Prévia do material em texto
Editorial ...........................................................................................................................................................1 artigos EspEciais • La potencia atencional de la alegría ..........................................................................................................3 • O grito da professora: do implícito ao explícito .....................................................................................12 artigos origiNais • Relação entre a opinião dos pais e professores sobre transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC) e os resultados do exame motor em escolares de ensino público municipal ........................................................................................................................................23 • Caracterização do desempenho motor em escolares com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade ......................................................................................................................................33 • Fracassos, representações e exclusões no processo de permanência na escola ............................41 • Compreensão, velocidade, fluência e precisão de leitura no segundo ano do ensino fundamental .................................................................................................................................................48 • Inclusão escolar: há coesão nas expectativas de pais e professores? ...............................................55 • O uso de instrumentos neuropsicológicos na avaliação de dificuldades de aprendizagem.........................................................................................................................................65 • Prueba del dibujo de una persona para estimar la habilidad intelectual para en niños, adolescentes y adultos, DAP-IQ (Reynolds y Hickman, 2004) ..............................................................77 artigos dE rEVisÃo • Caracterizando e correlacionando dislexia do desenvolvimento e processamento auditivo .............................................................................................................................88 • Los programas de cualificación profesional inicial: una experiencia en un aula adaptativa .............................................................................................................................................98 • De la exclusión a la inclusión: una forma de entender y atender la diversidad cultural en las instituciones escolares ................................................................................................................. 108 poNto dE Vista • Ensino inclusivo: aspectos relevantes ....................................................................................................124 ENtrEVista • Reflexões sobre Bakthin e Vygotsky .......................................................................................................129 RESENHA • Psicanálise e Educação: construção do vínculo e desenvolvimento do pensar ............................132 • Psicopedagogia dos fantoches: jogo de imaginar, construir e narrar .............................................135 RELATÓRIO DE GESTÃO REFERENTE AO ANO DE 2008.............................................................................145 coNgrEsso dE psicopEdagogia ............................................................................................................147 REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA • Nº 79 • 2009 • ISSN 0103-8486 Vol. 26, N º 79, 2009 Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia Conselho editorial internaCional Alicia Fernández - Argentina Carmen Pastorino - Uruguai César Coll - Espanha Isabel Solé - Espanha Maria Cristina Rojas - Argentina Neva Milicic - Chile Vitor da Fonseca - Portugal Conselho editorial naCional Ana Lisete Rodrigues SP Anete Busin Fernandes SP Beatriz Scoz SP Débora Silva de Castro Pereira BA Denise da Cruz Gouveia SP Edith Rubinstein SP Elcie Salzano Masini SP Eloísa Quadros Fagali SP Evelise Maria L. Portilho PR Gláucia Maria de Menezes Ferreira CE Heloisa Beatriz Alice Rubman RJ Leda M. Codeço Barone SP Margarida Azevedo Dupas SP Maria Auxiliadora de Azevedo Rabello BA Conselho exeCutivo Maria Irene Maluf SP Quezia Bombonatto SP Sandra Lia Nisterhofen Santilli SP editora Maria Irene Maluf SP Maria Cecília Castro Gasparian SP Maria Célia Malta Campos SP Maria Cristina Natel SP Maria Lúcia de Almeida Melo SP Maria Silvia Bacila Winkeler PR Marisa Irene Siqueira Castanho SP Mônica H. Mendes SP Nádia Bossa SP Neide de Aquino Noffs SP Nívea M.de Carvalho Fabrício SP Regina Rosa dos Santos Leal MG Rosa M. Junqueira Scicchitano PR Sônia Maria Colli de Souza SP Vânia Carvalho Bueno de Souza SP Consultores ad hoc Ana Maria Maaz Acosta Alvarez Jaime Zorzi Lino de Macedo Lívia Elkis Luiza Helena Ribeiro do Valle Pedro Primo Bombonato Saul Cypel Sylvia Maria Ciasca PSICOPEDAGOGIA – Órgão oficial de divulgação da Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp é indexada nos seguintes órgãos: 1) LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - BIREME 2) Clase - Citas Latinoamericanas en Cien- cias Sociales y Humanidades. Universidad Nacional Autónoma de Mexico 3) Edubase - Faculdade de Educação, UNI- CAMP 4) Bibliografia Brasileira de Educação - BBE CIBEC / INEP / MEC 5) Latindex - Sistema Regional de Informa- ción en Línea para Revistas Científicas de América Latina, El Caribe, España y Portugal 6) Catálogo Coletivo Nacional – Instituto Brasileiro em Ciência e Tecnologia – IBICT 7) INDEX PSI – Periódicos – Conselho Federal de Psicologia Psicopedagogia: Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia / Associação Brasileira de Psicopedagogia. - Vol. 10, nº 21 (1991). São Paulo: ABPp, 1991- Quadrimestral ISSN 0103-8486 C o n t i n u a ç ã o , a p a r t i r d e 1 9 9 1 , v o l . 1 0 , n º 2 1 d e B o l e t i m d a Associação Brasileira de Psicopedagogia. 1. Psicopedagogia. I. Associação Brasileira de Psicopedagogia. CDD 370.15 8) DBFCC – Descrição Bibliográfica Fundação Carlos Chagas Editora Responsável: Maria Irene Maluf Jornalista Responsável: Rose Batista – 28.268 Revisão e Assessoria Editorial: Rosângela Monteiro Editoração Eletrônica: Sollo Comunicação Impressão: SolloPress Tiragem: 3.000 exemplares Assinaturas: Pedidos de assinatura ou núme- ros avulsos devem ser encaminhados à sede da ABPp Nacional. O conteúdo dos artigos aqui publicados é de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, o pensamento do corpo editorial. É expressamente proibida qualquer modali- dade de reprodução desta revista, seja total ou parcial, sob penas da lei. Associação Brasileira de Psicopedagogia www.abpp.com.br psicoped@uol.com.br Rua Teodoro Sampaio, 417 - Conj. 11 - Cep: 05405-000 São Paulo - SP - Pabx: (11) 3085-2716 - 3085-7567 diretoria da assoCiação Brasileira de PsiCoPedagogia 2008/2010 Conselheiras eleitas Carla Labaki SP Cleomar Landim de Oliveira SP Cristina Vandoros Quilici SP Ednalva de Azevedo Silva RN Eloisa Quadros Fagali SP Evelise Maria Labatut Portilho PR Galeára Matos de França Silva CE Heloisa Beatriz Alice Rubman RJ Janaina Carla R. dos Santos GO João Beauclair RJ Jozelia de Abreu Testagrossa BA Laura Monte Serrat Barbosa PR Ligia Fleury SP Luciana Barros de Almeida Silva GO Maria Auxiliadora de A. Rabello BA Maria Cristina Natel SP Maria Helena Bartholo RJ Maria José Weyne M. de Castro CE Marisa Irene Siqueira Castanho SP Marli Lourdes da Silva Campos DFMiriam do P.S.F. Vidigal Fonseca MG Nadia Aparecida Bossa SP Neusa Kern Hickel RS Neusa Torres Cunha SP Quézia Bombonatto Silva SP Rosa Maria J. Scicchitano PR Sandra Lia Nisterhofen Santilli SP Silvia Amaral de Mello Pinto SP Sonia Maria Colli de Souza SP Yara Prates SP diretoria exeCutiva Presidente Quézia Bombonatto queziabombonatto@abpp.com.br Vice-Presidente Sandra Lia Nisterhofen Santilli sandrasantilli@abpp.com.br Tesoureira Neusa Torres Cunha neusatorres@abpp.com.br Tesoureira-Adjunta Maria Teresa Messeder Andion teresahandion@abpp.com.br Secretária Ligia Fleury ligiafleury@abpp.com.br Secretária-Adjunta Telma Pantano telmapantano@abpp.com.br Diretora Cultural e Científica Nádia Aparecida Bossa nadiabossa@abpp.com.br Diretora Cultural-Adjunta Márcia Simões marciasimoes@abpp.com.br Relações Públicas Cristina Vandoros Quilici cristinaquilici@abpp.com.br Relações Públicas-Adjunta Edimara de Lima edimaralima@abpp.com.br Conselheiras vitalíCias Beatriz Judith Lima Scoz SP Edith Rubinstein SP Leda Maria Codeço Barone SP Maria Cecília Castro Gasparian SP Maria Célia Malta Campos SP Maria Irene Maluf SP Mônica H. Mendes SP Neide de Aquino Noffs SP Nívea Maria de Carvalho Fabrício SP assessorias regionais Assessora Regional Bahia Maria Angélica Moreira Rocha cepp@terra.com.br Assessora Regional Ceará Maria José Weyne Melo de Castro mjweyne@yahoo.com.br Assessor Regional Minas Gerais João Beauclair joaobeauclair@yahoo.com.br Assessora Regional Paraná Rosa Maria Schiccitano rosamaria@uel.br assessorias Assessora de Divulgações Científicas Maria Irene Maluf irenemaluf@abpp.com.br Assessora de Reconhecimento e Cursos Neide Aquino Noffs neidenoffs@abpp.com.br Associação Brasileira de Psicopedagogia Editorial / Editorial • Maria Irene Maluf .................................................................................................................................................... 1 artigos EspEciais / spEcial articlEs • La potencia atencional de la alegría Alicia Fernández ..................................................................................................................................3 • O grito da professora: do implícito ao explícito The teacher’s cry: from the implicit to the explicit Evelise Maria Labatut Portilho; Laura Monte Serrat Barbosa ........................................................12 artigos origiNais / origiNal articlEs • Relação entre a opinião dos pais e professores sobre transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC) e os resultados do exame motor em escolares de ensino público municipal Relation between the points of view of parents and teachers about the DCD with the results of motor tests in students from 1st to 4th grades of elementary school of public education Talita Regina Valle; Simone Aparecida Capellini ............................................................................23 • Caracterização do desempenho motor em escolares com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade Characterization of motor performance in students with attention deficit hyperactivity disorder Cintia Sicchieri Toniolo; Lara Cristina Antunes dos Santos; Maria Dalva Lourenceti; Niura Aparecida de Moura; Ribeiro Padula; Simone Aparecida Capellini ..............................................33 • Fracassos, representações e exclusões no processo de permanência na escola Learning failures, personal perceptions and exclusions in the process of school attendance Claudia Gomes; Vera Lucia Trevisan de Souza ...............................................................................41 • Compreensão, velocidade, fluência e precisão de leitura no segundo ano do ensino fundamental Reading comprehension, velocity, fluency and precision in the second grade of elementary school Renata Mousinho; Fernanda Mesquita; Josi Leal; Lia Pinheiro ....................................................48 • Inclusão escolar: há coesão nas expectativas de pais e professores? Inclusive education: parents and teachers perspectives Gilcineia Maria Silveira Cintra; Sonia das Dores Rodrigues; Sylvia Maria Ciasca ......................55 • O uso de instrumentos neuropsicológicos na avaliação de dificuldades de aprendizagem Use of neuropsychological tests for the assessment of learning disabilities Camila Rosa de Oliveira; Jaqueline de Carvalho Rodrigues; Rochele Paz Fonseca .....................65 • Prueba del dibujo de una persona para estimar la habilidad intelectual para en niños, adolescentes y adultos, DAP-IQ (Reynolds y Hickman, 2004) Draw-a-person intellectual ability test for children, adolescents and adults, DAP: IQ (Reynolds and Hickman, 2004) César Merino Soto; Luis Honores Mendoza; Walter García Ramírez ............................................77 sumário artigos dE rEVisÃo / rEViEw articlEs • Caracterizando e correlacionando dislexia do desenvolvimento e processamento auditivo Characterization and correlation of developmental dyslexia and auditory processing Monique Antunes de Souza Chelminski Barreto ............................................................................88 • Los programas de cualificación profesional inicial: una experiencia en un aula adaptativa The programs of initial professional qualification: an experience in an adaptative class Blanca Arteaga Martínez ..................................................................................................................98 • De la exclusión a la inclusión: una forma de entender y atender la diversidad cultural en las instituciones escolares From exclusion to inclusion: a way to understand and deal with cultural diversity in school institutions Mercedes García García; Diana García Corona; Chantal Biencinto López; Coral González Barberá .............................................................................................................................................108 poNto dE Vista / poiNt oF ViEw • Ensino inclusivo: aspectos relevantes Inclusive education: relevant aspects Fernanda Piovesan Dota; Denise Maria Alves Álvaro ..................................................................124 ENtrEVista / iNtErViEw • Reflexões sobre Bakthin e Vygotsky Reflections about Bakthin and Vygotsky Sílvia Regina Drudi .........................................................................................................................129 rEsENHa / rEViEw • Psicanálise e Educação: construção do vínculo e desenvolvimento do pensar Resenha: Nívea Maria de Carvalho Fabrício; Paula Virginia Viana Cantos ................................132 • Psicopedagogia dos fantoches: jogo de imaginar, construir e narrar Resenha: Janua Celi Rodrigues ......................................................................................................135 rElatÓrio dE gEstÃo rEFErENtE ao aNo dE 2008 .......................................................................................................... 145 coNgrEsso dE psicopEdagogia .............................................................................................................................147 Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 1-2 1 EDITORIAL A Revista Psicopedagogia, publicação científica da Associação Brasileira de Psicopedagogia, tem a honra de trazer aos seus leitores, no primeiro número deste novo volume, as mais recentes informações a respeito do VIII Congresso de Psicopedagogia, organizado pelo seu Conselho e Diretoria Executiva, com o respaldo acadêmico de quase trinta anos de estudos e publicações inter- nacionalmente reconhecidos, que confere a esse evento a credibilidade da comunidade científica, universitária e profissional. Esta edição, composta de trabalhos enviados de vários países, resultado da abrangênciae visibi- lidade que nossa Revista alcançou em sua trajetória, é aberta pela contribuição de Alicia Fernández, com “La potencia atencional de la alegria”, que discorre sobre a importância de transformar nosso modo de pensar como psicopedagogos, a partir do “desmontar” de antigas idéias, e que traz uma frase dessa autora que certamente se tornará emblemática: “Precisamos rescatar la alegría de hacer- se en psicopedagogia”. “O grito da professora: do implícito ao explícito” é assinado por Evelise L. Portilho e Laura Monte Serrat Barbosa. Neste artigo, as autoras tecem uma análise da dinâmica que ocorre no ambiente educativo, mais especificamente da sala de aula, por meio da observação das estratégias usadas e da identificação do estilo de ensinar. Contamos também neste número com a colaboração de Talita Regina Valle e Simone Aparecida Capellini, que nos apresentam sua recente pesquisa “Relação entre a opinião dos pais e profes- sores sobre transtorno do desenvolvimento da coordenação (TTDC) e os resultados do exame motor em escolares de ensino público municipal”, chegando a importantes conclusões para todos os profissionais da área da Educação, além de pais e familiares, da mesma forma que outra investi- gação: “Caracterização do desempenho motor em escolares com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade”. Esta última, enviada por Cintia Sicchieri Toniolo, Lara Cristina Antunes dos Santos, Maria Dalva Lourenceti, Niura Aparecida de Moura Ribeiro Padula e Simone Aparecida Capellini, é uma pesquisa na qual as autoras objetivaram caracterizar e comparar o desempenho motor de escolares com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ao desempenho de escolares com desenvolvimento neuropsicomotor normal e verificar a ocorrência de transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC) nos escolares com TDAH. Segue as estas pesquisas, o artigo “Fracassos, representações e exclusões no processo de perma- nência na escola”, de Claudia Gomes e Vera Lucia Trevisan de Souza, cujo objetivo maior baseou-se em explorar as representações compartilhadas pelos profissionais da educação quanto à situação de fracasso dos seus alunos. “Compreensão, velocidade, fluência e precisão de leitura no segundo ano do ensino funda- mental”, escrito por Renata Mousinho, Fernanda Mesquita, Josi Leal e Lia Pinheiro, é uma pesquisa onde são investigadas as correlações entre fluência, precisão, velocidade e compreensão de leitura no português do Brasil, em tais escolares e que constitui uma importante leitura para aqueles que trabalham com crianças dessa faixa etária. Em “Inclusão escolar: há coesão nas expectativas de pais e professores?”, Gilcinéia Maria Silveira Cintra, Sonia das Dores Rodrigues e Sylvia Maria Ciasca avaliam as expectativas de dife- rentes grupos envolvidos no processo de inclusão escolar, como professores, pais de alunos com necessidades educativas especiais (NEE) e pais de alunos cujos filhos estão matriculados em classes onde há crianças com NEE, nos comprovando a existência de divergências nas expectativas entre os indivíduos ouvidos. A Neuropsicologia, tão discutida e estudada na atualidade, relaciona-se a demais áreas afins, tanto da saúde quanto da educação, apesar da intersecção entre a Neuropsicologia e a Psicopedagogia Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 1-2 2 encontrar-se ainda incipiente no Brasil. No artigo “O uso de instrumentos neuropsicológicos na avaliação de dificuldades de aprendizagem”, Camila Rosa de Oliveira, Jaqueline de Carvalho Rodrigues e Rochele Paz Fonseca apontam os instrumentos neuropsicológicos que vêm sendo utili- zados na avaliação das dificuldades e aprendizagem (DA) e quais são as suas principais observações a respeito. “Prueba del dibujo de una persona para estimar la habilidad intelectual para en niños, adoles- centes y adultos, DAP-IQ” é a contribuição enviada do Peru por César Merino Soto, Luis Honores Mendoza e Walter García Ramírez, onde são analisadas de forma descritiva as propriedades e as aplicações práticas dessa conhecida prova. Uma outra contribuição muito bem-vinda, por se tratar de um assunto complexo e de amplo inte- resse, é o artigo de Monique Antunes de Souza Chelminski Barreto, “Caracterizando e correlacio- nando dislexia do desenvolvimento e processamento auditivo”, no qual a autora nos aponta meios de como o psicopedagogo pode utilizar suportes teóricos para alicerçar uma intervenção adequada nesse transtorno, antes mesmo dos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita. “Los programas de cualificación profesional inicial: una experiencia en un aula adaptativa”, da professora Blanca Arteaga Martínez, nos posiciona com relação ao estado atual das questões relacionadas à inclusão na Espanha. No artigo “De la exclusión a la inclusión: una forma de entender y atender la diversidad cultural en las instituciones escolares”, Mercedes García García, Diana García Corona, Chantal Biencinto López e Coral González Barberá nos mostram que a atenção à diversidade é um princípio básico dos sistemas educacionais atuais. O tema inclusão é também discutido no artigo “Ensino inclusivo: aspectos relevantes”, de autoria de Fernanda Piovesan Dota e Denise Maria Alves Álvaro, demonstrando a atualidade do tema, não só no meio acadêmico, mas também na política e na sociedade em geral. Encerram esta edição, a entrevista realizada por Silvia Drudi a Marcos Cesar Polifemi, “Reflexões sobre Bakthin e Vygotsky” e duas Resenhas, indicações excelentes de leitura. A primeira delas foi escrita por Nívea Mª de Carvalho Fabrício e Paula Viana Cantos, a respeito do livro de Margarida Dupas, “Psicanálise e Educação: construção do vínculo e desenvolvimento do pensar” e outra sobre o livro “Psicopedagogia dos fantoches: jogo de imaginar, construir e narrar” de autoria de Dilaina Santos, resenhado por Janua Celi Rodrigues. Desejamos que esta edição seja uma fonte de boa leitura aos nossos leitores, assim como esperamos encontrar a todos em julho próximo no VIII Congresso de Psicopedagogia da ABPp “Psicopedagogia: entre a Ciência e a Experiência - Diagnóstico, Intervenção e Produção Científica”, cujas informa- ções para sua participação fazem parte desta edição. Maria Irene Maluf Editora LA POTENCIA ATENCIONAL DE LA ALEGRÍA Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 33333 ARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIAL RESUMEN – Precisamos rescatar la alegría de hacer-se en psicopedagogía. Antes de buscar nuevas respuestas para viejas preguntas, propongo formular nuevas preguntas. Desmontar lo establecido y transformar nuestro modo de pensar como psicopedagogos. Necesitamos dar atención a las “capacidades” para entender los “déficits”, para generar espacios de autoría y así dar lugar a la potencia atencional de la alegría. Ante el arsenal de propuestas engañosas dirigidas a convencer sobre los diferentes métodos empleados para superar los “déficits atencionales”, basados en falsas teorías y aún contrarias a los saberes de educadores, psicólogos y psicopedagogos, propongo aquí algunas cuestiones sobre los conceptos de “modalidades atencionales” y de “capacidad atencional”. Capacidad que se imbrica con el jugar y se estructura en la pulsión epistemofílica. Es pulsión de vida. Se construye. Se aprende. El aprender bebe en su fuente y la nutre. Las enseñanzas de Donald Winnicott, quien asocia el jugar con la “capacidad para estar a solas en presencia de otro disponible” (“capacity to be alone”) y la “capacidad de interesarse por el otro” (“capacity for concern”), nos sirven de soporte. PALABRAS-CLAVE: Atención. Nivel de alerta. Emociones. Aprendizaje. Alicia Fernández - Psicopedagoga egresada de la Facultad de Psicopedagogía de la Universidad del Salvador, Buenos Aires, Argentina. Autora de numerosos artículos de la especialidad. Directorada EpsiBA – Escuela Psicopedagógica de Buenos Aires. Correspondência Alicia Fernández EpsiBA - Escuela Psicopedagógica de Buenos Aires Carhué 436 (CP 1408) – Ciudad de Buenos Aires, Argentina E-mail: aliciafernandezpsicopedagoga@gmail.com LA POTENCIA ATENCIONAL DE LA ALEGRÍA1 Alicia Fernández 1 Fragmentos inéditos del libro “La atencionalidad atrapada”, de próxima publicación. FERNÁNDEZ A Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 44444 EL QUEHACER PSICOPEDAGÓGICO Para pensar algo nuevo, precisamos pensar de modo nuevo y por lo tanto atender no solo a nuevas cuestiones, sino principalmente estar dispuestos a flexibilizar, transformar nuestras propias modalidades de aprendizaje, así como las personales modalidades atencionales. Toda actividad teórico/científica, requiere de fuerza vital, que es vital por poseer, como todo lo vivo para mantener la vida, la propiedad de transformarse. Hacer psicopedagogía nos permite, pero también nos obliga a hacer por nosotros, lo que podemos hacer por otros. Digo con especial énfasis que nos obliga, nos exige a hacer por nosotros aquello que podemos hacer por otros, señalando así un aspecto fundamental del quehacer – y por lo tanto de la teorización – psicopedagógica. Esta es una característica de toda actividad terapéutica o educativa que no puede soslayarse: el modo de pensar – más allá de los contenidos pensados –, las modalidades de aprendizaje – más allá de la cuestión tratada –, así como las modalidades atencionales del profesional, participan directamente facilitando u obstaculizando su tarea sea cual fuere ésta. En cuanto a la psicopedagogía, debo señalar dos aspectos interrelacionados: a) el principal instrumento con que trabajamos no es algo ajeno a nosotros, es nuestra escucha, nuestra mirada, nuestra capacidad de jugar… Es decir, somos nosotros mismos; b) El producto esperado de nuestro trabajo coincide con las modalidades requeridas para ejecutarlo. La tarea psicopedagógica, aquello que singulariza lo que aportamos a otros, podría resumirse así: posibilitar espacios de autoría de pensamiento, para lo que se requiere flexibilizar las modalidades de aprendizaje así como las modalidades atencionales. Los espacios de autorías, son espacios subjetivo/objetivos que se producen en la interrelación con otros, permitiendo a cada sujeto reconocerse pensante y así responsabilizarse por la eficacia de su pensar. Es sólo en el terreno de autorías gestado entre el psicopedagogo y sus atendidos (sean estos adultos o niños, profesores o alumnos, padres o hijos) que se podrán promover aprendizajes saludables, así como la deconstrucción de los síntomas o inhibiciones que puedan perturbarlos. Otros profesionales, pueden alcanzar sus objetivos o desarrollar sus proyectos, sin requerir un trabajo similar para sí mismos. Así por ejemplo, un arquitecto puede diseñar bellísimas residencias para otros, y él habitar una casa incómoda y deteriorada. Por el contrario, un psicopedagogo no puede producir para otro lo que no produce para sí, pues las “residencias” que el psicopedagogo debe propiciar son los espacios habilitantes de la autoría de pensar, en los que se pongan en juego los saberes propios y el saber (a veces oculto) de sus atendidos. Son espacios subjetivo/objetivos, en los que pueda desarrollarse y experienciarse la genuina alegría de la autoría. La alegría de sentirse partícipe, gestor de los movimientos de transformación de sí mismo y del entorno. Esos espacios, forman parte de lo más propio que cada ser va constituyendo, son espacios “entre”. Espacios intersubjetivos. Es imprescindible, por lo tanto, colocar en cuestión nuestros modos de pensar, así como analizar las modalidades de enseñanza y aprendizaje que imperan en los profesionales de nuestra propia disciplina. MODALIDADES ATENCIONALES La tarea psicopedagógica supone atender/ cuidar a otros humanos. Hoy se impone, más que nunca, además de atender al modo como nosotros atendemos, analizar especialmente cómo nuestros atendidos atienden, para lo cual precisamos entender qué es y cómo se desarrolla la capacidad atencional en su relación con las autorías de pensar. Sólo desde allí podremos pensar modos de inter-vir, que no se transformen en inter-ferir. Propongo, por lo tanto, la necesidad de estudiar lo que estoy llamando “modalidades atencionales”, que paralelamente a las modalidades de aprendizaje – cuestión que he desarrollado ampliamente en mis anteriores libros1 – se van construyendo a lo largo de la vida LA POTENCIA ATENCIONAL DE LA ALEGRÍA Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 55555 de cada individuo. Las modalidades atencionales singulares se conforman en correspondencia con los modos atencionales propuestos y/o impuestos por la sociedad. El contexto tele-tecno-mediático actual impone en forma vertiginosa transformaciones que forman nuevas escrituras, y modifican los modos de representación de la realidad en concomitancia a las modalidades atencionales singulares a cada sujeto. Sabemos que la percepción no es un hecho meramente biológico sino una construcción, por lo que está anclada en la historia y en el particular contexto social. La psicoanalista argentina María Lucila Pelento nos dice que: “La fragmentación que los medios de comunicación introducen, establece al mismo tiempo un control muy estricto sobre la percepción, cambiando su modalidad y desarticulando el pensamiento y el discurso”2. Partimos de considerar que la capacidad atencional se construye y, que por lo tanto, tal construcción, es solidaria de los modos de subjetivación y en consecuencia, de los modos atencionales, propios de cada época. Los tiempos telemáticos actuales, los mundos virtuales, Internet con su globalización, la informática en general, los videogames, la televisión forman nuevas escrituras e “inscrituras” que modifican nuestros modos de representación. La psicopedagogía, al tratar los aspectos subjetivantes del aprendizaje, precisa intervenir con su mirada específica en el análisis de estas nuevas escrituras y su incidencia, no sólo en la transformación de la representación de tiempo y espacio, sino también en la mudanza de las modalidades atencionales. Podemos observar cómo actualmente estudian los adolescentes que aprenden. Simultáneamente leen, escriben, escuchan radio, ríen, se cuentan cosas, hablan por teléfono, toman mate y hasta preparan una torta. Nada parecido al modelo de atención unidireccional; además, esos adolescentes que aprenden son los mismos que están atentos al mundo, sufren con las guerras y los problemas económicos, cuestionan, critican y hasta están atentos a los avatares del último capitulo de la serie televisiva. El contexto es texto desde el cual se atiende. La atención que hoy nos demanda el aprendizaje constante de estar vivo, está próxima a lo que Freud llamó “atención flotante”. En los “Consejos al médico sobre el tratamiento psicoanalítico”, Freud propone “una técnica muy simple. Desautoriza todo recurso auxiliar, aun el de tomar apuntes […] según luego vemos, y consiste meramente en no querer fijarse en nada en particular y en prestar a todo cuanto uno escucha la misma ‘atención libremente flotante’ [...] La regla [...] se puede formular así: ‘Uno debe alejar cualquier injerencia consciente sobre su capacidad de fijarse, y abandonarse a sus ‘memorias inconscientes’...”3. Atender simultáneamente a varias situaciones. Antes, atención era concentración. Hoy, atención se acerca a descentración, a dispersión creativa, a reconocerse autor, a confiar en las posibilidades de crear lo que ya está allí, más cerca de jugar que del trabajo alienado, como diría Winnicott. Cuando el trabajo es mecánico, no se necesita prestar demasiada atención. Un niño “por no prestar atención” escribió “cabió” en lugar de “cupo”, el maestro le ordena escribir cienveces “no se dice cabió sino cupo”, el niño realiza la tarea escolar con la mayor atención, dedicación y prolijidad, y al entregarla a su maestro éste pregunta “¿por qué escribiste 99 veces no se dice cabió sino cupo y no cien como te mandé?” Y el niño tímidamente responde: “perdón maestro, es que no me cabió en la hoja”. En síntesis: 1. Los modos de representación del tiempo y espacio, cambiaron en la actualidad gracias a la telemática4 imponiendo una miniaturización y vertiginosidad, que exigen la atención abierta a la simultaneidad. 2. La estética del video clip, según la denominación de Jorge Gonçalves da Cruz, también introduce una atención volátil. 3. Las exigencias del mercado de trabajo han impuesto lo que se llama “fenimininización del trabajo”. Cada vez menos se dispone de FERNÁNDEZ A Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 66666 una sola fuente laboral. Quienes tienen trabajo cada vez trabajan más en fragmentos ocupacionales diversos y simultáneos, lo cual exige también un tipo de atención “dispersable”. Parecida a la que la mujer, ama de casa, madre y trabajadora está acostumbrada, atender al hijo, el teléfono, la comida, los quehaceres, la televisión y simultáneamente preparar la clase que debe dar al día siguiente. Se requiere ir entretejiendo al concepto de autoría de pensamiento, cuestiones que hacen al jugar, a la alegría, a la agresividad saludable, a los necesarios espacios de silencio, diferenciándolos de los silenciamientos para relacionar todos ellos con la capacidad atencional y las nuevas modalidades atencionales. Podremos, profundizando lo expresado anteriormente, realizar un aporte significativo ante la inquietante proliferación de posturas que no sólo psicopatologizan y medicalizan los malestares psíquicos y sociales, sino que también consideran sospechosa y hasta peligrosa a la propia emergencia de la alegría y el jugar, desvitalizando así a la autoría de pensar. Cuando se trata de niños y del aprendizaje, tal tendencia encuentra fáciles adeptos y hasta propulsores en ciertos adultos – especialistas psicólogos, psicopedagogos, médicos, maestros y padres- aprisionados por la lógica de la competitividad, la eficiencia (que mata a la eficacia)5 y el cumplimiento inmediato de un fin exitoso sin atender a los medios para lograrlo. El aprendizaje pierde así su carácter subjetivante – fin en sí mismo- para transformarse en un triste medio para obtener un resultado exigido por el otro. MITOS Y CREENCIAS DIFUNDIDOS Las ideas que en el imaginario social se van imponiendo para explicar los motivos por los que un alumno fracasa en la escuela, han cambiado velozmente de signo en las últimas dos décadas, al compás de los cambios en los modos de subjetivación/desubjetivación imperantes. Se sustituyó el supuesto: “no aprende porque es inmaduro o por falta de inteligencia”, por el supuesto “no aprende porque es desatento y/o hiperactivo”. Niños y jóvenes llegan a la consulta ya casi “diagnosticados” y a veces, hasta casi medicados por la familia, la escuela y los medios. Hoy muchos consultantes esgrimen certezas explicativas, provistas por los medios, que los colocan en la posición de exigir una rápida solución, sin darse el tiempo para pensar en sí mismos, ni en la situación que origina su malestar. Que la creencia en que el déficit atencional y la hiperactividad, causen el no aprender se haya impuesto sobre la otra falacia anterior, que encontraba su origen en el déficit intelectual, merece un detenido análisis, pues tales creencias no sólo intervienen en el modo en que se realizan los diagnósticos, sino que también son construidas y constructoras de los modos de subjetivación imperantes. Los supuestos y prácticas que acompañan a una y otra creencia no son homologables. Si bien ambos supuestos, coinciden en colocar el problema en el niño o el adolescente, sin cuestionar al sistema socio-educativo, ni a los modos pedagógicos y psiquiátricos de evaluar, el impacto sobre la subjetividad del sujeto en cuestión, de sus padres y maestros es diferente en una y otra circunstancia. Cuando la probable “falta de inteligencia” era lo más aducido como posible causa del fracaso del alumno, sus maestros solían utilizar frases como: “¿será inmaduro o tendrá un déficit intelectual?”, “no aprende y no sé cómo hacer para que aprenda”. ¿Qué le sucede a éste niño? ¿Cuál es su diagnóstico? También en los padres del niño se hacía presente la inquietud acerca de la posible “inmadurez o poca inteligencia” del hijo y la preocupación por el “no aprender”. Muchas veces pedían directamente en los motivos de la consulta, un diagnóstico de inteligencia. La cuestión de la desatención o la hiperactividad sólo era mencionada por ellos pocas veces y a posteriori. Su preocupación era “que estudie”, “que lea”, “que aprenda”. Actualmente la situación se ha invertido: el pedido viene determinado por la falta de atención LA POTENCIA ATENCIONAL DE LA ALEGRÍA Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 77777 y la hiperactividad. La cuestión del aprendizaje queda postergada y a veces no es ni siquiera nombrada, ni por los derivantes ni por los consultantes y a veces lamentablemente también es olvidada por el psicólogo, el psicopedagogo o el médico tratante. Escuchamos asiduamente en los motivos de consulta: “no presta tención”, “no se queda quieto ni un momento”, “es hiperactivo”, “la maestra dice que tiene ADD”, “al hijo de mi amiga le recetaron un remedio que le hace bien”. Tales descripciones/definiciones por parte de maestros y padres, influenciados por la difusión mediática, al desenfocar la atención de los mismos desde el aprender y el placer de enseñar al prestar atención, están pisoteando el deseo genuino de aprender. Hoy el objetivo explicitado mayoritariamente se sitúa en el rendimiento y principalmente en la rapidez en alcanzar un resultado. Poco se trata entonces del pensar, de la reflexión, del jugar y menos aún de la alegría. La psicoanalista argentina, Silvia Bleichmar, ya en 1999, a propósito de la sobreabundancia de diagnósticos de ADD y ADHD, decía que: “Una vez que un enunciado cobra carácter público y se asienta, en un momento histórico, como ideología compartida, es raro que alguien se pregunte por su cientificidad e intente poner a prueba sus formulaciones de origen”6. En poco más de 20 años el “ametrallamiento” practicado por los sectores de poder globalizado ha alcanzado al interior de las prácticas psicológicas, pedagógicas y psicopedagógicas, intentando destituirlas de los saberes adquiridos y de la capacidad de cuestionamiento sobre su propio quehacer. Cuando dos décadas atrás publiqué el libro La inteligencia atrapada, la industria farmacéutica no había penetrado en las escuelas del modo en que lo hizo hoy y los efectos devastadores del “neoliberalismo capitalista” no colonizaban las mentes de tantos profesionales como en la actualidad, por lo que no me urgía denunciar la medicalización del malestar. Además, el pretendido carácter orgánico y hereditario de la inteligencia ya estaba suficientemente cuestionado desde la epistemología genética, el psicoanálisis, la sociología de la educación y la psicopedagogía. Apoyándome en esos saberes, que contextúan a la inteligencia humana en un sujeto inserto en un medio familiar y social, pude explicar los posibles y diferentes “atrapes” a la misma. A partir de esos sustentos teóricos y clínicos conseguí proponer otros modos de “diagnosticar” la capacidad intelectual como un aspecto de la capacidad de aprender. Propusimos entonces una modalidad diagnóstica muy diferente a la propuesta por quienes pretendían hacerlo a través de “cocientes intelectuales” (CI) y “percentiles”. Acerca de la actividad intelectual estaban desde entonces, suficientemente estudiadas una serie de cuestiones: que la inteligencia se construye; quetal construcción nace y crece en la intersubjetividad-por lo que no puede explicarse desde lo neurológico-y que los medios enseñantes (familiares, educativos y sociales) participan favoreciendo o perturbando la capacidad para pensar. Es decir, para cuestionar los modos instituidos de pensar la inteligencia, contábamos desde entonces con teorías que durante el siglo XX venían rebatiendo las ideas de épocas anteriores que la consideraban una función orgánica. La situación varía cuando se trata de analizar la actividad atencional. Carecemos de estudios serios y específicos acerca de la capacidad atencional que puedan utilizarse para pensar, y por lo tanto para escuchar y atender la singularidad de cada sujeto humano que nos consulta, por una problemática que afecte a la misma. Los diagnósticos de “déficit atencional” se realizan sobre supuestos (no explícitos) que desconocen los avances producidos en el siglo XX en relación con el estudio de la subjetividad humana y la inteligencia. Así, actualmente – de modo semejante a lo determinado por la psicología experimental del siglo XIX –, el supuesto que subyace a los diagnósticos de déficit atencional, entiende a la atención como una función neuropsicológica, caracterizada por FERNÁNDEZ A Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 88888 focalizar con continuidad en el tiempo, ciertos estímulos “privilegiados”, neutralizando los estímulos “secundarios”, que perturban la focalización. Tal concepción de la atención, estaba al servicio de modelo de la producción fabril de la llamada sociedad industrial: que el obrero en una fábrica rinda mucho, y piense poco para no distraerse. Modelo que se trasladó a los alumnos de quienes se supone que estarían en posición de recibir conocimientos sin distraerse con preguntas, asociaciones, recuerdos, analogías o reflexiones “impertinentes”. Se trataba – tal como apuntaba Foucault – de domesticar los cuerpos para ponerlos al servicio de el rendimiento que se les demandase. La producción en serie con su “cinta transportadora”7 deja al operario sin desplazamiento corporal y con todas sus energías dedicadas a la máquina que opera y a los “tornillos” que coloca. También en las escuelas, la inmovilidad de los niños, prisioneros en sus pupitres pretendía que sus energías estuviesen dirigidas a registrar y a atender lo que se les pide. En ninguna época, los niños que aprendían lo hacían respondiendo al supuesto de la atención como focalización hacia un estímulo externo. Por el contrario, quienes aprendían lo hacían porque podían soñar, imaginarse, recordar, es decir, distraerse y por lo tanto pensar. Pero hoy seguir manteniendo ese mito, se hace aún más absurdo, ya que por un lado las nuevas tecnologías, así como los nuevos modos de producción y de trabajo exigen y promueven modos atencionales cada vez más alejados del ideal de “concentración”. Por lo que creo que podríamos hablar de diversos modos de atención atrapada, creando dificultades en el aprendizaje y la enseñanza. Capacidad atencional atrapada, entre otras cosas por las exigencias del mercado, el ideal del consumo y la ética de la velocidad y el éxito. Para analizar la atencionalidad atrapada diferenciándola de la desatención reactiva (y a ambas, de los pocos casos de daño neurológico que comprometen a la atención), hoy nos urge trabajar y estudiar la atencionalidad como una capacidad, así como a la actividad/agresividad lúdica como espacio subjetivo/objetivo donde la llamada hiperactividad no es necesaria. CAPACIDAD ATENCIONAL Pretendo estudiar la atención como un trabajo psíquico (inconsciente-preconciente-conciente) inherente al acto de pensar y aprender. Deseo, por lo tanto, no sólo denunciar los abusos que se cometen contra millones de niños y adolescentes medicados para aquietarlos y acallarlos en pos de que no inquieten a adultos atentos al mercado y al imperativo del éxito, sino principalmente, colocar la necesidad psicopedagógica de estudiar la atencionalidad como una capacidad. La actividad atencional permite dejar en suspenso por unos instantes ciertas demandas internas (sensaciones corporales, dolor físico o psíquico) y otras tantas externas, para situarse en una zona intermedia de creación. Ese espacio transicional de creación es constituido y constituyente de otras capacidades estudiadas e interrelacionadas por Donald Winnicott, quien las llamó: “capacidad para estar a solas en presencia de otro disponible” (“capacity to be alone”) y “capacidad para interesarse por el otro” (“capacity for concern”). Nutrientes ambas del espacio del jugar y crear, al cual Winnicott se refirió como “espacio de confianza”. Destacamos seis conceptos: jugar, confianza, creatividad, otro disponible, intimidad; pues precisamos poner a trabajar los sentidos que ellos convocan para entender las cuestiones de la atencionalidad. Donald Winnicott (1958) nos alerta sobre la abundancia de escritos acerca del miedo a estar solo y el sentimiento de soledad, frente a la escasez de desarrollos sobre la “capacidad de estar a solas”, como una capacidad lúdica y creativa que se construye en la relación con el otro. Con otro al que se pueda recurrir, pero que no esté dirigiendo su atención direccionada y focalizada a que hagamos o digamos algo, o incluso a que juguemos a algo: “un otro disponible”. La madurez y capacidad para estar a solas, para gestar el necesario espacio de LA POTENCIA ATENCIONAL DE LA ALEGRÍA Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 99999 intimidad, implica que el individuo ha tenido la posibilidad de establecer la creencia en un ambiente benigno y confiable. A su vez, Winnicott nos habla de la “capacidad para interesarse por el otro”: la preocupación por el otro se refiere a que al individuo le interesa, le importa, siente y acepta su responsabilidad. Esta capacidad es el sustento de todo jugar y trabajo constructivo, así como de la posibilidad de pensar y atender. En el movimiento entre la distracción y la atención, se sitúa el aprender. Es en las grietas que la distracción produce en la atención, donde nuestra singularidad se encuentra para producir sentidos. Es decir, donde se abre la alegría de la autoría. La tensión constante, continua y persistente entre distracción y atención es el lugar psíquico donde pueden sustentarse los espacios de enseñanza-aprendizaje. Esa tensión es también entre la alegría y la tristeza, que siendo diferentes, tienen como únicos oponentes: el tedio, descontento, apatía (desatención reactiva). Así lo dicen -sin proponérselo- los jóvenes sudamericanos cuando utilizan como muletilla la palabra “nada” o los portugueses al usar repetidamente la muletilla: “secó”. Producimos lágrimas tanto cuando estamos tristes, como cuando estamos alegres. Sólo la indiferencia nos “seca”, nos hace una “nada”, nos “nadifica”, nos torna “desatentos”, sin capacidad de con- movernos. Quien no puede producir lágrimas de tristeza o de indignación ante el dolor o la injusticia que sufre el ajeno, no podrá crear lágrimas de alegría por la propia autoría. POTENCIA ATENCIONAL DE LA ALEGRÍA Una de las fuentes donde se nutre la autoría, es la alegría, que viene de la mano de la “capacidad para sorprenderse” buscando y encontrando la alegría de las diferencias dentro y fuera de nosotros. Alegría por el encuentro con la diversidad, capacidad de sorpresa y espontaneidad son ingredientes de la capacidad atencional y conforman la energía imprescindible para que la agresividad saludable, creativa y necesaria al proceso de pensar, no se transforme en violencia contra sí mismo o contra el entorno. Desde hace más de diez años, veíamos en E.Psi.B.A.8, la necesidad de ir rescatando el valor de la alegría, como el camino que nos permitiría resistir al avance de los modos de subjetivación que la globalización de las leyes del mercado con su ética del éxito,iban imponiendo. En esos contextos, el psicoanalista Jorge Gonçalves da Cruz, decía: “El ideal de rapidez como sinónimo de éxito se infiltra de diversos modos en la modulación de las demandas que recibimos en la clínica, tanto cuanto en los espacios pedagógicos… ir rápido aunque no se sepa adónde ni escapando de qué, crear ‘air bags’ que se accionen por sí mismos, al momento de estrellarnos contra algún muro hacia el que insistimos en avanzar acelereando…” Y el mismo autor también nos decía que: “La alegría está mas cerca de la caricia, de unos dedos, unos labios, que caminan por un cuerpo… más cerca aún si las manos dibujan esa caricia sin tocar su objeto, y sin alejarse más que unos pocos milímetros… Talvez, la alegría se aloja en la mínima distancia entre aquella mano y ese cuerpo…como cuando se tiran piedritas al agua…”9. A la autoría de pensar – trabajo y objeto de nuestro hacer psicopedagógico –, nadie puede expropiárnosla si nosotros no nos autoexpropiamos de la misma. Y este trabajo, es un trabajo en y de alegría. La alegría no es algo “light”, no es alegrismo. Precisamos rescatar a la alegría de la banalización. El bufón aparece en las cortes de los reyes, para acallar a los juglares del pueblo. El bufón banaliza, ridiculiza y obtura la reflexión que la alegría que el juglar promueve, aún para cantar y poetizar el dolor. Los mecanismos de banalización están hoy más extendidos y son más hirientes que la propia represión. No es casual que el síntoma de nuestra época esté compuesto por depresión, desatención y soledad, así como en siglos pasados la histeria y en cierto modo la llamada dislexia eran el efecto FERNÁNDEZ A Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 1010101010 que velaba y revelaba las formas de subjetivación imperantes. Hoy estamos sometidos a la banalización, la fragmentación, el exceso y el tedio que adormecen a la alegría. Alegría y autoría se nutren mutuamente. Ambas se producen en el espacio intersubjetivo. Diferenciamos a la alegría del estar contento y a la autoría de la tan mentada autoestima. Se puede estar en alegría, y sin embargo no estar contento, ni satisfecho, ni ser complaciente consigo mismo. Por el contrario, la alegría pulsa, inquieta, convoca a compartir con otros. Precisamos promover, la “hétero estima”. La alegría como la autoría, nutren y son nutridas por la héteroestima más que por la autoestima. Estoy colocando el término héteroestima, propuesto por Jorge Gonçalves da Cruz, para recordarnos que sólo a través de estimar al otro, podremos estimarnos. El estar contento, como la autoestima, son resultados o modos de estar, que de por sí, no generan ni promueven cambios, se satisfacen a sí mismos. La alegría deja siempre un plus de indeter- minación. Cuando se pierde la empatía y la “compren- sión erótica del otro”, el desánimo, la queja, el tedio nos adormecen y la fuerza de la pulsión epistemofílica, decaen. Franco Berardi, filósofo italiano, dice que “la felicidad es subversiva”. Coincido con él pero entiendo que lo subversivo más que la felicidad es la alegría. El tedio y la indiferencia, que son sus opuestos, llevan a la deserotización de la vida cotidiana, siendo que como Berardi explica: “La deserotización es el peor desastre que la humanidad pueda conocer, porque el fundamento de la ética no está en las normas universales de la razón práctica, sino en la percepción del cuerpo del otro como continuación sensible de mi cuerpo. Aquello que los budistas llaman la gran compasión, esto es: la conciencia del hecho de que tu placer es mi placer y que tu sufrimiento es mi sufrimiento. La empatía. Si nosotros perdemos esta percepción, la humanidad está terminada; la guerra y la violencia entran en cada espacio de nuestra existencia y la piedad desaparece. Justamente esto es lo que leemos cada día en los diarios: la piedad está muerta porque no somos capaces de empatía, es decir, de una comprensión erótica del otro”10. Por el contrario, la alegría es la fuerza que nos acerca a la potencia creativa, indiscreta, incisiva del niño y de la niña, que a veces se extravía en los vericuetos solemnes del éxito adulto. Es a partir de estas consideraciones, que nos preocupa, más que la llamada hiperactividad de los niños, la hipoactividad pensante, lúdica y creativa. Es esta hipoactividad un terreno fértil para el aburrimiento, una de cuyas expresiones puede manifestarse como “falta de atención”, desinterés y apatía. Necesitamos reflexionar estas cuestiones para hacer un viraje en nuestros modos de pensar. Hoy se hace imprescindible y creo que se ha transformado en una cuestión ética del psicopedagogo, abrir el espacio de pregunta acerca de qué se dice cuando se dice que un niño “no presta atención” y qué se dice cuando se dice que un niño es hiperactivo. ¿Qué efecto va a tener sobre los padres del niño tal descripción del maestro? ¿Qué encadenamiento de circunstancias va a suscitar? ¿Cómo va a entrar esa queja dentro del mercado consumista?, ¿va a ayudar a pensar o estará el maestro sin saberlo, aportando un niño más a la medicalización? ¿Qué esperan los padres de sus hijos? ¿Qué atención falta? Excluida del espacio de aprendizaje, segregada, “secretada”, queda en secreto aún la posibilidad de pensar y promover otros tipos de actividad y atención más acordes con los aprendizajes que este milenio ya nos está proponiendo. Aprendemos de quien investimos del carácter de enseñante. Aprendemos cuando podemos confiar (en los otros, en nosotros y en el espacio). Aprendemos con quien nos escucha. Aprendemos si nos escuchamos. Aprendemos cuando el enseñante nos reconoce, nos atiende pensantes. Quienes hoy aprenden con el valor subjetivante que tiene el aprendizaje no LA POTENCIA ATENCIONAL DE LA ALEGRÍA Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 3-11 1111111111 necesitan olvidarse del sufrimiento propio y ajeno “para dedicarse al placer de estudiar”. Sólo se pueden cerrar los ojos para afuera, cuando también se los cierra para adentro. La creatividad surge del contacto y elaboración de la angustia, nutrida por la energía de la alegría de la autoría. Hoy más que nunca los lazos de solidaridad, la presencia del grupo, del equipo de trabajo, del amigo permiten nutrir la necesidad de permanencia que acompaña al cambio. Ante el avance de la tecnología hoy más que nunca se hace necesaria la presencia de la poesía que alimenta la autoría. REFERÊNCIAS 1. Fernández A. “La inteligencia atrapada”. Buenos Aires:Nueva Visión;1987. (A inteligência aprisionada. Porto Alegre:Artes Médicas;1990.; La sexualidad atrapada de la señorita maestra. Buenos Aires:Nueva Visión;1992.; A mulher escondida na professora. Porto Alegre:Artes Médicas;1994.; Poner en juego el saber. Buenos Aires:Nueva Visión;2000. O saber em jogo. Porto Alegre:Artmed;2001.; Los idiomas del aprendiente. Buenos Aires:Nueva Visión;2000. Os idiomas do aprendiente. Porto Alegre:Artmed;2001.; Psicopedagogía en psicodrama. Buenos Aires:Nueva Visión;2000; Psicopedagogia em psicodrama. Río de Janeiro:Vozes;2001.). 2. Pelento ML. Tipos de subjetividad. Individual y social: los tatuajes como marca. Revista E.Psi.B.A. 1998;6. 3. Freud S. Consejos al médico sobre el tratamiento psicoanalítico, O.C., Tomo XII, Amorrortu;1979. 4. Esta temática es abordada en la Revista E.Psi.B.A. 1998;6. 5. Gonçalves da Cruz J. El vacío, ausencia de estupidez en la inteligencia artificial. Revista E.Psi.B.A. 1998;6. 6. Bleichmar S. La subjetividad en riesgo. Topia Editorial;2005, p.48. 7. Gonçalves da Cruz MS. El potencial transformador de la desatención. Revista E.Psi.B.A. 2006;12. 8. E.Psi.B.A: Espacio Psicopedagógico Brasileiro Argentino. 9. Gonçalves da Cruz J. Ir tirando piedritas al agua. Revista E.Psi.B.A. 1997;3. 10. Diario Página 12, Buenos Aires, Lunes 12 de noviembre de 2007. Trabalho realizadono EpsiBA - Escuela Psicopedagógica de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina. Artigo recebido: 5/2/2009 Aprovado: 24/2/2009 PORTILHO EML & BARBOSA LMS Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 12-22 1212121212 ARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIALARTIGO ESPECIAL RESUMO - Neste trabalho, faz-se um recorte da pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente, que foi realizada numa Rede Municipal de Ensino do Estado do Paraná, nas turmas da 1ª etapa do 1º ciclo do Ensino Fundamental. O objetivo do presente estudo é entender o que se encontra implícito na dinâmica e na temática do ambiente educativo, mais especificamente da sala de aula. Buscou-se observar as estratégias utilizadas pela professora, a conduta dos alunos diante dessas estratégias e a identificação do estilo de ensinar. A tendência tradicional, presente nas estratégias e no estilo de ensinar da grande maioria das professoras, parece não ser uma escolha, e sim falta de oportunidade de fazer reflexões sobre a prática educativa e de praticar as conclusões de tais reflexões. Mais do que realizar uma crítica às inadequações observadas, a intenção é de compreendê- las como um pedido de ajuda da professora. UNITERMOS: Aprendizagem. Modelos educacionais. Ensino. Comportamento. Evelise Maria Labatut Portilho – Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia, Mestre e Doutora em Educação, Profa. do Curso de Pedagogia e do Mestrado em Educação da PUCPR, Coordenadora da Pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente, Coordenadora do Curso de Especialização em Psicopedagogia da PUCPR. Laura Monte Serrat Barbosa – Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia, Mestre em Educação, Psicopedagoga na Síntese – Centro de Estudos, Aperfeiçoamento e Desenvolvimento da Aprendizagem, Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente. Correspondência Evelise Maria Labatut Portilho Rua Imaculada Conceição, 1155 – Prado Velho – Curitiba, PR – CEP 80215-901 E-mail: evelisep@onda.com.br Laura Monte Serrat Barbosa Av. Agostinho Leão Junior, 37 – Alto da Glória – Curitiba, PR – CEP 80030-110 E-mail: lauraserrat@bol.com.br O GRITO DA PROFESSORA: DO IMPLÍCITO AO EXPLÍCITO Evelise Maria Labatut Portilho; Laura Monte Serrat Barbosa O GRITO DA PROFESSORA: DO IMPLÍCITO AO EXPLÍCITO Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 12-22 1313131313 O INÍCIO DA REFLEXÃO Em um espaço de formação continuada de professores, numa escola municipal, uma pedagoga manifesta-se à professora convidada pelo grupo, dizendo: “Já sabemos tudo o que você vai dizer e, por isso, queremos saber a que horas vamos embora”. Nessa fala, a pedagoga tornou emergente toda angústia latente de um grupo de educadores, que está sentindo-se impotente, amedrontado e incompetente diante dos desafios decorrentes de um mundo diferente e, consequentemente, de uma escola que necessita, urgentemente, modificar-se para atender seus fins educativos. Entendemos esse emergente como um ‘grito da professora’, como tantos outros que nos levaram a desenvolver a pesquisa realizada com alunos, professoras e o ambiente educativo de uma Rede Municipal de Ensino. A HISTÓRIA DA PESQUISA A pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente teve sua origem no encontro de um grupo de pesquisadores advindos de diferentes instituições educacionais, com o objetivo de compreender o processo de aprendizagem de quem ensina e de quem aprende. Para que o grupo conseguisse realizar sua intenção, foi necessário focar a pesquisa na 1ª etapa do 1º ciclo do Ensino Fundamental, uma vez que o momento foi considerado crucial para a apropriação da linguagem oral e da escrita como instrumentos de aprendizagem para inserção social, pessoal e cidadã do aprendiz. Além da escolha da população e do objeto de estudo, a equipe de profissionais constituiu-se, também, como um grupo de estudos, buscando a fundamentação necessária para construção de uma linguagem comum. Nesse estudo, os pesquisadores consideraram os protagonistas do processo de aprender e ensinar como sujeitos inteiros, mas compostos pelas dimensões do pensamento, do sentimento, da ação e da interação. Na dimensão do pensamento, impõe-se o desenvolvimento de uma tomada de consciência da modalidade de aprendizagem desses protagonistas. A partir desse movimento, é possível conhecer-se e fazer-se, regulando habilidades, estratégias e estilos para aprender. Na dimensão do sentir, destaca-se o papel dos vínculos afetivos com as situações de aprendizagem, o que possibilita a organização de estruturas e representações cognitivas capazes de viabilizarem práticas reflexivas que têm como resultado a aprendizagem significativa. Segundo Portilho et al.1, na dimensão do agir e do interagir considera-se que aprender e ensinar só tem sentido se for para instru- mentalizar, tanto o aprendiz como o ensinante, a conhecerem-se mais profundamente, inserindo- se na construção de uma sociedade mais crítica e voltada às questões da humanidade e da humanização. Nessa instrumentalização, deve ser considerado o ambiente tanto na sua constituição física, quanto na sua dinâmica, como elemento interveniente na aprendizagem. Por que protagonistas do processo de aprender e ensinar? A maioria dos estudos da aprendizagem nas primeiras séries coloca seu foco no aluno como sendo ele o único que tem algo a aprender. Acredita-se que “aquele que ensina precisa ser convidado a conhecer-se como aprendiz, em todas as dimensões que o envolvem, para poder compreender a aprendizagem daquele que está na escola para aprender”1. O conhecer a si mesmo, do professor, pode viabilizar a modificação de sua modalidade de ensinar e, assim, repercutir no resultado da aprendizagem significativa do aluno. A forma de ensinar, os modelos e os ideais de pessoa e sociedade, como consequência de uma profissão a que se subtraiu, inveteradamente, a capacidade de dar respostas próprias à pergunta “para quê ensinar?”. O papel do ensino, sua função social, não pode ser nunca objeto de análise ou de reflexão dos professores. As decisões mais importantes sobre as finalidades do ensino e as estratégias para alcançá-las sempre foram alheias aos homens e às mulheres que trabalham como docentes2. Esse professor, além de não ter sido convidado a responder à pergunta: “Para quê ensinar?”, também não foi chamado a conhecer-se como sujeito que aprende e, como tal, a ser capaz de construir estilos diferentes de ensinar, que podem PORTILHO EML & BARBOSA LMS Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 12-22 1414141414 atender às distintas potencialidades dos alunos no seu processo de aprender. A partir da fundamentação estudada e sistematizada pelos pesquisadores, o grupo foi a campo, selecionou 25 escolas da Rede Municipal de Ensino e organizou três instrumentos de pesquisa: um voltado para o aprendiz – composto por dois blocos de materiais, uma prova complementar e um protocolo de observação das estratégias de aprendizagema; outro para a professora – Questionário Honey-Alonso de Estilos de Aprendizagemb; um terceiro para o ambiente escolar, cujo conteúdo será motivo de análise neste artigo. Tais instrumentos foram criados para serem, ao mesmo tempo, únicos e complementares e, na análise dos dados, permitirem uma visão dinâmica do processo de ensinar e aprender. Por meio deles, foi possível observarmos os protagonistas do ensino e aprendizagem em várias situações: o aluno em situação de aprendizagem individual e grupal; a professora por meio da própria avaliação do seu estilo de aprender e em sua atuação em sala de aula; os dois em relação, mergulhados no espaço da escola ao qual chamamos de ambiente educativo. No presente estudo, colocaremos ênfase nas aprendizagens implícitas reveladas pela ação da professorac no processo de aprender e ensinar, ou seja, no que chamamosde O Grito da Professora. APRENDIZAGEM IMPLÍCITA E EXPLÍCITA Para esclarecermos o que entendemos por aprendizagem implícita e explícita, faremos referência às idéias cognitivistas mais recentes no panorama da psicologia educacional. Aprendizagem implícita é um processo não- consciente de aquisição do conhecimento, por meio do qual o aprendiz, apesar de ter aprendido, não sabe o que sabe e não sabe informar como aprendeu. Os estudos sobre aprendizagem implícita tiveram seu início com Reber, em 1967 apud Pozo, 20043, “todos os organismos dispõem de representações implícitas a partir das quais interagem com o mundo”. Esse autor, em 1993, destaca como características de tal aprendizagem: ser o sistema mais antigo na filogênese, o mais antigo na ontogênese, independente da idade e do desenvolvimento cognitivo, independente da cultura e do ensino, mais encorpado do que o sistema cognitivo explícito, mais duradouro em seus efeitos e menos suscetível de interferência, mais econômico do ponto de vista cognitivo ou energético, além de sustentar boa parte das representações intuitivas e estar presente em todos os momentos da vida. As pesquisas comprovam que há existência de aprendizagens implícitas já em bebês e crianças, como também na totalidade das aprendizagens animais, principalmente porque eles não podem informar as aprendizagens obtidas. Aprendizagem explícita, segundo Pozo3, é um processo de re-descrição representacional de nossas aprendizagens implícitas prévias; poderíamos dizer que é a tomada de consciência da aprendizagem implícita: As formas explícitas de aprendizagem, essas que supostamente nos diferenciam de outras aprendizagens animais, geram um novo produto cognitivo especificamente humano, o conhecimento, e que a aquisição desse novo produto cognitivo requer também novos processos de aprendizagem, agora já especificamente humanos. A aprendizagem desses processos cons- cientes ou metacognitivos é responsável pela reorganização e ressignificação de tais representações, ou seja, de novas maneiras de aprender. O estudo da aprendizagem implícita e explícita nessa pesquisa objetiva compreender, por meio da ação ou do ‘grito da professora’, a combinação resultante de suas aprendizagens e o reflexo dela em sua forma de ensinar, como a Sobre os instrumentos utilizados para pesquisar as estratégias de aprendizagem das crianças, ver: Portilho EML; Kuster S. Estratégias de aprendizagem da criança em processo de alfabetização. Revista Psicopedagogia. 2006;70(23):23-9. b Esse questionário pode ser encontrado em: Portilho EML. Aprendizaje universitario: un enfoque meta cognitivo [Tese de doutorado]. Madrid, España: Universidad Complutense;2003. Disponível em <http://www.ucm.es/BUCM/2006.htm> c Como só observamos salas de aula conduzidas por professoras, optou-se por utilizar o termo no feminino, justificando a presença da mulher, quase que exclusiva, no magistério da 1ª etapa do 1º ciclo do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino pesquisada. O GRITO DA PROFESSORA: DO IMPLÍCITO AO EXPLÍCITO Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 12-22 1515151515 também na construção do processo de aprendizagem de seus alunos. A professora, nessa rede de ensino, além de suas experiências pessoais relacionadas à sua história, é convidada a participar de reflexões importantes, em programas de formação continuada, sobre o processo de ensinar e aprender. Percebemos que um grande número de professoras não incorpora em sua ação docente as informações recebidas e, por isso, não integra intuição e conhecimento, ou seja, não transforma a aprendizagem implícita em explícita. A ESCUTA DE UM MANIFESTO Faremos a escuta em três momentos: primeiro, contanto o que selecionamos para ‘escutar ’; segundo, descrevendo como foi realizada a ‘escuta’; terceiro, fundamentando o porquê da ‘escuta’. O que ‘escutar’? Pensamos que a observação das estratégias utilizadas pela professora poderia nos contar seu modo particular de aprender a sua função de ensinar. A partir dessa idéia, desenvolvemos estudos sobre estratégias de aprendizagem buscando uma fundamentação para nossa ‘escuta’. Por estratégia, entendemos um conjunto de procedimentos que é utilizado no processo de aprender e que requer planificação, controle na execução e avaliação contínua, caracterizando a maneira pessoal e subjetiva de cada um aprender. Planejamento, controle e avaliação possibilitam ao aprendiz compreender o quê realiza, por quê escolhe aquela forma de agir para aprender algo e qual o efeito de sua ação em tal aprendizagem. Vários autores concebem “as estratégias como processos ou atividades mentais deliberadas, intencionais, propositivas, quer dizer, conscientes. [...] quando se desenvolve uma estratégia, deve-se ‘parar e pensar’ e planejar suas ações, antecipando, em parte, os efeitos que terão em relação ao objetivo perseguido”4. Sendo assim, para aprender como ensinar, a professora necessita desenvolver estratégias que lhe coloquem a pensar sobre a sua própria aprendizagem. Flavell5, ao fazer uma analogia entre a aprendizagem e o jogo, afirma que uma estratégia requer que o aprendiz seja jogador antes de ser treinador, que aplique e pratique uma técnica para refletir sobre ela e adquirir um controle crescente sobre seu uso. Por isso, acreditamos que, para a professora ensinar, é preciso antes ela perceber a si mesma como aprendiz, assim construindo a sua prática educativa. Nessa pesquisa, observamos as estratégias de aprender e ensinar da professora, tendo como referencial os seguintes aspectos: • estratégias de planejamento, ou seja, organização para iniciar o processo, antecipação das possíveis diferenças durante o encaminhamento da aula, previsão dos recursos a serem utilizados, estabelecimento de objetivos e realização de um plano para atingi-los; • estratégias de controle ou auto-regulação, ou seja, atitudes tomadas frente a situações não previstas para reorganizar o rumo na direção dos objetivos estabelecidos; • estratégias de avaliação, ou seja, evocação das metas para relacionar o resultado obtido com o objetivo previamente estabelecido. O resultado dessa observação será utilizado em um outro momento do projeto, num processo de intervenção, no qual a professora terá oportunidade de perceber-se como aprendente e, consequentemente, como ensinante, tomando consciência de sua aprendizagem e das estratégias que utiliza. Como escutar? Ao decidirmos desenvolver uma pesquisa participante, buscamos como referência os conhecimentos de Pichon-Rivière6, nos quais se refere à investigação do homem em situação, entendido como uma unidade operacional que enriquece tanto a situação a ser observada, como a pesquisa a ser realizada. Esse homem em situação, segundo Visca7, assemelha-se a uma situação a ser descoberta ou revelada. Na pesquisa desenvolvida, o objeto revelado diz respeito à ação da professora e dos alunos no processo de aprender e ensinar, situados no ambiente de sala de aula. Para realizar o que estamos chamando de ‘escuta’, utilizamos uma forma de observação que divide e integra dois aspectos: a observação da PORTILHO EML & BARBOSA LMS Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 12-22 1616161616 temática e a observação da dinâmica. A temática “consiste em tudo o que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta humana, um aspecto manifesto e outro latente. [...] A dinâmica consiste em tudo o que o sujeito faz que não seja estritamente verbal: gestos, tons de voz, postura corporal etc”7. A partir dessa concepção de observação, foi possível fazer uma articulação entre as estratégias observadas daquele que ensina e as condutas daquele que aprende, para identificarmos o estilo predominante de ensinar da professora e a interferência na aprendizagem do aluno. Entendemos por estilo “um conjunto de comportamentos sociais comsignificados específicos, como, por exemplo, o estilo participativo, o democrático, o polêmico, etc. Os estilos de aprendizagem centram-se, geralmente, em ‘como’ as pessoas gostam de aprender, como também podem ser considerados como uma forma de pensar”8. Nesse sentido, um estilo de ensinar é visto como uma maneira peculiar da professora encaminhar a sua aula. Nessa pesquisa, consideramos como possíveis estilos de ensinar: o tradicional; o que promove a individualidade; o que possibilita a participação do aluno no ensino; o que propicia a socialização; o que provoca o pensamento de forma mais direta ao aluno em sua aprendizagem; o que favorece a criatividade; o que estimula a tomada de consciência, o controle e a transformação do aluno com relação a sua aprendizagem – o estilo metacognitivo de ensinar. Por que escutar? Pesquisas junto a professores têm demonstrado o quanto sua prática ainda está encharcada do senso comum e o quanto a sua forma de transmissão e produção do conhecimento encontra-se presa a concepções tradicionais do que seja aprender e ensinar. Para Becker8, a escola em geral sofre de uma inércia histórica e parece ter que copiar constantemente, praticando, assim, uma pedagogia e uma didática da reprodução. Os problemas da aprendizagem e do ensino são, historicamente, ora colocados como decorrentes das incapacidades dos alunos, ora como originados na incompetência do professor, o que tem dificultado os avanços necessários na formação daquele que é responsável pela docência no cotidiano da escola e da sala de aula. O professor está sentindo-se criticado, amarrado e incapaz, o que vem impedindo o seu crescimento na práxis educativa. Se pudermos, ao invés de criticá-lo, ouvir seu apelo como manifesto de um movimento que busca novo significado do para quê ensinar no mundo de hoje, estaremos contribuindo para o rompimento dos possíveis obstáculos inibidores do avanço desejado. “Revalorizar a função do docente e enriquecer suas possibilidades de formação e participação frente às novas exigências sociais são um dos grandes desafios que sustentamos”9. Os manifestos percebidos durante o estudo serão destacados com o intuito de compreender o que se encontra latente na fala, na atitude e na ação pedagógica da professora, como salienta Tardif10: O professor possui competências, regras, recursos que se incorporam ao seu trabalho, sem que tenha, necessariamente, consciência explícita disto. Nesse sentido, o saber fazer do educador parece mais amplo que seu conhecimento discursivo. Por isso, uma teoria consistente do ensino não pode se basear, exclusivamente, no discurso dos docentes sobre seus conhecimentos discursivos e sua consciência explícita. Deve registrar, também, as regularidades da ação dos atores, assim como suas práticas objetivas, com todos os seus componentes corporais, sociais, etc. Algumas professoras, apesar de, racionalmente, saberem das influências de suas atitudes sobre o aprendizado do aluno, de diferentes formas, inibem-nos com gritos, broncas, castigos e outras manifestações de poder, as quais, em algumas situações, chegam a humilhar e a impedir a demonstração do real potencial. Por que a professora precisa desse recurso para sentir-se potente? Estará esse fato atrelado à formação do professor, que enfatiza a racionalidade em detrimento do fazer real? A metodologia adotada em sua formação foi coerente com a concepção de ensino-aprendizagem apresentada por seus professores? A formação continuada oferecida deixa espaço para discussão e reelaboração da prática educativa? Outra maneira de manifestar a sua angústia foi apresentada por professoras que não admitem O GRITO DA PROFESSORA: DO IMPLÍCITO AO EXPLÍCITO Rev. Psicopedagogia 2009; 26(79): 12-22 1717171717 terem sua aula observada. Será sinal de insegurança? Será medo de expor-se por não acreditar no seu potencial? Será um sentimento de superioridade que não lhe permite mostrar para o outro o que sabe, nem receber qualquer tipo de sugestão? A não-aceitação de erros por parte dos alunos caracterizou-se, também, como um emergente do que se encontra subjacente à prática educativa. Até que ponto o erro do aluno ou o seu não-saber traz à tona as impossibilidades da professora? Como se sente uma professora diante do seu não- saber se a representação social do seu papel na sociedade coloca-a como sabedora? A professora tem a real dimensão do papel do não-saber e do erro no processo de aprender de seu aluno? Marchesi11 apresenta o depoimento de um ‘mau aluno’, que reafirma a dificuldade que alguns professores possuem quando se deparam com os erros de seus alunos, principalmente quando estes já se encontram rotulados como maus: Um dia decidi estudar, não queria mais confusão. E me atirei de cabeça em geografia. Lembro muito bem que a matéria tratava da região de Valência. Quando me perguntaram a lição, soltei o verbo, mas, que diabo, com um erro: em vez de dizer barraca, disse carraca. O professor foi inflexível e, inclusive, fez uma piada. É muito difícil tentar ser bom aluno quando já colocaram você entre os maus. Só resta engolir a humilhação e aguentar as gozações dos colegas, porque a piada deve ter sido boa. Voltei para casa com vontade de chorar e, naturalmente, não comentei com ninguém o que tinha acontecido. A solidão é boa companheira do “mau aluno” porque não exige reconhe- cimento social e, como já disse, afeta todos os aspectos da vida, mesmo que não sejam propriamente escolares. Essa dificuldade relatada por um ‘mau aluno’, agora professor, vem reafirmar o fato de que conflitos decorrentes da relação de poder e submissão, vividos na relação professor-aluno, podem interferir na dinâmica pessoal, para além da escolar. Em algumas observações do ambiente escolar, perceberam-se professoras que, pelas atitudes, fazem-nos acreditar que se sentem proprietárias da sala de aula e, consequentemente, do pensamento e sentimento de seus alunos. O que está por trás dessa atitude que faz com que a professora sinta-se tão poderosa? Estará relacionado ao modelo de autoridade posto na nossa sociedade? Será aquela imagem de sabedora a responsável por essa sensação de poder? Existem espaços na instituição escolar que permitem a reflexão sobre esse aspecto? Será a desvalorização atual da figura do professor que a leva a compensar, por meio de atitudes autoritárias, o sentimento de menos valia? “As salas de aula são ambientes de abertura contínua, onde as pessoas são chamadas para, juntas, estudarem o mundo que as rodeia”12. Será possível um espaço como esse ter apenas um proprietário? A grande maioria das salas de aula continua possuindo um formato impeditivo da comunicação necessária para que a aprendizagem aconteça num espaço coletivo. As carteiras colocadas umas atrás das outras reforçam, objetivamente, a concepção histórica de que o professor deve continuar sendo a figura principal do processo de aprender e ensinar. Por que a prática não consegue acompanhar o discurso atual? O que aconteceria se a sala de aula assumisse um outro formato? Que medo encontra-se latente na manutenção do espaço nesse formato? Senge12, quando propõe a criação de salas de aula que aprendem, sente a necessidade de modificar o formato tradicional para que o diálogo possa se instalar de forma efetiva: “Um dos meus objetivos era criar um ambiente de diálogo na classe. Nunca pedi para que os alunos levantassem a mão para falar; sentávamos em um círculo ou de algum modo que permitisse que cada um se sentisse confortável e deixasse que a conversa fluísse através de nós”. Além do espaço, percebe-se que uma boa parte do material utilizado pela professora apresenta uma qualidade de conteúdo questionável. Apesar do discurso sobre a construção do conhecimento, parte do material empregado apresenta características que exigem apenas a memorização