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Copyright © 1986, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Telex: (021) 34333 ABNT - BR Endereço Telegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas Palavras-chave: Estudo. Sistema. Esgoto sanitário 5 páginas Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário NBR 9648NOV 1986 Origem: NB-566/1986 CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil CE-02:009.27 - Comissão de Estudo de Projetos de Sistemas de Esgoto Sanitário NBR 9648 - Study of conception of sanitary drainage systems - Procedure Descriptors: Drainage system. Sanitary drainage Procedimento 1 Objetivo Esta Norma fixa as condições exigíveis no estudo de con- cepção de sistemas de esgoto sanitário do tipo separador, com amplitude suficiente para permitir o desenvolvimento do projeto de todas ou qualquer das partes que o consti- tuem, observada a regulamentação específica das enti- dades responsáveis pelo planejamento e desenvolvi- mento do sistema de esgoto sanitário. 2 Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 2.1 a 2.27. 2.1 Estudo de concepção Estudo de arranjos das diferentes partes de um sistema, organizadas de modo a formarem um todo integrado e que devem ser qualitativa e quantitativamente compará- veis entre si para a escolha da concepção básica. 2.2 Concepção básica Melhor opção de arranjo, sob os pontos de vista técnico, econômico, financeiro e social. 2.3 Sistema de esgoto sanitário separador Conjunto de condutos, instalações e equipamentos des- tinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar somente esgoto sanitário a uma disposição final conve- niente, de modo contínuo e higienicamente seguro. 2.4 Esgoto sanitário Despejo líquido constituído de esgotos doméstico e indus- trial, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária. 2.5 Esgoto doméstico Despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas. 2.6 Esgoto industrial Despejo líquido resultante dos processos industriais, res- peitados os padrões de lançamento estabelecidos. 2.7 Água e infiltração Toda água, proveniente do subsolo, indesejável ao siste- ma separador e que penetra nas canalizações. 2.8 Contribuição singular Vazão de esgoto concentrada em um ponto da rede cole- tora, significativamente maior que o produto da taxa de contribuição por superfície esgotada, pela área respon- sável por esse lançamento. 2.9 Contribuição pluvial parasitária Parcela de deflúvio superficial inevitavelmente absorvida pela rede coletora de esgoto sanitário. 2 NBR 9648/1986 2.10 Bacia de esgotamento Conjunto de áreas esgotadas e esgotáveis, cujo esgoto flui para um único ponto de concentração. 2.11 Corpo receptor Qualquer coleção de água natural ou solo que recebe o lançamento de esgoto em seu estágio final. 2.12 Vazão de estiagem Vazão mínima de um curso de água, referida a um dado período de recorrência e a um dado período de estiagem. 2.13 Vazão de saturação de um componente do sistema Vazão que permite a um componente do sistema utilizar a sua máxima capacidade. 2.14 Alcance do plano Ano previsto para o sistema planejado passar a operar com utilização plena de sua capacidade. 2.15 Etapas de implantação Conjunto de obras do sistema que atende às solicitações de funcionamento em cada um dos intervalos do período de alcance do plano. 2.16 População de alcance do plano A prevista para o ano de alcance do plano. 2.17 População atendida A que contribui para o sistema de esgoto existente. 2.18 População atendível A que contribuir para o sistema de esgoto planejado. 2.19 População inicial A atendível no ano de início de operação. 2.20 População final A atendível no alcance do plano. 2.21 População residente A constituída pelos moradores dos domicílios, mesmo que ausentes na data do censo por período inferior a 12 meses. 2.22 População flutuante em certa comunidade A que, proveniente de outras comunidades, se transfere ocasionalmente para área considerada, impondo ao sis- tema de esgoto uma contribuição individual análoga à da população residente. 2.23 População temporária em certa comunidade ou em uma área de comunidade. A que, proveniente de outras comunidades ou de outras áreas, se transfere ocasionalmente para a área conside- rada, impondo ao sistema de esgoto uma contribuição individual inferior à da população residente. 2.24 Valor do investimento Soma dos valores necessários à implantação do sistema, compreendendo custos de estudos, projetos, obras, equi- pamentos, serviços e supervisão. 2.25 Custo de operação, manutenção e reparação Valor das despesas com materiais e com pessoal para operação, manutenção e reparação dos componentes do sistema planejado, durante o período de alcance do plano. Inclui produtos químicos e combustíveis. 2.26 Custo de energia elétrica Valor das despesas com demanda requerida e consumo efetivo de energia elétrica previsto para o sistema plane- jado, durante o período de alcance do plano. 2.27 Despesa de exploração Valor da soma dos custos de operação, manutenção e reparação e de energia elétrica. 3 Condições gerais 3.1 Requisitos 3.1.1 Plantas topográficas confiáveis em escalas compa- tíveis com a precisão requerida para o estudo e visuali- zação das diferentes concepções. 3.1.2 Dados dos recursos hídricos da região que pode in- fluir no sistema e por este ser influenciada. 3.1.3 Características físicas da região em estudo: a) relevo do solo - identificação dos acidentes principais e das al- terações previstas; - influências na concepção do sistema; b) informações meteorológicas - séries históricas de temperaturas, ventos, inso- lação, evaporação e chuvas; c) informações geológicas - natureza e camadas constituintes do subsolo, níveis de lençol freático, mapas geológicos, rela- tórios de sondagem e de ensaios do solo e infor- mações locais; NBR 9648/1986 3 d) informações fluviométricas - séries históricas dos cursos d’água da região, suas vazões de estiagem, e informações locais sobre os níveis das enchentes; e) corpos receptores existentes e prováveis - informações fundamentadas para avaliação dos efeitos do esgoto sanitário; - sua classificação segundo legislação vigente. 3.1.4 Dados demográficos disponíveis e sua distribuição espacial. 3.1.5 Comunicação local e regional: a) correios e telégrafos; b) telefones; c) radioamadores e similares. 3.1.6 Acessos: a) estradas de rodagem e de ferro, navegação aérea, fluvial e marítima; b) facilidades para transporte dos materiais e dos equipamentos necessários à execução das obras. 3.1.7 Mão-de-obra: a) disponibilidade local de mão-de-obra para cons- trução civil e salários correntes; b) disponibilidade local de pessoal técnico para ope- ração e manutenção, e salários correntes. 3.1.8 Materiais de construção: a) disponibilidade local e regional; b) produção e qualidade dos materiais das indústrias locais, em face das necessidades das obras. 3.1.9 Energia elétrica: a) disponibilidade e confiabilidade; b) características do sistema de distribuição existente; c) tensão, potência, freqüência; d) evolução nos últimos anos das ligações às econo- mias segundo as classes residencial, comercial, industrial e pública; e) custo da tarifa de consumo e demanda, e eventuais descontos. 3.1.10 Cadastro do sistema existente: a) plantas e detalhes; b) principais dimensões e níveis em relação à refe- rência de nível do projeto; c) capacidade das instalações; d) informações sobre a disposição do esgoto nas áreas nãoservidas pelo sistema existente. 3.1.11 Administração do sistema existente: a) características do concessionário do serviço - organograma; - número de funcionários; b) condições gerais de operação e manutenção do serviço - situação do pessoal; - problemas de materiais e equipamentos de ope- ração e manutenção; c) ligações prediais - custos; - dificuldades de execução; - tipos de ligação; - material utilizado; - evolução do número de ligações nos últimos três anos segundo as classes residencial, industrial, comercial e pública; d) contribuições singulares - valores conhecidos ou estimados; e) custo do serviço - custos de pessoal, energia elétrica e materiais para operação, manutenção e administração, inclusive despesas financeiras. f) esquema tarifário vigente. 3.1.12 Sistemas existentes: a) abastecimento d’água - evolução das ligações prediais nos últimos três anos, segundo as classes de consumo; - consumos unitários conhecidos ou estimados; - população abastecida e sua distribuição espa- cial; - volumes medidos (produzido e efetivamente con- sumido), segundo as classes de consumo nos últimos três anos; - avaliação das perdas; - planta com indicação da área abastecida; 4 NBR 9648/1986 b) drenagem de esgoto pluvial - descrição, interferências e planta com indicação da área servida; c) disposição de resíduos sólidos - informações gerais. 3.1.13 Uso da terra: a) plano diretor e projetos de urbanização aprovados; b) evolução dos loteamentos aprovados; c) tipo de ocupação prevista (residencial, industrial, comercial, pública e institucional); d) evolução nos últimos três anos de licenciamento de construções. 3.1.14 Desenvolvimento sócio-econômico: a) situação atual, tendências e prognósticos; b) crescimento e possibilidade de desenvolvimento industrial e comercial. 3.1.15 Legislação: a) disposições legais em vigor na região, que possam afetar a concepção do sistema; b) normas vigentes em relação à passagem das ca- nalizações nas vias de tráfego. 3.1.16 Estudos de projetos de sistemas de abastecimento de água, de esgoto sanitário e de esgoto pluvial. 3.1.17 Interferências superficiais e subterrâneas que pos- sam influir na concepção do sistema. 3.2 Atividades 3.2.1 Obtenção dos elementos citados em 3.1 indicando as fontes. 3.2.2 Delimitação da área para a qual deve ser planejado o sistema. 3.2.3 Fixação do alcance do plano e do ano de início de operação do sistema. 3.2.4 Estimativa das populações a considerar no estudo de concepção, avaliadas ano a ano. 3.2.5 Delimitação das bacias de esgotamento contidas na área de planejamento. 3.2.6 Fixação preliminar das características do esgoto; avaliação e caracterização das cargas poluidoras atuais e futuras em função da tendência de ocupação do solo; verificação da necessidade de tratamento prévio do es- goto industrial antes do lançamento à rede coletora. 3.2.7 Estabelecimento das concepções sanitariamente comparáveis para encaminhamento do esgoto da região em estudo aos corpos receptores. 3.2.7.1 Determinação das condições sanitárias dos corpos receptores, tanto para a região de lançamento, como até onde este possa influir nas suas características, conside- rando as disposições legais existentes quanto à classe do corpo receptor, seus padrões de qualidade e os lança- mentos. 3.2.7.2 Avaliação da capacidade autodepuradora do corpo receptor, da necessidade de tratamento do esgoto e das eficiências requeridas; indicação das conseqüências aos usos da água e padrões de qualidade. 3.2.7.3 Avaliação do impacto ambiental relativo a cada concepção, quando julgado conveniente. 3.2.8 Avaliação ano a ano das vazões a considerar no es- tudo das concepções; verificação do regime de lançamen- to do esgoto industrial e de contribuições singulares. 3.2.9 Verificação da possibilidade de aproveitamento das instalações existentes. 3.2.10 Pré-dimensionamento dos componentes das con- cepções. 3.2.11 Fixação dos critérios para estimativa dos valores de investimento. Podem ser usadas funções de custo de instalações análogas às em estudo, desde que citada a fonte elaboradora destas funções e demostrada a sua validade. Nos orçamentos devem ser citadas as fontes dos custos unitários. 3.2.12 Fixação dos critérios para estimativa de custos de operação, manutenção e reparação (ver 2.25) e de custos de energia elétrica (ver 2.26) para as concepções. 3.2.13 Estabelecimento das etapas de implantação, consi- derados a variação de vazão na área de planejamento, a taxa de desconto e o fator de escala das obras previstas. 3.2.14 Estimativa de valores de investimento e de despe- sas de exploração de cada uma das concepção em estu- do, avaliados ano a ano e o custo total. 3.2.15 No estudo técnico-econômico comparativo das con- cepções, o alcance do plano deve abranger, pelo menos, os anos cujos valores presentes dos custos sejam signi- ficativos. A taxa de desconto deve ser a taxa de oportu- nidade do capital, fixada por entidade competente. 3.2.16 Descrição da concepção básica, localizando seus componentes em plantas topográficas. Apresentação de concepção básica numa única planta em escala conve- niente. 4 Condições específicas 4.1 No relatório do estudo de concepção podem ser dis- pensados os dados de 3.1.5 a 3.1.8 a critério da entidade responsável pelo sistema de esgoto sanitário. NBR 9648/1986 5 4.2 A delimitação da área de planejamento, bem como de suas bacias contribuintes, deve obedecer às condi- ções naturais do terreno, desconsiderando a divisão polí- tico-administrativa. 4.3 A estimativa das populações e sua distribuição espa- cial deve ser feita com base em dados censitários e infor- mações locais e regionais. 4.3.1 Para início de plano, devem ser determinadas as densidades populacionais das zonas de ocupação homo- gêneas, segundo as classes residencial, comercial, indus- trial e pública. 4.3.2 Para fim de plano, o procedimento compreende: a) análise dos diversos usos do solo urbano e defi- nição de sua vocação; b) análise dos planos de desenvolvimento e urba- nização e seus efeitos sobre a distribuição espacial da população; c) estimativa das densidades populacionais para ca- da zona de ocupação homogênea, compatível com a avaliação do crescimento global para área de planejamento. 4.4 Para avaliação das vazões pode ser utilizada a sua correlação com as áreas edificadas. 4.4.1 Para início de plano, as áreas edificadas das zonas de ocupação homogênea podem ser determinadas por amostragem. 4.4.2 Para fim de plano deve ser considerada a saturação urbanística, incluídas as zonas de expansão.
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