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Capítulo 2 CLP – Componentes do equipamento 25 só podem ser utilizadas para o controle de dispositivos CA, enquanto as saídas com transistor, só para o contro- le de dispositivos CC. O módulo de saída discreto com contato do relé uti- liza o eletromecanismo como elemento de chaveamento. Esses relés na saída podem ser utilizados com dispositi- vos CA ou CC, mas eles têm um tempo de chaveamento bem menor comparado com o das saídas de estado sóli- do. Os módulos da Allen-Bradley são identificados por cores, como mostra a tabela a seguir: Cor Tipo de E/S Vermelho Entradas/saídas CA Azul Entradas/saídas CC Laranja Saídas com relé Verde Módulos especiais Preto Determinados módulos de E/S especificam se ele foi projetado para servir de interface com dispositivos como fonte ou como dreno de corrente. Se o módulo é por fon- te de corrente, então o dispositivo de entrada ou saída deve ser por dreno de corrente. E, de modo contrário, se o módulo é especificado sendo por dreno de corrente, en- tão o dispositivo deve ser por fonte de corrente. Alguns módulos permitem ao usuário escolher o seu funciona- mento, por dreno de corrente ou por fonte de corrente, possibilitando seu ajuste de acordo com a exigência do dispositivo de campo. O circuito interno de alguns dispositivos de campo requer que ele seja usado por dreno de corrente ou por fonte de corrente. Geralmente, são empregados termos como dreno (NPN) e fonte (PNP), para descrever o fluxo de sinal de corrente relacionado entre os dispositivos de campo de entrada e saída em um sistema de controle e sua fonte de alimentação. A Figura 2.20 mostra o fluxo de corrente relacionado entre as entradas por dreno e por fonte para um módulo de entrada CC. A Figura 2.21 mostra o fluxo de corrente relacionado entre as saídas por dreno e fonte para um módulo de saída CC. Os circuitos de entrada e saída CC geralmente são conectados com os dispositivos de campo que têm, de alguma forma, um circuito interno com estado sólido que necessita de um sinal de tensão CC para funcionar. Os dispositivos de campo conectados no lado positivo (+) da fonte de alimentação de campo são classificados como dispositivos de campo por fonte. De modo idêntico, os dispositivos de campo conectados no lado negativo (–) da fonte de alimentação de campo são classificados como dispositivos de campo por dreno. 2.3 Módulos de E/S de sinais analógicos Os CLPs antigos eram limitados a interfaces de entrada e saída, de sinais discretos ou digitais, que permitiam ape- nas a conexão de dispositivos liga/desliga, por isso eles realizavam um controle apenas parcial de muitas aplica- ções de processos. Hoje, contudo, está disponível uma Contato CA/CC + – Bobina Carga Saída com relé CA Carga Saída com triac CC Carga Saída com transistor Figura 2.19 Componentes de um equipamento de CLP. CR Bobina do relé intermediário OL M Bobina do contator de partida do motor T1 T2 L1 L2 L3 M M L1 L2 CR T3 M Motor Figura 2.18 Conexão do relé intermediário. Fonte: Cortesia da Tyco Electronics. www.tycoelectronics.com Controladores lógicos programáveis26 completa gama de interfaces discretas e analógicas que permitem que os controladores sejam aplicados a prati- camente todos os tipos de controles de processo. Dispositivos de entradas ou saídas discretos são aque- les que têm apenas dois estados: liga e desliga, enquanto os dispositivos analógicos representam grandezas físicas que contêm um número infinito de valores. Entradas e saídas analógicas típicas variam de 0 a 20 mA ou 0 a 10 V. A Figura 2.22 mostra como os módulos de entrada e saída analógicos são utilizados na medição e no monito- ramento do nível de fluido em um tanque. O módulo de interface de entrada analógico contém o circuito necessá- rio para receber um sinal de tensão ou corrente analógica de um dispositivo de campo transmissor de nível. Essa entrada é convertida de um valor analógico para um va- lor digital para ser utilizado pelo processador. O circuito do módulo de saída analógica recebe um valor digital do processador e o converte novamente para um sinal analó- gico, que aciona o medidor de nível do tanque no campo. Os módulos de saída analógicos normalmente têm múltiplos canais de entrada, que permitem que 4, 8 ou 16 dispositivos possam ser interconectados ao CLP. Os dois tipos básicos de módulo de entrada são sensíveis à tensão ou sensíveis à corrente. Os sensores analógicos medem uma grandeza física variável sobre uma faixa específica e geram um sinal correspondente, de tensão ou corrente. As grandezas físicas comuns medidas pelo módulo analó- gico de um CLP são temperatura, velocidade, nível, fluxo, peso, pressão e posição; por exemplo, um sensor pode me- dir uma temperatura sobre uma faixa de 0 a 500 ºC e um sinal de tensão correspondente que varia entre 0 e 50 mV. A Figura 2.23 mostra um exemplo de sensor sensível à tensão utilizado para medir temperatura. O diagrama de conexão se aplica ao módulo de entrada analógico MicroLogix de 4 canais com termopar da Allen-Bradley. Uma tensão CC que varia em uma faixa baixa de milivolt é produzida por um termopar e é amplificada e digitali- zada por um módulo de entrada analógico, sendo depois enviada para o processador, que é comandado por uma instrução de programa. Em decorrência do baixo valor da tensão do sinal de entrada, um cabo de par trançado com cordoalha é ligado ao circuito para reduzir os sinais de ruídos elétricos indesejáveis que podem ser induzidos pelos condutores de outra fiação. Quando for utilizado um termopar não aterrado, a cordoalha deve ser conec- tada ao fio terra no final do módulo. Para obter leituras precisas de cada canal, a temperatura entre o cabo do termopar e o canal de entrada deve ser compensada, o que é feito por meio da integração de um termistor de compensação de junção fria (CJC) ao bloco de terminais. 0 1 2 3 4 5 6 7 Comum Módulo de entrada por dreno + – Fonte de alimentação Sensor por fonte Corrente 0 1 2 3 4 5 6 7 Comum Módulo de entrada por fonte – + Fonte de alimentação Sensor por dreno Corrente Figura 2.20 Entradas por fonte e por dreno. 0 1 2 3 4 5 6 7 Comum Módulo de saída por fonte Corrente Módulo de saída por dreno Corrente + – Fonte de alimentação – + Fonte de alimentação Dispositivo de campo por dreno Dispositivo de campo por fonte 0 1 2 3 4 5 6 7 Comum Figura 2.21 Saídas por fonte e por dreno. Capítulo 2 CLP – Componentes do equipamento 27 A transição de um sinal analógico para valores digi- tais é obtida por meio de um conversor analógico-digital (A/D), o elemento principal do módulo de entrada ana- lógico. A tensão analógica de entrada dos módulos pode ser de dois tipos: unipolar e bipolar. Os módulos unipola- res podem receber um sinal de entrada que varia somen- te no sentido positivo; por exemplo, se o dispositivo de saída de campo for de 0 V a +10 V, então é possível utilizar os módulos unipolares. Os sinais bipolares oscilam entre um valor máximo negativo e um valor máximo positivo; por exemplo, se o dispositivo de saída de campo for de –10 V a +10 V, um módulo bipolar pode ser utilizado. A resolução de um canal de entrada analógico refere-se ao menor valor de variação no sinal de entrada que pode ser detectado e é baseado no número de bits utilizado na representação digital. Os módulos de entrada analógico precisam produzir uma faixa de valores digitais entre o valor máximo e o mínimo, para representar o sinal ana- lógico sobre toda sua extensão. Especificações típicas são mostradas a seguir: Faixa de valores da entrada analógico Bipolar 10 V –10 para +10 V 5 V –5 para +5 V Unipolar 10 V 0 para +10 V 5 V 0 para +5 V 0,3 mV Na conexão de sensores que detectam entradas por tensão, é importante especificar o cabo com o menor comprimento possível, para minimizar a degradação do sinal e os efeitos da interferência dosruídos eletro- magnéticos induzidos ao longo dos condutores conec- tados. Os sinais de entrada por corrente, os quais não são tão sensíveis aos ruídos quanto os sinais por tensão, em geral não são limitados pela distância. Os módulos de entrada por corrente normalmente funcionam com dados analógicos na faixa de 4 mA a 20 mA, mas podem funcionar com sinais de –20 mA a +20 mA. A malha de alimentação pode ser fornecida pelo sensor ou pelo módulo de saída, como mostra a Figura 2.24, e o cabo com par trançado blindado com cordoalha normalmen- te é recomendado para conectar qualquer tipo de sinal de entrada analógico. O módulo de interface de saída analógico recebe dados digitais do processador, os quais são convertidos em cor- rente ou tensão proporcionais para controlar um disposi- tivo de campo analógico. A transição de um sinal digital em valores analógicos é obtida por meio de um conversor digital-analógico (D/A), o elemento principal do módulo de saída analógico. Um sinal analógico de saída é aque- le que muda continuamente e varia segundo o controle do programa do CLP. Os dispositivos comuns controla- dos por um módulo de saída analógico de um CLP são válvulas de controle, registradores gráficos, acionadores Transmissor de nível CLP Indicador de nível Processador Módulo de entrada analógico Módulo de saída analógico Figura 2.22 Entrada e saída analógica para um CLP. Termopar não aterrado + – + – Termopar aterradoIN 0 + IN 0 – IN 1+ IN 1+ IN 3 – IN 3+ IN 2– IN 2+ CJC– CJC+ Figura 2.23 Módulo de entrada analógico de 4 canais MicroLogix com termopar. Fonte: Imagem usada com permissão da Rockwell Automation, Inc. Controladores lógicos programáveis28 eletrônicos e outros tipos de dispositivos de controle que respondem aos sinais analógicos. A Figura 2.25 mostra o uso de módulos de E/S analó- gicos em um sistema de controle típico com CLP. Nessa aplicação, o CLP controla uma quantidade de vazão co- locada em um tanque de armazenamento pelo ajuste da porcentagem de abertura da válvula. A saída analógica do CLP é utilizada para controlar a vazão pelo controle do valor de abertura da válvula que é aberta inicialmente com 100%. À medida que o nível do tanque se aproxi- ma do ponto ajustado (preset), o processador modifica a saída e ajusta a válvula para manter um valor desejado (set-point). 2.4 Módulos especiais de E/S Foram desenvolvidos vários tipos de módulos de E/S diferentes para atender às necessidades especiais. Entre eles, temos: Módulo contador de alta velocidade O módulo contador de alta velocidade é utilizado para prover uma interface para aplicações que exigem con- tagem rápida que ultrapassa a capacidade do programa ladder do CLP, além de ser utilizado para contar pulsos (Figura 2.26) dos sensores, codificadores (conhecidos como encoders) e chaves que funcionam em velocidade muito alta. Ele possui o circuito eletrônico necessário para a contagem independente do processador. Uma taxa de contagem rápida válida é da ordem de 0 a 100 kHz, o que significa que o módulo pode contar 100.000 pulsos por segundo. Módulo thumbwheel (chave mecânica) O módulo de contagem mecânica ajustada manualmente (thumbwheel) permite a utilização de chaves mecânicas (Figura 2.27) que mandam informação ao CLP, para ser utilizada no programa de controle. Alimentação fornecida pelo sensor Alimentação fornecida pelo módulo Sensor Malha de 4-20 mA Fonte de alimentação + – – + Malha de 4-20 mA Sensor + – Fonte de alimentação – + Figura 2.24 Alimentação fornecida pelo sensor e pelo módulo analógico. Válvula Saída analógico Entrada analógico Sensor de nível CLP Figura 2.25 Sistema típico de controle de E/S analógicos. Pulsos de alta frequência Figura 2.26 Módulo contador de alta velocidade. Fonte: Cortesia da Control Technology Corporation. Figura 2.27 Chave de contagem mecânica. Fonte: Cortesia da Omron Industrial Automation. www.ia.omron.com