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índice 7 NOTAS? NÃO! SÃO 12! Vamos ver como transformar este conjunto de sinais em sons musicais! 21 Seu caminho na música 47 18 O FORMATO DAS NOTAS A MATEMÁTICA DA MÚSICA 8 PASSO 1 - A ESCRITA MUSICAL Onde escrevo música? 10 PASSO 2 - AS NOTAS MUSICAIS A sequência das notas! 11 PASSO 3 - DANDO UM NOME PARA CADA “BOLINHA” Ligando nome à nota. 15 PASSO 4 - O FORMATO DAS NOTAS As figuras musicais 18 PASSO 5 - AS PAUSAS NA MÚSICA Como funciona o silêncio na música? 21 PASSO 6 - 7 NOTAS? NÃO! SÃO 12! Sinais que alteram as notas. 26 PASSO 7 - A MATEMÁTICA DA MÚSICA O valor das notas e como o cálculo ajuda na compreensão. 30 PASSO 8 - QUANDO AS NOTAS ESTÃO GRUDADAS A escrita empilhada de notas. 33 PASSO 9- QUANDO AS NOTAS ESTÃO LIGADAS Modos de tocar as notas. 34 PASSO 10 - A HARMONIA DA MÚSICA Entendendo os acordes. 46 BÔNUS - FINALIZANDO A MÚSICA 47 BÔNUS - NOSSA MÚSICA NAS OUTRAS CLAVES 50 BÔNUS - A LÓGICA DE TODAS AS CLAVES 34 15 26 A HARMONIA DA MÚSICA qu em so u eu Olá, meu nome é DAIANY DEZEMBRO. Eu sou pianista, cantora e educadora musical, especialista em iniciação e desenvolvimento musical. Criadora do Canal Posso Tocar, hoje eu ajudo as pessoas à acreditarem que a música é para elas. De forma prazerosa, construtiva e passo-a-passo, eu ajudo com que elas descubram o potencial de aprendizado que trazem consigo e mais do que isso, que sintam o prazer que é pegar um instrumento e ser capaz de toca-lo. Sou Bacharel em Piano pela Universidade de São Paulo - USP, Pedagoga pela Universidade do Estado de São Paulo - UNESP/UNIVESP, e Pós-graduada em Música Popular pela Faculdade Souza Lima. Comecei meus estudos musicais junto ao piano aos 8 anos de idade. Desde então não parei mais de tocar. Encontrei na música uma razão de vida e de profissão. Como educadora, me realizo ao ver o brilho nos olhos de cada aluno ao se verem tocando e apreciando a música. Estou nesta prática, de maneira efetiva, já há 13 anos. Trabalhei em conservatórios em minha região, e também em meu studio com aulas particulares. Acredito fortemente que talento não é algo nato, mas sim, uma habilidade que qualquer pessoa comum pode desenvolver quando se debruça com amor, dedicação e disciplina sobre os estudos musicais. E é isso que motiva a acordar todo dia e ensinar mais e mais pessoas. Sempre buscando atualização e formação continuada na área de Educação Musical, participo ativamente de palestras, cursos e workshops. Capacitei- me na metodologia Suzuki de ensino musical, e hoje trago em minha bagagem importantes referências pedagógicas que ajudaram não só a construir minha personalidade profissional, mas me capacitaram para atuar com seriedade, cuidado, comprometimento e acima de tudo, amor! Daiany Dezembro Professora NOSSO CANAL POSSO TOCAR O Canal Posso Tocar nasceu da iniciativa de levar ao máximo de pessoas a consciência de que a música é para todos e através dela podemos transformar nossa vida, nossa profissão, nossa família e nossa sociedade. O foco é fazer com que você que já toca um instrumento tenha a oportunidade de se desenvolver e, você que nunca pensou em tocar (ou já pensou mas ainda não começou) tenha condições de conseguir de maneira prática, consistente e objetiva, a colher os benefícios que a música pode nos transmitir. Queremos que você tenha a oportunidade de ver o mundo e a música de uma outra forma, e que transforme sonhos em realidade ao reconhecer que a música pode ser uma poderosa ferramenta de mudança pessoal e social. Você sempre olhou aquele monte de bolinhas e ficou tentando entender como AQUILO TUDO FUNCIONA? Pois bem! Aqui você verá que há uma LÓGICA para cada um dos símbolos que aparecem na partitura, e que se transformarão em SONS pelas mãos dos músicos. Vamos então conhecer cada um deles. Observe esta partitura, ela será nosso guia de aprendizado neste livro. A LÓGICA DAS PARTITURAS em 10 passos ESTA PARTITURA SERÁ O SEU GUIA! 7 Posso Tocar com Daiany Dezembro 8Como ler partituras em 10 passos O primeiro sinal que aparece nas partituras é este conjunto de linhas sobre o qual todas as notas e símbolos são colocados. Seu nome é PAUTA ou PENTAGRAMA. Ele serve para abrigar a escrita da música. Passo 1 A Escrita Musical Portanto, escrevemos as notas em um conjunto de 5 linhas e 4 espaços, que devem ser contados sempre de baixo para cima: 9 Posso Tocar com Daiany Dezembro 10Como ler partituras em 10 passos É importante saber a sequência destas notas em sua forma ascendente (subindo), mas também na descendência (descendo, voltando as notas): É porque as notas aparecem escritas na pauta como se estivessem a “subir” ou a “descer” (ou ainda, repousando no mesmo lugar), e para não confundir o nome de cada uma, é preciso memorizar bem estas duas sequências, que formam a escala musical: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI – DÓ (e) DÓ – SI – LA – SOL – FÁ – MI – RÉ – DÓ Em alguns países, estas notas são nomeadas por letras do alfabeto E veja: a letra B representa a nota SI em países que falam inglês. Já em países que falam alemão, usa-se a letra H para representar esta nota. Passo 2 As notas musicais As notas musicais que usamos são sete: DÓ - RÉ - MI - FÁ - SOL - LÁ - SI 11 Posso Tocar com Daiany Dezembro PASSO 3 - DANDO UM NOME PARA CADA “BOLINHA” 12Como ler partituras em 10 passos Este sinal é chamado de clave de sol A clave é a responsável por dar um nome para cada “bolinha” que está escrita na pauta. Existem mais dois tipos de claves: a clave de FÁ e a clave de DÓ Repare bem que o primeiro sinal que aparece escrito na nossa pauta de estudo é este: & & B ? CLAVE DE SOL CLAVE DE DÓ CLAVE DE FÁ 13 Posso Tocar com Daiany Dezembro Cada instrumento usa uma ou mais destas claves. No caso da partitura que estamos a analisar aqui, temos apenas a clave de sol. Nesta clave, as notas ganham seus nomes quando estão assim: 14Como ler partituras em 10 passos Esta é a primeira sequência (ascendente das notas). Mas, não para por aí. Esta sequência de nomes continua a se repetir na pauta, conforme as notas vão subindo. Veja: Então, para que você olhe aquele monte de “bolinhas” na partitura e saiba dizer qual o nome delas é importante decorar a posição de cada uma destas notas na clave de sol. Assim, com calma e persistência, ao longo dos dias você vai decorando e quando menos espera, bate o olho na partitura e já sabe dizer qual o nome de cada uma das notas. DICA! Comece a praticar isso aos poucos. Memorize 3 notas por dia. Em menos de uma semana você já terá memorizado todas estas notas da clave de sol. A partir disso, tente ler o nome das notas de todas as partituras que você puder encontrar, seja na internet ou pedindo para seus amigos, enfim. Atraia mais e mais partituras para você analisar. É muito gostoso este processo de descoberta. E quanto mais você praticar sua leitura de notas, melhor ficará em ler as melodias de cada partitura. 15 Posso Tocar com Daiany Dezembro Até agora você já deve ter observado que as no- tas escritas na nossa partitura se apresentam com diferentes formatos, não é? Algumas são brancas, outras são pretas; algumas tem uma “perna para cima”, outras uma “perna para baixo”. Pois bem. Estes formatos diferentes são chamados de figuras musicais. Todas as notas podem ser escritas nas partituras com até 7 formatos diferentes, que são: Passo 4 O FORMATO DAS NOTAS Cada figura musical tem um nome próprio: semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa ou semifusa. Estes nomes são um tanto quanto estranhos, eu sei! Ainda assim, é importante que você crie intimi- dade com estes nomes e acostuma-se a dialogar sobre os mesmos com naturalidade. Por isso, se esforce para memoriza-los também (aos poucos,um por dia), pois nós utilizaremos bastante esta nomenclatura em nosso dia-a-dia musical. 16Como ler partituras em 10 passos Como eu estava falando, as notas podem vir escritas usando cada um destes formatos. Veja alguns exemplos: • Escala de Dó – em formato de semibreves: • Escala de Dó – em formato de mínimas: • Escala de Dó – em formato de semínimas: • Escala de Dó – em formato de colcheias: ALGUMAS curiosidades: As figuras podem ser formadas por até 3 partes. Veja: • Se a nota estiver abaixo da 3ª linha, a haste deve estar para cima, do lado direito; • Se a nota estiver acima da 3ª linha, a haste deve estar para baixo, do lado esquerdo; • Já se a nota estiver na 3ª linha, a haste pode ser tanto para baixo quanto para cima (aceita-se as duas formas). Quando há duas ou mais colcheias próximas, elas também podem ser escritas unidas por um traço feito da esquerda para a direita: A escolha por um ou outro formato (de figura musical) na hora de escrever as partituras, faz com que as notas ganham um TEMPO específico. É isso mesmo! O nome das notas não mudará em nada, mas o seu valor de duração, o número de tempos que cada nota terá, irá mudar. Assim, conforme as notas aparecem escritas com uma ou outra figura, iremos tocá-las mais rápido ou mais devagar, pois é para isso que as FIGURAS foram inventadas: para indicar por quanto tempo iremos tocar cada nota, e assim executamos o RITMO da música. 17 Posso Tocar com Daiany Dezembro Como isso funciona? Da seguinte maneira: Veja só: Portanto, cada figura vai se dividindo em 2 da próxima figura. Ou seja, no tempo em que tocaríamos apenas 1 nota em formato de semibreve, podemos tocar até 64 notas se estas aparecerem escritas em formato de semifusas. Esta é a relação de proporção e divisão de valores que as figuras têm. Não há um único valor de tempo para cada uma, mas sim uma relação imutável onde a figura mais lenta é a semibreve (pois ela tem o maior número de tempos de todas as figuras) e a figura mais rápida para se tocar é a semifusa (pois é a figura que tem o menor número de tempos, à ponto de se tocar 64 semifusas, para cada semibreve). Assim, cada figura musical é chamada de figura de som – pois elas indicam um som (uma nota) que iremos tocar em nosso instrumento por um determinado número de tempos. Mas veja, a música não é feita apenas de sons. Os ritmos e melodias musicais são formados por sons assim como por períodos de silêncio. Pense nas músicas que você costuma cantar: há momen- tos certos para cantar (que são representados nas partituras pelas notas musicais – figuras music- ais), mas há também os momentos de se esperar, de ficar em silêncio, e só depois voltar a cantar. A semibreve é a figura de maior valor. Ela tem mais tempos que todas as outras e se divide em 2 duas mínimas. Cada mínima se divide em 2 semínimas. No final, temos 4 semínimas que equivalem a 1 semibreve. Cada semínima se divide em 2 colcheias. Logo, surgem 8 colcheias no total (equivalentes à 1 semibreve). Cada colcheia se divide em 2 semicolcheias. Surgem então 16 semicolcheias (iguais à 1 semibreve). Cada semicolcheia se divide em 2 fusas. Temos 32 fusas no total (para uma semibreve apenas) E cada fusa, se divide em 2 semifusas! Ufa, 64 semifusas, onde só tocaríamos uma única semibreve! 1. Cada figura ganha um número de tempos por música. 2. Mas veja, o tempo de cada figura pode variar de uma música para a outra. 3. Então, não há um valor fixo para cada figura. 4. E sim, uma relação de divisão entre elas que NUNCA mudará. 18Como ler partituras em 10 passos PASSO 5 - AS PAUSAS NA MÚSICA Cada momento de silêncio que precisamos fazer, seja ele curtinho ou bem demorado (não importa), é indicado nas partituras por um outro sinal, conhecido como figura de pausa ou simplesmente, pausas. 19 Posso Tocar com Daiany Dezembro As pausas são pequenos sinais que aparecem escritos no meio da pauta, para indicar períodos de silêncio na música, ou seja, períodos em que não tocaremos “nadica de nada”. Agora, como saber por quanto tempo ficar em silêncio? Para responder à esta pergunta é preciso saber de cada figura de som que vimos até agora, possui uma figura de pausa correspondente, e assim as duas (tanto a figura de som quanto a de pausa), compartilham do mesmo número de tempos em uma dada música. O que eu quero dizer com isso: que quando aparecer na sua partitura, uma semínima por exemplo, você vai tocar a nota no instrumento por um número X de tempos. Mas, se aparecer a pausa da semínima, você não vai tocar nada pelo mesmo número de tempos. Legal isso, não? As figuras e as pausas compartilham a mesma quantidade de tempos, de duração – e também o mesmo nome, veja: E como ficará a questão do número de tempos para cada pausa? Ficará exatamente igual às figuras de som. 1. Cada pausa ganha um número de tempos por música. 2. Mas, o tempo de cada pausa pode variar de uma música para a outra. 3. Então, não há um valor fixo para cada pausa (assim como não há para as figuras). 4. E sim, uma relação de divisão entre elas que NUNCA mudará – tal qual acontece com suas figuras de som correspondentes. Simples assim: a. 1 pausa de semibreve é igual a 2 pausas de mínimas; b. 1 pausa da mínima é equivalente à 2 pausas de semínimas; c. 1 pausa da semínima é equivalente à 2 pausas de colcheias; e assim por diante... 20Como ler partituras em 10 passos 21 Posso Tocar com Daiany Dezembro PASSO 6 7 NOTAS? NÃO, SÃO 12! 22Como ler partituras em 10 passos Agora vamos avançar o seu olhar sobre esta partitura. Veja que logo após a clave de sol, aparece o seguinte sinal: # Pois é! Este pequeno sinal é chamado de SUSTENIDO. Ele tem mais dois “irmãos”, que podem também aparecer nas partituras ao lado das notas: Estes três sinais são conhecidos como sinais de alteração ou acidentes. Cada um deles tem seu próprio nome (sustenido, bemol ou bequadro), mas todos eles se enquadram na categoria de “acidentes”, pois fazem as notas naturais (que são as que já conhecemos: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si) alterarem o seu som. Como isso acontece? Acontece por um deslocamento das notas nos in- strumentos. 23 Posso Tocar com Daiany Dezembro Re tr o St yl e Bl ac k Sim! Cada nota tem o seu local certo para ser tocada, em cada instrumento. Pois quando estas notas vêm acompanhadas por algum destes sinais, elas se deslocarão um passo para direita (se for o #) ou um passo para a esquerda no instrumento (se for o b), na seguinte maneira: 24Como ler partituras em 10 passos Observe que entre as notas MI-FÁ e SI-DÓ não há nenhuma nota com sustenido ou bemol. Isso acontece porque entre estes dois pares de notas não há espaço para se colocar nenhuma outra nota. Em nosso sistema musical, estes dois pares estão distanciados por um SEMITOM – que é considerado a menor distância possível entre duas notas, e por isso não “cabe” mais nenhuma nota entre eles. Já entre todas as outras notas há a distância de um TOM (que é maior que o semitom), e então conseguimos encaixar as notas com sustenidos e bemóis no meio delas. Portanto, • o # (sustenido) – sempre faz a nota aumentar um semitom, andando para a direita • o b (bemol) – sempre faz a nota diminuir um semitom, andando para a esquerda E se você observar atentamente, vai reparar que as notas com # e com b se localizam no mesmo lugar. Veja só: Estas notas que se encontram no mesmo lugar (sempre dividindo o tom ao meio) são chamadas de notas enarmônicas, pois apesar de terem nomes diferentes (como por exemplo, a nota Dó# e a nota Réb) elas são tocadas no mesmo lugar em seu instrumento, e por isso tem o mesmo som. Esta é a principal característica das notas enarmônicas. Então, além das 7 notas naturais que já conhecíamos (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si) vemos que há outras 5 notas enarmônicas entre elas, e por isso, temos um total de 12 notas em nosso sistema musical. 25 Posso Tocar com Daiany DezembroATENÇÃO! O sustenido e o bemol podem aparecer de duas maneiras nas partituras: 1. Logo após a clave (como aconteceu nesta música) 2. Ou ao lado de uma nota, no meio da música (como também aconteceu na última pauta da nossa partitura, onde apareceu um bemol ao lado da nota mi) SE APARECER APÓS A CLAVE Indica que aquelas(s) nota(s) afetada(s) por ele será(ão) assim mantida(s) na música toda. Aqui em nosso exemplo, teremos a nota FA sendo sustenizada na música toda. Você terá que lembrar disso: toda nota FA que encontrar na partitura, terá que tocar com sustenido, obrigatoriamente! E por que é o Fá que está sendo afetado? Porque o sustenido está cruzando a última linha da pauta, onde mora a nota FÁ. Então, será esta a nota afetada. Na música toda! Uma curiosidade: o conjunto de acidentes que aparecem ao lado da clave é chamado de ARMADURA DE CLAVE, e cada um deles é chamado de ACIDENTE FIXO. SE APARECER AO LADO DA NOTA Indica que aquela(s) nota(s) afetada(s) por ele será(ão) assim mantida(s) apenas dentro do compasso onde o acidente apareceu, e não mais na música toda. Ou seja, em nossa partitura, a nota MI apareceu com um bemol. Pois então ela será executada com bemol apenas neste compasso (inclusive se houver a repetição desta nota durante o compasso, em todas as vezes ela será tocada com bemol), mas nos compassos seguintes volta ao natural. Uma curiosidade: este acidente que aparece uma vez ou outra no meio da música, é chamado de ACIDENTE OCORRENTE. E cadê o BEQUADRO nesta história toda? O bequadro estava quietinho até agora porque a função dele é mais simples do que a de seus “irmãos”. Quando o bequadro aparece ao lado de uma nota nas partituras, é apenas para indicar que você não deve mais fazer aquela nota ser afetada por nenhum acidente (nem o bemol, nem o sustenido). Portanto, o bequadro indica que a nota deve ser tocada de forma natural, sem acidentes, voltando ao seu “local” de origem. Fázzzz n = Fá natural Dó n = Dó natural n 26Como ler partituras em 10 passos Passo 7 A MATEMÁTICA DA MÚSICA 27 Posso Tocar com Daiany Dezembro Agora eu te pergunto: por um acaso você observou que há uma linha vertical que divide as pautas desta música, em pequenas partes – cada uma com uma quantidade diferente de figuras musicais? Pois é! Corre lá para ver! Estas linhas verticais são chamadas de barras de compasso. O compasso é cada uma destas pequenas partes que foram divididas pelas barras de compasso. Cada divisão desta é chamada de compasso, e sua principal característica é ter a mesma quantidade de tempos em cada um deles. Eu disse a mesma quantidade de TEMPOS, e não de NOTAS! Sim, sim! Porque cada figura receberá um valor de tempos, e daí o compositor faz a combinação matemática destas figuras da maneira como ele quiser. É mais ou menos como se disséssemos que em cada compasso deve haver o equivalente a R$ 100,00. Você pode escolher quais cédulas de dinheiro irá utilizar para colocar o equivalente a R$100,00 por compasso – podem ser 10 notas de R$10,00; ou 2 duas de R$50,00; ou ainda 5 notas de R$20,00, e etc. Mas o fato é que em cada compasso você distribui as cédulas de forma a juntar R$ 100.00 em cada um. Acontece o mesmo na música. Cada figura receberá um valor, e então o compositor organiza e distribui estas figuras até que todas juntem o número de tempos total que deve haver em cada compasso! COMO ESTA MATEMÁTICA FUNCIONA? Esta matemática toda é regida pela fração que aparece logo após a clave. É sempre assim: • Primeiro de tudo, vem a pauta; • Na pauta desenha-se a clave; • Se houver acidentes, então estes vêm escritos logo após a clave; • E a último sinal, antes das notas, é uma fração! Esta fração é chamada de fórmula de compasso. Veja como ela funciona: O número de cima da fração indica quantos tempos deve haver em cada compasso (em nosso exemplo: 4 tempos). O número de baixo indica qual a figura que ganhará um tempo no compasso. Este número é um “código”, pois cada figura possui um número para lhe representar. Veja: 28Como ler partituras em 10 passos Em nossa partitura então, temos um compasso com quatro tempos (chamado de compasso quaternário), onde a semínima será a figura que ganhará o valor de 1 tempo. Agora começa a matemática. Lembra daquela relação de divisão entre as figuras? Pois bem! Se uma q é sempre igual a 1 Tempo, podemos calcular o valor de todas as outras figuras. Pensa comigo: • Uma w é igual a 4 q , então a semibreve valerá 4 tempos. • Uma h é igual a 2 q , então a mínima valerá 2 tempos. • Uma q é igual a 2 e , então a colcheia é metade da semínima e valerá 0,5 tempo. Logo, veja como fica a distribuição de tempos em cada compasso: Agora você está começando a entender como tudo se organiza nas partituras, não é mesmo? Não basta apenas saber o nome das notas, nem onde tocá-las em seu instrumento. Para que a música tenha sentido, é preciso que você pense no valor de cada nota, enquanto está tocando. Para isso, é preciso desenvolver o senso interno de PULSAÇÃO – de sentir o pulso da música. A pulsação é uma batida sempre igual e constante como, por exemplo, a batida do coração, o tic-tac de um relógio, uma torneira pingando, dentre outros. A pulsação deve estar presente nas músicas o tempo todo. Pense na canção “Parabéns à você”. Quando estamos a cantá-la em nossas confraternizações, batemos palmas constantes para acompanhar a música. Isto é a pulsação. Desenvolver esta regularidade de pulso requer treinamento e dedicação, pois é muito comum no começo acelerar ou diminuir a velocidade do pulso, sem nem ao menos perceber. 29 Posso Tocar com Daiany Dezembro Para lhe ajudar nisso, quando for tocar as notas da partitura pense em cada uma delas como uma unidade sonora, onde: • q = é chamada de TA • iq = é chamada de TATI • h = é chamada de TA_A • w = é chamada de TA_A_A_A Assim, você vai literalmente falando estas silabações para cada uma das figuras trazidas na partitura. Cada sílaba é falada em um pulso. Sem correr, sem diminuir. Tentando, ao máximo, manter a regularidade na velocidade da fala. Veja como seria feita esta leitura rítmica então: Uma vez que você consiga tocar estas notas falando suas sílabas rítmicas em um pulso firme, você estará lendo a partitura de forma completa, dando sentido não apenas à altura do som (que é a melodia), mas também à sua duração (ao ritmo da música). 30Como ler partituras em 10 passos Pa ss o 8 Q ua nd o a s no ta s es tã o g ru d a d a s Um dos pontos que causa MEDO na leitura de partitura são os EMPILHAMENTOS de notas, pois eles sempre parecem mais COMPLICADOS do que realmente SÃO! Veja que nestas pautas a melodia está, em sua maioria, escrita com duas notas grudadas – uma sobre a outra. Sabe por que isso acontece? Esta é uma escrita vertical da música. Quando as notas estão colocadas uma acima da outra, indica que teremos que tocar as duas notas ao mesmo tempo. Sim! Serão duas notas que teremos que fazer soar em nosso instrumento ao mesmo tempo. Isto forma o que chamamos de INTERVALO. Na música, um intervalo é a distância que encontramos entre duas notas. Toda vez que comparamos a distância entre duas notas, estamos a medir o intervalo entre elas. Fazemos isso contando o número de notas que há de uma até à outra, e então o nomeamos de “segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sétima ou oitava”. Observe agora a nossa partitura a partir da quarta pauta (compasso 12 em diante): 32Como ler partituras em 10 passos Em nossa partitura há apenas intervalos de 3ª, 5ª e 6ª. Para conseguir tocá-los será preciso cuidar de questões técnicas próprias de cada instrumento. E vale ressaltar que nem todo instrumento consegue fazer as duas notas juntas (como uma flauta, por exemplo, ou mesmo no cantar, onde é preciso ter pelo menos dois cantores). Por isso, se você não consegue tocar estas duas notas juntas em seu instrumento,não se preocupe. Toque a nota superior, a mais aguda. Isso será suficiente, num primeiro momento, para que você faça a melodia da música soar. Com o tempo, e se o seu instrumento permitir, você vai evoluir em seu domínio técnico e aprenderá como tocar as duas notas juntas. Veja um exemplo: 33 Posso Tocar com Daiany Dezembro Por um acaso você observou que aparece, na última pauta de nossa partitura, uma pequena linha curva entre duas notas dó? Passo 9 Quando as notas estão ligadas Portanto, na prática assim ficará a sonoridade rítmica deste compasso: NÃO PRONUNCIAR A ÚLTIMA SEMIBREVE, MAS EMENDAR SUA DURAÇÃO DE 4 TEMPOS NA SEMÍNIMA ANTERIOR. Pois esta pequena linha é chamada de ligadura. A função dela é indicar que: • Não devemos tocar a segunda nota DÓ. Isso mesmo! • Ela liga o som da segunda nota ao som da primeira nota DÓ. • É classificada como uma Ligadura de Prolongação, pois prolonga o som da 1ª nota, por estar entre duas notas com nomes iguais. Uma curiosidade: Quando a ligadura aparece sobre duas ou mais notas de nomes diferentes, ela indica que devemos tocar as notas, mas com um tipo de toque conhecido como “legato”. Portanto, ela indica um tipo de articulação musical, além de delimitar as frases musicais. Agora chegou o momento de falar destas letrinhas que estão “sobrevoando” as pautas. Com certeza você já as observou desde o começo, não? Elas chamam a nossa atenção! Estas letras são usadas em alguns países para representar o nome das notas, como já conversamos. Porém, em nosso país, estas letras são conhecidas como CIFRAS, e elas aparecem nas partituras não para representar as notas musicais, mas sim os ACORDES. Você já ouviu falar sobre isso? Passo 10 A harmonia da música Os acordes fazem parte do dia-a-dia dos estudantes e profissionais da música. Compreender o que são, como se formam, como se relacionam e por que estão presentes aqui ou ali, nos leva a compreender um dos elementos que estrutura a música: a HARMONIA. Um acorde é um conjunto de, no mínimo, TRÊS notas – separadas pelo intervalo de terças. Ou seja, não são quaisquer três notas, mas sim as que formam DUAS TERÇAS seguidas e sobrepostas. Em toda música há acordes. Às vezes eles aparecem escritos sob a forma das cifras, e às vezes não, aparecem escondidos no meio das notas escritas na própria pauta. Em todo caso, para reconhece-los é preciso entender a sua formação. NA PRÁTICA Tomamos uma primeira nota (que é chamada de tônica) e então calculamos as próximas duas terças seguidas. Veja alguns exemplos: • O acorde de Dó é formado pelas notas DÓ, MI e SOL – porque uma terça acima da nota Dó é Mi; e uma terça acima da nota Mi é o Sol. • O acorde de Fá é formado pelas notas FÁ, LA e DÓ – porque uma terça acima da nota Fá é La; e uma terça acima da nota La é o Dó. Portanto, é a nota tônica que dá nome para o acorde assim como a sua cifra correspondente. • No acorde de Dó, a tônica é o Dó – e a sua cifra correspondente é a letra C. • No acorde de Fá, a tônica é o Fá – e a sua cifra correspondente é a letra F. 37 Posso Tocar com Daiany Dezembro E como saber todas as CIFRAS? Lembrando das sete primeiras letras do alfabeto que são associadas às notas musicais (em alguns países): Os acordes são classificados como TRÍADES justamente por terem três notas em sua formação básica. Se houver mais do que três notas no acorde (e pode haver), ele passa a ser classificado como uma TÉTRADE. Os tipos de tríades Existem 4 tipos de tríades: MAIOR, MENOR, DIMINUTA E AUMENTADA. Sabe o que isso significa? Que para cada tônica podemos ter 4 diferentes acordes. É verdade! Não existe, por exemplo, um único acorde de Dó, mas sim 4: Dó maior, Dó menor, Dó diminuto e Dó aumentado. Vamos conhecer cada um deles? 1) O acorde MAIOR Há diferentes maneiras de se abordar este assunto, mas eu adotarei aqui um esquema prático que fará com que você visualize estes acordes de maneira muito rápida. Vamos pensar primeiro nos acordes formados pelas tônicas das 7 notas naturais (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si). Eu os divido em três diferentes grupos. Veja só: 38Como ler partituras em 10 passos Olhando a tabela acima com calma, você vai perceber que as três notas que formam cada um destes acordes maiores variam de um grupo para outro. 1. No primeiro grupo, as notas que o formam são todas naturais – sem nenhum sustenido. Apenas contamos duas terças seguidas, e pronto: temos as 3 notas dos acordes C, F e G. 2. No segundo grupo, temos um sustenido na nota central de cada acorde. Isso acontece por regras teórico-harmônicas do campo de escalas e intervalos que agora não abordaremos. Mas, nem por isso você ficará sem conhecer os acordes. Basta lembrar de contar duas terças seguidas, colocar um na nota central, e pronto: temos as 3 notas dos acordes D, A e E. 3. No último grupo, temos apenas o acorde de si maior. Este acorde apresenta dois sustenidos em suas notas. Isso se explica pelas mesmas regras teórico-harmônicas já citadas, que por ora não abordaremos. Basta contar duas terças seguidas e colocar em cada uma delas. Pronto! Você terá as notas que formam o acorde B. 2) O acorde MENOR Uma vez que você tenha entendido o esquema dos acordes maiores, reconhecer os acordes menores será ainda mais rápido. Antes, porém, eu preciso lhe explicar um conceito. Você já sabe que as tríades são formadas por três notas, separadas por terças. Certo? Contudo, podemos também dizer que as notas das tríades estão separadas não apenas por terças, e sim por uma terça e uma quinta. Este tipo de visualização das notas do acorde está baseado na comparação da distância que cada nota mantém em relação à sua tônica. Veja melhor: 1. No exemplo A as notas são medidas com a distância de terças pois são sempre comparadas com a nota anterior. 2. No exemplo B as notas são medidas com a distância de uma terça e depois de uma quinta, pois são comparadas sempre com a nota tônica. Veja: Então, podemos assim resumir a formação das tríades: Tônica + intervalo 3ª + intervalo de 5ª T + 3ª + 5ª 39 Posso Tocar com Daiany Dezembro Pois bem! A diferença entre os acordes maiores e os menores está apenas na nota central do acorde. Ou seja, na terça do acorde! Se você já sabe fazer o acorde maior, basta diminuir um semitom da terça e pronto! Já estará tocando o acorde menor! Desta forma, 1. O primeiro grupo de acordes que tinha todas as notas naturais, agora passa a ter um b na nota do meio (para diminui-la). 2. O segundo grupo de acordes que tinha um # na nota do meio, agora perde este sustenido, e todas as notas ficam naturais (diminuindo assim a terça). 3. E o último grupo, do acorde de si, também perde o # na nota do meio, e fica apenas com um # , na 5ª nota (diminuindo assim a terça). Uma observação: a cifra dos acordes menores deve ter a letra “m” ao lado da letra do alfabeto. Desta forma, reconhecemos pela cifra quando é um acorde menor. 40Como ler partituras em 10 passos 3) O acorde DIMINUTO Daqui em diante, tudo ficará ainda mais fácil e rápido. Sabe por que? Porque a diferença entre os acordes maiores e os diminutos está não apenas na terça, mas na quinta tam- bém! Se você já sabe fazer o acorde maior, basta diminuir um semitom da terça e da quinta, e você encontrará as notas que formam o acorde diminuto. Desta forma, 1. O primeiro grupo de acordes que tinha todas as notas naturais, agora passa a ter b nas duas notas seguintes (diminuindo assim a terça e a quinta). 2. O segundo grupo de acordes que tinha um # na nota do meio, agora perde este sustenido e ganha um b na quinta nota (assim diminuindo a terça e a quinta). 3. E o último grupo, do acorde de si, perde os dois sustenidos e passa agora a ter todas as notas naturais (assim diminuindo a sua terça e quinta). Uma observação: A cifra dos acordes diminutos pode ser feita de maneiras diferentes, veja só: Cº Cm( 5) Cdim 41 Posso Tocar com Daiany Dezembro 4) Oacorde AUMENTADO O acorde aumentado é o que menos aparece em nossas músicas. No entanto, é importante saber encontrar suas notas. E isso será bem simples, pois a diferença entre os acordes maiores e os aumentados está apenas na quinta nota do acorde. Se você já sabe fazer o acorde maior, basta aumentar (como o próprio nome diz) um semitom da quinta e pronto! Já estará tocando o acorde aumentado! Desta forma, 1. O primeiro grupo de acordes que tinha todas as notas naturais, agora passa a ter um # na sua quinta nota (aumentando a quinta). 2. O segundo grupo de acordes que tinha apenas um # na nota do meio, agora passar a ter dois # , nas duas notas (aumentando a quinta). 3. E o último grupo, do acorde de si, que já tinha dois sustenidos, passa agora a ter um dobrado sustenido na quinta nota (aumentando a quinta). Uma observação: A cifra dos acordes diminutos pode ser feita de maneiras diferentes, veja só: C+ C aum 42Como ler partituras em 10 passos MAS AGORA FICA A PERGUNTA: O QUE É ESTE TAL DE DOBRADO SUSTENIDO ( X )? Quando alguma nota já tem um sustenido, e ainda assim, precisa aumentar mais um semitom aparece este sinal ao lado dela: X . O seu nome é DOBRADO SUSTENIDO. Ele é considerado mais um sinal de alteração (ao lado do sustenido, bemol e bequadro). Por vezes, pode acontecer também de uma nota já estar com bemol e ainda assim, precisar di- minuir um semitom. Neste caso, aparece um outro sinal de alteração: º - o Dobrado BEMOL. Assim, existe um total de cinco sinais de alteração: Então, nossa tabela final das tríades fica assim: Não se preocupe em memorizar esta tabela toda. O que você precisa compreender é a lógica dos acordes maiores (com o grupo que tem 0#, o que tem 1# e o que tem 2#). Se você compreender e assimilar bem este grupo, facilmente encontra os outros acordes: Diminuindo a 3ª encontra o acorde menor Diminuindo a 3ª a e a 5ª encontra o acorde diminuto Aumentando a 5ª encontra o acorde aumentado 0# 43 Posso Tocar com Daiany Dezembro OUTRAS TRÍADES Até agora, vimos os acordes formados pelas tônicas das 7 notas naturais (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si). Porém, as tônicas dos acordes nem sempre serão apenas notas naturais. Podemos encontrar cifras com # ou b também: B bm Ab C# F# m Eb + E aí, o que fazer? Continuando a pensar num esquema prático, para fazer: •Acordes com b - pense no acorde “natural” e então diminua um semitom em todas as suas notas •Acordes com # - pense no acorde “natural” e então aumente um semitom em todas as suas notas Para que isso não fique confuso é preciso estar consciente de quando os sinais de alteração estão a aumentar ou a diminuir os semitons. Observe o diagrama abaixo: Da esquerda para a direita: os sinais vão aumentando um semitom cada Da direita para a esquerda: os sinais vão diminuindo um semitom cada 44Como ler partituras em 10 passos CONHECENDO AS TÉTRADES Quando os acordes apresentam 4 notas, passam a ser classificados como TÉTRADES. Em essência, a tétrade é uma tríade com mais uma nota. Assim, a tétrade é formada pelos intervalos de: A cifra das tétrades baseia-se na cifra das tríades, acrescentando o número 7 (ao seu lado). Então, • Se a tríade for maior, a cifra é escrita assim: D7 (lê-se: Ré maior com sétima) • Se a tríade for menor, a cifra é escrita assim: Dm7 (lê-se: Ré menor com sétima) • Se a tríade for diminuta, a cifra é escrita assim: Dø7!(lê-se: Ré meio-diminuto) • Se a tríade for aumentada, a cifra é escrita assim: D7(#5) (lê-se: Ré maior com sétima e 5ª aumentada) Por isso, se você conhece bem as cifras é preciso apenas encontrar a nova nota (7ª) e acrescenta-la ao acorde. Há diversas maneiras para encontrar esta nova nota, mas uma muito prática é buscar pela nota que fica um tom abaixo da tônica do acorde. Simples assim! Veja: o acorde de Dó M (C) A nota que fica um tom abaixo de Dó é Si . Então, a tétrade C7 fica assim: Sabendo a correta distância entre as notas, não haverá erro ao buscar pela sétima da tétrade. Veja: 45 Posso Tocar com Daiany Dezembro Uma curiosidade: Nem sempre as tétrades se apresentam com o número 7 sozinho. Algumas tétrades trazem outros símbolos junto do número 7, como: maj7 7M 7,,,^ 7+ Bmaj7 Ab7M C7^ Dm7+ Em todos estes casos, a cifra está nos pedindo para colocar outra nota como sétima do acorde – a que fica a um semitom abaixo da tônica do acorde. Esta sétima é chamada de 7ª maior. Por isso, as tétrades que apresentam símbolos ao lado do número 7 está pedindo que calculemos uma 7ª maior para o acorde. Veja: o acorde de Láb M (A ) A nota que fica um semitom abaixo de Láb é Sol. Então, a tétrade Ab7M fica assim: (lê-se: Láb maior com sétima maior) Pensando desta forma, você encontra todas as sétimas maiores que precisar. Em nossa música, há duas tétrades: D7 e G7. Veja como elas ficam: O acorde de Ré M (D) é A nota que fica um tom abaixo de Ré é Dó. Então, a tétrade D7 fica assim: O acorde de Sol M (G) é A nota que fica um tom abaixo de Sol é Fá. Então, a tétrade G7 fica assim: 46Como ler partituras em 10 passos Bônus Finalizando a música Agora nós já falamos tudo sobre nossa música! Chegou o momento de você se desafiar a ler esta partitura. Que tal? Comece devagar, sem pressa. Se precisar, coloque o nome debaixo de cada nota – até que você esteja muito seguro e não precise mais (então apague). Pense nas notas mas pense sobretudo no ritmo em que deve toca-las. Lembre-se do pulso firme e regular. Pense nos “ta” e “tati”. E lembre-se do fá# (que está na armadura). Se não consegue tocar os acordes junto com a melodia, não há problema. Faça um de cada vez: leia apenas a melodia, e depois apenas os acordes. Mais para frente você tenta tocar as duas coisas juntas (se o seu instrumento permitir esta forma de execução). Vá firme e adiante. Uma pauta por dia. Fique craque, e então me responda: reconheceu a melodia desta música? Ela é bem conhecida! UM ÚLTIMO CONCEITO: O RITORNELLO Observe que quando você chegar na última pauta da música, no penúltimo compasso, você vai encontrar este sinal cortando a pauta: } Pois bem! O seu nome é ritornelo. E a sua função é indicar que você deve repetir todo o trecho musical. Sim sim! Você não deve seguir para o próximo compasso sem antes voltar e repetir todo o trecho que você já tocou. O ritornelo é uma abreviatura musical. Quando o encontrar, você deve voltar imediatamente do começo da música ou do ponto onde apareça um ritornelo na posição contrária ( ] ), e só então seguir com sua leitura. Agora, “ritornelle” este livro e recomece a sua leitura musical! Quero ver você responder a pergunta a seguir: QUAL É O NOME DA NOSSA MÚSICA? Resposta:________________________________ 47 Posso Tocar com Daiany DezembroBônus Nossa música nas outras CLAVES 48Como ler partituras em 10 passos NA CLAVE DE FÁ 49 Posso Tocar com Daiany Dezembro NA CLAVE DE DÓ 50Como ler partituras em 10 passos BÔNUS A LÓGICA de todas as claves Se você quer aprender, e deveria querer, a ler as notas em todas as claves aqui vai um Bônus para você. Há um princípio lógico que facilitará muito a sua vida. Este princípio é: 51 Posso Tocar com Daiany Dezembro Ou seja, cada clave tem uma linha da pauta que é atribuída para ela: A clave de Sol pertence à segunda linha da pauta. A clave de Fá pertence à quarta linha da pauta. A clave de Dó pertence à terceira linha da pauta. Assim, a nota que se posicionar na linha da clave ganhará o nome dela. Toda Clave dá o seu próprio nome para a nota que está escrita em sua linha. 52Como ler partituras em 10 passos Esta nota será nossa referência de leitura para cada clave. A partirdela, fica fácil encontrar os nomes de todas as outras notas: basta seguir a ordem ascendente (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó) ou descendente (Dó, Si, Lá, Sol, Fá, Mi, Ré, Dó) para nomear as notas vizinhas da nota de referência. 53 Posso Tocar com Daiany Dezembro AGRADECIMENTOS Eu espero de coração que este material lhe seja de grande valia, e ajude a ressignificar sua relação com a leitura musical. Ele foi preparado com grande carinho para que você entenda a lógica que está por trás de tudo, e comece a ver que ler partituras não é algo tão confuso quanto parece. Vale dizer que, não teria sido possível concretizar este livro se não tivesse o apoio da minha família, que carinhosamente é peça fundamental em tudo isso, e de cada um de vocês que me motivaram a escrever este material e hoje o estão lendo, buscando aprender cada vez mais. Você poderia estar fazendo outra coisa, mas resolveu tirar um tempinho para estar aqui, se dedicando a este universo que tanto nutre a nossa mente e a nossa alma – a música. Parabéns por isso! E muito obrigada, pois nada disso seria possível sem cada um de vocês. NOSSO WEBSITE www.possotocar.com.br Quer conhecer mais sobre o nosso canal e tirar suas dúvidas sobre nosso trabalho? Quer ver todos os nossos vídeos e aulas disponíveis? Visite nosso website. Lá você terá acesso a todos os nossos canais de publicação, bem como poderá cadastrar seu e-mail em nossa ‘Lista de espera’, para receber as novidades e as sacadas que envio, semanalmente, aos nossos alunos. Estamos à disposição para ajuda-los no que for preciso. Contem comigo! NOSSO CANAL DO TELEGRAM Você já conhece nosso canal exclusivo no Telegram? Ainda não? Pois é! Eu tenho um grupo lá chamado “Evoluindo na música” – que é um grupo onde eu posto áudios com conteúdo prático e dicas musicais que são importantes para sua evolução na música. Eu posto vários conteúdos lá quase que diariamente, e são conteúdos que eu não posto em nenhum dos nossos outros canais. Ou seja, se você ainda não o conhece e não faz parte dele, está perdendo conteúdos exclusivos. Então, sabe como você faz para acessar este grupo? Primeiro você precisa baixar o aplicativo do Telegram em seu celular. É bem prático e rápido. Ele é tipo um whastapp, porém com algumas funcionalidades a mais. 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