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RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E SUBJETIVA

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TRABALHO RELATIVO A RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA
1. APRESENTAÇÃO 
 A responsabilidade civil é um dever jurídico que surge pela violação de uma obrigação que é o dever jurídico originário. Em um contrato de prestação de serviços, por exemplo, o contratado assume a obrigação de prestar serviços (dever jurídico originário). Se não cumprir a obrigação, violará o dever jurídico originário. A partir desta violação surge a responsabilidade que é o dever de compor o prejuízo causado pelo não cumprimento da obrigação. Para se identificar quem é o responsável há que se identificar aquele a quem a lei imputou a obrigação, pois ninguém poderá ser responsabilizado por nada sem ter violado dever jurídico preexistente.
 O código Civil, em seu art. 389 faz a distinção entre obrigação e responsabilidade: “Não cumprida à obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, honorários de advogado.” Assim, a responsabilidade civil opera a partir do ato ilícito e a obrigação de indenizar tem por finalidade colocar a vítima na situação em que estaria sem a ocorrência do fato danoso.
 De acordo com a teoria clássica, a culpa é o principal pressuposto da responsabilidade civil subjetiva. Esta doutrina tem sua fundamentação no código Napoleônico, preceito pelo qual se assentou que o fundamento da reparação do dano causado é a culpa. Neste sentido “o primeiro pensamento que hoje vem ao espírito é procurar o responsável, e entende-se por isto aquele cuja culpa causou o dano” (Rodière apud Pereira, 2001 p.14). No Novo Código Civil isto se faz claro no art.186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. A partir desta concepção, a vítima só obterá a reparação do dano se provar a culpa do agente. No entanto, na sociedade moderna em muitos casos não é possível provar a culpa. Com isto, na Bélgica, Itália e principalmente na França foram desenvolvidos trabalhos sustentando a existência de uma responsabilidade objetiva, sem culpa, baseada na teoria do risco. Apesar de a teoria dominante ser a da culpa, a teoria do risco também foi adotada pela lei brasileira e pode ser apreciada, dentre outros, no art. 927 parágrafo único e 931.
 Artigo 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
 Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
 Sobre a função da responsabilidade civil Filho afirma que:
O anseio de obrigar o agente causador do dano, a repará-lo inspira-se no mais elementar sentimento de justiça. O dano causado pelo ato ilícito rompe o equilíbrio jurídico-econômico anteriormente existente entre o agente e a vítima. Há uma necessidade fundamental de se restabelecer esse equilíbrio, o que se procura fazer recolocando o prejudicado no statu quo ante. Impera neste campo o princípio da restitutio in integrum, isto é, tanto quanto possível, repõe-se a vítima á situação anterior á lesão. Isso se faz através de uma indenização fixada em proporção ao dano. (Filho 2004, p.35).
2. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA OU TEORIA DA CULPA 
 A essência da responsabilidade subjetiva encontra-se no fato de que o comportamento humano contribui para o prejuízo sofrido pela vítima. Neste sentido, não se considera passível de gerar a indenização um ato humano qualquer. Somente será geradora da indenização uma conduta que a ordem jurídica reveste de certos requisitos ou de certas características. O fato jurídico é o pressuposto motivacional da existência do direito, assim ele pode ser entendido como o acontecimento ou eventualidade causa determinante do nascimento, modificação ou extinção do direito para o qual exista uma norma ou determinação da ordem jurídica definindo que aquele evento pode produzir consequências jurídicas. Segundo essa teoria não se pode responsabilizar pelo dano ocorrido, se não houver culpa. Não basta apenas que haja o comportamento humano causador de dano ou prejuízo. Está vinculada ao ato ilícito estrito sensu, ou seja, um conjunto de pressupostos da responsabilidade onde a culpa é um dos integrantes destes pressupostos. Aplica-se ás relações interindividuais – violação de um dever jurídico.
 A responsabilidade civil subjetiva é composta por três elementos, quais sejam: um elemento formal que é a violação de um dever jurídico mediante conduta voluntária; um elemento subjetivo, que pode ser o dolo ou a culpa; e por fim um elemento causal-material, que é o dano e a respectiva relação de causalidade. Estes três elementos, podem ser claramente identificados no art.186 do Código Civil:
1. Conduta culposa do agente – “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia”;
1. Nexo causal – expresso pelo verbo causar; e
1. Dano – “violar direito ou causar dano a outrem”. 
 Para que se obtenha êxito na ação indenizatória é necessário que o autor junte aos autos todos os elementos necessários à comprovação dos elementos citados acima (conduta culposa/ nexo causal/dano). Sobre a conduta do agente preleciona Stoco: 
O elemento primário de todo o ilícito é uma conduta humana e voluntária no mundo exterior. Este ilícito, como atentando a um bem juridicamente protegido, interessa à ordem Normativa do direito justamente porque produz um dano. Não há responsabilidade sem um resultado danoso. Mas a lesão a bem jurídico cuja existência se verificará no plano normativo da culpa está condicionada à existência, no plano naturalístico da conduta, de uma ação ou omissão que constitui a base do resultado lesivo. Não há responsabilidade civil sem determinado comportamento humano contrário à ordem jurídica. Ação e omissão constituem, por isso mesmo, tal como no crime, o primeiro da responsabilidade civil.
 O nexo causal resulta de um desrespeito ao cumprimento do dever jurídico, o que faz gerar um prejuízo. Se por qualquer motivo o prejuízo, ou resultado lesivo não estiver vinculado á violação do dever jurídico então, não há que se falar em responsabilidade. Neste sentido, “para que se concretize a responsabilidade é indispensável que se estabeleça uma interligação entre a ofensa, a norma e o prejuízo sofrido, de tal forma que possa afirmar ter havido dano “porque” o agente procedeu contra o direito.” (Rodière apud Pereira, 2001 p.75). 
 Por fim, o dano como elemento formal da responsabilidade subjetiva, obviamente também o é na responsabilidade objetiva, pois se não há dano, não há o que se reclamar. Sobre isto Pereira esclarece:
Fica estabelecido que a conduta antijurídica, imputável a uma pessoa, tem como consequência a obrigação de sujeitar o ofensor a reparar o mal causado. Existe uma obrigação de reparar o dano, imposta a quem quer que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar prejuízo a outrem.
2.1. JURISPRUDENCIA RELATIVO A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
EMENTA
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. OMISSÃO. SUBJETIVA. NEXO DE CAUSALIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso.
2. A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário, dessa forma, comprovar a negligência na atuaçãoestatal, o dano e o nexo causal entre ambos.
3. Hipótese em que, conforme se extrai do acórdão recorrido, ficou demonstrado a existência de nexo causal entre a conduta do Estado e o dano, o que caracteriza o ato ilícito, devendo o autor ser indenizado pelos danos suportados. Rever tal posicionamento requer, necessariamente, o reexame de fatos e provas, o que é vedado ao STJ por esbarrar no óbice da Súmula 7/STJ. Agravo regimental improvido.
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS (Relator):
Não merecem prosperar as alegações do agravante.
Conforme demonstrado na decisão agravada, não houve violação do art. 535 do CPC, pois a prestação jurisdicional foi dada na medida da pretensão deduzida, como demonstra o seguinte trecho do acórdão recorrido (fls. 288/290, e-STJ):
"Da análise dos autos, constata-se que o magistrado de origem serviu-se de outros elementos para a condenação do apelante a indenizar os autores pelos danos morais e materiais Documento: 27952078 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 4 de 9 Superior Tribunal de Justiça suportados. Foi considerado o Boletim de Ocorrência confeccionado pela Policia Rodoviária Federal (fls. 23-25), assim como o fato de que o DNIT não comprovou que a vitima desenvolvia velocidade superior permitida, afastando de tal sorte, eventual negligência ou imprudência do condutor do veículo. 
Ponderando, ainda, que o local do acidente já tinha sido palco de outros anteriores, devidamente comunicados ao DNIT, fato este que consta do Boletim d Ocorrências da PRF.
 E de se ver, portanto, que a sentença está devidamente fundamentada e lastreia-se documentos outros jungidos aos autos, o que afasta a alegada nulidade, uma vez que a sentença objurgada se mantém por outros fundamentos. 
(...) 
No caso dos autos, a omissão na devida manutenção do trecho d rodovia em que aconteceu o acidente, foi determinantes para a ocorrência do sinistro (acidente automobilístico resultante no falecimento do filho dos autores).
 Aqui, para que não se alegue posterior falta de análise dos argumentos da defesa, cumpre, salientar que boas condições climáticas, período diurno, boa visibilidade, presença de sinalização vertical e horizontal não elidem a responsabilidade estatal pela conservação das rodovias., Não é dado ao Estado argumentar que o de cujus poderia desviar dos buracos, quando na realidade, tais buracos sequer deveriam existir. Infere-se, do boletim da Policia Rodoviária Federal (fís. 23-25), que conforme o levantamento feito no local, o V1 trafegava reto à frente, quando ao passar no buraco sobre a pista, estourou 03 pneus, vindo a sair da pista e chocar-se com a árvore". 
Cumpre ressalta que é incumbência do DNIT, nos termos de seu Regimento Interno, art. 40, inciso IV, estabelecer padrões, normas e especificações técnicas para os programas de segurança operacional, sinalização, manutenção, restauração de vias, terminais e instalações; donde segue que verificada sua omissão em agir, quando podia e devia faze-lo, caracteriza a responsabilização civil pelos danos causados a terceiros. 
Dessa forma, tenho que a conduta omissiva/comissiva do DNIT encontra-se comprovada, bem como que o nexo de causalidade entre a conduta e o dano também está demonstrado.
 Ressalte-se que não há nos autos hipótese caso fortuito, força maior ou, ainda, prova contundente de que o acidente teria ocorrido por culpa exclusiva da vítima ou que esta teria contribuído para o ocorrido, a fim de afastar o dever de indenizar do DNIT." 
Como se vê, o Tribunal de origem expressamente consignou que não há nos autos provas que demonstre que a vítima estava e velocidade acima da permitida, e que tal fato deu causa ao acidente. Ao contrário, o acórdão recorrido foi enfático ao afirmar que não há nos autos hipóteses de excludentes d responsabilidade, ou seja, de caso fortuito, força maior e de culpa exclusiva ou concorrente da vítima. 
Logo, não se há falar em omissão no julgado.
 Ademais, o juiz não fica obrigado a manifestar-se sobre todas as alegações das partes, nem a ater-se aos fundamentos indicados por elas, ou a responder, um a um, a todos os seus argumentos quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar a decisão, o que de fato ocorreu. 
Ressalte-se, ainda, que cabe ao magistrado decidir a questão de acordo com o seu livre convencimento, utilizando-se dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso concreto.
Nesse sentido, ainda, os precedentes:
"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA – EXECUÇÃO FISCAL – DECRETAÇÃO DA PRESCRIÇÃO.
1. Não ocorre ofensa ao art. 535, II, do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as questões essenciais ao julgamento da lide.
2. É inviável a aplicação do art. 8º, § 2º, da Lei 6.830/1980, tendo em vista a prevalência do art. 174 do CTN, para os executivos fiscais ajuizados antes da LC 118/2005. Precedentes do STJ.
3. Recurso especial não provido."
 (REsp 1142474/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 23.2.2010, DJe 4.3.2010) 
"PROCESSUAL CIVIL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. MULTA ADMINISTRATIVA. PRESCRIÇÃO. APLICABILIDADE DO DECRETO 20.910/1932.
1. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC.
2. Ausente previsão em lei específica, o prazo prescricional nas ações de cobrança de multa administrativa é de cinco anos, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910/1932, à semelhança das ações pessoais contra a Fazenda Pública. Documento: 27952078 RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 6 de 9 Superior Tribunal de Justiça
3. Orientação reafirmada pela Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.105.442/RJ, submetido ao rito do art. 543-C do CPC.
4. Agravo Regimental não provido."
 (AgRg no Ag 1000319/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 23.2.2010, DJe 4.3.2010). 
Por fim, apenas para esclarecimentos, reafirmo o entendimento do STJ segundo o qual a responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário, dessa forma, comprovar a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo causal entre ambos.
 No caso dos autos, conforme se extrai do acórdão recorrido, ficou demonstrado a existência de nexo causal entre a conduta do Estado e o dano, o que caracteriza o ato ilícito, devendo o autor ser indenizado pelos danos suportados. 
Ressalta-se, ainda, que é vedado ao STJ rever as premissas fáticas fixadas pelo acórdão regional, por esbarrar no óbice da Súmula 7/STJ. 
Nesse sentido, as ementas dos seguintes julgados:
"ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. LEGITIMIDADE ATIVA DO ESPÓLIO CONFIGURADA. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO AO RÉU. ART. 535 DO CPC. NÃO VIOLAÇÃO. DANO E NEXO DE CAUSALIDADE. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.
1. Impossível a pretendia extinção do processo por ilegitimidade da parte ativa, espólio, por contrastar com os princípios da instrumentalidade, economia e celeridade do processo, pois representaria tão somente alterar os nomes dos autores: a família do de cujus, postulando indenização por danos morais. (Precedente: REsp 921829/DF, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 03/03/2009, DJe 31/03/2009.)
2. "A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que, caracterizada a responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação concomitante de três elementos - dano, omissão administrativa e nexo de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do Poder Público -, é inafastável o direito Documento: 27952078 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 7 de 9 Superior Tribunal de Justiça do autor à indenização ou reparação civil dos prejuízos suportados. Rever tal entendimento implica reexame da matéria fático-probatória, obstado pela Súmula 7/STJ." (AgRg no Ag 1216939/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 02/03/2011; REsp 1191462/ES, Rel. Min.Herman Benj amin, Segunda Turma, DJe 14/09/2010).
3. A jurisprudência desta Corte é disposta no sentido de que o benefício previdenciário é diverso e independente da indenização por danos materiais ou morais, porquanto, ambos têm origens distintas. Este, pelo direito comum; aquele, assegurado pela Previdência; A indenização por ato ilícito é autônoma em relação a qualquer benefício previdenciário que a vítima receba. Precedentes: REsp 823.137/MG, Relator Ministro Castro Filho, Terceira Turma, DJ 30.06.2006; REsp 750.667/RJ, Relator Ministro Fernando Gonçalves; Quarta Turma, DJ 30.10.2005; REsp 575.839/ES, Relator Ministro Aldir Passarinho Junior, Quarta Turma, DJ 14.3.2005; REsp 133.527/RJ, Relator Ministro Barros Monteiro, Quarta Turma, DJ 24.2.2003; REsp 922.951/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.2.2010. Agravo regimental improvido."	 (AgRg no AgRg no REsp 1292983/AL, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 1°/3/2012, DJe 7/3/2012.) 
"ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE RECURSAL DA UNIÃO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRI DOS AUTOS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DA UNIÃO NÃO CONHECIDO E DO DNIT NÃO PROVIDO.
1. Não possui a UNIÃO legitimidade em se insurgir contra decisão que nega provimento a agravo de instrumento interposto contra decisão que inadmitiu recurso especial manifestado pela outra parte.
2. É certo que o art. 499 do Código de Processo Civil prevê a possibilidade da interposição de recurso pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público.
3. A UNIÃO, todavia, figurou no polo passivo da demanda, juntamente com a autarquia federal e outro, tendo a sentença julgado extinto o processo, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI, do CPC, declarando sua ilegitimidade passiva.
4. Tal decisão não foi atacada por meio de qualquer recurso, tendo havido, portanto, o seu trânsito em julgado. Documento: 27952078 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO Site certificado Página 8 de 9 Superior Tribunal de Justiça
5. Não houve a violação ao art. 535 do CPC, tendo sido reconhecida, in casu, a responsabilidade objetiva por ato omissivo, sendo certo que não está o magistrado obrigado a responder uma a uma as argumentações apresentadas pela parte, bastando que enfrente a questão principal dos autos.
6. Não se deve confundir fundamentação contrária ao interesse da parte com negativa de prestação jurisdicional.
7. Ademais, é certo que pretensão no tocante ao reconhecimento da responsabilidade subjetiva do Estado, com os seus desdobramentos - culpa, dano e nexo de causalidade -, na hipótese, esbarra no óbice contido na Súmula 7/STJ, uma vez que seria indispensável o revolvimento do conjunto fático-probatório delineado nas instâncias ordinárias, providência inadmissível na via eleita.
8. Por fim, não há falar em julgamento extra petita no tocante à redação dada ao art. 1º-F da Lei 9.497/97 pela Lei 11.960/09, porque a simples leitura no ponto da decisão demonstra tratar-se de mero reforço argumentativo.
9. Agravo regimental da UNIÃO não conhecido. Agravo regimental do DNIT não provido."
 	(AgRg no Ag 1244353/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, julgado em 7/6/2011, DJe 13/6/2011.) 
Dessa forma, sem argumento capaz de modificar a decisão monocrática, mantenho-a em seus próprios e jurídicos fundamentos. 
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. 
É como penso. É como voto.
MINISTRO HUMBERTO MARTINS
 Relator
3. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA OU TEORIA DO RISCO 
 Como já citado anteriormente, a responsabilidade civil está diretamente ligada a um ato ilícito. Há alguns autores, entre eles os clássicos, que atribuem ao ato ilícito íntima ligação com a culpa. Este entendimento dificulta a compreensão e aplicação da responsabilidade objetiva já que nela não há culpa. Em verdade, a culpa, como fundamento da responsabilidade civil, é insuficiente, pois deixa sem reparação danos sofrido por pessoas que não conseguem provar a falta do agente. Neste sentido, já está universalizado que existe sim responsabilidade nos casos de indenização sem culpa. Esta responsabilidade é, portanto objetiva. Em se tratando da responsabilidade objetiva a atitude culposa ou dolosa do agente causador do dano é de menor relevância, pois desde que exista relação de causalidade entre dano experimentado pela vitima e o ato do agente, surge o dever de indenizar, quer tenha este ultimo agido ou não culposamente. 
 Segundo esta teoria, aquele que através de sua atividade cria um risco de dano pra terceiros, tem por obrigação repará-lo, mesmo que sua atividade e o seu comportamento sejam isentos de culpa. Examina-se a situação e, se for comprovada objetivamente, a relação de causa e efeito entre o comportamento do agente e o dano experimentado pela vitima esta tem direito de ser indenizada por aquele que causou o dano. É a responsabilidade sem culpa, caso em que há obrigação de indenizar sem que tenha havido a culpa do agente. Dentro da responsabilidade objetiva só cabe o ato ilícito latu sensu, ou seja, aquele que indica uma mera contrariedade entre a conduta e a ordem jurídica, decorrente da violação de um dever jurídico preexistente, sem qualquer elemento subjetivo ou psicológico. 
 Assim, o código civil em seu art. 187 traz um conceito amplo de ato ilícito, onde os elementos integrantes do ilícito são os limites impostos pela boa-fé, bons costumes, e o fim econômico e social do Direito. Em nenhum momento fala-se sobre culpa. Neste sentido, Filho nos mostra que:
O abuso de direito foi aqui configurado como ato ilícito dentro de uma visão objetiva, pois boa-fé, bons costumes, fim econômico ou social nada mais são que valores ético-sociais consagrados pela norma em defesa do bem comum, que nada tem a ver com a culpa. (Filho 2004, p.33)
 Outro artigo que também trata da responsabilidade objetiva de forma clara é o art.927 do Código Civil que possui a seguinte redação: “Parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
 Tratando-se de defesa do consumidor o CDC em seu art.14 demonstra um exemplo claro de aplicação da responsabilidade objetiva ao prestador dos serviços: “art.14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.” Sobre isto assevera Sanseverino: 
No Brasil, formou-se um consenso no momento em que se passou a regulamentar a responsabilidade pelo fato do produto ou pelo fato do serviço, em torno da necessidade de também se dispensar a presença da culpa no suporte fático do fato ilícito de consumo, tornando objetiva a responsabilidade do fornecedor. O CDC, em seus arts. 12 e 14 deixou expresso que os fornecedores de produtos e serviços respondem pelos danos causados ao consumidor “independentemente da existência de culpa”. Portanto, optou-se, claramente, no direito brasileiro, por um regime de responsabilidade objetiva não culposa do fornecedor de produtos e serviços.
 No que tange a responsabilidade civil objetiva de âmbito estatal, a Constituição Federal se pronuncia em seu art.37 §6º da seguinte forma: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. 
3.1. JURISPRUDENCIA RELATIVO A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Ementa:
"I - Responsabilidade do Estado.Queda sofrida por aluna durante o recreio em Escola Estadual. Danos morais e materiais. Impossibilidade. Fato corriqueiro em qualquer escola, seja estadual ou particular. Em todos os casos de responsabilidade civil objetiva ou subjetiva, necessária a demonstração de conduta, nexo e resultado, ou seja, a reparação de danos requer prova dos requisitos causadores do ato ilícito. 
II - Extrai-se das provas produzidas que a criança foi prontamente socorrida e não houve indícios de falha na prestação do serviço. 
Sentença de improcedência. Recurso improvido."
VOTO 30.963
1. Ação indenizatória proposta pela menor	impúbere Mayara Nery Vale das Neves, representada por sua mãe	Rosely Dias do Vale, visando a condenação do Estado ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, em razão de tombo sofrido pela autora no interior da Escola Estadual Professor Elias Eugaib. A sentença de fls. 134/137, cujo relatório se adota, julgou improcedente a ação. Apela a vencida postulando inversão de êxito, repisando a tese expendida na inicial. Contrarrazoado o recurso. O Ministério Público opinou pelo provimento da irresignação e vieram os autos para julgamento.
2. Cuida-se de ação indenizatória proposta pelo recorrente, na época do fato, tinha oito anos, acidentalmente foi empurrada por outras crianças, caiu sobre o braço e o fraturou. Envergonhada com o tombo a garota foi ao banheiro. A funcionária do estabelecimento de ensino que estava no pátio a encaminhou para a diretora da escola, que contactou sua mãe. Extrai-se dos autos, que ao invés de levarem a incoante ao hospital em carro que estava na escola, preferiu a mãe chamar o avô da criança e conduzi-la ao hospital de sua preferência.
3. A responsabilidade objetiva prevista no art. 37, § 6o, da Constituição Federal compreende os danos que os agentes públicos, nessas condições, causarem a terceiro. No caso em/uãa, o dano não foi causado direta ou indiretamente por agente púbfico. Não se trata de responsabilidade por omissão, que em determinadas circunstâncias é objetiva, mas sim responsabilidade por'"(raiissâD que, Apelação Cível com Revisão n° 990.10.263132-0 segundo o magistério de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE	MELLO, é sempre subjetiva. A responsabilidade por omissão nasce	da infração a um dever legal de ação, cabe à parte indicar qual dever	foi desatendido pelos agentes públicos, pois daí decorre o dever de	indenizar.
Mais	a mais,	mesmo	no campo da responsabilidade objetiva, mister a comprovação do dano e do nexo de causalidade no comportamento estatal, através de sua ação ou inação. No caso, não houve prova insofismável de falha na prestação do serviço (abuso de autoridade), nem tampouco que esse fato tenha abalado a esfera de normalidade psíquica do autor, o que daria ensejo à reparação. É sempre bom lembrar que em todos os casos de responsabilidade civil objetiva ou subjetiva, poder-se-á pleitear a reparação, desde que fique demonstrada a existência de conduta, nexo e resultado, ou seja, a reparação requer prova dos requisitos causadores do ato ilícito.
4. In casu, não há como negar o dissabor sorrido pela incoante, mas também, como bem anotado pela autoridade sentenciante: o fato é corriqueiro em qualquer escola, seja estadual ou particular.
As alegações da incoante, de que a escola falhou por não ter funcionário no pátio fiscalizando as crianças durante o recreio e pela demora na prestação de socorro à criança, não se sustentam.
De acordo com as testemunhas ouvidas e do depoimento pessoal da autora, observou a autoridade sentenciante, não haver indícios de falha na prestação do serviço. Restou demonstrado que no intervalo a professora fiscaliza as crianças.
De outra banda, a criança foi prontamente socorrida.
Exata a sentença que circundou a situação jurídica descrita e deu ao caso o Direito aplicável à espécie.
5. Com base em tais fundamentos, nega-se provimento ao recurso.
GUERRIERI REZENDE
Des. Relator
Apelação Cível com Revisão n° 990.10.263132-0
4. CONCLUSÃO 
A responsabilidade pode derivar de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob guarda do agente, e ainda de danos causados por coisas e animais que pertençam, sendo neste caso, em regra a responsabilidade é objetiva, pois, independe de culpa do agente. Relativo ao nexo de causalidade esta é a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado. Sem ele, não existe a obrigação de indenizar. Logo, a culpa é elemento acidental da responsabilidade, e está presente somente na responsabilidade subjetiva. Claramente percebe-se que, sem que haja prova do dano, ninguém pode ser responsabilizado civilmente
Objetivamente, entende-se que a teoria da responsabilidade objetiva, abstrai a ideia de culpa para que se caracterize a responsabilidade. O autor da ação só precisa provar a ação ou omissão e o dano resultante da conduta do réu, porque sua culpa já é presumida. Logo, na responsabilidade objetiva a atitude culposa ou dolosa do agente causador do dano é de menor relevância, pois, desde que exista relação de causalidade entre o dano experimentado pela vítima e o ato do agente, surge o dever de indenizar, tendo o agente agido ou não culposamente. Portanto, todo aquele que, segundo a teoria do risco, sustentada pela responsabilidade objetiva, desempenhando atividade que normalmente possa implicar, por sua natureza, risco para terceiros, devendo reparar o dano, mesmo que o agente não tenha atuado com culpa. Pois a responsabilidade é decorrente do risco criado pela atividade e não da culpa.
Relativo a responsabilidade subjetiva é aquela que tem por base a culpa do agente, que deve ser comprovada pela vítima para que surja o dever de indenizar. Segundo esta teoria não se pode responsabilizar ninguém pelo dano ocorrido se não houver culpa. Não basta que haja o comportamento humano causador de dano ou prejuízo, se diz ser subjetiva a responsabilidade quando se inspira na ideia de culpa e, que de acordo com o entendimento clássico “a concepção tradicional a responsabilidade do agente causador do dano só se configura se agiu culposa ou dolosamente”. De modo que a prova da culpa do agente causador do dano é indispensável para que surja o dever de indenizar. Logo, a responsabilidade é subjetiva, pois, depende do comportamento do sujeito. 
Portanto, não se pode fugir à conclusão de que a responsabilidade objetiva, que buscou suporte na teoria do risco, sempre pautou-se em princípios e valores sociais, como a eqüidade e a boa fé, que ganharam inegável reforço com o advento da Constituição Federal de 1988, na qual a proteção à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) tornou-se fundamento do Estado Democrático de Direito.
É importante, contudo, dizer que o excesso conduz indiscutivelmente a injustiças, valendo ressaltar que em determinados casos, agora excepcionais com o advento do novo Código, deve persistir a responsabilidade subjetiva, tal como ocorre com os médicos e profissionais liberais, dentre outros, sob pena de engessamento do progresso econômico, o que redunda, em outro ponto, na impossibilidade de alcance dos objetivos previstos no artigo 1º da Constituição Federal.
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CAMALI, Yussef Said. Responsabilidade Civil do Estado. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. 559p.
CAVALIERE FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 5ª ed. São Paulo: Malheiros Editores Ltda., 2005. 557p.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Responsabilidade Civil. 9ª ed. Rio de Janeiro: Ática, 2001 350p.
STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. 1853p.
Disponível em: <http://www.jusbrasil.com/busca?q=Responsabilidade+civil+objetiva+e+subjetiva> Acesso em: 30 de maio de 2013.
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