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Direito Civil VIII - Aula 3 - Responsabilidade Civil Subjetiva

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Aula 3 - Responsabilidade Civil Subjetiva 1
Aula 3 - Responsabilidade Civil 
Subjetiva
Created
Class Direito Civil VIII
Type Anotação de aula
Materials
Date
Professor José Eduardo Martins
Semestre 8o
Áudio ouvido
Retomando aula anterior
D) culpa, negligência, imperícia
Art 188, II CC 
Conduta voluntária ilícita ou lícita 
Há exemplos quando é lícita - art. acima
Você agindo num estado de necessidade, situação de perigo, destruindo algo 
alheio, se a pessoa que sofreu o dano não for a que gerou o perigo, ela tem direito a 
ser indenizada. 
Teve o dano, que subsistiu (persistiu) e não foi reparado ou compensado. Art 929 - 
por mais que seja lícito, a pessoa que sofreu o dano tem o direito de ser indenizada. 
Dano 
3 requisitos para sua configuração
@March 2, 2023 9:17 PM
@March 2, 2023
Aula 3 - Responsabilidade Civil Subjetiva 2
a) violação a um interesse jurídico // alguém teve sua esfera jurídica violada
b) deve ter certeza desse dano, pois não dá para ser indenizado na eventualidade 
de ter existido o dano (deve haver prova - ex. perícia)
c) subsistência desse dano, ou seja, essa violação à esfera jurídica persiste, ainda 
não foi reparada, compensada de alguma forma, cabendo responsabilizar alguém 
para ressarcir o prejudicado
Especies de dano
Dano patrimonial 
Que atinge o patrimônio material principalmente, daquela vítima. Danifica o carro, o 
celular, o notebook, o Tablet, a mochila, etc., algo que faça parte do patrimônio 
daquela pessoa, e essa violação faz nascer a responsabilidade civil aquiliana, 
passível de responsabilização através de indenização ou ressarcimento.
Aquele que sofreu o Dano precisa retornar ao estado anterior ao ato lesivo. É uma 
ficção, porque você não volta no tempo, você ressarce no que for possível. Tudo 
ninguém nunca vai conseguir ressarcir. 
Legislação permite que haja ressarcimento não apenas para danos emergentes 
mas também pelos lucros cessantes. 
Dano emergente - o que você perdeu pelo dano
Lucros cessantes - o que você deixou de ganhar pelo dano 
Se você sofre um dano físico que te impossibilita pro trabalho - art 950 cc
“Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício 
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das 
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá 
pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da 
depreciação que ele sofreu.”
Exemplo da batida de carro quando o dono do carro utiliza para seu trabalho, como 
motorista, fica duas semanas no conserto, esse tempo ele deixou de ganhar, então 
tem direito a receber os lucros cessantes, mais ou menos o que ele ganharia nesse 
período, espera-se. Calcula pela média do que ganhava antes. 
Ficam algumas questões: 
Quais danos podem ser imputados ao agente 
Aula 3 - Responsabilidade Civil Subjetiva 3
Quando há quebra de causalidade 
Quais lucros podem ser considerados cessantes 
Por que isso é diferente da responsabilidade contratual? Por que na contratual 
falamos de indenização pelos interesses negativos e pelos interesses positivos. 
Negativos - danos emergentes 
Positivos - danos emergentes E lucros cessantes 
A depender do pedido que eu faço na minha ação, eu posso ter direito ou a 
interesses negativos ou a interesses positivos. 
Exemplo: Propus uma ação pedindo a rescisão contratual, sofri um prejuízo, não 
produzi, não coloquei à venda, etc. se eu peço indenização pelo inadimplemento eu 
tenho direito aos positivos. Se eu peço a invalidade do contrato, por nulidade, por 
anulabilidade, eu tenho direito aos efeitos negativos. Porque se eu invalido, volta 
para o status quo ante. Então nunca ocorreu, como que eu teria tido lucro? Aí não 
preciso ser indenizado pelos lucros. 
Dano Moral
É aquele que vai atingir o patrimônio extra material/extrapatrimonial, pois atinge ao 
lado existencial da vítima, atinge a reputação, a imagem que a pessoa tem dela, a 
honra.
Afeta os direitos da personalidade 
Segundo doutrinador Paulo Lobo // Zé concorda
Dano moral é compensado, pois não é dinheiro que fará você deixar de ter o 
trauma, de sofrer. 
Problema: medir o valor do dano imaterial sofrido.
Solução adotada no Brasil: jurisprudência já sedimentando algumas situações, e 
outros juízos seguindo as decisões que já aconteceram, e altera um pouco com a 
situação. Ex: refrigerante estragado, dá uma olhada, tem decisões falando X, aí na 
situação a pessoa achou um inseto dentro, majora um pouco o X e segue. 
Uma das outras soluções é um tabelamento, não adotada no Brasil. Exceção: há 
tabelamento para indenização por perda de bagagem em viagens 
internacionais/Brasil é signatário de Tratado Internacional, que regula as viagens 
internacionais e o STF disse que esse Tratado prevalece sobre o CDC, ou seja, 
perdi uma bagagem em voo internacional, o dano moral será calculado com base 
Aula 3 - Responsabilidade Civil Subjetiva 4
em uma tabela // Tratado de Montreal. É meio complicado, porque você pode levar 
uma coisa muito barata ou muito cara, e o tabelamento pode não cumprir. Nesse 
caso, tem também o problema de que o tabelamento é menos protetivo ao 
consumidor, então não deveria prevalecer à legislação brasileira.
Problema do tabelamento: quando custa um item da tabela, como um braço? O 
braço “vale” o mesmo para alguém que não trabalha usando os braços e para 
alguém que depende completamente dele para seu sustento, como um pedreiro? 
Perder o braço de uma forma é igual a perder de outro? 
Dano Estético
Doutrina majoritária e jurisprudência entendem que o dano estético é paralelo ao 
dano patrimonial e moral. Ou seja, pode pedir ressarcimento ou compensação 
aliado a estes dois primeiros. Pessoa que não se reconhece mais no espelho
Súmula 387, STJ: “É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano 
moral.”
Por exemplo, apresentador que trabalha com a imagem. Isso pode inclusive gerar 
um aumento na renda, dependendo de como for o seguimento daquela situação.

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