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NEUROPLASTICIDADE (resumo)

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NEUROPLASTICIDADE 
 
­ capacidade de o SNC se adaptar às mudanças do 
ambiente, proporcionando a recuperação das funções 
perdidas e/ou o fortalecimento de funções similares 
às originais. 
­ É um conceito amplo que se estende desde respostas 
a lesões traumáticas destrutivas até sutis alterações 
resultantes de processos de aprendizagem e 
memória. 
­ A plasticidade do SNC ocorre basicamente em três 
estágios: desenvolvimento, aprendizagem e após 
lesões. 
 
Desenvolvimento 
­ A maturação do SNC inicia-se no período embrionário 
e só termina na vida extrauterina. Portanto, sofre 
influências dos fatores genéticos, do microambiente 
fetal e, também, do ambiente externo, sendo este 
último de grande relevância para seu adequado 
desenvolvimento. 
­ A plasticidade neural é maior durante a infância, e 
declina gradativamente, sem se extinguir na vida 
adulta, e ocorre tanto no hemisfério intacto como no 
lesionado. 
 
Aprendizagem 
­ O processo de aprendizagem pode ocorrer em 
qualquer momento da vida de um indivíduo (criança, 
adulto ou idoso) 
­ propicia o aprendizado de algo novo e modifica o 
comportamento de acordo com o que foi aprendido. 
­ Nesse processo, há modificações nas estruturas e 
funcionamento das células neurais e de suas 
conexões, possibilitando modificações plásticas. 
­ Durante esse processo várias regiões do SNC agem 
em conjunto, como o córtex motor primário, o córtex 
pré-motor, a área motora suplementar, a área 
somatossensorial, os núcleos da base, dentre outros. 
 
Após lesão neural 
­ Dependendo do grau do dano cerebral pode haver a 
necrose das células nervosas, causando uma ruptura 
da membrana celular. 
 Isso faz com que haja a lesão do tecido vizinho 
ou a ativação de um processo genético 
denominado apoptose. 
­ a lesão promove três situações diferentes: 
 corpo celular do neurônio é atingido causando a 
morte do neurônio  é irreversível; 
 corpo celular está íntegro e o axônio é lesado; 
 neurônio encontra-se em estágio de excitação 
diminuído. 
­ os mecanismos de reparação e reorganização do SNC 
começam a surgir imediatamente após a lesão e 
podem perdurar por meses e até anos. Esses 
mecanismos são: 
 recuperação da eficácia sináptica; 
 potencialização sináptica; 
 supersensibilidade de denervação; 
 recrutamento de sinapses silentes; 
 brotamentos (regenerativo e colateral). 
 
Fatores ambientais que influenciam a plasticidade 
do SNC 
 
Características da lesão 
­ Lesões que ocorrem lentamente deixam menos 
sequelas que lesões súbitas, pois estas não fornecem 
às células que estão ao redor da lesão um tempo hábil 
para se reestruturarem, 
 como é o caso de AVC e traumatismo 
cranioencefálico. 
­ Tumor cerebral que cresce mais vagarosamente, 
demorando mais para danificar o tecido vizinho  
oferece maior oportunidade de reação por parte deste 
tecido 
 promovendo o crescimento de seus ramos 
dendríticos 
 mantém suas conexões funcionais. 
­ Quanto menor for a extensão da lesão, mais fácil é o 
crescimento axonal e melhor será o resultado 
terapêutico. 
­ Neurônios com axônios mais longos e que possuem 
um número maior de dendritos têm menos propensão 
à degeneração que neurônios com axônios mais 
curtos e com pouca ramificação dendrítica. 
­ Quanto mais próximo o dano estiver do corpo celular 
em um axônio menos chance de regeneração tem o 
neurônio. 
­ Alguns danos, em determinados locais, deixam alguns 
indivíduos mais debilitados que outros. 
 
Biografia do paciente 
­ Colher a maior quantidade de dados sobre a biografia 
do paciente favorece o tratamento. 
­ O terapeuta pode utilizar materiais e linguagens que 
sejam mais apropriadas para determinado paciente, 
de modo que ele compreenda e se sinta mais 
estimulado ao tratamento. 
 
Idade 
­ Os processos neuroplásticos ocorrem tanto em 
crianças quanto em adultos ou idosos. 
­ O SNC age diferentemente à lesão em diferentes 
estágios do desenvolvimento humano. 
­ O SNC se reorganiza após o dano e isso pode ser 
fundamental para a recuperação do paciente, ainda 
que parcial. 
 
Diagnóstico 
­ Um diagnóstico correto permite um programa 
terapêutico adequado. 
­ Quanto mais cedo o distúrbio for diagnosticado, mais 
rápido pode-se iniciar o tratamento terapêutico e 
maiores são as chances de reabilitação. 
 
Início e duração da terapia 
­ Os processos de reparação e reorganização do SNC 
começam a acontecer logo após a lesão. 
 Por isso, a reabilitação deve começar o mais 
precocemente possível, evitando-se falhas. 
­ Também é recomendável que se intensifique a terapia 
na fase inicial, já que nessa fase a plasticidade é 
efetivamente mais intensa, mesmo sabendo-se que 
ela pode durar anos. 
­ Não se recomenda que se determine a duração da 
terapia, pois cada paciente responde de forma 
diferente a ela. 
 
Frequência e intensidade da terapia 
­ Para que o trabalho de reabilitação surta efeito é 
recomendável que a terapia seja intensiva e contínua, 
ou seja, diariamente e durante algumas horas. 
 Dessa forma, haverá uma aprendizagem mais 
eficaz do que se fosse concentrada em apenas 
um dia. 
­ Frequência e intensidade da tarefa motora permitem 
uma melhor qualidade de feedbacks sensoriais, o que 
acabam por favorecer a fixação do ato motor, pois 
mantém uma ativação periódica do sistema neural 
envolvido. 
­ Quando não for possível um atendimento intensivo e 
contínuo, é de extrema importância que a família 
participe na orientação do paciente. 
 Por isso, faz-se necessário ensinar à família do 
paciente quais condutas trarão benefícios a ele. 
 
Estado emocional 
­ Interfere diretamente no tratamento terapêutico. 
­ Dentre os vários estados emocionais que o paciente 
pode apresentar, destacam-se a motivação e a 
depressão. 
­ MOTIVAÇÃO: é o processo que mobiliza o indivíduo 
para a ação. 
 O paciente precisa estar ou ser motivado para a 
terapia. 
 as tarefas devem ter um grau determinado de 
complexidade: se forem muito difíceis, gerarão 
frustração no paciente; se forem fáceis demais, 
haverá desmotivação. 
 Ao obter sucesso em uma tarefa, o paciente 
ficará motivado para continuar a terapia. 
 a família do paciente e os profissionais da saúde 
também precisam estar nessa mesma condição 
emocional. 
­ DEPRESSÃO: é um estado facilmente encontrado nos 
pacientes neurológicos adultos, principalmente nos 
portadores de doença de Parkinson e AVC. 
 O paciente com depressão pode apresentar 
sentimentos de desesperança e pessimismo, 
desânimo e dificuldade para se concentrar, 
dificultando a reabilitação motora. 
 Nos pacientes portadores de AVC é importante 
estimular a autoconfiança, pois isso melhora o 
autocuidado, diminui a depressão e gera uma 
melhor qualidade de vida. 
 
Ambiente terapêutico 
­ O ambiente terapêutico deve fornecer condições 
adequadas para o aprendizado ou reaprendizado 
motor do paciente. 
­ Um dos ambientes terapêuticos menos 
enriquecedores é o ambiente hospitalar, já que os 
hospitais são projetados para a saúde corporal, mas 
não para a saúde mental dos pacientes. 
­ O ambiente terapêutico vai além dos hospitais e 
clínicas, incluindo também o lar do paciente, onde ele 
poderá realizar um autoaprendizado. 
 
Comunicação 
­ A comunicação na área de saúde é de extrema 
importância para um bom entendimento entre o 
terapeuta, o paciente e a família deste, bem como 
entre toda a equipe multidisciplinar. 
­ A comunicação não se constitui apenas na palavra 
verbalizada, mas também na comunicação não-
verbal. 
­ Esse é um recurso muito apropriado para o terapeuta, 
pois permite que ele interprete com maior precisão os 
sentimentos do paciente, 
­ Possibilita um maior vínculo terapêutico e uma 
potencialização da fisioterapia. 
 
Condições físicas 
­ Pacientes que possuem maiores condições físicas 
(estado nutricional e bom condicionamento 
musculoesquelético) terão uma melhor reabilitação. 
 
Cognição 
­ O nível cognitivo do paciente neurológicoé importante 
no processo terapêutico, 
 os indivíduos com menor déficit cognitivo 
responderão de maneira mais adequada à 
terapia  por manterem sua esfera de 
funcionamento intelectual preservada. 
­ A cognição também pode ser usada como técnica 
terapêutica. 
­ A prática mental de uma habilidade física tem sido 
utilizada para: 
 facilitar o desempenho de uma rotina já 
aprendida 
 a aquisição de uma habilidade motora. 
­ Apesar de essa prática não ser tão eficaz quanto a 
real, é melhor do que nenhuma. 
­ uma combinação adequada entre as práticas (mental 
e real) pode levar a resultados tão bons quanto uma 
prática apenas física. 
 
Programa terapêutico 
­ O programa terapêutico de um paciente neurológico 
adulto, geralmente, envolve muitas áreas da 
medicina. 
­ Sempre que se planejar uma intervenção, é preciso 
saber por que fazê-la e quais objetivos devem ser 
atingidos. 
­ As intervenções devem ser significativas para o 
paciente. 
­ O programa terapêutico do paciente neurológico 
adulto deve fazer com que ele e sua família participem 
ativamente do programa  restabelecer o bem-estar 
biopsicossocial do paciente. 
 
Plasticidade e Regeneração funcional do Sistema 
Nervoso 
 
­ Nas últimas décadas, foi possível adquirir uma nova 
visão do sistema nervoso, como uma estrutura flexível 
que modifica sua estrutura funcional sob diferentes 
circunstâncias, 
 capacidade de se modificar durante o processo 
de adaptação  Plasticidade do Sistema 
Nervoso. 
­ A Plasticidade está relacionada à flexibilidade 
do SNC para se adequar a determinadas condições e 
tarefas. 
 
Neuroplasticidade 
­ Também conhecida como Plasticidade Neural, é a 
capacidade do cérebro se adaptar a mudanças por 
meio do Sistema Nervoso. 
 extrema importância para a adaptação de 
pacientes com lesões físicas ou cerebrais. 
 
Plasticidade Neuronal 
­ a capacidade das conexões sinápticas de um neurônio 
serem substituídas, aumentadas ou diminuídas em 
quantidade, e de modificarem a atividade funcional, 
provavelmente influenciada por fatores químicos 
liberados pelas células alvo. 
 
TIPOS DE NEUROPLASTICIDADE 
 
Plasticidade Axônica ou Neuronal 
­ é a plasticidade inicial, que ocorre entre "0 e 2 anos de 
vida", e é crucial para o desenvolvimento do Sistema 
Nervoso. 
­ Ocorre de forme limitada na vida adulta. 
­ Tem um bom potencial para estabilizar sinapses 
existentes, e para formar novas sinapses. 
 Crianças que sofreram acidentes, às vezes gravíssimos, com 
perda de massa encefálica, déficits motores, visuais, de fala e 
audição, vão se recuperando gradativamente e podem chegar 
à idade adulta sem sequelas, iguais às crianças que nenhum 
dano sofreram. 
 
Plasticidade Dendrítica 
­ é caracterizada por alterações no número, no 
comprimento, na disposição espacial e na densidade 
das espinhas dendríticas, principalmente nas fases 
iniciais de desenvolvimento do indivíduo. 
­ Pode resultar em acréscimo de neurônios após o 
período de desenvolvimento. 
­ Nos adultos, aparentemente é restrita a espinhas 
dendríticas, pois o sistema nervoso central no adulto, 
não possui as proteínas essenciais para o 
crescimento axonal. 
 os oligodendrócitos sintetizam glicoproteínas 
que suprimem o crescimento de neuritos. 
 Essas glicoproteínas inibidoras estão ausentes 
na célula Schwann, permitindo a regeneração 
do sistema nervoso periférico, 
 
Plasticidade Somática 
­ É a capacidade para regular o aumento ou morte das 
células nervosas. 
­ presente apenas no sistema nervoso do embrião, e 
não sofre influência do meio externo. 
 
Plasticidade Sináptica 
­ É caracterizada por alterações nas sinapses entre as 
células nervosas. 
­ As sinapses podem se tornar mais fortes ou menos 
fracas, dependendo dos estímulos externos e internos 
 Compreensão de processos complexos como o 
aprendizado. 
­ Muitos sistemas neurais são capazes de apresentar 
plasticidade sináptica de longa duração 
 o cérebro possui múltiplos sistemas de 
memória. 
­ Objetivo final do desenvolvimento  a formação de 
sinapses 
 
Plasticidade Regenerativa ou Cerebral 
­ É mais frequente no Sistema Nervoso Periférico e se 
refere a adaptação que experimenta o SNP diante de 
mudanças em seu meio externo e interno. 
­ Pode refletir a adaptação funcional do cérebro para 
minimizar os efeitos das lesões estruturais e 
funcionais. 
­ O grau de recuperação depende de diversos fatores, 
entre eles incluem-se: Idade; Área comprometida do 
cérebro; Quantidade de tecido nervoso afetado; 
Mecanismos de reorganização cerebral, assim como, 
Fatores ambientais e psicossomáticos. 
 
RECUPERAÇÃO FUNCIONAL 
 
­ Refere-se às mudanças comportamentais, após 
traumatismos ou lesão do sistema nervoso, 
 nesses casos, ocorrem mudanças agudas no 
tecido nervoso 
 tem como função a manutenção 
da homeostasia do organismo, além de 
promover a cicatrização e o reparo tecidual. 
­ A regeneração no SNC, é muito menos provável do 
que no SNP, porque as bainhas de tecido conjuntivo 
estão ausentes no SNC. 
­ As células lesadas no SNC são fagocitadas pela 
micróglia e o espaço liberado pela fagocitose é 
ocupado pelos astrócitos, impedindo o processo de 
reparação  dano irreparável 
­ O grau de recuperação após uma lesão 
aparentemente idêntica, pode variar de pessoa para 
pessoa. 
­ A fisioterapia desempenha papel fundamental para 
auxiliar na regeneração nervosa, 
 estimulação tanto sensorial como motora. 
­ Fatores tróficos  substâncias químicas. Ex: 
antidepressivos 
 Desempenham papel importante na 
transmissão intracelular. 
 Essas substâncias químicas, chamadas 
proteínas, trabalham através dos seus 
receptores na superfície de células nervosas 
 Causam alterações na atividade funcional do 
SNC  fundamentais para o processo de 
plasticidade 
 podem ocorrer desde a vida embrionária até a 
idade adulta, com redução progressiva de 
acordo com o aumento da idade, sem nunca 
deixarem de existir. 
­ Fatores neurotróficos: proteínas que desempenham 
papel fundamental para a modulação sináptica, 
diferenciação e longevidade dos neurônios. 
 Conjunto de proteínas indispensáveis para a 
plasticidade cerebral. 
 Indivíduos que praticam exercício físico 
apresentam maiores níveis séricos dessas 
proteínas e estudos recentes confirmam essa 
correlação. 
 ajudam a manter saudáveis as conexões 
cerebrais. 
 a comunicação entre os neurônios ocorre de 
maneira mais sustentável. 
 Garante a neurogênese adequada e por 
consequência memória e aprendizagem eficaz 
por mais tempo de vida. 
 
Teorias que visam elucidar os possíveis 
mecanismos da recuperação funcional 
 
­ Teoria Vicarial  não supõe uma reorganização 
funcional, mas sim, a substituição por sistemas 
latentes pré-existentes. 
­ Brotamento Colateral  ocorre em axônios não 
lesionados, em resposta a um estímulo que não faz 
parte do processo normal de desenvolvimento. 
­ Teoria da Diásquise  uma lesão focal destrutiva do 
SN provocaria, além de perda funcional, choque ou 
depressão funcional em regiões relacionadas com a 
zona lesionada.

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