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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA REFRIGERAÇÃO, VENTILAÇÃO E AR-CONDICIONADO PROJETO DE REFRIGERAÇÃO - BEBEDOURO DE ÁGUA INDUSTRIAL GUILHERME MOCILLO CALEMAN KAIQUE DANTAS FERREIRA LUIZ FELIPE FERREIRA RENATO RAPOSO PORTO Orientador: Prof. Me. Fábio Basaglia Fonseca Rondonópolis-MT Dezembro/2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA GUILHERME MOCCILO CALEMAN KAIQUE DANTAS FERREIRA LUIZ FELIPE FERREIRA RIBEIRO RENATO RAPOSO PORTO REFRIGERAÇÃO, VENTILAÇÃO E AR-CONDICIONADO PROJETO DE REFRIGERAÇÃO - BEBEDOURO DE ÁGUA INDUSTRIAL Trabalho apresentado como forma de avali- ação parcial da disciplina de Refrigeração, Ventilação e Ar-Condicionado do curso de Engenheira Mecânica pela Universidade Fe- deral de Mato Grosso, campus de Rondonó- polis, sob a orientação do Prof. Me. Fábio Basaglia Fonseca. RONDONÓPOLIS-MT Dezembro/2015 3 Sumário 1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.1 Tipos de Bebedouros Industriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.2 Ciclo de Refrigeração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.2.1 Ciclo de Compressão a vapor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.3 Principais Componentes de um Ciclo de Compressão de Vapor . . . 8 2.3.1 Compressores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.3.2 Condensadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.3.3 Dispositivos de Expansão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.3.3.1 Tubo Capilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.3.4 Evaporadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.3.5 Líquido Refrigerante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.3.5.1 Fluido Refrigerante R-134a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.3.6 Controles Automáticos do Ciclo de Refrigeração . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.3.6.1 Dispositivos de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.3.6.2 Termostato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 4 DIMENSIONAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 4.1 Dimensionamento Preliminar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 4.2 Dimensionamento Detalhado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 4.2.1 Capacidade de Refrigeração Requerida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 4.2.1.1 Calor Retirado da Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 4.2.1.2 Calor Transferido ao Reservatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 4.3 Seleção do Compressor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 4.4 Seleção do Condensador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 4.5 Dimensionamento do Tubo Capilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 4.6 Dimensionamento Serpentina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 4.7 Perda de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 6 DOCUMENTAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 7 BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Sumário 4 8 APÊNDICE I - ESCOPO DE PROJETO . . . . . . . . . . . . . . . 29 9 APÊNDICE II - FICHAS TÉCNICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 10 APÊNDICE III - MANUAL DE INSTALAÇÃO . . . . . . . . . . . . 31 11 APÊNDICE IV - CERTIFICADO DE GARANTIA . . . . . . . . . . 32 12 APÊNDICE V - INFORMAÇÕES TÉCNICAS E CARACTERÍSTI- CAS DO PRODUTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 13 APÊNDICE VI - ORÇAMENTO FINAL DO PRODUTO . . . . . . 34 14 APÊNDICE VII - TERMO DE ABERTURA . . . . . . . . . . . . . 35 15 APÊNDICE VIII - MEMORIAL DE CÁLCULO EM SOFTWARE . . 36 5 1 Introdução e Objetivos A formação do engenheiro mecânico requer que os profissionais sejam capazes de pro- jetar, bem como analisar a viabilidade de construção dos mais variados tipos de projetos, em especial o projeto mecânico. Projetos bem dimensionados e analisados garantem ao consumidor qualidade em relação à segurança, requisitos ambientais, bem como qualidade de vida. No âmbito de mercado e projeto, projetos mecânicos são realizados em conjunto, com a participação de projetistas, cadistas, analistas financeiros, e mercadológicos, bem como todas as decisões envolvem a diretoria. O presente trabalho tem como principal objetivo garantir ao aluno o conhecimento na área de projetos, bem como o entendimento e contato com as ferramentas de engenharia que são necessárias para a realização do mesmo. Será apresentado a seguir o projeto de um bebedouro de água industrial com capaci- dade para 100 litros, para atender ao pedido solicitado pelo cliente. O projeto mostrará desde o seu dimensionamento até sua forma final, em etapas subsequentes. 6 2 Revisão Bibliográfica 2.1 Tipos de Bebedouros Industriais Na hora de comprar um bebedouro industrial, existem informações imprescindíveis que se necessita ter o conhecimento, tais como: a capacidade do reservatório, o material utilizado e a capacidade de refrigeração. Porém, associado a isso, é importante ter o conhecimento dos tipos de bebedouros industriais, seus subtipos e variações. Os principais são: ∙ Bebedouro Industrial de coluna (ou bebedouro industrial móvel): Este é o tipo de bebedouro industrial mais conhecido e possui diversos modelos e fabricantes. Sua vantagem é a mobilidade, o que permite encaixá-lo em vários locais e transportá-lo quando as necessidades mudarem. Possui reservatório interno com diversas capaci- dades, que vão desde as menores, na ordem de 25 litros, até superiores na ordem de 2000 litros. Geralmente estes reservatórios são feitos de aço inox 304, próprio para alimentos, porém podem ser feitos de plástico. ∙ Bebedouro Industrial de mesa: Os bebedouros industriais de mesa, em geral, são iguais aos de coluna, sendo que a única diferença é a ausência das pernas de susten- tação. Uma desvantagem é a menor mobilidade e a vantagem é a possibilidade de ocupar espaços que estão vazios ou que sejam fáceis de alocar. ∙ Bebedouro Industrial de garrafão: Diferentemente dos bebedouros industriais de coluna, este tipo de bebedouro dispensa a entrada de água externa e também o filtro interno, pois o garrafão/galão já deve estar com água filtrada. O reservatório para gelar a água continua a existir. Este tipo de bebedouro atualmente está em desuso e não é frequentemente recomendado. 2.2 Ciclo de Refrigeração O ciclo de refrigeração ou ciclo frigorífico é um ciclo termodinâmico que constitui o modelo matemático que define o funcionamento das máquinas frigoríficas e das bombas de calor. Existem quatro tipos de ciclos de refrigeração: ∙ Ciclo de compressão de vapor; ∙ Ciclo de absorção de vapor; ∙ Ciclo de gás; Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 7 ∙ Ciclo Stirling. 2.2.1 Ciclo de Compressão a vapor De acordo com o gráfico da Figura 1 e segundo (STOECKER, 2002), este ciclo é o mais importante e o mais utilizado na prática (ciclo de Carnot). Figura 1 – Ciclo Teórico de Compressão a Vapor Consiste de um refrigerante em circulação que entra no compressor sob a forma de vapor, é comprimido à uma entropia constante e sai superaquecido do compressor (Figura 1, de 1 para 2). O vapor superaquecido desloca-se então através do condensador que pri- meiro realiza o arrefecimento e remove o superaquecimento do mesmo, depois o condensa transformando-o em líquido através da remoção do calor adicional (pressão e temperatura constantes)(Figura 1, de 2 para 3). O líquido refrigerantepassa então por uma válvula de expansão onde a sua pressão decai abruptamente causando a sua evaporação parcial e a auto refrigeração de, normalmente, menos de metade do líquido (Figura 1, de 3 para 4). A partir daí, resulta uma mistura de líquido e vapor a uma temperatura e pressão infe- riores. A mistura líquido-vapor fria desloca-se então através da serpentina do evaporador e evapora-se completamente, arrefecendo o ar que a atravessa. Esse ar é impulsionado através da serpentina por um ventilador. Por fim o vapor refrigerante resultante volta ao compressor para completar o ciclo térmico (Figura 1, de 4 para 1). A descrição do ciclo acima, baseia-se num ciclo de compressão de vapor ideal, o qual nunca ocorre na realidade. Na prática, teriam que ser tidos em conta outros efeitos reais como a queda de pressão dentro do sistema devida ao atrito, uma ligeira irreversibilidade termodinâmica durante a compressão e o comportamento do fluido refrigerante ser o de um gás não ideal. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 8 2.3 Principais Componentes de um Ciclo de Compressão de Vapor 2.3.1 Compressores Segundo (STOECKER, 2002), na refrigeração industrial são utilizados praticamente todos os tipos de compressores: alternativos, rotativos parafuso e de palhetas centrífugos. Desses, os tipos mais comuns em instalações de capacidade de 1000 KW são os alternativos e os rotativos parafuso ou simplesmente parafuso. Compressores centrífugos encontram aplicação na indústria química e de processos, uma vez que tanto podem ser acionados por turbina à gás como por motores elétricos. Os compressores rotativos de palhetas encontram aplicação como “booster” em sistemas de duplo estágio de compressão. Os compressores alternativos são construídos em distintas concepções destacando-se entre elas os tipos aberto, semi-hermético e hermético. No compressor aberto o eixo de acionamento atravessa a carcaça, sendo, portanto, acionado por um motor exterior. Os compressores herméticos, utilizados em refrigeradores domésticos e condicionadores de ar até potências de ordem de 30 KW, são semelhantes aos semi-herméticos, deferindo no fato da carcaça só apresentar os acessos de entrada e saída do refrigerante e para as conexões elétricas do motor. 2.3.2 Condensadores Segundo (STOECKER, 2002), os três tipos de condensadores aplicados na refrigeração industrial são: ∙ Resfriador de ar; ∙ Resfriador de água; ∙ Evaporativo. Ao contrário do que ocorre na refrigeração comercial e no condicionamento de ar, em que a maioria dos condensadores é resfriado a ar, na refrigeração industrial predomina o tipo evaporativo. No condensador resfriado a ar o refrigerante, se condensa rejeitando calor, através de uma superfície aletada, para o ar ambiente, circulado por um ventilador, geralmente, do tipo axial. Dois tipos construtivos disputam o mercado de condensadores resfriados a água: o tradicional carcaça/tubos, e o de placas, em geral brazadas. No caso do tipo carcaça/tubos, o refrigerante se condensa na carcaça e água circula pelos tubos. No caso do tipo placas, o refrigerante se condensa escoando no sentido descendente ao passo que a água circula no sentido ascendente. A água aquecida pela condensação do refrigerante é circulada por bombas através de uma torre de resfriamento, de onde retorna ao condensador. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 9 2.3.3 Dispositivos de Expansão A função do dispositivo é provocar a expansão do fluido refrigerante reduzindo sua pressão, desde a linha de líquido, a uma pressão de condensação Pe, alimentando o eva- porador a uma pressão Pe, através da introdução de uma perda de carga ΔP. Divide o sistema com o compressor, em duas zonas de pressão: uma alta e outra de baixa. Os principais tipos de dispositivos de expansão são: ∙ Restrição de área fixa (tubo capilar ou de orifício); ∙ Válvula de expansão automática (ou de pressão constante); ∙ Válvula de expansão termostática; ∙ Válvula de expansão eletrônica. 2.3.3.1 Tubo Capilar Dispositivo de expansão mais utilizado em sistemas de refrigeração de pequena ca- pacidade. Trata-se, basicamente, de um tubo de cobre trefilado com diâmetros internos variando entre 0,5 e 2 mm e comprimento entre 1 e 6 m. não possui pares móveis, é sim- ples, barato e permite a equalização de pressão no sistema quando parado, possibilitando o uso de motores de baixo torque de partida (menores e mais baratos). Permitem car- gas moderadamente constantes no evaporador assim como pressões no condensador. A sua desvantagem principal trata-se da capacidade limitada para regular o fluxo de refrigerante em resposta à variações no sistema. 2.3.4 Evaporadores Segundo (STOECKER, 2002), o evaporador é o agente direto de resfriamento, consti- tuindo a interface entre o processo e o circuito frigorifico. Com exceção daquelas aplicações onde ocorre o resfriamento direto do produto, como o caso dos congeladores de placas, a maioria dos evaporadores resfria ar ou líquidos como água, salmouras, etc., os quais serão agentes de resfriamento no processo. Uma porcentagem expressiva dos sistemas frigoríficos envolve o condicionamento de ar no sentido amplo, através de um processo de resfriamento e desumidificação. O fluido de resfriamento nos trocadores de calor responsáveis por esse processo, conhecido como “serpentinas”, pode ser o próprio refrigerante da instalação frigorífica (constituindo um evaporador), água ou uma salmoura (solução anticongelante). Em virtude do reduzido coeficiente de transferência de calor por convecção que caracteriza o ar, os tubos de ser- pentinas devem ser dotados de aletas com o objetivo de reduzir a resistência térmica exterior, razão pela qual assumem uma geometria peculiar, fazendo parte dos denomina- dos “trocadores de calor compactos”. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 10 No passado, os resfriadores de líquidos eram constituídos predominantemente de eva- poradores do tipo carcaça-tubos, porém atualmente estão sendo substituídos por outros tipos, especialmente o de placas, que apresentam a vantagem de melhor desempenho tér- mico, o que lhes confere um tamanho relativamente reduzido comparado aos de carcaça- tubos, embora não estejam isentos de alguns problemas operacionais como excessiva perda de carga e distribuição inadequada de refrigerante. 2.3.5 Líquido Refrigerante São substâncias empregadas como veículos térmicos na realização dos ciclos de re- frigeração. Em ciclos de compressão a vapor, o refrigerante é o fluido de trabalho que alternadamente vaporiza e condensa quando absorve e libera energia térmica. Um refrige- rante satisfatório deveria possuir certas propriedades químicas, físicas e termodinâmicas que faz o seu uso seguro e econômico, no entanto, não existe um refrigerante ideal. As lar- gas diferenças entre as condições operacionais e as exigências das várias aplicações fazem com que o refrigerante ideal seja uma meta impossível de se alcançar. Então, um refrige- rante só se aproxima das condições ideais somente quando suas propriedades satisfazem as condições e exigências de uma determinada aplicação. Na figura 2 abaixo, encontram-se os líquidos refrigerantes mais usados na indústria. Figura 2 – Principais Fluidos Refrigerantes 2.3.5.1 Fluido Refrigerante R-134a O gás refrigerante R-134a é um HFC (hidrocarboneto halogenado) que substitui o R- 12 e como todos HFC’s não agride a camada de ozônio. Possui uma elevada estabilidade química e térmica, baixa toxicidade e não é inflamável, além de ter uma excelente compa- tibilidade com a maioria dos materiais. Ele não é miscível com óleos tradicionais (mineral e alquilbenzeno), porém a miscibilidade com óleos poliésteres (POE) é completa, por isso deve sempre ser usado com tais óleos. O R-134a é uma alternativa para a substituição do R12, para a adaptação ou para a instalação em novos sistemas. É amplamente utili- Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 11 zado em ar condicionado de carros, geladeiras domésticas, chillers de setores industriais e comerciais, além de transporte frigorífico em temperaturaspositivas. 2.3.6 Controles Automáticos do Ciclo de Refrigeração O Controle é um dispositivo que dá partida, para, regula e/ou protege o ciclo. Um sistema de controle tem como funções básicas: regular o sistema de modo que condições de projeto sejam mantidas no espaço controlado; permitir uma operação eficiente do equi- pamento; evitar possíveis efeitos nocivos aos ocupantes, instalações e equipamentos. Os dispositivos de controle variam em complexidade desde um simples interruptor até contro- ladores mais sofisticados de modulação e rearme. Estes dispositivos podem ser elétricos, eletrônicos, pneumáticos, por computador, autônomos, de estado sólido, ou fluídicos. O tipo de controle selecionado depende grandemente da preferência do projetista do sistema e, do grau de controle desejado. 2.3.6.1 Dispositivos de Controle Atualmente existem uma infinidade de controladores de sistemas de refrigeração, que fazem o papel de controlar as variáveis do ciclo, afim de manter as condições nominais de projeto e garantir o bom funcionamento do sistema. Dentre tantos os mais utilizados são: ∙ Termostato; ∙ Pressostato; ∙ Umidostato; ∙ Fluxostato; ∙ Válvulas de controle; ∙ Controles elétricos e eletrônicos. 2.3.6.2 Termostato O termostato é um dispositivo destinado a manter constante a temperatura de um de- terminado sistema, através de regulação automática. O termostato é um instrumento que tem a função de impedir que a temperatura de determinado sistema varie além de certos limites preestabelecidos. Um mecanismo desse tipo é composto, fundamentalmente, por dois elementos: um indica a variação térmica sofrida pelo sistema e é chamado elemento sensor; o outro controla essa variação e corrige os desvios de temperatura, mantendo-a dentro do intervalo desejado. Os principais são: ∙ Termostato mecânico; Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 12 ∙ Termostato digital; ∙ Termostato pneumático. No ciclo de refrigeração de compressão de vapor atuante em um bebedouro de água industrial, o termostato mecânico atua no sentido de controle da temperatura da água do reservatório, ligando ou desligando o compressor quando detecta variações de temperatura. 13 3 Metodologia Para dimensionamento do bebedouro partimos do princípio de conseguir refrigerar a água de modo que sempre quando usado, possa fornecer água gelada. Sendo assim com auxílio da norma ABNT NBR 13972 a capacidade de refrigeração foi determinada considerando uma indústria de manufatura leve, e também as temperaturas de saída e entrada água. Com essas temperaturas a perda de calor necessária da água foi calculada. Pelos catálogos de compressores foram estimadas as temperaturas de evaporação e compressão do fluido refrigerante, assim como qual fluido utilizar. Tendo conhecimento desses dados, tornou-se possível calcular todo o ciclo ideal de compressão a vapor para o bebedouro. Seguindo a ordem de cálculo por seção: 1. Compressor; 2. Condensador; 3. Tubo capilar; 4. Evaporador. Após isso, selecionamos e dimensionamos os componentes do projeto para que corres- pondessem com os dados encontrados nos cálculos de forma barata e eficiente, em seguida corrigindo os valores do ciclo ideal com os valores de perdas de carga e eficiência dos acessórios. 14 4 Dimensionamento Como princípio para o dimensionamento dos componentes, coleta-se os requisitos ini- ciais por parte do cliente. Estas requisições de pedido são: ∙ 5 bebedouros ∙ Consumação de 500 pessoas no total ∙ Capacidade de 100L cada bebedouro. Antes do dimensionamento real dos componentes do ciclo, faz-se o cálculo do ciclo teórico ideal do sistema. Este não será apresentado no projeot devido ao tamanho final do projeto, disponibilizando apenas os cálculos do ciclo real, com as perdas e alterações devido a disponibilidade dos componenttes no mercado. Os cálculos de dimensionamento seguem a ordem de cálculo de capacidade de refrigeração, seleção do compressor, seleção do condensador, dimensionamento do tubo capilar e dimensionamento da serpentina. 4.1 Dimensionamento Preliminar Para dar início ao projeto preliminar, algumas características do produto são previa- mente estabelecidads de acordo com o projetista ou disponibilidade de componentes no mercado. O tipo de compressor, fluido utilizado e dimensões do reservatório podem ser previstas sem a necessidade de um atendimento de critérios rigorosos. O fluido refrige- rante utilizado foi o R134a que apresenta boas características de estabilidade química, inflamabilidade, custo, disponibilidade no mercado, atoxicidade e termodinâmicas, além de que seu uso em larga escala no mercado garante sua grande confiabilidade de uso. O tipo de compressor estipulado foi o hermético, por ser mais barato, silencioso, e é aplicado em sistemas de média e alta temperatura. Durante o pré-projeto, a empresa decidiu optar por um bebedouro com baixa espes- sura, de modo que ocupe menos espaço em um cômodo quando encostado na parede, permitindo 3 pessoas se servirem ao mesmo tempo com espaço suficiente. Partindo deste princípio, mensurou-se as medidas do reservatório que formam um volume mínimo de 100 litros. Tais medidas são: ∙ Largura Frontal= 0.6m ∙ Altura = 0.5 m ∙ Espessura= 0.35 m Capítulo 4. Dimensionamento 15 4.2 Dimensionamento Detalhado Para a realização do dimensionamento dos componentes deve se determinar a capa- cidade frigorífica do bebedouro, que varia de acordo com o número de pessoas e tipo de trabalho do ambiente (muito pesado, pesado, leve e casual) segundo a norma NBR 13972. A NBR 13972 utilizada pela empresa foi corrigida e substituída pela NBR 16236, porém a primeira era a única disponível gratuitamente. Determinando a capacidade de refrifera- ção, torna-se possível o dimensionamento dos componentes principais, como compressor, condensador, tubo capilar e serpentina respectivamente. 4.2.1 Capacidade de Refrigeração Requerida 4.2.1.1 Calor Retirado da Água Utilizado a fómula e a tabela da figura da NBR utilizada, Figura 3, estimou-se uma vazão de água decorrente do ambiente em que o produto se situa. Figura 3 – Cálculo de consumação de água segundo a NBR 13972. Por se tratar de uma empresa com 500 integrantes, diversos níveis de esforço de tra- balho são existentes, portanto foi selecionado o tipo de manufatura como leve , impondo também o número de pessoas e de bebedouros requisitados pelo cliente e calculando a vazão de água consumida, como demonstrado nas equações abaixo. Multiplicando a vazão volumétrica pela massa específica, obtém-se a vazão mássica de água consumida em kg/s: Segundo a norma utilizada, a temperatura de entrada da água no bebedouro é de 27oC e a de saída(para consumo) de 10oC. Através destes valores e do calor específico da água, o calor retirado da água é obido pela equação a seguir: Capítulo 4. Dimensionamento 16 4.2.1.2 Calor Transferido ao Reservatório Tendo as dimensões do reservatório, é possível a determinação do calor transferido do ambiente para o reservatório, desde que também sejam estabelecidos os materiais de revestimento do compartimento. Visando isolar termicamente o reservatório, manter a integridade da água do interior e revestir o bebedouro, optou-se por usar o polipropileno no reservatório, poliuretano expandido como isolante e aço inox no revestimento. Selecionados os materiais, foi permitida a obtenção de seus coeficientes de condutividade, o que permite o cálculo do calor transferido para o reservatório d’água. O cálculo apresentado abaixo apresenta o calor transferido pela frente, por trás, pelas laterais, em cima e embaixo do reservatório respectivamente e logo após o calor total. Reunindo o calor retirado da água e o calor transferido para o reservatório, determina- se o calor total retirado do compartimento de água: 541.197W. Capítulo 4. Dimensionamento 17 4.3 Seleção do Compressor Para a seleção de um compressor, alguns parâmetros devem ser observados, como as faixas de temperaturas de operação, capacidade frigorífica, potência e vazão mássica de fluido refrigerante.Segundo STOECKER quanto mais próximas forem as temperaturas de evaporação e condensação das temperaturas ambiente e recinto frio, maior será o coeficiente de eficácia produzido. Neste caso buscou-se optar por um compressor que operasse próximo as temparaturas de 27oC e 10oC. Observando o catálogo da marca ELGIN, observou-se compressores que operam em faixas de temperatura de evaporação e condensação respectivamente igual à -6,7oC e 55oC, sendo estas também, as temperaturas de testes em regime nominal. Obtidas as temperaturas, foi permitida a coleta das entalpias em cada ponto do ciclo térmico, demonstrado pela Figura 4 e suas respectivas entalpias. Com as entalpias obtidas, determinam-se os coeficientes de eficácia e o efeito de refri- geração teórico. A vazão mássica de fluido e a potência requerida compresor podem são obtidas: O compressor escolhido deve atender aos quesitos de vazão mássica requerica, potência teórica e capacidade frigorífica pré determinada. O compressor ELGIN modelo TCM-0020 atendeu todos os critérios de seleção pré-estabelecidos, sendo este então o selecionado. Os dados de potência, coeficiente frigorífico e vazão mássica do compressor escolhido são apresentados conforme abaixo: Capítulo 4. Dimensionamento 18 Figura 4 – Ciclo teórico de Refrigeração. 4.4 Seleção do Condensador O condensador é o componente que rejeita o calor resultante do resfriamento e do processo de compressão. O fluxo de calor teórico rejeitado é obtido pelo produto da vazão mássica e a diferença de entalpia entre os pontos 2 e 3 do ciclo como demonstra a fórmula Capítulo 4. Dimensionamento 19 abaixo: Obedencendo o critério de rejeição de calor mínimo, o condensador escolhido foi o modelo TRINEVA TC-5 cujas características são: Como o condensador selecionado rejeita uma quantidade maior de calor que a reque- rida, ocorre subresfriamento, alterando então a entalpia no ponto 3 para líquido sub- resfriado.O fenômeno de sub-resfriamento é vantajoso durante o processo, já que impede a formação de bolhas de vapor de fluido na entrada do tubo capilar. Isolando a entalpia 3 como na fórmula abaixo, é possível determinar a nova entalpia neste ponto de acordo com o calor real rejeitado e a vazão mássica real. 4.5 Dimensionamento do Tubo Capilar O dimensionamento do tubo capilar é de grande complexidade, já que ocorre mudança de fase durante a passagem do fluido refrigerante ao longo de seu comprimento. Na entrada do tubo o fluido se encontra na condição de líquido sub-resfriado e na saída na condição de mistura de vapor e líquido, variando assim sua velocidade, massa específica e viscosidade durante a mudança de fase, tornando-se assim engenhoso o processo de dimensionamento. Para a obtenção da perda de carga no tubo, faz-se necessário a coleta de dados como massa específica, viscosidade e velocidade nos pontos 3 e 4 onde ocorre o processo de expansão isentálpica. Devido a diferença significativa dos valores destes dados em cada ponto, foi preciso realizar uma média entre cada ponto, estimando assim um valor fixo Capítulo 4. Dimensionamento 20 Capítulo 4. Dimensionamento 21 destas condições no tubo. O cálculo analítico do comprimento requerido do capilar é demonstrado no conjunto de equações abaixo: Para a validação do cálculo analítico do tubo capilar, foi realizado um comparativo com um software comercial de dimensionamento de tubos capilares. O software denomina- se de DANCAP e foi desenvolvido por uma empresa de refrigeração atuante no mercado no ramo de refrigeração industrial. A imagem 5 apresentada ilustra as condições impostas no software e as dimensões resultantes do dimensionamento. Figura 5 – DANCAP - software de dimensionamento de tubos capilares Após o comparativo o tubo resultante do software DANCAP foi o selecionado já que é largamente utilizado no mercado e consquentementne apresenta maior confiabilidade e precisão de funcionamento. Capítulo 4. Dimensionamento 22 4.6 Dimensionamento Serpentina Da mesma forma que no tubo capilar, uma média entre os valores de velocidade, visco- sidade e massa específica também devem ser feitas na serpentina, para que possa habilitar o cálculo de transferência de calor entre esta e a água. Para a realização do cálculo dr transferência de calor da serpentina para água, é também necessário obter o coeficiente de transferência do fluido refrigerante (convecção interna forçada), consequentemente o nú- mero de Prandtl, Nusselts e temperatura logarítmica. De acordo com ÇENGEL, o cálculo da transferência de calor em um escoamento interno com mudança de fase é impreciso e complexo, necessitando muitas vezes de análises experimentais para a validação dos cál- culos obtidos. O roteiro de dimensionamento do comprimento da serpentina é apresentado abaixo. 4.7 Perda de Carga Em alguns componentes do ciclo, ocorre um perda de carga significativa. Neste caso torna-se necessária a realização do cálculo de perda e carga no condensador e evaporador para posteriomente somar com a perda no capilar e quantificar a perda de potência devido ao atrito. Este cálculo se apresenta nas equações abaixo para o condensador, serpentina e tubo capilar respectivamente. Capítulo 4. Dimensionamento 23 Capítulo 4. Dimensionamento 24 Capítulo 4. Dimensionamento 25 26 5 Considerações Finais Conforme percebeu-se algumas etapas do dimensionamento dos componentes são im- precisas, de forma que deva se buscar outras formas e métodos de análise existentes, como por exemplo no tubo capilar. Outro parâmetro que pode se destacar é a potência do com- pressor, que foi relativamente alta em relação aos já existentes no mercado, porém ela pode ser explicada pela capacidade frigorífica pré-determinada a partir da norma utilizada, que é ultrapassada (lançada em 1997). A perda de carga decorrente do condensador, tubo capilar e serpentina não afetou o funcionamento do sistema, já que o compressor fornece uma potência suficiente para suprir a refrigeração e a perda de carga. O sub-resfriamento resultante do condensador acerretou um aumento no COP(coeficiente de performance) de 2,914 para 3,767, já que a diferença de entalpia entre os pontos 4 e 1 é aumentada. 27 6 Documentações Durante o projeto diversos documentos são elaborados. Estes documentos podem ser o escopo, ficha técnica, manual de instalação, certificado de garantia, termo de abertura, informações técnicas, cálculo de mão-de-obra, valor de nota fiscal, orçamento final e ca- racterísticas do produto. Estes documentos serão apresentados em apêndices ao final do projeto escrito. 28 7 Bibliografia 29 8 APÊNDICE I - ESCOPO DE PROJETO 30 9 APÊNDICE II - FICHAS TÉCNICAS 31 10 APÊNDICE III - MANUAL DE INSTALA- ÇÃO 32 11 APÊNDICE IV - CERTIFICADO DE GA- RANTIA 33 12 APÊNDICE V - INFORMAÇÕES TÉCNI- CAS E CARACTERÍSTICAS DO PRO- DUTO 34 13 APÊNDICE VI - ORÇAMENTO FINAL DO PRODUTO 35 14 APÊNDICE VII - TERMO DE ABER- TURA 36 15 APÊNDICE VIII - MEMORIAL DE CÁL- CULO EM SOFTWARE Este documento apresenta o memorial de cálculo realizado no software MATHCAD 15 sem interrupções e explicações durante a leitura. Introdução e Objetivos Revisão Bibliográfica Tipos de Bebedouros Industriais Ciclo de Refrigeração Ciclo de Compressão a vapor Principais Componentes de um Ciclo de Compressão de Vapor Compressores Condensadores Dispositivos de Expansão Tubo Capilar Evaporadores Líquido Refrigerante Fluido Refrigerante R-134a Controles Automáticos do Ciclo de Refrigeração Dispositivos de Controle Termostato Metodologia Dimensionamento Dimensionamento Preliminar Dimensionamento Detalhado Capacidade de Refrigeração Requerida Calor Retirado da Água Calor Transferido ao Reservatório Seleção do Compressor Seleção do Condensador Dimensionamento do Tubo Capilar Dimensionamento Serpentina Perda de Carga Considerações Finais Documentações Bibliografia APÊNDICE I - ESCOPO DE PROJETO APÊNDICE II - FICHAS TÉCNICAS APÊNDICE III - MANUAL DE INSTALAÇÃO APÊNDICE IV - CERTIFICADODE GARANTIA APÊNDICE V - INFORMAÇÕES TÉCNICAS E CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO APÊNDICE VI - ORÇAMENTO FINAL DO PRODUTO APÊNDICE VII - TERMO DE ABERTURA APÊNDICE VIII - MEMORIAL DE CÁLCULO EM SOFTWARE
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