legalidade. 
Quanto à atuação do agente a) Culpa in comittendo: conceito 
relacionado com a imprudência, com 
uma ação ou comissão. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
b) Culpa in omittendo: alinhada à 
negligência, à omissão. 
Quanto ao critério da análise pelo 
aplicador do direito 
a) Culpa in concreto: analisa-se a 
conduta de acordo com o caso 
concreto. 
 
b) Culpa in abstrato: leva-se em conta 
a pessoa natural comum. As duas 
formas de culpa (in concreto + in 
absttato) devem interagir entre si, ou 
seja, deve-se analisar o caso 
concreto levando-se em conta a 
normalidade do comportamento 
humano. Isso, para que a conclusão 
do aplicador do direito seja justa e 
razoável. 
Quanto à presunção – 3 modalidades de 
culpa 
a) Culpa in vigilando: há uma quebra 
do dever legal de vigilância. Ex. 
responsabilidade do pai pelo filho, to 
tutor pelo tutelado, curador pelo 
curatelado, dono do hotel pelo 
hospede e do educador pelo 
educando. 
 
b) Culpa in eligendo: culpa decorrente 
da escolha ou eleição feita pela 
pessoa a ser responsabilizada, 
como no caso da responsabilidade 
do patrão por ato de seu empregado. 
 
 
c) Culpa in custodiendo: presunção 
da culpa decorreria da falta de 
cuidado em se guardar uma coisa ou 
animal. 
 
Atenção: culpa in vigilando e culpa in 
eligendo são hipóteses de 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
responsabilidade objetiva, não se 
discutindo culpa. 
Enunciado 451 da V 
Jornada de Direito Civil: A 
responsabilidade civil por 
ato de terceiro funda-se na 
responsabilidade objetiva 
ou independente de culpa, 
estando superado o modelo 
de culpa presumida. 
Em relação a culpa in custodiendo por 
ato de animal, o art. 936 do CC traz 
responsabilidade objetiva do dono ou 
detentor de animal por fato danoso 
causado, eis que o próprio artigo prevê as 
excludentes de responsabilidade (culpa 
exclusiva da vitima e força maior). 
Enunciado 452. 
Culpa in custodiendo por coisas 
inanimadas: artigos 937 e 938 do CC e o 
CDC consagram a responsabilidade sem 
culpa – objetiva. 
 
Diferença entre culpa presumida e a 
responsabilidade objetiva consiste na 
inversãodo ônus da prova: o autor da ação 
não necessita provar a culpa do réu. Se o 
réu provar que não teve culpa, não 
responderá. Na responsabilidade objetiva, 
essa comprovação não basta para excluir o 
dever de reparar do agente, que somente é 
afastado se comprovada uma das 
excludentes de nexo de causalidade (culpa 
ou fato exclusivo da vítima, culpa ou fato 
exclusivo de terceiro, caso fortuito ou força 
maior). 
Quanto ao grau de culpa a) Culpa lata ou culpa grave: há 
uma imprudência ou negligencia 
crassa. O agente até não queria 
o resultado, mas agiu com 
tamanha culpa de tal forma que 
parecia que o quisesse. Nesses 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
casos, o efeito é o mesmo do 
dolo: o ofensor deverá pagar 
indenização integral (culpa lata 
dolo aequiparatur – a culpa 
grave equipara-se ao dolo. 
 
b) Culpa leve ou média: Culpa 
intermediária, situação em que a 
conduta se desenvolve sem a 
atenção normalmente devida. 
Utiliza-se como padrão a pessoa 
humana comum (culpa in 
abstrato). Em havendo a culpa 
intermediária e concorrente em 
relação à terceiro ou a própria 
vítima, merecem aplicação os 
arts. 944 e 945 do CC, pelos 
quais a indenização mede-se 
pela extensão do dano e pelo 
grau de culpa dos envolvidos. 
Havendo excessiva 
desproporção entre a gravidade 
da culpa e o dano poderá o juiz 
reduzir equitativamente a 
indenização, especialmente se a 
vítima tiver concorrido para o 
evento danoso. 
 
c) Culpa levíssima: No menor grau 
possível, situação em que o fato 
só teria sido evitado mediante o 
emprego de cautelas 
extraordinárias ou de especial 
habilidade. 
 
 
1.3. A classificação da responsabilidade civil quanto à culpa. 
Responsabilidade subjetiva e objetiva. 
 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
1.3.1. Responsabilidade civil subjetiva 
 
De acordo com Tartuce, a responsabilidade subjetiva constitui regra geral em nosso 
ordenamento jurídico, baseada na teoria da culpa. Dessa forma, para que o agente 
indenize, ou seja, para que responda civilmente, é necessária a comprovação da sua culpa 
genérica, que inclui o dolo (intenção de prejudicar) e a culpa em sentido restrito 
(imprudência, negligência ou imperícia) 
Por isso, em regra e no plano civil e processual, a ação de responsabilidade civil 
pode ser comparada a uma corrida de duas barreiras. Cada uma dessas barreiras 
representa um ônus existente contra o demandante. 
Obviamente, a primeira barreira pode não estar presente, o que corre nos casos da 
responsabilidade objetiva. Também é possível que a segunda barreira esteja ausente, 
quando o dano não necessita de prova, sendo presumido ou in re ipsa. Nas duas hipóteses, 
há exceções à regra geral de que a responsabilidade é subjetiva, havendo necessidade de 
prova do dano. 
 
1.3.2. A responsabilidade civil objetiva. A cláusula geral do art. 927, parágrafo único, 
do CC. Aplicações práticas do dispositivo. 
 
Como não poderia ser diferente, o Código Civil passa a admitir a responsabilidade 
objetiva expressamente, pela regra constante do seu art. 927, parágrafo único. O dispositivo 
foi inspirado no art. 2.050 do Codice Civile Italiano, de 1942, que na tradução livre: “Aquele 
que causa dano a outrem no desenvolvimento de uma atividade perigosa, por sua natureza 
ou pela natureza dos meios adotados, é obrigado ao ressarcimento, se não provar haver 
adotado todas as medidas idôneas para evitar o dano”). 
De qualquer forma, é interessante perceber que os dispositivos não são idênticos. 
Primeiro porque o Código Civil brasileiro trata de atividade de risco; enquanto o Código Civil 
italiano consagra uma atividade perigosa, conceitos que são distintos pela própria redação. 
Segundo, porque aqui a responsabilidade é objetiva (sem culpa); enquanto lá não há 
unanimidade se a responsabilidade é objetiva ou se está presente a culpa presumida. 
Quanto ao Brasil, a responsabilidade objetiva independe de culpa e é fundada na teoria do 
risco, em uma das suas modalidades, sendo as principais: 
 
 
 
 
 
Teoria do risco 
administrativo: Adotada nos casos de responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, 
§6º CF/88). 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Teoria do 
Risco criado: 
Está presente nos casos em que o agente cria o risco, decorrente de 
outra pessoa ou de uma coisa. Cite-se a previsão do art. 938 do CC, 
que trata da responsabilidade do ocupante do prédio pelas coisas 
que dele caírem ou forem lançadas (defenestramento). 
Teoria do risco 
da atividade 
(ou do risco 
profissional): 
Quando a atividade desempenhada cria riscos a terceiros, o que 
pode se enquadrar na segunda parte do art. 927, p.u, do CC/2002. 
Teoria do risco 
proveito: 
É adotada nas situações em que o risco decorre de uma atividade 
lucrativa, ou seja, o agente retira um proveito do risco criado, como 
nos casos envolvendo os riscos de um produto, relacionados com a 
responsabilidade objetiva decorrente do CDC. Dentro da ideia de 
risco-proveito estão os riscos de desenvolvimento, nos termos do 
Enunciado n.43 do CJF/STJ. Exemplificando: deve uma empresa 
farmacêutica responder por um novo produto que coloca no mercado 
e que ainda está em fase de testes. 
Teoria do risco 
integral: 
Nessa hipótese não há excludente de nexo de causalidade ou de 
responsabilidade civil a ser alegada, como nos casos de danos 
ambientais, segundo os autores ambientalistas. Anote-se que o 
entendimento pelo risco integral para os danos ambientais é 
chancelado pelo STJ. Resp. 1.114.398/PR 
 
 
 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
1.3.3 A responsabilidade objetiva no Código Civil de 2002. Principais regras 
específicas. 
1.3.3.1 A responsabilidade civil objetiva por atos de terceiros ou responsabilidade 
civil indireta. 
 
O art. 932 do CC/2002 consagra hipóteses de responsabilidade civil por atos 
praticados por terceiros, também denominada responsabilidade civil objetiva 
indireta ou por atos de outrem, a saber: 
 
a) Os pais são responsáveis pelos atos praticados pelos filhos menores 
que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. 
b) O tutor e o curador são responsáveis pelos pupilos e curatelados que 
estiverem nas mesmas condições anteriores (autoridade e companhia). 
c) O empregador ou comitente são responsáveis pelos atos de seus 
empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho, ou em 
razão dele. Para caracterização dessa responsabilidade, não há sequer 
necessidade de prova do vínculo de emprego, presente o que se 
denomina relação de pressuposição. 
d) Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, são 
responsáveis pelos atos danosos praticados pelos seus hospedes, 
moradores e educandos. 
e) São também responsáveis todos aqueles que contribuírem 
gratuitamente nos produtos de crime, até a concorrência da respectiva 
quantia. Enunciado n. 558: “São solidariamente responsáveis pela 
reparação civil, juntamente com os agentes públicos que praticaram 
atos de improbidade administrativa, as pessoas, inclusive as jurídicas, 
que para eles concorreram ou deles se beneficiaram direta ou 
indiretamente”. 
 
 
Enuncia o art. 933 do CC/2002 que a responsabilidade das pessoas antes elencadas 
independe de culpa, tendo sido adotada a teoria do risco-criado. Dessa forma, as pessoas 
arroladas, ainda que não haja culpa de sua parte (responsabilidade objetiva), responderão 
pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Mas para que essas pessoas respondam, 
é necessário provar a culpa daqueles pelos quais são responsáveis. Por isso a 
responsabilidade é denominada objetiva indireta ou objetiva impura, conforme doutrina de 
Álvaro Villaça Azevedo. 
Enunciado n. 590 trata da responsabilidade civil dos pais pelos atos dos filhos 
menores prevista no art. 932, I, CC, não obstante objetiva, e pressupõe a demonstração deque a conduta imputada ao menor, caso fosse ao agente imputável, seria hábil para a sua 
responsabilização. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Esclarecendo que para que os pais respondam objetivamente, é preciso comprovar 
a culpa dos filhos; para que os tutores ou curadores respondam, é preciso comprovar a 
culpa dos tutelados ou curatelados; e assim sucessivamente. Desse modo, é fundamental 
repetir que não se pode mais falar em Culpa presumida (culpa in vigilando ou culpa in 
elegendo) nesses casos, mas em Responsabilidade sem culpa, de natureza objetiva. 
É preciso confrontar os efeitos práticos da culpa presumida e da responsabilidade 
objetiva. De comum, tanto na culpa presumida como na responsabilidade objetiva, inverte-
se o ônus da prova, ou seja, o autor da ação não necessita provar a culpa do réu. Todavia, 
como diferença fulcral entre as categorias, na culpa presumida, hipótese de 
responsabilidade subjetiva, se o réu provar que não teve culpa, não responderá. Por seu 
turno, na responsabilidade objetiva, essa comprovação não basta para excluir o dever de 
reparar do agente, que somente é afastado se comprovada uma das excludentes de nexo 
de causalidade, a seguir estudadas (culpa ou fato exclusivo da vítima, culpa ou fato 
exclusivo de terceiro, caso fortuito ou força maior). 
Esclarecendo que para que o pai ou a mãe responda pelos danos causados pelo 
filho, deve ter o último sob sua autoridade e companhia, nos exatos termos do que enuncia 
o texto legal. Lembrando que a questão está longe de ser pacífica. 
 Enunciado 450: “Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos 
praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, 
no exercício do poder familiar, são em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, 
anda que estejam separados; ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclusiva 
de um dos genitores”. 
Enunciado 191: A instituição hospitalar privada responde, na forma do art. 932, III, 
do CC, pelos atos culposos praticados por médicos integrantes do seu corpo clínico”. 
 Diante da Súmula 492 do STF: “A empresa locadora de veículos responde, civil e 
solidariamente, com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro 
alugado”; pode se afirmar que o vínculo de confiança existente entre locadora e locatário 
está fundamentado no art. 932, III, do CC. Outro argumento para justificar a Súmula seria 
o princípio da solidariedade, previsto no art. 7º do CDC. De qualquer forma, há ainda que 
não veja a Súmula com bons olhos, pois a solidariedade contratual não se presume, advém 
da lei ou do contrato (art.265 do CC). 
 
Diante da responsabilidade pelos atos praticados pelos incapazes, extraída do artigo 
928 do CC, esta responsabilidade do incapaz é subsidiária, respondendo o mesmo em duas 
hipóteses: 
a) Nos casos em que os pais, tutores, curadores não respondem por seus filhos, 
tutelados e curatelados, pois os últimos não estão sob sua autoridade e 
companhia. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
b) Nas situações em que os responsáveis não tenham meios suficientes para arcar 
com os prejuízos. 
Enunciado n. 40: Art. 928: o incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira 
subsidiária ou excepcionalmente, como devedor principal, na hipótese do ressarcimento 
devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais, nos termos do art. 116 do ECA, 
no âmbito das medidas socioeducativas ali previstas. 
Enunciado n. 41: “A única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do 
menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos termos do art.5º, parágrafo 
único, I, do novo Código Civil". 
Em síntese, a respeito da responsabilidade civil do incapaz, deve-se concluir que 
“diante da sistemática do novo Código Civil, quer seja a pessoa relativamente ou 
absolutamente incapaz, sua responsabilidade será subsidiária sempre que seus 
representantes tiverem o dever de indenizar os danos por ela causados, bem como 
dispuserem de meios para fazê-lo”. 
Em todos os casos, não se pode esquecer a regra contida no parágrafo único do art. 
928, pela qual não se pode privar o incapaz ou os seus dependentes do mínimo para que 
vivam com dignidade, à luz do art. 1º, III, da CF/1988. 
Cabe pontuar que, pela atual legislação, somente são considerados absolutamente 
incapazes os menores de 16 anos. Como relativamente incapazes, o art. 4º elenca: a) os 
maiores de 16 e menores de 18 anos; b) os ébrios habituais (alcoólatras) e viciados em 
tóxicos; c) as pessoas que por causa transitória ou definitiva não puderem exprimir vontade; 
e d) os pródigos. 
Em suma, diante dessas mudanças, as pessoas com deficiência passam a ser 
plenamente capazes, como regra, respondendo civilmente como qualquer outro sujeito e 
não se aplicando mais o art. 928 do CC. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
1.3.3.2 A responsabilidade civil objetiva por danos causados por animal 
 
De acordo com o art. 936 do CC, o dono ou detentor do animal ressarcirá o 
dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 
O CC/02 traz somente duas excludentes do dever de indenizar (culpa 
exclusiva da vítima e força maior), fica evidenciado que o caso é de típica 
responsabilidade objetiva, independentemente de culpa. 
Deve ficar claro que Tartuce entende ser também excludente o caso fortuito 
(evento totalmente imprevisível) que é mais do que a força maior (evento previsível, 
mas inevitável), obstando ou rompendo com o nexo de causalidade. Ademais, se 
considerarmos o caso fortuito como sinônimo de força maior, assim como faz parte 
da doutrina e da jurisprudência – inclusive do STJ-, o primeiro, do mesmo modo é 
excludente de responsabilidade em casos tais. 
Vale ressaltar que o CC/02 não reproduziu a excludente do cuidado preciso, 
o que traz a conclusão de que a prova de ausência de culpa não é mais excludente 
de responsabilidade civil. Anote-se a existência de julgados nacionais aplicando tal 
ideia de responsabilização sem culpa. 
Enunciado n. 452: “A responsabilidade civil do dono ou detentor do animal é 
objetiva, admitindo a excludente do fato exclusivo de terceiro”. Além de prever 
expressamente a responsabilidade objetiva, o enunciado ainda esclarece que a 
culpa exclusiva de terceiro é fator que obsta a responsabilidade civil do dono ou 
detentor do animal. 
Para finalizar, cabe concluir que se um animal fugir da residência de seu dono, 
causando prejuízos físicos a terceiros, surgirá o dever de reparar ao dono. 
 
1.3.3.3 A responsabilidade civil objetiva por danos causados por ruína de prédio ou 
construção 
 
Conforme o art. 937 do CC/02, o dono do edifício ou construção responde pelos 
danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade 
fosse manifesta. Trata-se de mais um caso de responsabilidade objetiva, diante de um risco 
criado ou risco proveito, o que depende do caso concreto. 
Diante disso, há o enunciado n. 556: “A responsabilidade civil do dono do prédio ou 
construção por sua ruína, tratada pelo art. 937 do CC, é objetiva”. 
Literalmente segundo o dispositivo, há necessidade de estar evidenciado o mau 
estado de conservação do edifício ou da construção. 
 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Todavia, Tartuce acredita tal requisito ser dispensável. Por uma questão lógica, 
sendo a necessidade de reparos manifesta a responsabilidade é objetiva, muito maior deve 
ser se tal necessidade estiver às escondidas, o que denota uma má-fé do construtor. 
Na grande maioria das situações que envolvem a queda de edifício será aplicada 
responsabilidade objetiva da Lei 8.078/90. Os proprietários do edifício podem ser 
considerados consumidores diretos; enquanto que moradores e outras vitimas do evento 
de consumo serão consumidores indiretos, por equiparaçãoou bystander (art. 17 do CDC). 
Concluindo, como se pode notar, a responsabilidade é do DONO do edifício ou da 
construção (construtora), não se confundindo esse comando legal com a regra do art. 938 
do CC, que trata de objetos lançados dos prédios. Deve-se entender que, na hipótese de 
ruir parte do prédio, aplica-se o art. 937 do CC, respondendo o construtor ou edificador. 
 
 
1.3.3.4 A responsabilidade civil objetiva por danos oriundos de coisas lançadas dos 
prédios (defenestramento) 
 
Enuncia o Código Civil que aquele que habitar uma casa ou parte dela responde 
pelos danos provenientes das coisas que dela caírem ou forem lançadas (sólidas ou 
líquidas) em lugar indevido (art.938). Trata-se da responsabilidade civil por 
defenestramento ou por effusis et dejectis. 
A expressão defenestrar significa jogar fora pela janela. 
Segue-se a corrente doutrinária que entende que não importa que o objeto líquido 
(effusis) ou sólido (dejectis) tenha caído acidentalmente, pois ninguém pode colocar em 
risco a segurança alheia, o que denota a responsabilidade objetiva do ocupante diante de 
um risco criado. 
Nos casos de cessão do prédio, responderão o locatário ou o comodatário, não 
sendo o caso de se imputar responsabilidade ao locador ou ao comodante (eventuais 
proprietários do imóvel). Em regra, não há responsabilidade solidária daquele que cedeu o 
bem, a não ser em casos de coautoria (art. 942, parágrafo único, do CC). 
No caso de prédio de escritórios ou apartamentos (condomínio edilício), não sendo 
possível identificar de aonde a coisa foi lançada, haverá responsabilidade do condomínio. 
Tal entendimento confirma a responsabilização sem culpa ou objetiva. Por óbvio, está 
assegurado o direito de regresso do condomínio contra o eventual culpado. 
Enunciado n. 557: “Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de 
condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o 
condomínio, assegurado o direito de regresso”. 
 
 
 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
1.3.3.5 A responsabilidade civil objetiva no contrato de transporte 
 
Relativamente ao transporte de coisas, enuncia o art. 750 a responsabilidade 
objetiva do transportador, nos seguintes termos: “A responsabilidade do transportador, 
limitada ao valor constante do conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus 
prepostos, recebem a coisa; termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada em 
juízo, se aquele não for encontrado”. 
O transportador assume uma obrigação de fim ou de resultado, qual seja, a de levar 
a coisa até o destino com segurança e integralidade, o que gera a cláusula de incolumidade. 
Há possibilidade de enquadramento na relação de consumo regida pelo CDC, na 
grande maioria das hipóteses fáticas, pois afinal de contas o transportador presta um 
serviço de forma profissional e muitas vezes há um destinatário final, fático e econômico na 
outra ponta da relação jurídica – diálogo das fontes entre o CC/02 e o CDC. 
Confirmando a responsabilidade objetiva, sobre o transporte de pessoas, prevê o art. 
734 do CC em vigor que “O transportador responde pelos danos causados às pessoas 
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula 
excludente de responsabilidade”. 
Súmula 161 do STF: “Em contrato de transporte é inoperante a cláusula de não 
indenizar”. Essa cláusula não tem validade em nenhum tipo de transporte. 
Agravando a responsabilidade objetiva do transportador de pessoas, o art. 735 do 
CC enuncia que em havendo acidente com o passageiro não cabe a excludente da culpa 
exclusiva de terceiro, contra o qual o transportador tem ação regressiva. A norma é 
reprodução literal da antiga súmula 187 do STF. 
O dispositivo e a súmula servem para responsabilizar as empresas aéreas por 
acidentes que causam a morte de passageiros mesmo em havendo culpa somente de 
pilotos de outra aeronave ou de agentes do Estado. O que se percebe, por tal realidade 
jurídica, é que a aplicação do CC/02, é até melhor aos consumidores do que a aplicação 
do CDC, eis que a Lei 8.078/90 consagra a culpa exclusiva de terceiro como excludente de 
responsabilização, havendo prestação de serviços (art. 14, §3º). 
Ainda quanto ao transporte de pessoas, dispõe o art. 736 do CC que não haverá 
responsabilidade contratual objetiva do transportador no caso de transporte gratuito ou 
benévolo, também denominado carona. Em casos tais a responsabilidade daquele que dá 
a carona depende da comprovação de dolo ou culpa (responsabilidade extracontratual 
subjetiva nos termos do art. 186 do CC). 
Súmula 145 do STF: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o 
transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando 
incorrer em dolo ou culpa grave”. Tartuce entende que essa sumula merece nova leitura, 
partindo do pressuposto de que não há necessidade de a culpa ser grave ou da presença 
de dolo. O grau de culpa serve apenas para fixação de indenização, inclusive por danos 
morais. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Pelo art. 736 do CC, caso o transportador receba qualquer tipo de vantagem indireta 
pelo transporte, a sua responsabilidade volta a ser contratual objetiva. São exemplos de 
vantagens indiretas o pagamento de pedágio, o pagamento de combustível e as refeições 
pagas pelo conduzido. 
Enunciado n. 559: “No transporte aéreo, nacional e internacional, a responsabilidade 
do transportador em relação aos passageiros gratuitos, que viajarem por cortesia, é 
objetiva, devendo atender à integral reparação de danos patrimoniais e extrapatrimoniais”. 
O UBER e outras formas de transporte compartilhado não se enquadram como 
transporte clandestino, mas como modalidades de carona com vantagens indiretas. Assim, 
deve-se aplicar o parágrafo único do art. 736 do CC, com a incidência das regras de 
transporte e da correspondente responsabilidade civil objetiva, sem prejuízo da subsunção 
do CDC, em diálogos das fontes. Isso faz com que não só o transportador eventualmente 
responda por danos causados ao passageiro, mas também a empresa que administra o 
aplicativo, presente um risco-proveito. 
 
1.4. DAS EXCLUDENTES DO DEVER DE INDENIZAR 
 
1.4.1. Da legítima defesa 
 
De acordo com o art. 188, I, do CC, não constituem atos ilícitos os praticados em 
legítima defesa. Trata-se de importante excludente do dever de indenizar, da ilicitude, com 
relevância prática indiscutível. 
O conceito de legítima defesa pode ser retirado do art. 25 do CP: “ Entende-se em 
legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. 
Para configurar legítima defesa, é certo que o agente não pode atuar além do 
indispensável para afastar o dano ou a iminência do prejuízo material ou imaterial. O 
conceito também pode ser retirado do art. 1.210 do CC/02, que trata da legítima defesa da 
posse, nos casos de ameaça e de turbação; e do desforço pessoal, nos casos de esbulho. 
É fundamental salientar que a legítima defesa putativa não exclui o dever de 
indenizar. Na legítima defesa putativa o agente imagina que está defendendo um direito 
seu, o que não ocorre realmente no plano fático. A pessoa presente um perigo que, na 
realidade, não existe, e, por isso, age imoderadamente, o que não excluir o dever de 
indenizar. Segundo a jurisprudência superior, em casos tais, não há que se falar em 
exclusão de responsabilidade. 
O art. 930 do CC, inicialmente aplicável ao estado de necessidade e à remoção de 
perigo iminente, poderá ser aplicado à legitima defesa. O comando legal prevê em seu 
caput o direito de regresso em relação ao culpado pelo estado gerador do perigo. O 
parágrafo único do art. 930 reconhece o direito de regresso também contra aquele em 
defesa de quem o dano acabou sendo causado. Em outras palavras, havendo exercício27 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
imoderado da defesa ou defesa putativa e sendo o fato causado por terceiro, é reconhecido 
o direito de regresso do ofensor contra aquele que gerou a situação que causou o dano. 
Complementando, havendo excesso nessa defesa em relação a terceiros, não 
estará presente a mencionada excludente de ilicitude, surgindo o dever de indenizar diante 
do ato praticado (aberratio ictus). De qualquer forma, estará assegurado o direito de 
regresso contra eventual culpado, seja com base no art. 930 do CC, seja com fundamento 
no art. 934 do CC. 
 
 
1.4.2. Do estado de necessidade ou remoção de perigo iminente 
 
Prescreve o art. 188, II, do atual Código que não constitui ato ilícito a deterioração 
ou destruição da coisa alheia, ou a lesão à pessoa, a fim de remover perigo iminente, 
prestes a acontecer. Esse comando legal consagra o estado de necessidade, que merece 
tratamento idêntico, como se sinônimo fosse. 
O ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente 
necessário, não excedendo os limites do indispensável à remoção do perigo. Em havendo 
excesso, mais uma vez, tanto poderá estar configurado o abuso de direito (art. 187 do CC) 
quanto o ato ilícito propriamente dito (art. 186 do CC). Outros dois dispositivos do atual CC 
são aplicáveis ao instituto: arts. 929 e 930. 
Porém, o STJ tem entendido que a circunstancia de ter o agente atuado em estado 
de necessidade pode influir na fixação do valor da indenização, reduzindo o quantum 
debeatur. Nessa esteira, a adoção da restituio in integrum no âmbito da responsabilidade 
civil por danos, sejam materiais ou extrapatrimoniais, nos conduz à inafastabilidade do 
direito da vítima à reparação ou compensação do prejuízo, ainda que o agente se encontre 
amparado por excludentes de ilicitude, nos termos dos arts 929 e 930 do CC/02. 
 
 
1.4.3. Do exercício regular de direito ou das próprias funções 
 
O mesmo art. 188, em seu inciso I, segunda parte, do CC/2002, enuncia que não 
constitui ato ilícito o praticado no exercício regular de um direito reconhecido. Trata-se uma 
das excludentes do dever de indenizar mais discutidas no âmbito da jurisprudência. 
Um dos exemplos é a inclusão do nome de devedores no rol dos inadimplentes ou 
devedores, em cadastros de natureza privada (Serasa e SPC). A inscrição nos casos de 
inadimplência constitui um exercício regular de direito do credor. Só que antes da inscrição, 
deve ocorrer a comunicação ao devedor pela empresa que mantém o cadastro – súmula 
359/STJ. A falta dessa comunicação constitui abuso de direito gerando o dever de reparar. 
Em reforço, conclui-se corretamente que nas ações de responsabilidade civil por 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
cadastramento indevido nos registros de devedores inadimplentes realizados por 
instituições financeiras, a responsabilidade civil é objetiva. 
Por fim, no que concerne ao exercício regular das próprias funções, compreendemos 
que esta constitui uma espécie de exercício regular de direito, eis que a pessoa tem uma 
incumbência legal ou administrativa de atuação. É o que ocorre com o policial quanto ao 
combate ao crime e no caso do bombeiro ao apagar um incêndio. Por tal conclusão, quanto 
ao estado de necessidade, se um bombeiro arromba uma porta para salvar a criança de 
um incêndio, sua situação não está enquadrada no inciso II do art. 188 do CC. Dessa forma, 
não se aplica o art. 929 do CC, que dispõe o seu eventual dever de indenizar. 
 
1.4.4. Das excludentes de nexo de causalidade 
 
O nexo de causalidade constitui o elemento imaterial da responsabilidade civil, 
constituído pela relação de causa e efeito entre a conduta e o dano. Também se afirmou 
que o nexo é formado pela culpa (na responsabilidade subjetiva), pela previsão de 
responsabilidade sem culpa relacionada com a conduta ou pela atividade de risco (na 
responsabilidade objetiva). São excludentes de nexo de causalidade: 
 
a) culpa ou fato exclusivo da vítima 
b) culpa ou fato exclusivo de terceiro 
c) caso fortuito (evento totalmente imprevisível) e força maior (evento 
previsível, mas inevitável) 
 
Relativamente ao caso fortuito e força maior, repise-que há algumas exceções, como 
a do devedor em mora, que responde por tais ocorrências. Art. 399 do CC. 
 
1.4.5. Da cláusula de não indenizar 
 
Considerada por parte da doutrina como uma excludente de responsabilidade, a 
cláusula de não indenizar constitui a previsão contratual pela qual a parte exclui totalmente 
a sua responsabilidade. Essa cláusula é também denominada de cláusula de 
irresponsabilidade ou cláusula excludente de responsabilidade. 
Sua aplicação é bem restrita: 
 
1) A cláusula de não indenizar somente vale para os casos de responsabilidade 
contratual, uma vez que a responsabilidade extracontratual, por ato ilícito, 
envolve ordem pública. A responsabilidade civil prevista no art. 938 do CC, 
supostamente afastada pelo aviso, é extracontratual. Ressalte-se que a ordem 
pública é ainda mais patente nas hipóteses de atos ilícitos dolosos. 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
2) A cláusula também não incide nos casos em que houver conduta dolosa do 
agente ou na presença de atos criminosos da parte, igualmente pela motivação 
na ordem pública. 
3) Também fica em xeque a sua estipulação para a limitação ou a exclusão de 
danos morais, que envolvem lesões a direitos da personalidade, tidos como 
irrenunciáveis, em regra, pela Lei- art 11. CC- 
4) A cláusula de irresponsabilidade é nula quando inserida em contrato de 
consumo, o que está expresso no art. 25 e art. 51 da Lei 8.078/90 
5) A citada cláusula é nula nos contratos de adesão, aplicação do art.424 do CC. 
Em regra, a parte tem direito de ser indenizada pelos danos. Tal conclusão 
representa aplicação do princípio da função social do contrato, em sua eficácia 
interna, entre as partes. Art. 421- CC 
6) A cláusula de não indenizar é nula no contrato de transporte. Art. 734 do CC, e 
súmula 161 STF. 
7) A cláusula de não indenizar não tem validade e eficácia nos contratos de guarda 
em geral em que a segurança é buscada pelo contratante, constituindo a causa 
contratual. 
 
Em suma, para encerra, a validade da cláusula de não indenizar fica restrita para a 
responsabilidade contratual, envolvendo contratos civis, paritários (aqueles que não são de 
adesão), que não sejam de transporte ou de guarda. 
 
 
Alguns julgados aleatórios na busca do buscador do Dizer o Direito 
 
O ajuizamento de sucessivas ações judiciais, desprovidas de fundamentação 
idônea e intentadas com propósito doloso, pode configurar ato ilícito de abuso 
do direito de ação ou de defesa, o denominado assédio processual. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1817845-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. 
Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2019 (Info 658). 
 
Trata-se daquilo que, nos Estados Unidos, ficou conhecido como “sham 
litigation” (litigância simulada), ou seja, a “ação ou conjunto de ações 
promovidas junto ao Poder Judiciário, que não possuem embasamento sólido, 
fundamentado e potencialidade de sucesso, com o objetivo central e disfarçado 
de prejudicar algum concorrente direto do impetrante, causando-lhe danos e 
dificuldades de ordem financeira, estrutural e reputacional.” (CORRÊA, 
Rogério. Você sabe o que é Sham Litigation? Disponível em: 
https://sollicita.com.br/Noticia/?p_idNoticia=13665&n=voc%C3%AA-sabe-o-
que-%C3%A9-sham-litigation?) 
 
 
 
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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
A demora no ajuizamento da ação de reparação por danos morais pode 
influenciar no montante indenizatório? 
* Na vigência do CC/1916: SIM 
Na vigência do Código Civil de 1916, a jurisprudência do STJ consolidou-se no 
sentido de que a demora na busca da reparação do dano moral deveria ser 
considerada na fixação do valor da indenização. 
Esse entendimento baseava-seno fato de que, no Código passado, o prazo 
prescricional era muito extenso (20 anos). 
Assim, o prazo prescricional muito longo previsto no Código Civil anterior 
resultava em situações extremas, nas quais o período decorrido entre o evento 
danoso e a propositura da ação indenizatória se revelava nitidamente 
exagerado ou desproporcional. 
 
* Na vigência do CC/2002: NÃO 
O Código Civil de 2002 prevê o prazo prescricional de 3 anos (art. 206, § 3º, V) 
para a pretensão de reparação civil fundamentada em relação extracontratual. 
Trata-se de prazo muito mais curto e, portanto, as situações extremas que eram 
verificadas no passado não mais persistem. 
Logo, no atual panorama normativo, o momento em que a ação será proposta, 
desde que na fluência do prazo prescricional, mostra-se desinfluente para 
aferição do valor da indenização. 
Não se mostra razoável presumir que o abalo psicológico suportado por aquele 
que perde um ente familiar é diminuído pela não manifestação imediata do seu 
inconformismo por intermédio de uma demanda judicial. 
 
No Código Civil de 2002, a demora no ajuizamento da ação de reparação por 
dano moral não deve influir na fixação do valor da indenização. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1677773/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 04/06/2019. 
 
Em ação destinada a apurar a responsabilidade civil decorrente de acidente de trânsito, 
presume-se culpado o condutor de veículo automotor que se encontra em estado de 
embriaguez, cabendo-lhe o ônus de comprovar a ocorrência de alguma excludente do nexo 
de causalidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1749954-RO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 26/02/2019 (Info 644).

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