Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brasília-DF. Processos de Fabricação Elaboração Tatiana Conceição Machado Barretto Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO ................... 11 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO .................................................................. 11 CAPÍTULO 2 OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO: LAMINAÇÃO E TREFILAÇÃO ............................................. 19 CAPÍTULO 3 PRINCIPAIS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO: EXTRUSÃO, FORJAMENTO E ESTAMPAGEM ....... 27 UNIDADE II FUNDIÇÃO .......................................................................................................................................... 37 CAPÍTULO 1 FUNDIÇÃO ............................................................................................................................. 37 UNIDADE III NOÇÕES BÁSICAS DE USINAGEM E USINAGEM CONVENCIONAL ......................................................... 49 CAPÍTULO 1 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE USINAGEM ..................................................................................... 49 CAPÍTULO 2 USINAGEM CONVENCIONAL: TORNEAMENTO E FRESAMENTO ................................................. 56 CAPÍTULO 3 USINAGEM CONVENCIONAL: FURAÇÃO, MANDRILAMENTO, BRUNIMENTO, ROSCAMENTO, APLAINAMENTO ...................................................................................................................... 85 UNIDADE IV USINAGEM NÃO CONVENCIONAL ..................................................................................................... 104 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 104 CAPÍTULO 2 USINAGEM CONVENCIONAL: JATO ABRASIVO, JATO D’ÁGUA USINA, USINAGEM POR DESCARGA ELÉTRICA, USINAGEM ULTRASSÔNICA ................................................................................... 108 CAPÍTULO 3 USINAGEM NÃO CONVENCIONAL: QUÍMICA, ELETROQUÍMICA, FEIXE DE ELÉTRONS, laser E PLASMA ............................................................................................................................... 129 UNIDADE V METALURGIA DO PÓ .......................................................................................................................... 149 CAPÍTULO 1 METALURGIA DO PÓ ............................................................................................................. 149 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 159 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Processos de fabricação são aplicáveis em todas as áreas de nossas vidas, tanto que, muitas vezes, não percebemos ou pensamos sobre isso. Dos carros que dirigimos, dos contêineres em que nossa comida chega, dos computadores, da TV e de outros dispositivos que usamos, ferramentas elétricas, aquecedores, condicionadores de ar, os canos que entregam a nossa água e a lista continua. Essas coisas são todas feitas de componentes fabricados. Você provavelmente não passa muito tempo pensando em quem faz os produtos que preenchem sua casa. Mesmo que o seu negócio conte com os fabricantes, a menos que você passe algum tempo em uma fábrica, provavelmente sabe pouco sobre o trabalho diário envolvido. Na verdade, há vários tipos de processos para os usos do fabricante, e eles podem ser agrupados em quatro categorias principais: fundição e moldagem, usinagem, união e corte e modelagem. Os quatro principais tipos de fabricação aqui discutidos são fundição e moldagem, usinagem, conformação, metalurgia do pó. Soldagem também é um processo de fabricação, mas teremos uma disciplina exclusiva para ele. Se os produtos que você está criando começarem como líquidos, é provável que o fabricante use moldagem. Um tipo popular de moldagem é a fundição, que envolve aquecer o plástico até que ele se torne líquido e, então, despejá-lo em um molde. Quando o plástico esfria, o molde é removido, dando-lhe a forma desejada. Seria difícil fazer produtos como peças de metal sem o uso de algum tipo de máquina. Os fabricantes usam ferramentas como serras, chapas e rodas rotativas para alcançar o resultado desejado. Há também ferramentas que usam calor para moldar itens. Máquinas a laser podem cortar um pedaço de metal usando um feixe de luz de alta energia, e tochas de plasma podem transformar gás em plasma usando eletricidade. As máquinas de erosão aplicam um princípio semelhante usando água ou eletricidade, e máquinas de controle numérico computadorizado introduzem a programaçãode computadores no mix de fabricação. Ao lidar com chapas metálicas, o cisalhamento entra em jogo. O corte usa lâminas de corte para fazer cortes retos em um pedaço de metal. Também conhecido como corte, você verá muitas vezes o corte usado em alumínio, latão, bronze e aço inoxidável. Outro processo de modelagem de metal está se desenvolvendo, o 9 qual usa compressão ou outro tipo de estresse para mover os materiais para a forma desejada. Embora a formação seja frequentemente usada com metal, ela também pode ser usada em outros materiais, incluindo plásticos. Nesta disciplina iremos ampliar o nosso conhecimento sobre os diferentes processos de fabricação. Este é um material de apoio. Utilize sempre outras bibliografias para complementar os estudos. Objetivos » Desenvolver uma visão ampla dos processos de fabricação mecânica, permitindo que o aluno tenha compreensão dos fundamentos dos principais processos de fabricação. Desta forma, o aluno será capaz de interagir com os diversos níveis da cadeia produtiva, realizar planejamento de fluxo de produção, atuar no controle de linhas de produção e gerenciar a produção de uma unidade fabril. » Fornecer ao futuro engenheiro conhecimentos sobre a fabricação de peças utilizando processos tais como: fundição, forjamento, laminação, extrusão, trefilação, estampagem e outros. » Definir processos de fabricação para transformação de materiais metálicos. » Relacionar os processos mecânicos ao estudo de materiais, equipamentos mecânicos e industriais. » Escolher racionalmente os processos de usinagem. » Escolher as condições de usinagem na fabricação de peças. » Descrever os processos de produção dos metais. » Escolher racionalmente os processos metalúrgicos de fabricação. » Escolher racionalmente os processos de conformação mecânica. » Reconhecer e diferenciar os tipos de processos de conformação mecânica dos metais. 10 » Identificar os equipamentos e ferramentas utilizados em conformações mecânicas dos metais. » Conhecer os produtos da conformação mecânica e identificar os defeitos decorrentes do processo. » Compreender os fenômenos físicos e metalúrgicos que ocorrem nos processos de conformação mecânica de metais. » Apresentar ao aluno os conceitos básicos dos processos de fundição, bem como os diferentes processos de fundição. » Comparar os processos de fundição estudados e avaliar vantagens e desvantagens. 11 UNIDADE I INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO CAPÍTULO 1 Introdução aos processos de fabricação Metas e princípios essenciais para todos os processos a. Atendendo aos requisitos de desempenho (ou seja, tolerâncias, resistência, peso etc.); b. Atendendo aos requisitos de custo de produção; c. Capacidade de reproduzir qualidade constante durante a produção em massa; d. Na grande manufatura, os componentes devem ter propriedades de material uniformes em todo o componente. Consideração principal para um processo de fabricação Quando diferentes processos e métodos de fabricação são considerados, é fundamental desenvolver uma compreensão da relação entre o processo usado e as propriedades do produto acabado. Para isso é imprenscidível saber as condições do desgaste a que um determinado processo irá submeter um material e como diferentes materiais de fabricação respondem a diferentes condições (isto é, tensão, calor). 12 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO Materiais de fabricação Todos os produtos fabricados são feitos de algum tipo de material. Semelhante à tolerância geométrica, as propriedades do material do produto manufaturado final são de extrema importância. Portanto, aqueles que estão interessados em fabricar devem estar muito conscientes sobre a seleção de materiais. Uma variedade extremamente ampla de materiais está disponível para o fabricante atualmente. O fabricante deve considerar as propriedades desses materiais com relação às propriedades desejadas dos produtos manufaturados. Simultaneamente, deve-se considerar também o processo de fabricação. Embora as propriedades de um material possam ser grandes, ele pode não ser capaz de ser eficiente ou economicamente processado em uma forma útil. Uma técnica de fabricação pode produzir o produto final, portanto, deve haver um feedback constante entre o processo de fabricação e a otimização de materiais. Tipos de materiais Os materiais podem ser classificados em três tipos básicos: metais, cerâmicos e polímeros. Metais Os metais são duros, maleáveis (significando que podem ser moldados) e um pouco flexíveis. Os metais são muito fortes. Sua combinação de força e flexibilidade os torna úteis em aplicações estruturais. Quando a superfície de um metal é polida, tem uma aparência brilhante; embora este brilho superficial seja geralmente obscurecido pela presença de graxa, impurezas e sal. Os metais não são transparentes à luz visível. Além disso, os metais são condutores de eletricidade e calor extremamente bons. Um metal é provavelmente um elemento metálico puro (como o ferro) ou uma liga, que é uma combinação de dois ou mais elementos metálicos (como o cobre-níquel). Os átomos de um metal, semelhantes aos átomos de uma cerâmica ou polímero, são mantidos juntos por forças elétricas. A ligação elétrica em metais é denominada ligação metálica. A explicação mais simples para esses tipos de forças de ligação seria os núcleos de íons carregados positivamente do elemento (núcleo dos átomos e todos os elétrons que não estão no nível de valência) unidos por um “mar” circundante de elétrons (elétrons de valência dos 13 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I átomos). Os elétrons no “mar” se movem e não estão ligados a nenhum átomo em particular. Isso é o que dá aos metais suas propriedades: maleabilidade e alta condutividade. Processos de fabricação de metal geralmente começam em uma fundição. Cerâmicas A cerâmica é muito dura e forte, mas tem falta flexibilidade tornando-a frágil. As cerâmicas são extremamente resistentes a altas temperaturas e produtos químicos. Cerâmica normalmente pode suportar ambientes mais brutais do que metais ou polímeros. Cerâmicas normalmente não são bons condutores de eletricidade ou calor. Cerâmicas são compostos entre elementos metálicos e não metálicos. As ligações atômicas são geralmente iônicas, onde um átomo (não metal) retém os elétrons de outro (metal). O não metal é então negativamente carregado e o metal é carregado positivamente A carga oposta faz com que eles se liguem eletricamente. Às vezes, as forças são parcialmente covalentes. A ligação covalente significa que os elétrons são compartilhados por ambos os átomos, nesse caso forças elétricas entre os dois átomos ainda resultam na diferença de potencial que os mantém juntos. Para simplificar, pense em uma estrutura de construção. Isso é o que dá às cerâmicas suas propriedades, como força e baixa flexibilidade. Polímeros Polímeros são macios e não tão fortes quanto metais ou cerâmicas. Polímeros podem ser extremamente flexíveis. Baixa densidade e comportamento viscoso sob temperaturas elevadas são características típicas do polímero. Polímeros podem ser isolantes para eletricidade. Tipos de processos Este é um resumo dos processos de fabricação básicos e mais usados atualmente na indústria. Qualquer um desses processos pode ser empregado para produzir uma peça manufaturada. Além disso, lembre-se, ao decidir como produzir itens manufaturados, que uma peça pode exigir um desses processos para facilitar sua conclusão. Por exemplo, uma peça fundida pode exigir alguma usinagem antes de se tornar o produto final. Ou, uma parte pode ser produzida por um processo de metalurgia do pó e, em seguida, passar 14 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO por algum tipo de operação de conformação de metal.A figura 1 descreve os métodos e técnicas envolvidos em cada um desses processos de fabricação. Tenha sempre em mente como as propriedades do material se relacionam com o processo de fabricação. A maioria dos processos de fabricação descritos abaixo refere-se a metais. Esses processos são frequentemente similares em relação àqueles para metais (e polímeros são essencialmente fundidos e formados em diferentes técnicas), porém, eles são diferentes o suficiente para serem classificados independentemente. Figura 1. Fluxograma resumo dos principais processos de fabricação. Processos de Fabricação Com remoção de Cavaco Usinagem Convencional Furação Mandrilhamento Torneamento Fresamento Aplainamento Re�ficação Não convencional Jato Abrasivo Jato d’água Eletroerosão Eletroquímica Feixe de elétrons Laser Plasma Sem remoção de Cavaco Fundição Soldagem Metalurgia do pó Conformação Laminação Extrusão Trefilação Forjamento Estampagem Fonte: Própria autora. 15 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I Fundição Fundição de metal é, definitivamente, um dos processos de fabricação mais antigos. Fundições foram encontradas datando de 6000 anos. Fundamentalmente, a fundição envolve o preenchimento de um material fundido a partir de um molde. Esse material, após a solidificação, assume a forma do molde. Existem dois tipos básicos de processos de fundição de metais: molde descartável e molde permanente. Moldes podem ser feitos na mesma forma que o produto final, sendo o processo necessário. Ou, às vezes, a fundição é o processo de fabricação na produção de uma peça manufaturada de vários processos. Fundição de metal pode ser usada para fazer peças com geometria complicada, interna e externa. Com fundição, peças complexas podem ser feitas em um único molde, pode-se produzir peças muito pequenas como joias, ou peças enormes pesando várias centenas de toneladas, como componentes para máquinas muito grandes. Embora a influência cuidadosa dos parâmetros de fundição e técnica possa ajudar a controlar as propriedades do material; uma fundição de metal, em geral, é o produto final que tende a conter mais falhas e ter menor resistência e ductilidade em comparação com outros processos de fabricação, como a conformação de metal. Metalurgia do pó A metalurgia do pó é uma técnica de fabricação que produz partes do pó de certos materiais. Os pós são prensados na forma desejada (chamada de prensagem) e aquecidos o suficiente para fazer com que as partículas se unam em um componente sólido (chamado de sinterização). O processamento de pó é comum em materiais metálicos, no entanto, a cerâmica também pode estar sujeita a técnicas de processamento de pó. Existem muitas vantagens no processamento de pó. Com o processamento de pó, pode-se obter um controle dimensional consistente do produto, mantendo tolerâncias relativamente apertadas. Também pode-se produzir peças com bom acabamento superficial. As peças podem, portanto, ser feitas em sua forma final, não exigindo mais acabamentos. Com o processamento de pó, há muito pouco desperdício de material, pois o processamento de pó pode ser automatizado, minimiza a necessidade de mão-de-obra, exigindo pequenas quantidades de mão de obra especializada. 16 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO Metais difíceis de trabalhar por outros processos podem ser facilmente moldados, ou seja, certas combinações de ligas e cermets (cerâmicas e metais), que não podem ser formados de outra maneira, podem ser produzidos com esta técnica. Por último, as peças podem ser produzidas com um nível controlado de porosidade, devido à natureza do processo. Também tem um número de desvantagens. O primeiro é o alto custo. Fornos de sinterização e prensas especiais são mais complicados para construir do que máquinas convencionais. O ferramental também é muito caro. Como os pós não fluem facilmente lateralmente em um lado quando pressionados, há limitações geométricas nas peças que podem ser fabricadas. Os propulsores têm propriedades mecânicas inferiores (a menos que sejam submetidos a um processo de forjamento). Finalmente, variações na densidade do material em toda a peça podem ser um problema, especialmente com geometrias mais complexas. A fabricação por processamento de pó é ideal para produzir grandes quantidades de peças de tamanho pequeno a médio, moderadamente complexas, que não exigem fortes propriedades mecânicas no material da peça. Isso não se aplica a alguns processos de pó alternativo, como a prensagem isostática a quente, que pode fabricar peças com propriedades mecânicas superiores. Um processo como a prensagem isostática a quente, no entanto, não seria eficiente na fabricação de grandes quantidades de peças. Usinagem Na usinagem, uma peça fabricada é criada com as dimensões geométricas desejadas pela remoção do excesso de material de uma peça de trabalho, através de uma força exercida por uma certa ferramenta de remoção de material. As qualidades de um material de fabricação desejável para esta finalidade seriam: 1. Menor resistência ao cisalhamento (para facilitar o corte). 2. Resistência a choques (para resistir a cargas de impacto). 3. Não ter tendência a grudar na ferramenta de corte. A capacidade relativa do material a ser usinado é denominada usinabilidade. A cerâmica tem alta resistência ao cisalhamento, dificultando o corte. Além disso, ela não é resistente a choques, o que faz com que se quebre devido à 17 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I carga de impacto entre a ferramenta e a peça de trabalho. Polímeros, apesar de terem baixo rendimento, derretem com o calor gerado no processo, o que os leva a grudar na ferramenta. Além disso, a alta ductilidade nos polímeros pode dificultar a remoção do material, e a usinagem é baseada na remoção do material. Por essas razões, cerâmicas e polímeros têm baixa usinabilidade. Usinagem é geralmente aplicável a metais. A usinabilidade varia entre os metais. Os metais endurecidos apresentam um problema particular, devido a apresentar uma resistência ao cisalhamento muito alta. Frequentemente, os metais são usinados o mais próximo possível de sua forma final antes de serem endurecidos. Dessa forma, o material endurecido só precisa passar por operações mínimas de acabamento. Esse tipo de processo de fabricação tem muitas vantagens. A usinagem pode produzir precisão dimensional, muitas vezes mais do que qualquer outro processo sozinho. Além disso, pode produzir cantos agudos e planicidade em uma peça que pode não ser criada por outros processos. A precisão de usinagem permite produzir acabamento superficial e lisura que não podem ser alcançados de outra maneira. Combinando diferentes usinagens, peças muito complexas podem ser fabricadas. Esse tipo de processo de fabricação tem desvantagens. Este é um processo de remoção de material, portanto, desperdiça material. Embora econômico, se o número de peças a serem produzidas for pequeno, mão de obra, energia, equipamento e custo de sucata são relativamente altos para grandes tiragens. A usinagem é muito aplicável para operações de acabamento em produtos manufaturados. Conformação mecânica Conformação mecânica é um termo geral para um grande grupo, que inclui uma ampla variedade de processos de fabricação. Processos de formação de metal são característicos de que o metal que está sendo processado é plasticamente deformado para moldá-lo em uma geometria desejada. Os materiais são convertidos em produtos acabados através de diferentes processos de fabricação. Os processos de fabricação são classificados em moldagem [fundição], formação, união e revestimento, divisão, usinagem e modificação da propriedade do material. 18 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO Desses processos de fabricação, a formaçãoé um processo amplamente utilizado que encontra aplicações nas indústrias automotiva, aeroespacial, defesa e outras. Formas forjadas de materiais são produzidas por meio de operações de formação de chapas ou a granel. Produtos fundidos são feitos por moldagem ou moldagem e fundição. Um automóvel típico utiliza peças moldadas, como jantes, carroçaria, válvulas, formas laminadas para chassis, cárter de óleo estampado etc. No nosso dia a dia, utilizamos inúmeros produtos formados, como recipientes de cozinha, recipientes de pasta de dente, corpo de bicicleta, correntes, encaixe de tubo, pás de ventilador etc. Formar é o processo de obtenção da forma e tamanho necessários na matéria-prima, submetendo o material à deformação plástica através da aplicação de força de tração, força de compressão, flexão ou força de cisalhamento ou combinações dessas forças. Soldagem Soldagem é um processo de união de metais e outros materiais similares e diferentes por aplicação de calor com ou sem aplicação de pressão e adição de material de enchimento. É usada como fixador permanente. A soldagem é um processo essencial de todas as indústrias de manufatura. A capacidade de soldagem foi definida como a capacidade de ser soldada em juntas inseparáveis com propriedades especificadas, com a estrutura adequada da força de solda definida. A soldabilidade de qualquer metal depende de cinco fatores principais: o ponto de fusão, a condutividade térmica, a expansão térmica, a condição da superfície e a alteração na microestrutura. 19 CAPÍTULO 2 Operações de conformação: laminação e trefilação Introdução Os processos de conformação mecânica modificam a geometria do material quando uma forca é aplicada. Logo, as operações de conformação mecânica são aquelas em que são aplicados esforços mecânicos nos metais, resultando em uma mudança permanente em suas dimensões. Os esforços aplicados nesses processos podem ser do tipo compressão, tração, dobramento, e têm que ser aplicados sobre o material. É importante saber que, para que ocorram os processos de conformação mecânica, duas propriedades são importantes: a elasticidade e a plasticidade. A primeira está ligada capacidade de o material ser deformado quando aplicado um esforço e, quando o esforço é retirado, ele volta a sua forma original. Já no segundo, quando esse esforço é retirado, o material não tem a sua forma restaurada. Existem muitos e distintos processos de conformação mecânica, já que eles são desenvolvidos para aplicações específicas. Entretanto, é possível dividi-los em um número bem menor de categorias, que os separam de acordo com o esforço que provoca a deformação do material, a variação relativa da espessura da peça, o regime da operação de conformação, o propósito da deformação. Para a produção de peças de metal, os processos de conformação mecânica estão classificados em: laminação, forjamento, trefilação, extrusão, estampagem. Aspectos de temperatura na conformação Quando falamos de temperatura, o processo pode ser classificado como trabalho a frio, a morno e a quente, a utilização de um desses tipos de trabalho depende das características do material ou da peça, como composição química e estrutura metalúrgica e das condições do processo como: grau de deformação, velocidade de deformação e temperatura em que o material é deformado. 20 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO Trabalho a quente O trabalho a quente é a etapa inicial na conformação mecânica da maioria dos metais e ligas. Este trabalho não só requer menos energia para deformar o metal e proporciona maior habilidade para o escoamento plástico sem o surgimento de trincas como também ajuda a diminuir as heterogeneidades da estrutura dos lingotes fundidos devido às rápidas taxas de difusão presentes nas temperaturas de trabalho a quente. As variações estruturais devido ao trabalho a quente proporcionam um aumento na ductilidade e na tenacidade, comparado ao estado fundido. Geralmente, a estrutura e as propriedades dos metais trabalhados a quente não são tão uniformes ao longo da seção reta como nos metais trabalhados a frio e recozidos, já que a deformação é sempre maior nas camadas superficiais. O metal possuirá grãos recristalizados de menor tamanho nesta região. Como o interior do produto estará submetido a temperaturas mais elevadas por um período de tempo maior durante o resfriamento do que as superfícies externas, pode ocorrer crescimento de grão no interior de peças de grandes dimensões, que resfriam vagarosamente a partir da temperatura de trabalho. As operações de trabalho a quente são realizadas em muitos estágios. Nos intermediários a temperatura é mantida muito acima do limite inferior do trabalho a quente (CIMM, 2005). Trabalho a frio O trabalho a frio é acompanhado do encruamento (em inglês, strain hardening) do metal, que é ocasionado pela interação das discordâncias entre si e com outras barreiras – tais como contornos de grão – que impedem o seu movimento através da rede cristalina. A deformação plástica produz também um aumento no número de discordâncias, as quais, em virtude de sua interação, resultam num elevado estado de tensão interna na rede cristalina. Um metal cristalino contém em média 106 cm a 108 cm de discordâncias por cm3, enquanto que um metal severamente encruado apresenta cerca de 1012 cm de discordâncias por cm3. A estrutura característica do estado encruado examinada ao microscópio eletrônico apresenta, dentro de cada grão, regiões pobres em discordâncias, cercadas por um emaranhado altamente denso de discordâncias nos planos de deslizamento. 21 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I Tudo isto resulta macroscopicamente num aumento de resistência e dureza e num decréscimo da ductilidade do material. Num ensaio de tração, isso se traduz no aumento da tensão de escoamento, Y, e do limite de resistência, Sr, bem como no decréscimo do alongamento total (alongamento na fratura), ef (CIMM, 2005). Laminação Depois dos processos para obtenção do lingotamento contínuo, o aço é transformado em placas, mesmo que elas estejam com um formato que necessitarão passar por novos processos para uma melhor conformação de acordo com seu uso. A obtenção de chapas é conseguida pelo processo da laminação. A laminação é o processo de conformação do aço que deve transformar seções grandes retangulares ou redondas em seções menores de formatos diversos, ao mesmo tempo modificando sua estrutura interna, ou seja, é a deformação plástica dos metais entre os cilindros obtendo-se como resultado uma forma desejada ou propriedades definidas no material laminado, conforme Figura 2. Figura 2. Processo de laminação. Cilindro superior Cilindro inferior Fonte: Processos Produtivos (2016). Os principais objetivos da laminação são: » A obtenção do produto final com tamanho e formato especificado, com alta taxa de produção e baixo custo; » Obtenção de um produto final de boa qualidade, com propriedades mecânicas e condições superficiais adequadas. 22 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO O número de operações necessárias para atender a estes objetivos do processo de laminação depende das especificações estipuladas para a forma, propriedades mecânicas, condições superficiais (rugosidade, revestimento etc.) e em relação à macro e microestrutura do produto laminado. A laminação é um processo muito importante na transformação mecânica do aço. Nessa etapa ocorre a elaboração de uma maior quantidade de aço do que qualquer outra tecnologia de transformação. Por ser o antecessor de diversos processos de adequação do aço – cerca de 90% do aço produzido passa pelo processo de laminação – os exemplos mais comuns de transformação do aço que dependem do processo de laminação seriam; as barras a serem forjadas, os tarugos a seremextrudados, o fio-máquina a ser trefilado e a chapa a ser estampada. A laminação pode ser feita a frio ou a quente. A laminação a quente, geralmente é voltada para a operação de desbaste, já, para os acabamentos, usa-se a laminação a frio. A diferença entre elas também está nos efeitos do endurecimento e amolecimento térmico e nas espessuras dos laminados. É necessário destacar que o coeficiente de atrito externo será maior para o metal laminado a quente do que o laminado a frio, o que se reflete na força de laminação e no torque. Laminação a quente A laminação a quente é usualmente feita em operações iniciais, desbaste, onde há uma necessidade de diminuição das seções. O aquecimento faz parte desse tipo de laminação, tendo em vista que o aço usado deverá chegar a temperaturas convenientes ao andamento do processo. Essas temperaturas, geralmente ocorrem acima de sua temperatura de recristalização, antes da laminação, por isso há necessidade da utilização de fornos. Devido às temperaturas utilizadas, há uma tendência ao endurecimento do material neste tipo de laminação, contudo, esse efeito é reduzido concomitante com o amolecimento térmico. Geralmente, utiliza-se um ou dois conjuntos de cilindros para a laminação a quente, de modo que o lingote passe várias vezes entre os mesmos cilindros, Figura 3. As ultimas etapas da laminação a quente e a maior parte da laminação a frio são feitas comumente em múltiplos conjuntos de cilindros denominados trens de laminação. 23 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I Figura 3. Etapas do processo de laminação a quente. Placa Faceadeira Forno de pré-aquecimento PREPARAÇÃO DE PLACAS LAMINAÇÃO A QUENTE Laminador Desbastador Laminador Tandem Fonte: Processo de laminação, (2014). Em todos os outros casos desbaste, laminação de perfilados, barras, fio-máquina, chapas grossas e médias, utiliza-se laminação a quente. Laminação a frio A laminação a frio é geralmente empregada quando as especificações do produto exigem um bom acabamento superficial. Com esse processo é possível produzir folhas e tiras com acabamento superficial e com tolerâncias dimensionais superiores quando comparadas com as tiras produzidas por laminação a quente. Este tipo de laminação é realizado à temperatura ambiente ou próxima dessa, isto é, o material não precisa ser aquecido, o que faz com que haja um aumento de dureza. A produção de tiras de aço laminadas a frio é feita por bobinas a quente decapadas. Mas a laminação a frio exige a espessura de chapas abaixo de 1,5 mm. O processo compreende inicialmente a deformação do aço a temperaturas abaixo do ponto crítico, ou da temperatura de recristalização. Utiliza-se trens laminadores quádruos de alta velocidade com três a cinco cadeiras (Figura 4). Figura 4. Laminação a frio. Cilindros Horizontais Cilindros Verticais (A) Laminador duo não reversível (B) Laminador duo reversível (C) Laminador trio (D)-Laminador quádruo (E) Laminador Sendzimir (F) Laminador universal Fonte: Processos de laminação, (2014). 24 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO A laminação contínua tem alta capacidade de produção, o que resulta num custo de produção baixo. Se for utilizado um ritmo de deformação muito baixo, o material poderá apresentar características de laminação a quente em temperaturas relativamente baixas. A redução a frio resulta numa elevação da resistência à tração, da dureza superficial, do limite elástico e numa redução da ductilidade, devido à deformação da estrutura cristalina. O material é submetido ao tratamento térmico de recozimento para restituir-lhe ductilidade e a um processo de acabamento ou de encruamento, para uniformizar a superfície, obtendo assim uma dureza determinada e homogênea ao longo de toda a peça. O encruamento resultante da redução a frio pode ser aproveitado para dar maior resistência ao produto final. Trefilação Trefilagem, ou Trefilação, é o processo de fabricação em que a matéria-prima é estirada através de uma matriz em forma de canal convergente por meio de uma força trativa aplicada do lado de saída da matriz. É o processo de fabricação onde são formados arames, barras finas, tubos, entre outros. Existem muitas aplicações para a trefilagem como: produção de fios elétricos, cabos, clipes de papel, corda para instrumentos musicais e raio para rodas. O processo acarreta na redução da seção transversal e respectivo aumento no comprimento do material. O escoamento plástico é produzido principalmente pelas forças compressivas provenientes da reação da matriz sobre o material. Em geral, a forma resultante de simetria circular é muito comum em peças trefiladas, embora isto não seja um requisito necessário. Da redução sucessiva de diâmetro de uma barra metálica maciça podem resultar barras, vergalhões e arames, dependendo do diâmetro do produto final. Por outro lado, a trefilação pode também ser realizada em tubos ocos e, neste caso, existem diversas técnicas empregadas, com a utilização, ou não, de um mandril interno ao tubo que permite um melhor controle da espessura final. Geralmente os processos de trefilação são realizados à temperatura ambiente; todavia, uma vez que as deformações envolvidas são normalmente grandes, ocorre um aumento considerável de temperatura durante a operação (NIEHOFF-HERBORN, 2015). 25 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I Figura 5. Representação esquemática do processo de trefilação (estiramento). Matriz de metal duro Caixa de aço da matriz lubrificante Retentor da matriz garra Carro de estiramento Bancada de estiramento Fonte: Lima (2006). Figura 6. Trefilação. Secção de saída Rolo de fio trefilado Rolo de fio vergalhão Secção de entrada Detalhe da fieira Rolos de tração Fieira ɸ 2,00 mm ɸ 9,52 mm Fonte: Méetodos de Conformação (2010). Trefilação a frio Tipo de trefilação aplicada em metais com estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC). O fio é preso na tarracha da trefila, e “puxado”, à medida que o fio é puxado, o volume permanece o mesmo, o diâmetro diminui e o seu comprimento aumenta. 26 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO São utilizadas, em geral, as tarrachas seguidas umas das outras e, aos poucos, o diâmetro vai sendo reduzido sucessivamente. É desejável que o fio deslize com menos resistência a uma velocidade constante com o objetivo de não deixar que o fio fique preso, enfraqueça e quebre. Essa velocidade varia de acordo com o material e a dimensão da redução. Como no trabalho a frio, não existe um aquecimento antes da trefilação, e será exigida uma maior força da máquina. Este tipo de esforço pode causar um desgaste da máquina e fadigas no metal. Para diminuir os efeitos causados pelos esforços, se faz necessária a lubrificação. Essa lubrificação aumenta a durabilidade do equipamento e melhora o acabamento da trefilagem. Existem vários tipos de lubrificação: trefilação úmida, trefilação seca, cobertura metálica e vibração ultrasônica. Na trefilação úmida, as fieiras e o fio ficam completamente imersos no lubrificante. Na trefilação seca, o fio ou barra passa entre um reservatório de lubrificante o que deixa a superfície preparada para a trefilação. Quando o fio é coberto com uma camada de metal que funciona como um lubrificante sólido, chamamos de cobertura metálica. Já na vibração ultrassônica, as fieiras e os mandris, ou carcaças de aço, são vibrados, o que ajuda a reduzir os esforços mecânicos e permitir maiores reduções por passada. Trefilação a quente Esse processo é aplicado em metais com estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) e em unsm poucos metais com estrutura hexagonal Compacta (HC). Esse tipo de trefilação é utilizado nesses metais, pelo fato deles serem pouco maleáveis. Logo,é preciso aquecê-los até uma temperatura que faça com que esses materiais fiquem com empacotamento igual às redes CFC, para poderem, então, serem trefilados. Após resfriamento recuperam sua característica original. 27 CAPÍTULO 3 Principais processos de conformação: extrusão, forjamento e estampagem Extrusão Na extrusão, um tarugo cilíndrico é colocado numa câmara e forçado através de uma abertura de matriz por um pistão hidráulico. Essa abertura pode ser circular ou de outro formato. A extrusão também pode ser indireta, hidrostática ou por impacto. A extrusão também pode ser definida como um processo de compressão indireta, pois são as paredes internas da ferramenta que provocam, devido à reação à pressão do pistão, a ação de compressão sobre o tarugo. A extrusão é um método muito comum que faz parte do processo produtivo de filmes plásticos, chapas, barras e peças de metal e até mesmo de alimentos. Basicamente, seu principal componente é a prensa hidráulica, ou extrusora, que irá forçar a passagem do material pela matriz e controlar o curso e a velocidade de extrusão (Figura 7). Figura 7. Processo de Extrusão. Pré-aquecimento das matrizes Mesa de arrefecimento, Esticador Prensa de extrusão Pré-aquecimento dos bilhetes Corte em bilhetes para extrusão Varões com 5 e 6 (“logs”) Pré-preparação superficial Lacagem Anodização Embalagem Entrega ao cliente Inspeção final Envelhecimento Corte em dimensões comerciais Fonte: Faria (2016). Extrusão indireta Na extrusão indireta, a matriz se desloca na direção do tarugo, do recipiente fixo e da matriz móvel. O movimento do material extrudado ocorre no sentido contrário ao de avanço do embolo (oco e móvel), ou seja, a força. Trata-se de um processo vantajoso, pois não há atrito do tarugo com o recipiente, mas é 28 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO limitado, pois o êmbolo oco, para barras, ou esbelto, para tubos, não permite a obtenção de produtos com seções reduzidas. Aqui, o acabamento superficial não é tão bom. Na extrusão indireta, as matrizes são mais pesadas, é necessário fazer furo e a força utilizada é menor que a do método direto. Figura 8. Extrusão Indireta. Recipiente Bilhete de trabalho Morto Forma final do trabalho Ram oco Forma final do trabalho Morto Bilhete de trabalho Ram Recipiente Fonte: IFSC (2016). Extrusão direta Na extrusão indireta, o movimento do material extrudado ocorre no mesmo sentido de avanço do embolo. A matriz e os recipiente são fixos. O material extrudado passa pela matriz e flui no sentido da força aplicada. As peças aqui têm um melhor acabamento superficial. 29 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I A extrusão direta necessita de sistema de injeção contínua de lubrificação. Nela, as ferramentas são mais baratas e o tipo de extrusão mais utilizado é aquela em que a maioria dos metais são extrudados a quente devido à diminuição da tensão de escoamento (Figura 9). Figura 9. Extrusão Direta. Ram Forma final do trabalho Recipiente Morto Bilhete de trabalho Mandril Fonte: IFSC (2016). Extrusão lateral Já na Extrusão Lateral, o material do tarugo é forçado através de abertura lateral da câmara. Esse método consiste na extrusão sem que haja contato do material com a superfície da câmara, o que reduz o atrito. Os eixos do punção e da peça têm diferentes direções, em ângulo reto. O material é colocado em uma câmara de diâmetro maior que o seu e contendo um fluido de lubrificação (que pode ser um óleo vegetal). Então, ele é empurrado em direção à matriz por meio de pressão hidrostática. Outros processos de extrusão De acordo com a temperatura, o processo de extrusão do metal pode ser classificado em: extrusão a quente ou extrusão a frio. A extrusão a quente torna mais fácil o processo de conformação, mas a extrusão a frio permite um melhor acabamento e elimina a oxidação do material. O que irá determinar qual desses processos será usado é a ductilidade da peça, o custo e exigências técnicas. Qualquer processo de extrusão, seja de materiais plásticos ou alimentos, pode variar de temperatura de acordo com as características do material. 30 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO Quadro 1. Outros processos de Extrusão. Extrusão a frio Extrusão semiaquecida Extrusão a quente Elevada economia; Combinação com outros processos; Alta qualidade dimensional e superficial; Fabricação de peças complexas, de precisão; Melhores propriedades mecânicas; Pequenas reduções de seção em vários estágios Propriedades semelhantes às dos extrudados a frio; Menor tensão de escoamento; Importância cada vez maior Melhora da trabalhabilidade; Grandes reduções de seção numa só etapa; Maioria dos processos para obter produtos contínuos semiacabados (barras) e acabados (perfis e tubos); Desgaste acentuado das ferramentas; Oxidação superficial; Menor força de extrusão; Grafite, talco, sebo e vidro são os lubrificantes mais utilizados; Fonte: Própria autora. Na extrusão hidrostática, o diâmetro do tarugo é menor que o diâmetro da câmara, que é preenchida por um fluido. A pressão é transmitida ao tarugo através de um pistão. Não há fricção nas paredes da câmara. Figura 10. Extrusão Hidrostática. Ram Forma extrudida Recipiente Morto Bilhete de trabalho Fluido Fonte: IFSC (2016). Vantagens e desvantagens da extrusão Hidroestática Vantagens » Não há fricção entre o tarugo e o recipiente; » Devido ao baixo atrito entre a matriz e o tarugo, pode-se usar baixos ângulos de extrusão; 31 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I » Resistência mais alta do produto devido à ausência de vazios e poros; » O processo é versátil na troca das matrizes; » A própria pressão assenta a matriz no recipiente; » Menor restrição quanto à forma da seção transversal Desvantagens » Perda de energia e eficiência devido à compressão do fluido com o aumento considerável da pressão; » A ponta do tarugo deve ser cônica e ser posicionada por pressãoν contra a matriz para promover a vedação inicial; » É difícil controlar a velocidade de extrusão; » Apresenta problemas associados à vedação do pistão carregamentoν cíclicos (fadiga dos componentes do equipamento). Forjamento O forjamento é uma operação de conformação mecânica que tem como objetivo dar forma aos metais através de martelamento ou esforço de compressão. Acredita-se que os forjamentos mais antigos tenham se iniciado em algumas regiões do Oriente Médio 8.000 a.C, onde ferro e bronze fundidos foram forjados pelo processo a quente, pelos homens da antiguidade para produzir ferramentas manuais, instrumentos e armas, como facas, adagas e lanças. Durante a Segunda Guerra Mundial, o forjamento a frio foi aplicado e aprimorado na Alemanha para a fabricação de peças de aeronaves e munição para armas. No decorrer do tempo, diferentes tipos de máquinas para forjamento foram desenvolvidas e introduzidas. Procurou-se obter maiores forças de conformação, aperfeiçoar o processo de duplicação de peças através de moldes fechados ou aumentar a resposta das ferramentas no trabalho a altas temperaturas. Na atualidade, o forjamento é um processo que permite um bom custo-benefício na fabricação de peças. 32 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO Forjamento a quente O forjamento a quente é o processo de conformação em que o metal a ser forjado se encontra acima da temperatura de recristalização. Isto faz com que, durante a deformação, os mecanismos de recuperação e recristalização aconteçam, inibindo a geração de tensões internas e favorecendo a ductilidade pela formação e aumento dos grãos. O quadro 2 apresenta as relações de alguns metais e suas faixas de temperatura para forjamento: Quadro2. Metais e suas faixas de temperatura para forjamento. Metal ou ligas Faixa aproximada de temperatura de forjamento, °C Ligas de alumínio 400-550 Ligas de cobre 600-900 Aços carbono e de baixa liga 850-1150 Aços inoxidáveis martensiticos 1100-1250 Aços “Maraging” 1100-1250 Aços inoxidáveis austeníticos 1100-1125 Ligas de níquel 1100-1250 Aços inoxidáveis semiausteníticos PH 700-950 Ligas de titânio 1050-1180 Superligas a base de ferro 1180-1250 Superligas a base de cobalto 950-1150 Ligas de nióbio 1050-1350 Ligas de tântalo 1150-1350 Superligas a base de níquel 1050-1200 Ligas de tungstênio 1220-1300 Fonte: Chaves (2015). Para que o forjamento seja bem sucedido, é necessário que todo o corpo esteja a uma temperatura uniforme, que é conseguida através de fornos de câmara, de indução e de atmosfera controlada, quando necessário. No forjamento a quente, deve-se ter um cuidado especial por conta da formação da carepa (um óxido originado ao redor da peça aquecida que pode chegar de 2% a 4% do peso) que, como qualquer óxido, tem como característica uma dureza elevada podendo ocasionar defeitos na peça ou até mesmo danificar a matriz. Assim como no forjamento a frio, este processo se utiliza de prensas martelo, hidráulicas e excêntricas diferindo na energia/força que será aplicada (menor, pois o metal aquecido flui com maior facilidade) e na resistência as altas temperaturas. 33 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I As matrizes podem ser tanto abertas (livres) quanto fechadas, sendo que a primeira é bastante utilizada para se consegui as dimensões necessárias à segunda. Normalmente são necessárias várias etapas para se obter a peça final. Figura 11. Etapas de forjamento. Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Estágio 4 Tarugo Deformado Reaquecimento indutivo Refundido Punção Punção Punção Punção Matriz Matriz Matriz Matriz Extrato Extrato Extrato Extrato Fonte: Borges (2016). Figura 12. Forjamento. Matriz Superior Matriz Superior Matriz Inferior Matriz Inferior Tarugo Tarugo Peça Forjada Rebarba Fonte: Borges (2016). Vantagens do processo: » O processo a quente necessita de menor energia para deformar o metal, já que a tensão de escoamento decresce com o aumento da temperatura, que, por sua vez, aumenta a capacidade do material de escoar sem se romper (ductilidade); 34 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO » Maior conformabilidade/forjabilidade; » Homogeneização química da estrutura; Desvantagens do processo: » As matrizes fechadas devem possuir calha de rebarba; » O acabamento superficial e a tolerância geométrica (devido à expansão e contração do metal) são inferiores ao tratamento a frio; » Geração de carepa; » Necessidade de equipamentos especiais (fornos, manipuladores etc.) e gasto de energia para aquecimento das peças; » Desgaste das ferramentas é maior e a lubrificação é difícil. Forjamento a frio O forjamento a frio tem esse nome, pois o processo é realizado abaixo da temperatura de recristalização do material forjado. A carga utilizada para a conformação por forjamento a frio é muito grande, podendo chegar até a 15000 toneladas para prensas de grande porte. Isso causa um grande desgaste das ferramentas e da matriz. A velocidade de trabalho também influencia na vida da ferramenta, e um patamar de velocidade deve ser escolhido de acordo com a carga aplicada. O acabamento superficial e a exatidão dimensional de uma peça forjada a frio são superiores ao do forjamento a quente e até de outros processos de conformação e fundição. Geralmente, as peças forjadas a frio já saem da matriz prontas para serem utilizadas, sem necessidade de ajustes de superfície ou dimensão. Acesse o site: <http://www.fbmferramentas.com.br/forjaria/processo- forjamento.html>, para conhecer o processo de forjamento. 35 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO │ UNIDADE I Estampagem A estampagem é o processo de fabricação de peças, pelo corte ou deformação de chapas. O processo de conformação de chapas é realizado geralmente a frio, e compreende um conjunto de operações por meio das quais uma chapa é submetida de modo a adquirir uma nova forma geométrica, plana ou oca. Conformação de chapas é definida como a transição de uma dada forma de um semiacabado plano em outra forma. Os processos de conformação de chapas têm uma importância especial na fabricação de carrocerias automotivas e componentes da indústria eletroeletrônica, na fabricação de peças de uso diário (para-lamas, portas de carro, banheiras, rodas etc.). Figura 13. Estampagem em chapas. Fonte: Própria autora. Este processo de fabricação e apropriado para grandes series de peças, obtendo-se grandes vantagens, tais como: alta produção, redução do custo da peça, bom acabamento sem a necessidade de processamento posterior, maior resistência das peças por causa da conformação que ocasiona o encruamento no material, baixo custo de controle de qualidade devido à uniformidade da produção e a facilidade para detecção de desvios. Como desvantagem, destaca-se o alto custo ferramental, que só pode ser amortizado se a quantidade de peças a produzir for elevada. Para melhorar o rendimento do processo, é importante que se tenha boa lubrificação. Com isso, reduzem-se os esforços de conformação e o desgaste do material. 36 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E ÀS OPERAÇÕES DE CONFORMAÇÃO A estampagem é o processo pelo qual a chapa plana adquire a forma de uma matriz imposta pela ação de uma punção. A estampagem compreende as seguintes operações: corte, dobramento e encurvamento, estampagem profunda e prensagem. Operações de estampagem Corte: Consiste em separar de uma chapa, mediante golpe, uma porção de material com contorno determinado, utilizando-se ferramental apropriado, chamado de estampo de corte. Dobra: Consiste em obter uma peça formada por um ou mais dobras de uma chapa plana. Para isto, é utilizada uma ferramenta denominada estampo de dobra. Embutimento ou repuxo: Esta operação tem como finalidade obter peças em forma de recipientes, obtidas pela deformação da chapa, a golpes de prensa e empregando ferramental especial denominado estampo de repuxo. Prensagem: pode ser plena ou compacta, quando o material é levado à fluência (prensagem entre moldes, como acabamento de peças já prensadas); ou prensagem côncava de peças em chapas (placas). 37 UNIDADE IIFUNDIÇÃO CAPÍTULO 1 Fundição Este tópico foi todo escrito baseado no livro Tecnologia Mecânica, volume II, de Vicente Chiaverini e na apostila de Processo de Fabricação do Telecurso 2000 profissionalizante. Dos processos de transformação dos metais e ligas metálicas, a fundição se destaca, não só por ser um dos mais antigos, mas também porque é um dos mais versáteis, principalmente quando se consideram os diferentes formatos e tamanhos das peças que se pode produzir por esse processo. Este processo de fabricação de peças metálicas baseia-se em encher com metal líquido a cavidade de um molde com formato e medidas correspondentes aos da peça a ser fabricada. A fundição permite a obtenção de peças com formas praticamente definitivas, com mínimas limitações de tamanho, formato e complexidade. É também o processo pelo qual se fabricam os lingotes. Teoria A fundição é um processo de solidificação, o que significa que o fenômeno da solidificação controla a maioria das propriedades da fundição. Além disso, a maioria dos defeitos de fundição ocorre durante a solidificação, como a porosidade do gás e o encolhimento da solidificação. A solidificação ocorre em duas etapas: nucleação e crescimento de cristais. Na fase de nucleação, formam-se partículas sólidas no líquido. Quando essas partículas se formam, sua energia interna é menor que o líquido envolvido, o que cria uma interface de energia entre os dois.A formação da superfície nessa interface requer energia, de modo que, quando ocorre a nucleação, o 38 UNIDADE II │ FUNDIÇÃO material realmente subarreia, ou seja, ele resfria abaixo de sua temperatura de congelamento, devido à energia extra necessária para formar as superfícies de interface. Em seguida, recalca ou aquece de volta à sua temperatura de congelamento, para o estágio de crescimento do cristal. Observe que a nucleação ocorre em uma superfície sólida pré-existente, porque não é necessária muita energia para uma superfície de interface parcial, como para uma superfície de interface esférica completa. Isso pode ser vantajoso porque os fundidos de grãos finos possuem melhores propriedades do que os fundidos de granulação grossa. Uma estrutura de grãos finos pode ser induzida pelo refinamento ou inoculação de grãos, que é o processo de adicionar impurezas para induzir a nucleação. Todas as nucleações representam um cristal, que cresce à medida que o calor da fusão é extraído do líquido até que não haja mais líquido. A direção, taxa e tipo de crescimento podem ser controlados para maximizar as propriedades da fundição. A solidificação direcional é quando o material se solidifica em uma extremidade e prossegue para solidificar na outra extremidade. Este é o tipo ideal de crescimento de grãos porque permite que o material líquido compense o encolhimento. Processo de fundição As etapas de fundição que veremos são as que normalmente se seguem no processo de fundição por gravidade em areia, que é o mais utilizado. O processo de fundição ocorre nas seguintes etapas: a. Confecção do modelo: É nesta etapa que o modelo é confeccionado. Ele possui uma forma aproximada da peça final, e irá ser utilizado para a construção do molde. Suas dimensões devem prever a contração do metal quando ele se solidificar bem como um eventual sobremetal para posterior usinagem da peça. Pode ser de madeira, alumínio, aço, resina plástica e até isopor. b. Confecção do molde: O molde é o dispositivo no qual o metal fundido é colocado para que se obtenha a peça desejada. Confeccionado de material refratário composto de areia e aglomerante. Esse material é moldado sobre o modelo que, após retirado, deixa uma cavidade com o formato da peça a ser fundida. c. Confecção dos machos: Macho é um dispositivo, feito também de areia, que tem a finalidade de formar os vazios, furos e reentrâncias 39 FUNDIÇÃO │ UNIDADE II da peça. São colocados nos moldes antes que eles sejam fechados para receber o metal líquido. d. Fusão: Etapa em que acontece a fusão do metal. e. Vazamento: O vazamento é o enchimento do molde com metal líquido. f. Desmoldagem: Após determinado período de tempo em que a peça se solidifica dentro do molde, e que depende do tipo de peça, do tipo de molde e do metal (ou liga metálica), ela é retirada do molde (desmoldagem) manualmente ou por processos mecânicos. g. Rebarbação: A rebarbação é a retirada dos canais de alimentação, massalotes e rebarbas que se formam durante a fundição. Ela é realizada quando a peça atinge temperatura próxima à do ambiente. h. Limpeza: A limpeza é necessária porque a peça apresenta uma série de incrustações da areia usada na confecção do molde. Geralmente ela é feita por meio de jatos abrasivos. Processo de fundição por gravidade O processo de fundição por gravidade com moldagem em areia apresenta variações. As principais são: fundição com moldagem em areia aglomerada com argila e fundição com moldagem em areia aglomerada com resinas. É um tipo de fundição que utiliza também moldes cerâmicos, a fundição de precisão. O outro processo de fundição por gravidade utiliza moldes metálicos. Para esse tipo de molde não são necessárias as etapas de confecção do modelo e dos moldes, por nós descritas. A fundição sob pressão também utiliza o molde metálico. A qualidade da peça fundida está diretamente ligada à qualidade do molde. Peças fundidas de qualidade não podem ser produzidas sem moldes. Por isso, os autores usam tanto o material quanto o método pelo qual o molde é fabricado como critério para classificar os processos de fundição. Portanto, é possível classificar os processos de fundição em dois grupos: Fundição em moldes de areia e fundição em moldes metálicos. O processo em areia, destacando a moldagem em areia verde, é o mais simples e utilizado por empresas do ramo. Aqui a preparação do molde consiste em compactar mecânica ou manualmente uma mistura refratária plástica chamada areia de fundição, sobre um modelo montado em uma caixa de moldar. O 40 UNIDADE II │ FUNDIÇÃO processo tem esse nome pelo fato da mistura com a qual o molde é feito manter sua umidade original, quer dizer, não passar por um processo de secagem. Todo tipo de metal pode ser utilizado. Os moldes são preparados, o metal é vazado por gravidade, e as peças são desmoldadas durante rápidos ciclos de produção. Após a utilização, praticamente toda a areia (98%) pode ser reutilizada. Vantagens: 1. A moldagem por areia verde é o mais barato dentre os métodos de produção de moldes; 2. á menor distorção de formato do que nos métodos que usam areia seca, porque não há necessidade de aquecimento; 3. s caixas de moldagem estão prontas para a reutilização em um mínimo espaço de tempo; 4. oa estabilidade dimensional; 5. enor possibilidade de surgimento de trincas. Desvantagens: 1. O controle da areia é mais crítico do que nos outros processos que também usam areia; 2. Maior erosão quando as peças fundidas são de maior tamanho; 3. O acabamento da superfície piora nas peças de maior peso; A estabilidade dimensional é menor nas peças de maior tamanho. (Borges, 2018) Outros processos de fundição: fundição em areia seca, fundição em moldes de cimento, fundição CO2, fundição em moldes especiais, fundição de precisão, molde permanente ou coquilha, fundição sob pressão, fundição centrífuga, (fundição centrífuga verdadeira, fundição semicentrífuga, centrifugando). Fornos de fundição Existem diversos tipos de fornos utilizados para fundir diferentes metais. O tipo de forno de fundição a ser utilizado é determinado por alguns fatores: o tipo de metal a ser fundido, a taxa de produção do metal fundido e a pureza desejada. 41 FUNDIÇÃO │ UNIDADE II Entre os principais tipos de fornos utilizados para a fundição estão: Fornos Cubilô, Fornos de Reverberação, Fornos de Crisol, Fornos Elétricos a Arco, Fornos Elétricos por Indução, Fornos Elétricos por Resistência. Forno Cubilot: Esse é o tipo de forno mais utilizado para produzir ferro fundido cinzento. Figura 14. Forno Cubilot. Porta de carga Carrinho de carga Revestimento Refratário Ventaneira Calha de corrida de ferro Panela Piso do nível de carga Caixa de vento Portas de limpeza Bico de corrida de escória Ar Fonte: CIMM (2016). Forno Crisol: Amplamente utilizado para todo tipo de fundições: fundição de ferro, aço, ligas leves e bronzes. Figura 15. Forno Crisol. Fonte: CIMM (2016). 42 UNIDADE II │ FUNDIÇÃO Fornos de Chama Direta: O forno de chama direta (ou forno de reverbação) é usado para um tipo de fundição de bronze, latão, ou ferro nodular. Fornos de Cadinho (ou panela): Metais não ferrosos como bronze, latão, alumínio e ligas de zinco normalmente são fundidos em fornos de panela. Fornos elétricos: São normalmente usados quando há necessidade de um controle fino dos elementos constituintes da liga e quando são exigidas alta pureza e qualidade no fundido. Esses fornos também são empregados quando se fundem ligas de alto ponto de fusão. Podem ser: forno de arco elétrico; forno de resistência e forno de indução. Tipos de fundição Em metalografia, como já vimos, a fundição é um processo em que um metal líquido é de alguma forma entregue em um molde (geralmente por um cadinho) que contém uma forma oca da forma pretendida. O metal é derramado no molde através de um canal oco. O metal e o molde são então resfriados e a peça demetal é extraída. Fundição é mais frequentemente usada para fazer formas complexas que seriam difíceis ou não econômicas de fazer por outros métodos. O processo moderno de fundição é subdividido em duas categorias principais: fundição descartável e não descartável. Além disso, ele é dividido pelo material do molde, como areia ou metal, e pelo método de vazamento, como gravidade, vácuo ou baixa pressão. Os processos de fundição são conhecidos há milhares de anos e têm sido amplamente utilizados para escultura (especialmente em bronze), joalharia em metais preciosos e armas e ferramentas. As técnicas tradicionais incluem fundição por cera perdida (que pode ser ainda dividida em fundição centrífuga e vácuo para ajudar na fundição direta), fundição em molde de gesso e fundição em areia. Fundição de molde descartável Fundição de molde descartável é uma classificação genérica que inclui moldes de areia, plástico, concha, gesso e investimento (técnica de cera perdida). Este método de moldagem do molde envolve o uso de moldes temporários e não reutilizáveis. 43 FUNDIÇÃO │ UNIDADE II Fundição em areia A fundição em areia é um dos mais populares e mais simples tipos de fundição, e tem sido usada há séculos. A fundição em areia permite lotes menores do que a fundição a molde permanente e a um custo muito razoável. Esse método não apenas permite que os fabricantes criem produtos a um baixo custo, mas também oferece outros benefícios para a moldagem em areia, como operações de tamanho muito pequeno. O processo permite que os fundidos sejam pequenos o suficiente, caibam na palma da mão, até ou que seja produzidos fundidos grandes, apenas para camas de trem (um modelo pode criar a cama inteira para um vagão). A fundição em areia também permite que a maioria dos metais seja moldada, dependendo do tipo de areia usada para os moldes. Fundição em areia requer um tempo de espera de dias, ou até semanas, às vezes, para produção em altas taxas de produção (1 a 20 peças/hr-molde) e é insuperável para a produção de peças grandes. A areia verde (úmida), que é preta, quase não tem limite de peso, enquanto a areia seca tem um limite prático de massa de peças de 2.300 kg a 2.700 kg. O peso mínimo da peça varia de 0,075 a 0,1 kg. A areia é unida usando argilas, ligantes químicos ou óleos polimerizados (como óleo de motor). Ela pode ser reciclada muitas vezes na maioria das operações e requer pouca manutenção. Moldagem de gesso A fundição em gesso é semelhante à fundição em areia, exceto pelo Gesso de paris usado em vez de areia como material de molde. Geralmente, o formulário leva menos de uma semana para ser preparado, após o qual uma taxa de produção de 1-10 unidades/hr-molde é alcançada, com itens de até 45 kg ou tão pequenos quanto 30 g, com muito bom acabamento superficial e tolerâncias estreitas. A fundição de gesso é uma alternativa barata a outros processos de moldagem de peças complexas, devido ao baixo custo do reboco e à sua capacidade de produzir fundições de forma quase líquida. A maior desvantagem é que ele só pode ser usado com materiais não ferrosos de baixo ponto de fusão, como alumínio, cobre, magnésio e zinco. Moldagem de casca A moldagem por concha é semelhante à moldagem em areia, mas a cavidade de moldagem é formada por uma “concha” endurecida de areia, em vez de um frasco cheio de areia. A areia usada é mais fina do que a de fundição em areia e é 44 UNIDADE II │ FUNDIÇÃO misturada com uma resina para que possa ser aquecida pelo padrão e endurecida em uma concha ao redor do padrão. Por causa da resina e da areia mais fina, ela proporciona um acabamento superficial muito mais fino. O processo é facilmente automatizado e mais preciso que a fundição em areia. Os metais comuns que são moldados incluem ferro fundido, alumínio, magnésio e ligas de cobre. Esse processo é ideal para itens complexos de pequeno a médio porte. Carcaça de investimento A fundição de investimento (conhecida como fundição de cera perdida na arte) é um processo que tem sido praticado há milhares de anos, sendo o processo de cera perdida uma das técnicas mais antigas de formação de metal conhecidas. Há 5000 anos, quando cera de abelha formou o padrão, até as ceras de alta tecnologia, materiais refratários e ligas especializadas de hoje, as peças fundidas garantem que componentes de alta qualidade ejam produzidos com os principais benefícios de precisão, repetibilidade, versatilidade e integridade. Carcaça de investimento deriva seu nome do fato de que o padrão é investido, ou cercado, com um material refratário. Os padrões de cera exigem extremo cuidado, pois não são fortes o suficiente para resistir às forças encontradas durante a fabricação do molde. Uma vantagem da fundição de investimento é que a cera pode ser reutilizada. O processo é adequado para a produção repetida de componentes de forma líquida a partir de uma variedade de diferentes metais e ligas de alto desempenho. Embora geralmente utilizado para pequenas peças fundidas, este processo foi utilizado para produzir caixilhos de portas de aeronaves completos, com fundições de aço de até 300 kg e fundições de alumínio de até 30 kg. Em comparação com outros processos de fundição, como fundição sob pressão ou fundição em areia, pode ser um processo dispendioso. No entanto, os componentes que podem ser produzidos usando fundição de precisão podem incorporar contornos intrincados e, na maioria dos casos, os componentes são moldados próximos da forma da rede, portanto, exigem pouco ou nenhum retrabalho uma vez lançados. Moldagem de resíduos de gesso Um intermediário de gesso durável é frequentemente usado como um estágio em direção à produção de uma escultura de bronze ou como um guia apontador para a criação de uma pedra esculpida. Com a conclusão de um gesso, o trabalho 45 FUNDIÇÃO │ UNIDADE II é mais durável (se armazenado em ambientes fechados) do que um original de barro que deve ser mantido úmido para evitar rachaduras. Com o gesso de baixo custo à mão, o dispendioso trabalho de fundição de bronze ou escultura em pedra pode ser adiado até que um patrono seja encontrado e, como tal trabalho é considerado um processo técnico, e não artístico, pode até ser adiado para além do tempo de vida do artista. Na moldagem de resíduos, um molde de gesso simples e fino, reforçado por sisal ou juta, é moldado sobre a mistura de argila original. Quando curado é removido do barro úmido, incidentemente destruindo os detalhes finos em subcortes presentes no barro, mas que agora são capturados no molde. O molde pode, então, em qualquer momento posterior (mas apenas uma vez), ser usado para moldar uma imagem positiva em gesso, idêntica à argila original. A superfície deste emplastro pode ser ainda mais refinada e ser pintada e encerada para se assemelhar a uma peça de bronze acabada. Carcaça de padrão evaporativo Esta é uma classe de processos de fundição que usa materiais padrão que evaporam durante o vazamento, o que significa que não há necessidade de remover o material padrão do molde antes da fundição. Os dois processos principais são fundição com espuma perdida e fundição com molde completo. Fundição de espuma perdida A fundição com espuma perdida é um tipo de processo de fundição com padrão evaporativo semelhante à fundição de investimento, exceto pelo fato de que a espuma é usada para o padrão em vez da cera. Este processo tira proveito do baixo ponto de ebulição da espuma para simplificar o processo de fundição, removendo a necessidade de derreter a cera do molde. Moldagem de molde completo Fundição de molde completo é um processo de fundição de padrão evaporativo que é uma combinação de fundição em areia e fundição de espuma perdida. Ele usa um padrão de espuma de poliestireno expandido que é então cercado por areia, muito parecido com areia de fundição. O metal é então despejado diretamente no molde, que vaporiza a espuma em contato. 46 UNIDADEII │ FUNDIÇÃO Fundição de molde não descartável Fundição de molde não descartável difere dos processos descartáveis, pois o molde não precisa ser reformado após cada ciclo de produção. Essa técnica inclui pelo menos quatro métodos diferentes: fundição permanente, matriz, centrífuga e contínua. Essa forma de moldagem também resulta em repetibilidade aprimorada nas peças produzidas. Fundição de molde permanente Fundição de molde permanente é um processo de fundição de metal que emprega moldes reutilizáveis (moldes permanentes), geralmente feitos de metal. O processo mais comum usa a gravidade para preencher o molde. No entanto, pressão de gás ou vácuo também são usados. Uma variação do processo típico de fundição por gravidade, chamado de vazamento de lama, produz fundições ocas. Metais de fundição comuns são ligas de alumínio, magnésio e cobre. Outros materiais incluem estanho, zinco e ligas de chumbo e de ferro e aço também fundidos em moldes de grafite. Moldes permanentes, que duram mais do que uma fundição ainda têm uma vida útil limitada antes de se desgastarem. Sob pressão O processo de fundição sob pressão força o metal fundido sob alta pressão em cavidades de molde (que são usinadas em matrizes). A maioria das peças fundidas é feita de metais não ferrosos, especificamente ligas à base de zinco, cobre e alumínio, mas peças fundidas de metal ferroso são possíveis. O método de fundição sob pressão é especialmente adequado para aplicações em que muitas peças de tamanho pequeno a médio são necessárias com bons detalhes, uma qualidade de superfície fina e consistência dimensional. Fundição de metal semissólido A fundição de metal semissólido (SSM) é um processo de fundição modificado que reduz ou elimina a porosidade residual presente na maioria das peças fundidas. Em vez de usar metal líquido como material de alimentação, a fundição SSM usa um material de alimentação de viscosidade mais alta que é parcialmente sólido e parcialmente líquido. Uma máquina de fundição modificada é usada para injetar a suspensão semissólida em matrizes de aço endurecido reutilizáveis. A alta viscosidade do metal semissólido, juntamente com o uso de condições controladas de enchimento da matriz, garante que o 47 FUNDIÇÃO │ UNIDADE II metal semissólido preencha a matriz de maneira não turbulenta, de modo que a porosidade prejudicial possa ser essencialmente eliminada. Usado comercialmente principalmente para ligas de alumínio e magnésio, as peças moldadas SSM podem ser tratadas termicamente com os temperantes T4, T5 ou T6. A combinação de tratamento térmico, taxas de resfriamento rápido (usando matrizes de aço não revestidas) e porosidade mínima fornece excelentes combinações de resistência e ductilidade. Outras vantagens da fundição SSM incluem a capacidade de produzir formas complexas, formato de rede, estanqueidade, tolerâncias dimensionais apertadas e a capacidade de moldar paredes finas. Fundição centrífuga Neste processo, o metal derretido é derramado no molde e deixado solidificar enquanto o molde está girando. O metal é derramado no centro do molde no seu eixo de rotação. Devido à força centrífuga, o metal líquido é expulso para a periferia. Fundição centrífuga depende da gravidade e independente da pressão, uma vez que cria a sua própria alimentação de força utilizando um molde de areia temporário realizado numa câmara de fiação de até 900 N. O prazo de entrega varia de acordo com o aplicativo. Processamento centrífugo semiverdadeiro e verdadeiro permitem a produção de 30 a 50 peças/h de molde, com um limite prático para o processamento em lote de aproximadamente 9000 kg de massa total, e um limite típico por item de 2,3 Kg a 4,5 kg. Industrialmente, a fundição centrífuga de rodas ferroviárias foi uma aplicação precoce do método desenvolvido pela empresa industrial alemã Krupp e essa capacidade permitiu o rápido crescimento da empresa. Pequenas peças de arte, como joias, são frequentemente moldadas por esse método usando o processo de cera perdida, pois as forças permitem que os metais líquidos, bastante viscosos, fluam através de passagens muito pequenas e em detalhes finos, como folhas e pétalas. Este efeito é semelhante aos benefícios da fundição a vácuo, também aplicada à fundição de joias. Fundição contínua A fundição contínua é um refinamento do processo de fundição para a produção contínua de alto volume de seções metálicas com seção transversal constante. O metal fundido é vertido em um molde aberto, resfriado a água, que permite que 48 UNIDADE II │ FUNDIÇÃO uma “pele” de metal sólido se forme sobre o centro ainda líquido, solidificando gradualmente o metal a partir do exterior. Após a solidificação, o fio, como às vezes é chamado, é continuamente retirado do molde. Comprimentos predeterminados do cordão podem ser cortados por tesouras mecânicas ou maçaricos de oxiacetileno em movimento e transferidos para outros processos de formação, ou para um estoque. Os tamanhos de molde podem variar de faixa (alguns milímetros de espessura por cerca de cinco metros de largura) a tarugos (90 mm a 160 mm quadrados) a lajes (1,25 m de largura por 230 mm de espessura). Às vezes, esse processo é realizado antes de ser cortado. A fundição contínua é usada devido aos custos mais baixos associados à produção contínua de um produto padrão e também ao aumento da qualidade do produto final. Metais como aço, cobre, alumínio e chumbo são moldados continuamente, sendo o aço o metal com maior tonelagem de vazamento usando este método 49 UNIDADE III NOÇÕES BÁSICAS DE USINAGEM E USINAGEM CONVENCIONAL CAPÍTULO 1 Noções básicas sobre usinagem Corte O corte é talvez o tipo mais familiar de processo de fabricação. Embora poucos de nós tenham moldado polímeros ou formado metal, moldar o material cortando faz parte da experiência cotidiana. Provavelmente, você já utilizou tesouras, serras, lixas, cinzéis ou mesmo lixa em algum momento para remover material indesejado. Todos estes são métodos mecânicos em que uma força é aplicada através da ferramenta de corte (seja à lixa ou com a borda de metal de uma serra) ao material, e um corte é feito em uma escala macroscópica ou microscópica. O corte é frequentemente usado como um processo secundário ou de acabamento, em que o produto a ser cortado terá sido feito por um dos processos descritos anteriormente. Em uma base similar, se você faz bricolagem em casa, usando madeira, então você comprará madeira preparada pronta como ponto de partida, em vez de fabricá-la a partir da matéria-prima, neste caso, as árvores. Você pode ter que cortar a madeira para fazer um trabalho em particular, mas vários processos anteriores terão produzido material de dimensões adequadas, economizando tempo e muito trabalho pesado. Há várias razões para usar o corte como uma operação de fabricação secundária na produção de um artefato em particular: » para melhorar a precisão dimensional; » para melhorar o acabamento da superfície; » para produzir características geométricas, como furos e fendas, que são difíceis de produzir no processo de fabricação primário. 50 UNIDADE III │ NOÇÕES BÁSICAS DE USINAGEM E USINAGEM CONVENCIONAL De fato, a maioria dos componentes produzidos pela moldagem e fundição requer alguma remoção subsequente de material antes de chegar ao serviço. No entanto, em algumas circunstâncias, pode ser mais econômico produzir a forma básica do produto cortando a haste ou placa sólida (embora alguma forma de modelagem tenha sido usada para fabricar até mesmo essas formas básicas de partida), do que por qualquer outro processo. Como o corte normalmente usa máquinas com poucas ferramentas dedicadas, isso é particularmente verdadeiro para baixas produções. Se os custos de material para o produto forem baixos, então o desperdício de corte constituirá apenas uma pequena parte do custo total. A utilização de materiais inerentemente pobres nos processos de corte pode ser
Compartilhar