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Thaíssa Reibolt Princípios Básicos Gerais Antes de iniciar as manobras operatórias do acesso coronário, é fundamental observar alguns princípios básicos. Juntamente ao exame clínico, tomadas radiográficas periapicais, realizadas na técnica do paralelismo, preferencialmente em dois ângulos, podem ser uma ferramenta auxiliar importante para o planejamento da realização do acesso. Etapas Operatórias Acesso à Câmara Pulpar Preparo da Câmara Pulpar Forma de Conveniência Limpeza e Antissepsia da Cavidade Algumas medidas preliminares básicas devem ser realizadas antes de iniciar o acesso propriamente dito: a) Verificar a inclinação do dente e das raízes no arco dentário. b) Remoção de toda dentina cariada e das restaurações que impeçam o adequado acesso aos canais radiculares. c) Alisar as superfícies pontiagudas dos dentes, que possam interferir na colocação do lençol de borracha e facilitar a realização do isolamento absoluto. d) Remover todos os planos inclinados da coroa que possam interferir no estabelecimento correto de referências externas, para a futura instrumentação e obturação dos canais radiculares. e) Estabelecer a área de eleição adequada de acordo com as características anatômicas do elemento dentário. As manobras descritas a seguir se relacionam entre si e são comuns a todos os dentes, independentemente do grupo a que pertençam. Thaíssa Reibolt Acesso à Câmara Pulpar A etapa começa pelo estabelecimento de uma área de eleição, confecção de uma forma de contorno inicial e direção de trepanação. A área de eleição é o ponto escolhido para ser iniciado o desgaste do dente. Nos incisivos e caninos superiores, essa área fica na palatina, 1 a 2 mm abaixo do cíngulo; nos inferiores na face lingual, 1 a 2 mm acima do cíngulo; nos pré-molares e molares, na face oclusal, junto à fossa central em ambos os arcos. A forma de contorno inicial é a obtida partindo do ponto de eleição, normalmente utilizando brocas 1557 ou similar, operando em motor de alta rotação, com uma velocidade lenta, dando uma conformação apropriada à cavidade e procurando respeitar a anatomia interna do dente. Após a penetração e o desenho da forma de contorno inicial, com a broca 1557 ou uma broca esférica diamantada de tamanho compatível com a cavidade (1011, 1012, 1013 e 1014), deve-se, agora, atingir o teto e penetrar no interior da câmara pulpar, preferencialmente em direção ao canal mais volumoso, no caso dos dentes multirradiculares (por exemplo: distal dos molares inferiores, palatino dos molares superiores). Após a penetração e quando a configuração inicial estiver delimitada, a posição da broca deve ser alterada para o sentido paralelo ao longo eixo do dente, até atingir o interior da câmara pulpar realizando a trepanação. Uma vez atingida a trepanação, realiza-se o isolamento absoluto do campo operatório, com a colocação do grampo e lençol de borracha, para poder dar início ao preparo da câmara pulpar. Thaíssa Reibolt Preparo da Câmara Pulpar Essa etapa consiste na remoção de todo restante da parede do teto e no preparo das paredes laterais da câmara pulpar. Para esta manobra, podem ser utilizadas brocas esféricas e troncas cônicas diamantadas de pontas inativas (Endo Z, 3081, 3082, 3083, ou 4081, 4083). Ao se utilizar as brocas esféricas, elas devem ser trabalhadas no sentido de dentro para fora sem tocar no assoalho da câmara. As brocas de corte ativo não devem tocar o assoalho, pois, além do risco de causar alterações, podem obliterar as entradas dos canais radiculares, dificultando sua futura localização e penetração. Preferencialmente, devemos utilizar as brocas sem corte na ponta, que podem ser apoiadas no assoalho da câmara, sem o risco de causar danos. Lavagens intermitentes, durante o preparo, com uso de solução irrigadora, são altamente recomendáveis, porque auxiliam a manter o campo limpo e visível Poderão ser utilizadas brocas diamantadas em forma de vela, tipo 1111, brocas troncocônicas de ponta inativas (Endo Z, 3081, 3083, 4083) ou insertos ultrassônicos com ou sem diamantes, com diversos formatos. Forma de Conveniência Esta etapa é realizada com o objetivo de dar uma conformidade à cavidade pulpar com a finalidade de facilitar outros procedimentos operatórios. A forma de conveniência visa: a) Facilitar o acesso dos instrumentos endodônticos ao canal radicular. b) Possibilitar a visualização e dar linhas diretas às paredes da cavidade pulpar em direção às entradas dos canais (acesso direto e reto aos canais). c) Permitir que a cavidade adquira paredes lisas e planas, para favorecer a visibilidade adequada dos orifícios de entrada dos canais radiculares. d) Simplificar todas as manobras operatórias de instrumentação e de obturação dos canais radiculares. Thaíssa Reibolt Limpeza e Antissepsia Este procedimento visa tomar medidas preventivas para colocar o dente em condições adequadas para receber o tratamento endodôntico. Todo tecido cariado, placa bacteriana, cálculo, gengiva hiperplásica, restaurações imperfeitas ou qualquer outra condição que impeça a manutenção da cadeia asséptica devem ser rigorosamente removidos. Este cuidado deve ser realizado antes mesmo de se iniciar o acesso coronário. Referências: Endodontia: Biologia e Técnica – 4ª Ed. – Lopes Siqueira
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