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*Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. MEDIDAS E AVALIAÇÃO CURSO: BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA PROF. Ddo RICARDO VIANA Goiânia, 2018 *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Apostila destina para a disciplina de Medidas e Avaliação em Educação Física e Esportes do Curso de Educação Física da Faculdade Araguaia (GO). Atenção! Esta apostila aborda apenas a avaliação antropométrica e não substitui a leitura das referências bases. Tais referências (página 43) também abordam a avaliação cardiorrespiratória e avaliação de força. *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1. Valores de referência para o IMC propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). ...................................................................................................................................... 17 Quadro 2. Indicadores referenciais da razão cintura/quadris direcionados à identificação do risco para a saúde segundo sexo e idade................................................................................... 22 Quadro 3. Valores do Unisex Phantom propostos por Ross et al. (1981) para fracionação da massa corporal. ......................................................................................................................... 40 *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CANT................ Comprimento do Antebraço CC...................... Circunferência da Cintura CMAO............... Comprimento da Mão CQ..................... Circunferência do Quadril D……………… Densidade Corporal DBA................... Diâmetro Biacromial DBC................... Diâmetro Bicristal DBF…………... Diâmetro Bicôndilo-Femural DBM…………. Diâmetro Bimaleolar DBU…………... Diâmetro Bicôndilo-Umeral DEXA………… Absormetria de Dupla Energia DTS…………... Diâmetro Tóraco-Sagital ECT…………... Ectomorfismo END………….. Endomorfismo EST…………… Estatura IMC…………... Índice de Massa Corporal IPR……………. Índice Ponderal Recíproco MCT………….. Massa Corporal Total MES…………... Mesormorfismo MG…………… Massa Gorda MM…………… Massa Muscular MO……………. Massa Óssea MR……………. Massa Residual PA…………….. Perímetro Abdominal PANT………… Perímetro do Antebraço PBCM………… Perímetro Braquial em Contração Máxima PBR…………... Perímetro Braquial Relaxado PCA…………... Prega Cutânea Abdominal PCAM………... Prega Cutânea Axilar Média PCB…………... Prega Cutânea do Bíceps PCC…………... Prega Cutânea da Coxa *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. PCD…………... Perímetro da Coxa Distal PCP…………... Prega Cutânea Peitoral PCPR………… Perímetro da Coxa Proximal PCPM………… Prega Cutânea da Perna Medial PCM…………... Perímetro da Coxa Média PCS…………... Prega Cutânea Subescapular PCSI………….. Prega Cutânea Suprailíaca PCT…………... Prega Cutânea do Tríceps PP……………... Perímetro da Perna PPC…………… Perímetro do Pescoço PPU…………… Perímetro do Punho PT...................... Perímetro Torácico RC/Q................. Relação Circunferencia Cintura / Circunferência Quadril Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 7 2. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ............................................................................ 10 2.1 PONTOS ANATÔMICOS DE REFERÊNCIA.................................................................10 2.2 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ..................... 13 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE MEDIDAS .............................................................. 14 2.4 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ................. 14 3. SOMATOTIPO ................................................................................................................... 31 3.1 REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA E GRÁFICA DO SOMATOTIPO ............................ 33 4. COMPOSIÇÃO CORPORAL .......................................................................................... 36 4.1 MODELO BICOMPARTIMENTAL E MULTICOMPARTIMENTAL...........................37 4.2 MÉTODOS PARA A AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ........................ 37 4.3 PROTOCOLOS PARA DETERMINAR A COMPOSIÇÃO CORPORAL – MODELOS BICOMPARTIMENTAIS........................................................................................................38 4.4 PROTOCOLO PARA DETERMINAR A COMPOSIÇÃO CORPORAL – MODELO MULTICOMPARTIMENTAL.................................................................................................40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 43 INDICAÇÕES DE LEITURA ............................................................................................... 46 7 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. 1. INTRODUÇÃO A avaliação pode ser definida como “um processo de tomadas de decisões que estabelece um julgamento de valor sobre a qualidade de algo que se tenha medido” (PITANGA, 2005, p.13). As decisões na avaliação necessitam de uma perspectiva de referência, pois na avaliação é fundamental a comparação dos resultados obtidos com resultados anteriores do próprio grupo e/ou com de outros pontos de referências (KISS; BÖHME, 2003; PITANGA, 2005). Segundo Guedes e Guedes (2006) avaliar não é sinônimo de medir, este se caracteriza como sendo componente do processo de avaliação. “É um processo que nos permite, objetiva ou subjetivamente, comparar critérios e determinar a evolução de uma pessoa ou grupo numa linha de tempo, seus avanços e retrocessos” (FERNANDES FILHO, 2003, p.26). A abordagem que identifica avaliação como medida deixa transparecer importante limitação: a maioria dos atributos que interessam à educação física não parece ter significado por si mesma, por isso exige interpretação deseus resultados em relação aos referenciais previamente estabelecidos. Por conta desse aspecto, admiti-se que o conceito de avaliação é um processo mais amplo e abrangente que o de medida (GUEDES; GUEDES, 2006, p.1). Medir “significa determinar a quantidade, a extensão ou o grau de determinado atributo com base em um sistema convencional de unidades. O resultado de uma medida é expresso de forma numérica, daí sua maior objetividade e exatidão” (GUEDES; GUEDES, 2006, p.1). Sendo assim, medir é uma representação numérica de algo, com caráter meramente descritivo e quantitativo. A medida é fundamentada na descrição enquanto a avaliação tem como suporte a interpretação (FERNANDES FILHO, 2003; GUEDES; GUEDES, 2006; PITANGA, 2005). Visando obter um maior controle e fiabilidade das medidas coletadas, minimizando ao máximo possível a quantidade de erros, faz-se necessário controlar os indivíduos avaliados, os avaliadores e os instrumentos utilizados para realizar as avaliações através de protocolos padrões. A postura, o grau de tensão/relaxamento e a motivação, geralmente são fatores que levam o avaliador a ter maior atenção durante o processo de coleta de medidas, pois esse precisa padronizar as formas de avaliação, e para que isso seja possível os avaliados devem estar dispostos em condições similares (GUEDES; GUEDES, 2006). O erro inerente ao observador está relacionado ao grau de capacidade do avaliador, sendo este determinado pelo conhecimento dos pontos de referência, dos procedimentos de medidas e da correta utilização dos instrumentos. Assim, sendo necessário que os avaliadores 8 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. façam uso da mesma conceptualização da medida para diminuir a variabilidade ou erro entre eles. O erro inerente ao observado implica a colaboração do indivíduo em que será feita a avaliação, pois em alguns casos, como por exemplo, durante a mensuração do perímetro torácico (PT) ou da estatura (EST) é necessária a manutenção da postura estabelecida pelo avaliador. Outro caso que requer grande contribuição do avaliado é o método de avaliação da composição corporal por meio da bioimpedância elétrica, em que o avaliado deve realizar uma gama de procedimentos para que não ocorra prejuízo à qualidade das informações: I - não fazer uso de medicamentos diuréticos nos últimos 7 dias; II – manter-se em jejum por pelo menos 4 horas; III – não ingerir bebidas alcoólicas nas últimas 48 horas; IV – não praticar atividades físicas intensas nas últimas 48 horas; V – urinar pelo menos 30 minutos antes da medição; VI – permanecer em repouso absoluto em posição de decúbito dorsal de 5 a 10 minutos antes de efetuar a medição (GUEDES; GUEDES, 2003; SILVA, et al., 2010; SILVA et al., 2007).. O erro atribuível aos instrumentos de medida esta relacionado com o estado de conservação e com a correta calibragem de tais instrumentos, aspectos estes que devem ser verificados antes das mensurações. Por fim, o erro decorrente das condições de observação varia de acordo com as condições temporais, como por exemplo, temos o peso e a estatura, que ao longo do dia possuem medidas diferentes. Isso acontece no caso da estatura devido à compressão dos discos intervertebrais (tecido fibrocartilaginoso) e a acentuação das curvaturas da coluna vertebral. Já a variação de peso ao longo do dia esta relacionada com a alimentação, o gasto energético, hidratação e desidratação ao longo do dia. Esta última pode ser agravada em decorrência da sudorese e a consequente redução do volume plasmático decorrente da realização de exercícios físicos ao longo do dia (CARVALHO, 2003; DANGELO; FATTINI, 2007; HERNANDES, 2009; MOREIRA et al., 2006; SILVA, et al., 2010; SILVA et al., 2007). Podemos classificar os erros em dois tipos, erro aleatório e erro sistemático. O primeiro acontece quando a réplica de uma determinada medida possui a mesma probabilidade de fornecer um valor inferior ou superior ao realizado na primeira medição, enquanto o segundo ocorre quando a réplica de uma determinada medida é tendenciosa, ou seja, não é consistente (SILVA et al., 2010; SILVA et al., 2007). Um importante critério estatístico da qualidade de uma medida é o erro padrão de medida. Uma série de valores cuja média tenha associado um erro-padrão superior a 1/10 do respectivo desvio-padrão não oferece uma estimativa imparcial da medida na população e, em consequência, deve ser eliminada (SILVA et al., 2007). 9 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Em se tratando da avaliação física, esta de acordo com a UNESCO (2013, p.12) é definida como [...] uma importante ferramenta no processo de desenvolvimento e de treinamento esportivo, na prescrição de exercícios físicos ou de atividades físicas para a saúde, e também para garantir o acompanhamento do crescimento, do desenvolvimento, da maturação e da aprendizagem de crianças e adolescentes. Dessa maneira, pode-se identificar fatores de risco para o desenvolvimento de determinadas doenças, bem como avaliar de maneira específica as necessidades dos indivíduos para qualquer nível de aptidão física, fornecendo subsídios para que seus objetivos – seja quais forem – sejam alcançados de maneira satisfatória. Vários métodos são utilizados para avaliação física, dentre eles destacam-se a antropometria, a somatotipologia e avaliação da composição corporal, os quais serão abordados detalhadamente neste trabalho monográfico. Vale ainda ressaltar que “a construção de perfis antropométricos, a composição corporal e a somatotipologia, são, normalmente os produtos finais da transformação das medidas antropométricas” (SILVA et al., 2010, p.4). Assim, justificando a sua grande aplicabilidade. William Ross apresentou pela primeira em vez 1976 o termo Cineantropometria, definido etimologicamente como: cine – movimento, antropo – homem, metria – medida. O termo expressa o uso da medida no estudo do tamanho, da forma, da proporcionalidade, da composição e maturação do corpo humano aplicado à atividade física (PITANGA, 2005, p.74). A cineantropometria é dividida em variáveis morfológicas e variáveis funcionais. As primeiras são formadas pela composição corporal, somatotipo, percentagem de gordura corporal, índice de massa corporal (IMC) e distribuição de gordura corporal. Enquanto as variáveis funcionais são compostas pelo gasto energético, capacidade aeróbica, capacidade anaeróbica, força/resistência muscular, velocidade, agilidade, coordenação e equilíbrio (PITANGA, 2005). 10 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. 2. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Silva et al. (2007, p.4) definem antropometria como “o ramo das ciências biológicas direcionado para o estudo dos caracteres mensuráveis da morfologia humana”. Esta ainda estuda e avalia segundo Fernandes Filho (2003, p.33) “o tamanho, o peso e as proporções do corpo humano, através de medidas de rápida e fácil realização”. Já na antiga Grécia (400 anos a.C) Hipócrates apresentou a primeira classificaçãobiotipológica, desde então diversos autores vem tentando estabelecer características antropométricas do ser humano (PITANGA, 2005). O método antropométrico foi eleito como sendo o método de maior aplicabilidade e é constantemente utilizado por diversos profissionais devido a sua fácil utilização, inocuidade, relativa facilidade de interpretação, restrições culturais reduzidas, aplicação em grandes grupos e equipamentos de baixo custo financeiro (FERNANDES FILHO, 2003; GUEDES; GUEDES, 2003; GUEDES; GUEDES, 2006; QUEIROGA, 2005). 2.1 PONTOS ANATÔMICOS DE REFERÊNCIA Com o intuito de minimizar os efeitos das fontes de erro de medida, faz-se uso de pontos anatômicos de referência. Estes podem ser facilmente localizados o que permite ao antropometrista, por meio do conhecimento anatômico da morfologia corporal humana e da prática sistemática e constante desenvolver a sua perícia. O que favorece a obtenção de resultados mais precisos e consequentemente a realização de comparações mais fidedignas com outros estudos (PITANGA, 2005; SILVA et al., 2010; SILVA et al., 2007). A padronização e a demarcação dos pontos anatômicos são de fundamental importância para que as medidas antropométricas sejam feitas de forma correta além de servir de base para que os resultados publicados sejam entendidos e igualmente utilizados por outros autores. Os pontos anatômicos devem ser localizados através de palpação e identificação da padronização específica, e posteriormente devem ser marcados com lápis demográfico para facilitar a colocação correta do instrumento de medida (PITANGA, 2005, p.60). Uma postura específica também deve ser definida, esta é caracterizada como posição anatômica de referência, em que o indivíduo mantém uma posição ortostática, olhar direcionado para o horizonte, braços paralelos ao tronco com a palma da mão voltada anteriormente (posição supino) e os calcanhares devem estar unidos com as pontas dos pés ligeiramente voltadas lateralmente. Visando manter a cabeça em uma postura adequada, 11 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. utiliza-se o plano de Frankfurt como referência (Figura 1 e 2), em que é expresso por uma linha imaginária paralela ao solo que passa pelo ponto mais alto do bordo superior do meato auditivo externo correspondente (DANGELO; FATTINI, 2007; PITANGA, 2005). Figura 1. Planos e eixos da posição antropométrica de referência. Fonte: Silva et al. (2007). Figura 2. Linha de Frankfurt. Fonte: Pitanga (2005). Segundo Pitanga (2005), Guedes e Guedes (2006), Rocha (1998) e Silva et al. (2010) os principais pontos antropométricos de referência (Figura 3) são: Pterion: ponto inferior e posterior do calcâneo; Acropodion: ponto anterior do hálux (1ª dedo do pé); Sphyrion tibiale: ponto distal do maléolo medial; Sphyrion fibulare: ponto distal do maléolo lateral; Tibiale laterale: bordo externo da cabeça da tíbia; Tibiale mediale: ponto anterior da cabeça da tíbia; Dactylion: ponto distal do dedo médio da mão (3º dedo); Stylion: ponto mais alto do processo estilóide do rádio; Radiale: ponto mais alto do bordo superior do epicôndilo lateral; Trochanterion: ponto superior do trocanter maior; Shymphysion: bordo superior da sínfese púbica; Iliocristale anterior: ponto anterior da crista ilíaca; Iliocristale ou Supracristale: 12 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. maior projeção externa da crista ilíaca; Iliocristaleposterior: ponto posterior da crista ilíaca; Xyphion: ponto inferior do esterno; Mesoesternale: ponto médio do esterno, ao nível da quarta articulação; Supraesternale: bordo superior do manúbrio no plano mediano; Acromiale: ponto externo do acrômio que mais se projeta lateralmente; Cervicale: proeminência posterior da 7ª vertebra cervical (processo espinho da 7ª vertebra cervical); Vertex: ponto mais superior da caixa craniana, no plano mediano e no plano de Frankfurt. Figura 3. Pontos antropométricos de referência. Fonte: Silva et al. (2010). 13 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. 2.2 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Dentre os principais intrumentos (Figura 4) utilizados para a mensuração de medidas antropométricas, destacamos: a balança, antropômetro de pontas retas (paquímetro), compasso de pontas curvas, adipômetro e a fita métrica (FERNANDES FILHO, 2003; PITANGA, 2005; SILVA et al., 2010; SILVA et al., 2007). Figura 4. Principais instrumentos de medida: A – Balança; B - Adipômetro; C – Antropômetro de pontas retas (Paquímetro); D – Fita métrica; E – Compasso de pontas curvas. A balança é utilizada para medir a massa corporal total (MCT), essa pode ser digital ou analógica, devendo possuir precisão de 100 gramas. O estadiômetro é utilizado para medir a estatura, porém quando ausente pode-se utilizar uma fita métrica fixada verticalmente à parede ou um cursor ou esquadro antropométrico. O antropômetro também é utilizado para medir a estatura e segmentos (perna, tronco, entre outros), já o paquímetro é utilizado para medir os diametros ósseos, podendo ter pontas curvas ou retas, conforme necessário. O compasso de pontas curvas é utilizado para medir os diâmetros corporais (diâmetro tóraco- sagital) e diâmetros ósseos. O adipômetro também conhecido como compasso de pregas cutâneas, plicômetro ou espessímetro é utilizado para medir as pregas de gordura subcutânea, este deve possuir hastes com uma pressão constante de 10g/mm2. Por último, a fita métrica é utilizada para medir os perímetros e circunferências corporais, deve ser preferêncialmente feita de material que não deforme com a ação do tempo e uso constante, possuindo graduação em milímetros (FERNANDES FILHO, 2003; PITANGA, 2005; SILVA et al., 2010; SILVA et al., 2007). Os instrumentos de medida são utilizados conforme o tipo de medida antropométrica a ser mensurada, sendo assim, é extremamente necessário saber a classificação das medidas 14 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. antropométricas que expressam as distâncias entre pontos (PITANGA, 2005; SILVA et al., 2007). 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE MEDIDAS Pitanga (2005) classifica as medidas em três tipos: lineares, de superfície e de massa. As medidas lineares são divididas em longitudinais, transversais, ântero-posteriores e circunferenciais. As medidas lineares longitudinais são designadas como alturas, pois são realizadas no sentido do eixo vertical (longitudinal), como exemplos tem-se a medida da altura total e as alturas do membro-superior. As medidas lineares transversais são aquelas realizadas no eixo transversal do corpo humano, tais como a medida da envergadura e o diâmetro biacromial (DBA). As medidas lineares ântero-posteriores, conformeo próprio nome já diz, são aquelas realizadas no eixo ântero-posterior, como exemplos tem-se a medida do diâmetro torácico ântero-posterior (Diâmetro Tóraco-Sagital). Por último, as medidas lineares circunferenciais são aquelas utilizadas para determinar os perímetros, “definidos como o perímetro máximo de um segmento corporal quando medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo” (FERNANDES FILHO, 2003, p.40). Como exemplos têm-se as medidas do perímetro da perna (PP), da coxa proximal (PCP), circunferência do quadril (CQ), entre outras (PITANGA. 2005). As medidas de superfície são caracterizadas como sendo as medidas da superfície corporal, em que o seu cálculo normalmente é realizado por meio de nomogramas. Já as medidas de massa são aquelas referentes à mensuração da massa corporal (PITANGA. 2005). 2.4 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Guedes e Guedes (2003) e Guedes e Guedes (2006) fundamentados nos estudos de Cameron (1978), Pollock e Jackson (1984), Lhoman et al. (1984) e Jackson e Pollock (1985), relataram as seguintes recomendações sobre os procedimentos para a avaliação antropométrica: I – o avaliado deve estar descalço e com o mínimo possível de roupas; II - realizar as medidas diretamente na pele do avaliado, sem a presença de qualquer produto que possa proporcionar deslizamento dos dedos do avaliador ou do compasso; III - realizar uma série de três medidas no mesmo local, considerando a medida intermediária; IV – não realizar as medidas após a realização de exercícios físicos; V – evitar sempre que possível a utilização de adipômetro de plástico (clínicos). 15 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Mensuração da estatura A medida da estatura (Figura 5) é determinada com o avaliado na posição ortostática; com os membros superiores ao lado do corpo; a cabeça orientada no plano de Frankfurt paralelo ao solo; o peso corporal deve estar igualmente distribuído sobre os pés; os calcanhares devem estar unidos, e juntamente com a região posterior das nádegas, da cintura escapular e da região occipital devem estar em contato com a escala de medida. No exato momento de mensuração da estatura, o avaliado deve estar em inspiração máxima, sem desviar a postura corporal adotada anteriormente enquanto o avaliador posicionado lateralmente ao avaliado realiza a mensuração (GUEDES; GUEDES, 2006). Figura 5. Estatura. Mensuração da massa corporal total Para mensurar a MCT o avaliado deve estar em posição ortostática no centro da plataforma da balança, com o dorso voltado para a escala de medida, posicionar os membros superiores ao lado do corpo e os pés alinhados à largura dos quadris. Também é necessário distribuir o peso igualmente sobre os pés e manter o olhar direcionado para um ponto fixo à sua frente. Todos esses cuidados são tomados com a finalidade de evitar oscilações na mensuração das medidas (GUEDES; GUEDES, 2006). 16 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Figura 6. Balança para medir a massa corporal total. Determinação do índice de massa corporal O Índice de Massa Corporal (IMC) inicialmente estabelecido como índice de Quetelet, expressa a relação do peso corporal (expresso em quilogramas) e o quadrado da estatura (expressa em metros) (FERNANDES FILHO, 2003; GUEDES; GUEDES, 2003; GUEDES; GUEDES, 2006; PITANGA, 2005; QUEIROGA, 2005). Seu cálculo é bastante simples, todavia sua interpretação possui algumas dificuldades, isso devido ao fato de que os pontos de cortes estabelecidos podem não representar a realidade do indivíduo (Quadro 1). Por exemplo, um indivíduo fisiculturista pode possuir um IMC com indicativos de obesidade, porém na realidade o excesso de massa corporal pode estar relacionado com a quantidade de massa muscular e não com o excesso de gordura corporal. (GUEDES; GUEDES, 2006). O IMC é segundo Queiroga (2005) é o principal método paara a determinação da obesidade, pois é o método mais rápido e barato. Ele também é associado com doenças crônico-degenerativas, doenças hipocinéticas, morbidade e mortalidade em adultos por meio de análise em jovens (PITANGA, 2005; QUEIROGA, 2005). Um estudo recente, realizado com 900 000 indivíduos norte-americanos durante 16 anos, sugeriu novas informações importantes na relação entre o IMC e o risco de morte de câncer. Em homens com IMC ≥ 40 kg/m2, o risco relativo de morte de câncer era 1,52 quando comparado com homens com IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2; em mulheres com IMC ≥ 40 kg/m2, o risco relativo de morte de câncer era 1,62 quando comparado às mulheres com IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Em ambos os sexos, o IMC era significantemente associado com altas taxas de morte devido ao 17 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. câncer de esôfago, cólon e reto, fígado, vesícula biliar, pâncreas e rim; o mesmo também foi observado em mortes devido ao Linfoma de Hodgkin e mieloma múltiplo. Tendências significativas de aumento do risco com altos valores de IMC foram observados nas mortes de câncer de estômago e próstata em homens e para mortes de cânceres de mama, útero, colo de útero e ovário em mulheres. Como suporte dessas associações, foi estimado que as comorbidades da obesidade nos Estados Unidos podem representar 14% e 20% de todas as mortes de câncer em homens e mulheres respectivamente (FERRERA et al., 2005, p.6-7, tradução nossa). Com base nos estudos de Brozek et al. (1963), Bruch (1940), Figueroa et al. (1992), Guedes e Guedes (1997) e Lhoman (1986), Guedes e Guedes (2003, p.24) afirmam que quando ausente indicadores relacionados à quantidade de gordura corporal, “apesar de suas limitações metodológicas e conceituais, profissionais preocupados com o controle do peso corporal têm dado preferência à utilização do índice de massa corporal no diagnóstico e no tratamento da obesidade”. Afirmações semelhantes também foram realizadas por Pitanga (2005) e Fernandes Filho (2003). Quadro 1. Valores de referência para o IMC propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Classificação Índice de Massa Corporal (Kg/m2) Excesso de Magreza < 18,5 Normal 18,5 – 24,9 Excesso de Peso 25 – 29,9 Obesidade Grau 1 30 – 34,9 Obesidade Grau 2 35 – 39,9 Obesidade Grau 3 ≥ 40 Fonte: ACSM (2002). Mensuração das dobras cutâneas A mensuração das medidas de espessura das pregas cutâneas deve se realizada com o avaliado em posição ortostática. Os membros superiores precisam estar posicionados ao lado do corpo, os pés alinhados com os quadris, o peso corporal distribuído igualmente, em ambos os pés, e a cabeça posicionada no plano de Frankfurt (GUEDES; GUEDES, 2006; PITANGA, 2005). Segundo Guedes e Guedes (2003, p.101) os procedimentos padronizados por Harrison et al. (1988) para aumentar a fiabilidade da mensuração tem recebido grande aceitação, esses procedimentos são: 18 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusivefotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. I – realizar as medidas sempre no hemicorpo direito do avaliado; II – identificar e marcar cuidadosamente o ponto anatômico correspondente à prega cutânea; III – definir o tecido celular subcutâneo das estruturas mais profundas por intermédio do polegar e do dedo indicador da mão esquerda; IV – destacar a prega cutânea colocando o polegar e o dedo indicador separados por aproximadamente 08 cm entre si, sobre uma linha perpendicular ao eixo que acompanha a prega da pele. Quanto mais espesso for o tecido subcutâneo, maior deverá ser a distância entre o polegar e o dedo indicador para destacar a prega; V – elevar a prega cutânea por volta de 01 cm acima do ponto de medida; VI – manter a prega cutânea elevada enquanto se está realizando a medida; VII – aplicar a borda superior do adipômetroperpendicular à dobra cutânea e a cerca de 01 cm abaixo do ponto exato de reparo; VIII – soltar a pressão das hastes do adipômetro lentamente para não interferir na medida; IX – aguardar por volta de 04 segundos após soltar a pressão das hastes do adipômetro para que a leitura da medida seja realizada; X – realizar a medida 03 vezes em cada ponto. Sobre os procedimentos de mensuração de espessura das dobras cutâneas Fernandes Filho (2003), Guedes e Guedes (2003) e Pitanga (2005) referenciam o seguinte: Prega cutânea do tríceps (PCT) – situa-se paralela ao eixo longitudinal do braço direito, sendo destacada na distância média entre a borda súpero-lateral do olécrano e do acrômio (Figura 7). O avaliador deve posicionar-se atrás do avaliado. Figura 7. Prega cutânea do tríceps. Prega cutânea do bíceps (PCB) – situa-se paralela ao eixo longitudinal do braço direito, sendo destacada no mesmo ponto em que se mensura a dobra cutânea do tríceps, 19 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. porém na região anterior do braço (Figura 8). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Figura 8. Prega cutânea do bíceps. Prega cutânea subescapular (PCS) – situa-se obliqua ao eixo longitudinal do corpo, sendo destacada a 02 cm abaixo do ângulo inferior da escápula (Figura 9). O avaliador deve posicionar-se atrás do avaliado. Figura 9. Prega cutânea subescapular. Prega cutânea suprailíaca (PCSI) – situa-se obliqua ao eixo longitudinal do corpo, sendo destacada 02 cm acima da crista-ilíaca ântero-posterior, na altura do prolongamento da linha axilar anterior (Figura 10). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Figura 10. Prega cutânea suprailíaca. 20 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Prega cutânea abdominal (PCA) – situa-se paralela ao eixo longitudinal do corpo, sendo destacada aproximadamente a 02 cm à direita da borda lateral da cicatriz umbilical (Figura 11). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Figura 11. Prega cutânea abdominal. Prega cutânea da coxa (PCC) – situa-se paralela ao eixo longitudinal da coxa na distância média do ligamento inguinal e o bordo superior da patela. Ressaltando que o avaliado deve estar em pé com o peso corporal deslocado para a perna esquerda (Figura 12). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Figura 12. Prega cutânea da coxa. Prega cutânea axilar média (PCAM) – situa-se paralela ao eixo longitudinal do corpo, sendo destacada na linha axilar média ao nível do processo xifoide do esterno (Figura 13). O avaliador deve se posicionar lateralmente ao avaliado. 21 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Figura 13. Prega cutânea axilar média. Prega cutânea peitoral (PCP) (sexo masculino) – situa-se obliqua ao eixo longitudinal do corpo, no sentido no sentido da linha axilar anterior e do mamilo, sendo localizada no ponto médio entre esses dois pontos (Figura 14). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Prega cutânea perna medial (PCPM) – situa-se paralela ao eixo longitudinal da perna, sendo destacada medialmente no ponto de maior circunferência da perna (Figura 15). O avaliador deve agachar e se posicionar lateralmente ao avaliado. x Figura 14. Prega cutânea peitoral. Figura 15. Prega cutânea perna medial. 22 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Mensuração das circunferências corporais “A relação entre circunferência de cintura e de quadril (RC/Q) vem sendo empregada frequentemente para caracterizar se a gordura corporal é reunida predominantemente nas regiões central do corpo ou na periferia” (GUEDES; GUEDES, 2003, p.108), sendo também “associada aos níveis adversos de lipídios, lipoproteínas e insulina, sendo preditor de doença cardíaca coronariana” (PITANGA, 2005, p.124). Em um estudo feito com 141 indivíduos com evidência histológica de esteatose hepática, Subramanian et al. (2013) concluíram que a circunferência da cintura e a circunferência do quadril das mulheres avaliadas foram negativamente associadas à fibrose. Os valores que indicam um risco baixo, moderado, alto ou risco muito alto para a saúde variam conforme a idade e sexo dos indivíduos (Quadro 2). Em que valores superiores a 0,82 para mulheres entre 20-29 anos de idade oferecem um risco muito alto, enquanto para homens compreendidos nessa mesma faixa etária os valores relacionados a um risco muito alto para a saúde são aqueles superiores a 0,84. Quadro 2. Indicadores referenciais da razão cintura/quadris direcionados à identificação do risco para a saúde segundo sexo e idade. Idade Magnitude de risco para a saúde (anos) Baixo Moderado Alto Muito Alto Mulheres 20 – 29 < 0,71 0,71 - 0,77 0,78 - 0,82 > 0,82 30 – 39 < 0,72 0,72 - 0,78 0,79 - 0,84 > 0,84 40 – 49 < 0,73 0,73 - 0,79 0,80 - 0,87 > 0,87 50 – 59 < 0,74 0,74 - 0,81 0,82 - 0,88 > 0,88 60 – 69 < 0,76 0,76 - 0,83 0,84 - 0,90 > 0,90 Homens 20 – 29 < 0,83 0,83 - 0,88 0,89 - 0,94 > 0,94 30 – 39 < 0,84 0,84 - 0,91 0,92 - 0,96 > 0,96 40 – 49 < 0,88 0,88 - 0,95 0,96 - 1,00 > 1,00 50 – 59 < 0,90 0,90 - 0,96 0,97 - 1,02 > 1,02 60 – 69 < 0,91 0,91 - 0,98 0,99 - 1,03 > 1,03 Fonte: Bray e Gray (1988) apud Guedes e Guedes (2006, p.218). 23 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. De acordo com Queiroga (2005) ultimamente a medida da circunferência da cintura, vem sendo bastante utilizada como preditor de riscopara doenças crônico-degenerativas, pois aquela “poderia representar melhor a quantidade de tecido adiposo interno e as disfunções orgânicas do que a RC/Q” (QUEIROGA, 2005, p.51). Fernandes Filho (2003, p.41) propõe as seguintes precauções para uma melhor fiabilidade na obtenção de medidas das circunferências corporais: I – marcar corretamente os pontos dos perímetros utilizando lápis demográfico ou caneta; II – medir sempre num ponto fixo, pois a variação aponta erros; III - medir sempre sobre a pele nua; IV – nunca utilizar fita elástica ou de baixa flexibilidade; V – não esquecer o dedo entre a fita e a pele; VI – não dar pressão excessiva nem deixar a fita frouxa; VII – não medir o avaliado após qualquer tipo de atividade física; VIII – evitar deixar a fita na posição diagonal. Acerca dos procedimentos de mensuração das circunferências corporais Fernandes Filho (2003) Guedes e Guedes (2003) e Pitanga (2005) referenciam o seguinte: Perímetro do Pescoço (PPC) – o avaliado permanece em posição ortostática, em seguida coloca-se a fita métrica logo abaixo da epiglote (Figura 16). O avaliador deve se posicionar lateralmente ao avaliado. Figura 16. Perímetro do pescoço. Perímetro do Tórax (PT) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, no indivíduo do sexo masculino posiciona-se a fita métrica no plano horizontal sobre a cicatriz mamilar. Já no indivíduo do sexo feminino posiciona-se a fita métrica no 24 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. plano horizontal logo abaixo das linhas axilares (Figura 17). O avaliador deve se posicionar postero-lateralmente ao avaliado. Figura 17. Perímetro do tórax (sexo masculino). Perímetro do braço (PBR) – o avaliado permanece em posição ortostática lateralmente ao avaliador, posiciona-se a fita métrica no plano horizontal no ponto meso- umeral (ponto médio entre o acrômio e o olecrano) (Figura 18A). O avaliador deve porsiconar-se frente ao avaliado. Perímetro do braço em contração máxima (PBCM) – o avaliado permanece em posição ortostática lateralmente ao avaliador, mantém-se um ângulo de 90º entre o braço e o tronco, e entre o braço e antebraço, em seguida posiciona-se a fita métrica na região com a maior circunferência do braço e solicita ao avaliado para contrair a musculatura responsável pela flexão do antebraço (Figura 18B). O avaliador deve porsiconar-se frente ao avaliado. Figura 18. A - Perímetro braquial relaxado; B – Perímetro braquial em contração máxima. Perímetro do antebraço (PANT) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, mantém-se o antebraço supinado, em seguida posiciona-se a fita métrica no plano horizontal ao nível da maior circunferência do antebraço (Figura 19). O avaliador deve porsiconar-se frente ao avaliado. 25 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Figura 19. Perímetro do antebraço. Perímetro do punho (PPU)– o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, mantém-se a palma da mão voltada para frente, em seguida posiciona-se a fita métrica ao redor do punho na região dos processos estilóides radial e ulnar (Figura 20). O avaliador deve porsiconar-se frente ao avaliado. Figura 20. Perímetro do punho. Perímetro abdominal (PA) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, posiciona-se a fita métrica no plano horizontal, em seguida realiza-se a mensuração na região da cicatriz umbilical (Figura 21). O avaliador deve se posicionar postero- lateralmente ao avaliado. Figura 21. Perímetro abdominal. 26 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Circunferência da cintura (CC) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, mantém o abdome relaxado, em seguida posiciona-se a fita métrica no plano horizontal e ao final de uma expiração forçada realiza-se a mensuração na distância média entre a última costela e a crista ilíaca (parte mais estreita do tronco) (Figura 22). Figura 22. Circunferência abdominal. Circunferência do quadril (CQ) – o avaliado permanece em posição ortostática lateralmente ao avaliador, posiciona-se a fita métrica no plano horizontal, em seguida realiza- se a mensuração na área de maior circunferência da região glútea (Figura 23). O avaliador deve se posicionar lateralmente ao avaliado. Figura 23. Circunferência do quadril. Perímetro da coxa proximal (PCPR) – o avaliado permanece em posição ortostática lateralmente ao avaliador, posiciona-se a fita métrica no plano horizontal logo abaixo da dobra cutânea do glúteo, em seguida realiza-se a mensuração (Figura 24A). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Perímetro da coxa média (PCM) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, posicionando pernas levemente afastadas, em seguida posiciona-se a fita métrica no plano horizontal no ponto meso-femural (ponto médio entre a dobra inguinal e a borda superior da patela) (Figura 24B). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. 27 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Perímetro da coxa distal (PCD) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, posicionando as pernas levemente afastadas, em seguida posiciona-se a fita métrica no plano horizontal ao nível do ponto distal (05 cm acima da borda superior da patela) (Figura 24C). O avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Figura 24. A - Perímetro da coxa proximal; B - Perímetro da coxa meso-femural (média); C - Perímetro da coxa distal. Perímetro da perna (PP) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, posicionando as pernas levemente afastadas, em seguida posiciona-se a fita métrica no plano horizontal ao nível da maior circunferência da perna (Figura 25). O avaliador deve se posicionar atrás do avaliado. Figura 25. Perímetro da perna. Diâmetro biacromial (DBA) – o avaliado permanece em posição ortostática de costas para o avaliador, mantendo-se os braços ao lado do corpo. O avaliador usa as duas mãos para segurar o instrumento e posteriormente realizar a medida da distãncia entre o acrômio da escápula esquerda e o acrômio da escápula direita (Figura 26). 28 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Figura 26. Diâmetro biacromial. Diâmetro bicôndilo-umeral (DBU) - o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, mantendo-se um ângulo de 90ºentre o braço e antebraço, e entre o braço e o tronco (Figura 27). O avaliador usa uma das mãos para segurar o braço do avaliado, e com a outra mão afere da distância entre o epicôndilo medial e lateral do úmero. Figura 27. Diâmetro bicôndilo-umeral. Diâmetro bicôndilo-femural (DBF) - o avaliado permanece sentado, mantendo-se um ângulo de 90º entre a perna e a coxa. O avaliador deve aferir da distância entre o côndilo lateral e medial do fêmur (Figura 28). Figura 28. Diâmetro bicôndilo-femural. 29 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Diâmetro bicristal (DBC) – o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador, mantendo-se o braço e punho ligeiramente flexionados. O avaliador usa uma das mãos para segurar o braço do avaliado, e com a outra mão afere da distância entre o processo estiloide do rádio e da ulna (Figura 29). Figura 29. Diâmetro bicristal. Diâmetro bimaleolar (DBM) - o avaliado permanece em posição ortostática frente ao avaliador. O avaliador deve aferir a distância entre o maléolo medial e lateral (Figura 30). Figura 30. Diâmetro bimaleolar. Diâmetro do punho (DP) – o avaliado permanece em posição ortostática, o avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Este deve aferir a distância entre o processo estilóide do rádio e o processo estiloide da ulna (Figura 31). 30 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Figura 31. Diâmetro do punho. Diametro tóraco-sagital (DTS) – o avaliado permanece em posição ortostática, o avaliador deve posicionar-se lateralmente ao avaliado. Esse deve aferir a distância entre o ponto mesoesternal e o processo espinhoso da vértebra correspondente (Figura 32). Figura 32. Diâmetro tóraco-sagital. Diâmetro tóraco-transverso (DTT) – o avaliado permanece em posição ortostática, o avaliador deve posicionar-se frente ao avaliado. Esse deve aferir a distância entre as duas linhas midaxilar, no prolngamento do processo xifóide (Figura 33). Figura 33. Diâmetro tóraco-transverso 31 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. 3. SOMATOTIPO A tipologia morfológica é composta pelo conjunto das variáveis morfológicas citadas anteriormente. Tem como objetivo estudar a variação e classificação em categorias ou tipos característicos da forma humana, traçados através da presença de traços distintivos (PITANGA, 2005; SILVA et al., 2007). Conforme relatado por Silva et al. (2007), Sigaud e MacAuliffe (1894) propuseram uma classificação a partir do pressuposto de correlações somatofuncionais, em que a classificação do individuo seria baseada na predominância de um dos sistemas fundamentais: locomotor, respiratório, digestivo e cerebral (Figura 34). Sendo assim, a tipologia morfológica receberia as seguintes denominações: muscular, respiratório, digestório e cerebral. Figura 34. Tipos constitucionais propostos por Sigaud e MacAuliffe: respiratório, digestivo, muscular, cerebral (da esquerda para direita). Fonte: Silva et al. (2007). Outra classificação da tipologia morfológica (Figura 35) foi sugerida por Kretschmer (1921), em que o indivíduo seria classificado como pícnico, atlético ou astênico. A primeira expressa a adiposidade subcutânea e medidas transversais como as características predominantes, enquanto o indivíduo atlético possui a robustez muscular como principal característica. Por último, o indivíduo astênico possui a linearidade e a fragilidade óssea como as características predominantes (SILVA et al., 2007). Figura 35. Tipos constitucionais propostos por Kretschmer (1921): A – pícnico; B – atlético; C – astênico. Fonte: Silva et al. (2007). 32 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Sheldon, Stevens e Tucker (1940) utilizaram uma classificação morfológica, da qual nomearam de somatotipologia, em que o somatotipo é o conceito central, e sua determinação não implicava valores antropométricos diretamente obtidos, mas sim a utilização do método antroposcópico, fotografando o indivíduo de frente, de perfil e de costas. Devido ao surgimento de muitos questionamentos, o método de Sheldon foi alterado com a inserção de medidas antropométricas por Health e Carter em 1971 (GUEDES; GUEDES, 2006; MALINA; BOUCHARD, 2002; PITANGA, 2005; SILVA et al., 2007). O método de Sheldon deu lugar para o método de Health e Carter (1971), sendo este o método mais divulgado atualmente no âmbito da cineantropometria. Neste método são necessárias as seguintes medidas: peso, estatura, pregas cutâneas (PCT, PCS, PCSI, PCPM), diâmetro bicôndilo femural (DBF), diâmetro bicôndilo umeral (DBU), PP e PBCM (GUEDES; GUEDES. 2006; MALINA; BOUCHARD, 2002; PITANGA, 2005; SILVA et al., 2007). O somatotipo é expresso por uma descrição de três algarismos, dispostos em uma sequência inalterável, “em que cada algarismo representa a cotação atribuída a cada uma das três componentes primárias da constituição. Estas componentes são expressão das estruturas derivadas dos três folhetos embrionários” (SILVA et al., 2010, p.27), o endoderma (camada interna da massa celular interna que origina o tubo digestivo e seus sistemas auxiliares), o mesoderma (camada intermédia da massa celular interna, que origina os ossos e músculos), e o ectoderma (camada externa da massa celular interna, que origina o sistema nervoso central e o sistema periférico). Sendo nomeadas conforme cada folheto embrionário: endomorfismo (END), mesomorfismo (MES) e ectomorfismo (ECT), e recebendo uma cotação de 1 a 7 (DANGELO; FATTINI, 2007; GUEDES; GUEDES, 2006; PITANGA, 2005; SILVA et al., 2007). O grau de desenvolvimento em adiposidade e a predominância dos órgãos digestivos são exprimidos pelo endomorfismo, em que predomina o volume abdominal, a flacidez muscular e o contorno macio e arredondado em todo o corpo. O mesomorfismo relaciona-se ao grau de desenvolvimento músculo-esquelético relativo, com medidas torácicas maiores que abdominais e aspecto enérgico. O ectomorfismo representa a linearidade ou o grau de desenvolvimento em comprimento, em que este predomina sobre os diâmetros e as circunferências, geralmente predomina um aspecto de fragilidade (MALINA; BOUCHARD, 2002; PITANGA, 2005; SILVA et al., 2010). 33 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. 3.1 REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA E GRÁFICA DO SOMATOTIPO Segundo Pitanga (2005) e Guedes e Guedes (2006), para calcular o endomorfismo, mesomorfismo e ectomorfismono método de Health e Carter (1971) utilizamos as seguintes equações: Endomorfismo = 0,7182 + 0,1451 (x) – 0,00068 (x) + 0,0000014 (x). Em que x é o resultado do somatório da DCT, DCSI e DCS. Mesomorfismo = 0,858 (DBU) + 0,601 (DBF) + 0,188 (B) + 0,161 (P) – 0,131 (EST) + 4,50. Em que : B = PBR corrigido = PBR - DCT/10 P = PP corrigido = PP - DCPM/10 Para calcular o ectomorfismo Silva et al., (2010) e Pitanga (2005) escrevem que inicialmente deve-se calcular o Índice Ponderal Recíproco (IPR), que se dá através da equação: IPR= estatura / raiz cúbica do peso corporal. Em seguida basta analisar o valor de IPR encontrado e aplicá-lo na em uma das equações abaixo: Ectomorfismo = (IPR x 0,732) – 28,58. Se IPR for menor que 40,75. Ectomorfismo = (IPR x 0,463) – 17,63. Se IPR estiver entre 38,25 e 40,75. Ectomorfismo = 0,1. Se IPR for menor ou igual a 38,25. Além da representação numérica, o somatotipo possui uma representação gráfica denominada somatograma (Figura 36). O somatograma expressa graficamente a visualização da distribuição dos somatotipos de uma determinada amostra. É formado por um triângulo de lados curvos que apresenta raio, designado Triângulo de Reuleux. Este apresenta três eixos que se intersectam no ponto central do triângulo, sendo nomeados conforme o nome das componentes. O vértice inferior esquerdo representa a primeira componente (endomorfismo), o vértice superior representa a segunda componente (mesomorfismo) e o vértice inferior direito representa a terceira componente (ectomorfismo) (PITANGA, 2005, ROCHA, 1998; SILVA et al., 2007). 34 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Figura 36. Somatograma formado a partir do Ttriângulo de Reuleux Fonte: Siva et al. (2007). De acordo com Pitanga (2005) e Silva et al. (2007), para a determinar os pontos X (eixo das abscissas) e Y (eixo das ordenadas) correspondente ao somatotipo no somatograma devemos utilizar as seguintes equações: X = III – I Y = 2 x II – (I + III) Em que I, II e III expressam respectivamente os valores da primeira, segunda e terceira componente. Após localizarmos os pontos de acordo com as suas coordenadas, o somatotipo classificara o indivíduo em categorias (PITANGA, 2005; ROCHA, 1998; SILVA et al., 2007). De acordo com Pitanga (2005) e Silva et al. (2007), essas categorias são: Endormorfo equilibrado: a primeira componente é dominante; a segunda e a terceira componentes são iguais ou não diferem mais de 0,5. Meso-endomorfo: a primeira componente é dominante; a segunda é maior que a terceira. Mesomorfo-endomorfo: a primeira e a segunda componentes são iguais ou não diferem mais que 0,5; a terceira componente tem o menor valor. Endo-mesomorfo: a segunda componente é dominante; a primeira é maior que a terceira componente. 35 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Mesomorfo-equilibrado: a segunda componente é dominante; a primeira e a terceira componentes são iguais ou não diferem mais de 0,5. Ecto-mesomorfo: a segunda componente é dominante; a terceira é maior que a primeira componente. Mesomorfo-ectomorfo: a segunda e a terceira componentes são iguais ou não diferem mais que 0,5; a primeira componente possui o menor valor. Meso-ectomorfo: a terceira componente é dominante; a segunda é a maior que a primeira componente. Ectomorfo-equilibrado: a terceira componente é dominante; a primeira e a segunda componentes são iguais ou não diferem mais que 0,5. Endo-ectomorfo: a terceira componente é dominante; a primeira é maior que a segunda componente. Endomorfo-ectomorfo: a primeira e a terceira componentes são iguais ou não diferem mais que 0,5; a segunda componente tem o menor valor. Central: nenhuma componente excede em mais de um ponto qualquer uma das outras; todas as componentes possuem valores compreendidos entre 3 e 4. 36 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. 4. COMPOSIÇÃO CORPORAL Obter informações associadas à composição corporal é fundamental para a realização de prescrição, acompanhamento nutricional, bem como para o controle do treinamento físico, e verificação do desenvolvimento. Assim, é importante que ocorra o fracionamento da MCT para melhor analisar as componentes: muscular, óssea, gordura corporal e residual (GUEDES; GUEDES, 2003; PITANGA, 2005; QUEIROGA, 2005; SILVA et al., 2010). Pitanga (2005, p.89) enumera a grande importância da aplicação da composição corporal para Identificar os riscos de saúde do cliente associados aos valores muitos altos ou baixos de gordura corporal, […] identificar o risco de saúde do cliente associado ao excesso de gordura abdominal, […] monitorar modificações na composição corporal associadas a certas doenças, […] avaliar o efeito de intervenções nutricionais e programas de exercícios físicos nas alterações da composição corporal, […] estimar o peso ideal, […] monitorar crescimento, desenvolvimento, maturação e modificações na composição corporal relacionadas à idade. Segundo Silva et al. (2007) o estudo da composição corporal primeiramente é dividido em duas grandes categorias: in vivo e no cadáver. Logo, designamos as metodologias a serem utilizadas conforme o nível de organização a que decidimos operacionalizar o conceito de composição corporal. Esses níveis são classificados em: nível atômico (métodos biofísicos); nível molecular (procedimentos clássicos ou avançados da bioquímica); nível celular (técnicas bioquímicas e histológicas); nível de distribuição dos tecidos (técnicas antropométricas e imagiológicas) (GUEDES E GUEDES, 2003; QUEIROGA, 2005; SILVA et al., 2007). Mesmo com a grande importância atribuída ao peso corporal perante as características do esforço físico, quanto ás características nutricionais, “sua medida nem sempre consegue fornecer algo além de uma visão bastante superficial sobre a assimilação desses fatores pelo organismo” (GUEDES; GUEDES, 2006, p.79). Como exemplo pode-se destacar o fato de que altos valores de peso corporal podem estar relacionados a um desenvolvimento de massa muscular, combinado com uma constituição óssea consistente, e não em função de gordura corporal em excesso. Entretanto nem sempre uma boa consistência óssea e muscular irá representar altos valores de peso corporal, sendo a gordura corporal excessiva a principal responsável (QUEIROGA, 2005; SILVA et al., 2007). Desde o século XIX, multiplicaram-se os estudos baseados na dissecação de cadáveres (Bischoff, 1863; Liebig, 1874; Theile, 1884). Recentemente, Martin et al. (1990), a partir dos trabalhos de Clarys et al. (1984), Drinkwater (1984) e Martin (1984), integrados no Brussels Cadaver Study; e Forbes et al. (1953, 1956), e Mitchell et al. (1945) trouxeram novas contribuições para o conhecimento da 37 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material).Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. distribuição relativa dos vários componentes, permitindo concluir, por exemplo, que a massa muscular varia entre 15,8 kg e 40,4 kg, ou seja, 27,4 e 49,1 % da massa total do corpo (SILVA et al., p.73). Geralmente são utilizados na dissecação indivíduos “idosos, doentes ou, na maioria dos casos, tendo vivido situações de carências várias, nomeadamente alimentares” (SILVA et al., 2007, p.73). Assim, mesmo com todo o rigor dos métodos utilizados na dissecação, não podemos generalizar os valores relatados anteriormente (SILVA et al., 2007). A análise quantitativa da composição corporal é fundamentada em dois modelos básicos: “o modelo bicompartimental, considerando a massa do corpo constituída por dois componentes ou compartimentos, gordo (ou massa gorda, fat mass) e magro (ou massa magra, lean body mass); e o modelo multicompartimental” (SILVA et al., 2007, p.73), em que é possível determinar a quantidade de cada componente corporal (PITANGA, 2005; QUEIROGA, 2005). 4.1 MODELO BICOMPARTIMENTAL E MULTICOMPARTIMENTAL Tratando-se do modelo bicompartimental, Behnke (1940) foi o pioneiro na divisão do peso corporal em dois compartimentos. Em 1942 Behnke, Feen e Welham embasados no princípio de Arquimédes, formularam o conceito de gravidade específica por meio da pesagem do corpo humano na água e no ar (PITANGA, 2005). Matiegka (1921) foi o pioneiro enquanto ao fracionamento do peso corporal, realizando a primeira tentativa por meio de uma amostra de 12 rapazes (16-17 anos), e “usando medidas de circunferências, diâmetros ósseos e espessura de dobras cutâneas” (PITANGA, 2005, p.88-89). Essas medidas forneceram informações para Matiegka (1921) elaborar equações para a determinação dos valores das componentes corporais: massa gorda (MG), massa muscular (MM), massa óssea (MO) e massa residual (MR) (GUEDES; GUEDES, 2003; PITANGA, 2005). Em análise da composição corporal com dois compartimentos (gordura corporal e massa isenta de gordura), as medidas de espessura das dobras cutâneas são indicadores antropométricos mais comumente utilizados, apesar de que, em abordagens multicompartimentais, devem ser incluídas também informações sobre as medidas de perímetros e diâmetros ósseos (GUEDES, 2006, p.115). 4.2 MÉTODOS PARA A AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 38 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Na atualidade para estudar a composição corporal podemos utilizar técnicas de determinação, direta, indireta e duplamente indireta. A primeira técnica esta relacionada obtenção de informações dos diferentes tecidos do corpo, mediante o envolvimento da dissecação de tecidos. Esse procedimento é extremamente preciso, porém é limitado quanto ao uso, pois é necessária a realização de incisões no corpo, assim, limitando a utilização a cadáveres humanos e laboratórios. Em contrapartida, torna-se imprescindível para o embasamento teórico para os métodos indiretos (FERNANDES FILHO, 2003; GUEDES; GUEDES, 2003; PITANGA, 2005; SILVA et al., 2010). Dentre os métodos indiretos mais utilizados, temos a técnica da densitrometria (pesagem hidrostática, pletismografia), hidrometria (diluição de isótopos), espectometria, tomografia computadorizada, ativação de neutrons, ultra som, absortometria de dupla energia (DEXA), ressonância magnética, condutividade elétrica total e absorção de fótons (GUEDES; GUEDES, 2003; PITANGA, 2005). Em relação aos métodos duplamente indiretos, existem a interactância de raios infravermelhos, bioimpedância e a antropometria. Ao passo que a antropometria tem sido o método duplamente indireto mais utilizado (PITANGA, 2005) Visto que a antropometria tem sido o método duplamente indireto de maior utilização para a determinação da composição corporal e que este foi o método utilizado nas mensurações das medidas realizadas neste estudo, optou-se por realizar descrições apenas do método antropométrico. 4.3 PROTOCOLOS PARA DETERMINAR A COMPOSIÇÃO CORPORAL – MODELOS BICOMPARTIMENTAIS Conforme relatado por Pitanga (2005), os primeiros autores a publicar equações de regressão com o intuito de estimar a densidade corporal por meio de variáveis antropométricas foram Brozek e Keys (1951). Desde então muitos investigadores vêm publicando equações utilizando de diversas combinações de algumas medidas antropométricas, tais como as dobras cutâneas e as circunferências corporais (PITANGA, 2005). Segundo Pitanga (2005), Fernandes Filho (2003) e Silva et al., (2010), dentre os investigadores que elaboraram equações para a estimativa da gordura coporal temos: Sloan, Burt e Bilyth (1962); Sloan (1967); Durnin e Rahaman (1967); Durnin e Womersley (1973); 39 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Jackson e Pollock (1978); Jackson e Pollock e Ward (1980); Guedes (1985); Petroski (1995) e Rodrigues-Añes (1997). Quando utilizamos uma determinada equação para a estimativa da gordura corporal, é de fundamental importância tomarmos nota do estudo que originou tal equação. Isso devido ao fato de que as equações de regressão são classificadas de acordo com a amostra utilizada no estudo, ou seja, se uma equação foi construída a partir de amostras homogênas essa será classificada como específica. Por outro lado, se uma equação for construída a partir de uma amostra heterogênea, essa será classicada como generalizada. O que ira determinar o tipo de amostra utilizada serão as diferenças em idade, composição corporal e níveis de aptidão física (PITANGA, 2005). Protocolo de Jackson e Pollock (1978) – masculino (PCT, PCA e PCC); Protocolo de Jackson, Pollock e Ward (1980) – feminino (PCT, PCC e PCSI); Protocolo de Jackson e Pollock (1978) – masculino (PCS, PCT, PCP, PCAM, PCSI, PCA e PCC); Protocolo de Jackson e Pollock (1978) – feminino (PCS, PCT, PCP, PCAM, PCSI, PCA e PCC); Protocolo de Sloan et al., (1962) – feminino (PCSI e PCT); Protocolo de Sloan (1967) – masculino (PCC e PCS); Protocolo de Guedes (1985) – feminino (PCS, PCSI e PCC) e masculino (PCT, PCSI e PCA), desenvolvido no Brasil; Protocolos de Slaughter et al., (1988) – crianças e adolescentes (PCT, PCS), 7 a 17 anos de idade; Protocolo de Jackson e Pollock (1978) – atletas homens (PCC, PCP, PCAM, PCT, PCS, PCA e PCSI). Protocolo de Jackson e Pollock (1978) – atletas mulheres (PCC, PCT, PCA e PCSI); Protocolo de Petroski (1995) – homens brancos (PCS, PCT, PCP). Os protocolos citados buscam calcular a densidade corporal (D) aplicada posteriormente na equação de Siri (1962): %GORDURA = (4,95 / D – 4,50) 100 40 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. 4.4 PROTOCOLO PARA DETERMINAR A COMPOSIÇÃO CORPORAL – MODELO MULTICOMPARTIMENTAL Conforme relatado por Silva et al. (2010) os estudos de Ross e Wilson (1974) basearam-se nos valores da tabela do Unisex Phantom para estimar os índices de massa gorda (MG), massa óssea (MO), massa muscular (MM) e massa residual (MR) corporal. As técnicas antropométricase os valores Z de proporcionalidade estabelecidos por aqueles autores, Ross et al., (1981) calculam as frações gorda, óssea, muscular e residual da massa total do corpo, dentro de intervalos de erro toleráveis para aplicações aproximativas e adaptadas às condições de trabalho de campo (SILVA et al., 2010, p.39). Pode-se dividir o método de Ross e Wilson (1974) em cinco etapas. Na primeira etapa realizam-se as mensurações das medidas que compõem o Unisex Phantom (Quadro 3). Quadro 3. Valores do Unisex Phantom propostos por Ross et al. (1981) para fracionação da massa corporal. Gordura, kg 12,13 3,25 Pregas Adiposas (mm): Tricipital 15,4 4,47 Subescapular 17,2 5,07 Suprailíaca 15,4 4,47 Geminal (Interno) 16,0 4,67 Osso, kg 10,49 1,57 Diâmetro Bicôndilo Umeral (cm) 6,48 0,35 Diâmetro Bicôndilo Femural (cm) 9,52 0,48 Muscular, kg 25,55 2,99 Perímetro braquial (relax) – π x (sk Tricipital)/10 22,05 1,91 Perímetro torácico – π x (sk Subescapular)/10 82,36 4,86 Perímetro geminal – π x (sk Geminal Interno)/10 30,22 1,97 Perímetro antebraquial (opcional) 25,13 1,41 Residual, kg 16,41 1,90 Diâmetro biacromial (cm) 38,04 1,92 Diâmetro tóraco-transverso (cm) 27,92 1,74 Diâmetro tóraco-sagital (cm) 17,50 1,38 Diâmetro bicristal (cm) 28,84 1,75 Fonte: Ross et al. (1981) apud Silva et al. (2010, p.41) 41 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Na segunda etapa, calcula-se o valor Z de cada medida antropométrica utilizada, para isso usa-se a seguinte equação (SILVA et al., 2010): Z = 1/s (V (170,18/A)d – P) Em que: S = valor de referência proposto pelo Unisex Phantom para a medida em questão; P = valor de referência proposto pelo Unisex Phantom para a medida em questão; A = o valor da estatura do indivíduo em centímetros; V = o valor absoluto da medida mensurada no individuo; d = é uma constante diensional (atribuimos o valor de 1 caso a medida em questão seja linear ou dobra de gordura subcutânea, 2 caso a medida em questão seja secção, 3 caso a medida em questão seja de volume ou de massa). Na terceira etapa, calcula-se o valor Z médio (Zm) para cada componente da massa corporal, ou seja, é necessário calcular o Zm da massa gorda, massa óssea, massa muscular e massa residual. Para tanto, realiza-se a somatória dos valores Z de cada medida utilizada na determinação de cada componente corporal, e em seguida divide-se o valor encontrado pelo número de medidas utilizadas. Exemplo: Para calcular o Zm da massa gorda deve-se mensurar os valores Z de proporcionalidade das dobras cutâneas que aparecem no Unisex Phanton, e em seguida aplicá- los à equação (SILVA et al., 2010): Zm = (Z1 + Z2 + Z3 + Z4 + Z5 + Z6) / n Em que: Z1= Z da DCT; Z2 = Z da DCS; Z3 = Z da DCSI; Z4 = Z da DCA; Z5 = Z da DCC; Z6 = Z da DCGM; n = número de medidas utilizadas. Na quarta etapa utiliza-se os valores Zm encontrados para calcular os valores componenciais da massa corporal. Para tanto, usa-se a seguinte equação (SILVA et al., 2010): M = (Zm x S + P) / (170,18 / h)3 Em que: M = componente corporal em questão; 42 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. Zm = valor do Zm da componente em questão; S = valor de referência proposto pelo Unisex Phantom proposto para a componente em questão; P = valor de referência proposto pelo Unisex Phantom proposto para a componente em questão; h = estatura do indivíduo avaliado. Por fim, na quinta e última etapa, deve-se transformar os valores de massa encontrados em porcentagens. Para tanto basta utilizar-se uma simples regra de três. Se MCT --------------100% logo M-----------------Y Em que: MCT = massa corporal total do individuo avaliado; M = valor da componente em questão; Y = porcentagem da componente em questão. Desta forma temos que: Y = M x 100 / MCT. Por exemplo: Um indivíduo avaliado possui uma massa corporal total de 80 kg, sendo dividida da seguinte forma: 37 kg de MM, 13 kg de MG, 18 kg de MO e 12 kg de MR. Logo, para se calcular a porcentagem de cada componente basta aplicar uma simples regras de três: MM = 37 x 100 / 80 = 46,25% MG = 13 x 100 / 80 = 16,25% MO = 18 x 100 / 80 = 22,5% MR = 12 x 100 / 80 = 15% 43 Prof. Mdo. Ricardo Viana *Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia , gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do professor (autor do material). Aos infratores aplicam-se as sanções previstas na lei brasileira. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM. AMERICAN COLLEGE SPORT MEDICINE. ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 8 ed. Philadelphia: Wolters Kluwer, Lippincott Williams & Wilkins, 2010. BROZEK, J et al. 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