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Neuroplasticidade e aprendizagem Elaine de C. Giovannelli 06/11/15 Neuroplasticidade e Aprendizagem Lesão cerebral: perda celular (neurônios e células glia) e descontinuidade axonal No início do século XX observa-se capacidade de reorganização cerebral pós lesão 1940: termo plasticidade Atualmente se sabe que a flexibilidade mental também ocorre em cérebros saudáveis Essa flexibilidade, ou plasticidade, depende dos estímulos ambientais e experiências vividas pelo indivíduo Neuroplasticidade e Aprendizagem A aprendizagem é entendida como modificações no SNC Logo a plasticidade é a forma pela qual se aprende São modificações mais ou menos permanentes Neuroplasticidade e Aprendizagem Tipos de plasticidade cerebral: No desenvolvimento normal do cérebro normal Na resposta à experiência Reacional a uma lesão Neuroplasticidade e Aprendizagem Plasticidade no desenvolvimento normal: Plasticidade neuronal, que inclui a divisão neuronal, migração celular, formação de circuitos neuronais, morte celular programada; Plasticidade de prolongamentos celulares (aparecimento de dendritos, o alongamento axonal e a arborização axonal); Plasticidade sináptica; Modificações neuroquímicas e funcionais. Neuroplasticidade e Aprendizagem Inicia na concepção e termina na idade adulta A mielinização é importante no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) a neurotransmissão ocorre principalmente através do trânsito interneural, mediado pelas sinapses Há 2 tipos de sinapses: elétricas e químicas. As elétricas são de transmissão muito mais rápida Neuroplasticidade e Aprendizagem Nas sinapses elétricas, a informação é transmitida de forma inalterada (através de íons) Nas sinapses químicas, a transmissão das informações depende da liberação de neurotransmissores Na vida fetal: produção de 250 mil células por minuto Na vida adulta: cérebro com 100 bilhões de neurônios, com circuitos especiais que dependem das experiências a que cada pessoa foi exposta Neuroplasticidade e Aprendizagem Plasticidade cerebral em resposta à experiência: A experiência, ou memória, está relacionada ao fato de aprender Aprendizagem: adquirir novas experiências, sejam elas motoras, práxicas, gnósicas ou de linguagem Todo o SNC está envolvido na aprendizagem Neuroplasticidade e Aprendizagem O cérebro é capaz de: Produzir novos neurônios; Responder à estimulação do meio ambiente Logo, o cérebro adulto também é capaz de responder à estimulação, e é neste contexto que a reabilitação se insere Neuroplasticidade e Aprendizagem Plasticidade pós-lesão: O SNC está atrelado a um potencial de crescimento que rapidamente diminui com a idade Já o SNP (periférico) mantém o mesmo potencial de regeneração, independente da idade O grande desafio é proporcionar melhores condições para que a neuroplasticidade no SNC se aproxime cada vez mais daquela no SNP Neuroplasticidade e Aprendizagem A lesão no SNC pode seguir de recuperação total, sequelas ou morte Devemos considerar a gravidade da lesão, primeiramente Em seguida, considerar que quanto mais imaturo, maior plasticidade, e consequentemente, melhor prognóstico (dependendo da lesão) Neuroplasticidade e Aprendizagem O ambiente onde a pessoa está inserida pode favorecer ou prejudicar a formação de conexões cerebrais, melhorando ou piorando seu desempenho final Neuroplasticidade e Aprendizagem Há algumas possibilidade de tratamentos: Transplantes de células embrionárias no SNC (células-tronco); Para agir sobre o tecido cicatricial na área lesada: imunosupressores, antiinflamatórios e enzimas; Reabilitação cognitiva Reabilitação cognitiva Estudos para melhorar o funcionamento cognitivo de pacientes vítimas de lesões cerebrais desde o século IX - pacientes afásicos Início: regresso dos soldados feridos de guerra, e mais tarde, com as vítimas de acidentes de trânsito Reabilitação física e cognitiva O termo reabilitação cognitiva: década de 70, nos Estados Unidos Reabilitação cognitiva Modelo Compreensivo de Reabilitação Neuropsicológica de Wilson (2002): Primeira etapa: investigar junto ao paciente e familiar informações sobre o problema, nível pré-mórbido, personalidade e estilo de vida e expectativas sobre o tratamento Reabilitação cognitiva Segunda etapa: avaliar, por meio de instrumentos de avaliação, o desempenho do indivíduo nos aspectos físico, cognitivo, comportamental, emocional social, etc, e levantar pontos fortes e fracos, bem como levantar o impacto dos problemas no cotidiano da pessoa Reabilitação cognitiva Terceira etapa: intervenção, através da identificação de metas e formulação de estratégias, com equipe multidisciplinar, paciente e família As metas: possibilitar a melhora cognitiva do indivíduo, visando sua reinserção e participação no contexto familiar e social Objetivos a curto prazo; a negociação das metas com o paciente e familiar pode ocorrer a qualquer momento do processo Ao final do processo, é estritamente relevante a reavaliação neuropsicológica, a qual irá investigar os resultados do processo da RN Reabilitação cognitiva O profissional da reabilitação deve considerar a demanda de cada paciente Várias técnicas podem ser utilizadas Possibilidades: a restauração da função perdida, o auxílio no uso de meios alternativos para a adaptação funcional da pessoa, e a modificação do ambiente para contornar os problemas Reabilitação cognitiva Exercícios que trabalham os processos cognitivos são utilizados de forma repetitiva para promoção da recuperação dos danos em circuitos neurais e restauração da função perdida A família deve auxiliar neste processo fornecendo dados da rotina em casa, pois é onde de fato a estratégia de reabilitação será avaliada, já que a meta deste trabalho é tornar o indivíduo mais adaptado e funcional à sua vida diária Reabilitação cognitiva Na reabilitação, a plasticidade ocorre: quando uma área homóloga contralateral compensa a função perdida por uma lesão cerebral localizada; quando há novas aferências para uma área privada de suas principais funções; com o mecanismo de compensação, isto é, um processo cognitivo hábil intacto é usado para realizar uma tarefa que era dependente de outro processo cognitivo relacionado à área do trauma Reabilitação cognitiva No trabalho de RN, inúmeras são as possibilidades Entre elas, o trabalho em grupo, o qual é importante pelas características prática (em instituições possibilita o acesso de mais clientes ao tratamento) e terapêutica (a convivência e cooperação com os semelhantes são essenciais para o desenvolvimento pessoal e bem-estar; sentimento de pertencimento e acolhimento; possibilidade de reconstruir sua autoestima e sua identidade, trocar e aprender novas maneiras de compensar suas dificuldades e de se relacionar). ...
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