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Parecer juridico sobre Efeitos da outorga uxória na fiança

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Efeitos da outorga uxória na fiança
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
ATIVIDADE DO 5º/4º SEMESTRES
2. Problema Apresentado
Nestor Augusto tem um amigo de longa data, José Sussico, com quem mantém um relacionamento muito agradável, quase como irmãos. José Sussico pediu a Nestor Augusto que fosse fiador em um contrato de crédito junto ao Banco Moderno S/A. Nestor Augusto concordou e assinou o contrato em 13.02.2017. O pagamento das parcelas do empréstimo estava previsto para 24 parcelas, porém, José Sussico sumiu com o dinheiro, não pagou ninguém e nem tão pouco deu mais notícias. Abandonou sua esposa e filhos, seu emprego e comentam os mais próximos que ele viajou para o norte do país com uma moça, com quem está tendo um relacionamento extraconjugal. Nestor Augusto está sendo cobrado pelo banco de forma insistente para pagar os débitos que José Sussico assumiu. Afirma o banco que vai entrar com uma ação judicial diretamente contra Nestor Augusto, porque José Sussico desapareceu. Decepcionado com a conduta do amigo de tantos anos e preocupado com as consequências, ele contrata vocês (o grupo) para solucionar a questão. Em meio ao diálogo com os advogados, ele deixa escapar uma informação que pode mudar todo o panorama do caso. Muito encabulado ele confessa que assinou o contrato como fiador sem consultar a esposa, com quem é casado há 28 anos. Perguntado sobre o regime de casamento ele responde que é de comunhão parcial de bens e, isso causa grande alegria para todos vocês advogados.
A atividade que o grupo deverá realizar é: 
1. Redijam um parecer jurídico no qual vocês vão apontar para Nestor Augusto quais as possibilidades de solução jurídica desta situação.
PARECER JURÍDICO
Ao Senhor, Nestor Augusto.
EMENTA
DIREITO CIVIL. Art. 1647, III, do CÓDIGO CIVIL. CONTRATO DE CRÉDITO BANCÁRIO. FIANÇA PRESTADA SEM A OUTORGA DE UM DOS CONJUGÊS. NULIDADE.
RELATÓRIO 
Trata-se de consulta formulada por Nestor Augusto, acerca de uma possível ação judicial do Banco Moderno S/A, referente a um contrato de credito em que Nestor Augusto assinou como fiador de José Sussico sem a consulta de sua esposa, que tem em regime de comunhão de bens.
É o relatório, passo a opinar.
FUNDAMENTAÇÃO
José Sussico pediu a Nestor Augusto que fosse fiador em um contrato de crédito junto ao Banco Moderno S/A. Nestor Augusto concordou e assinou o contrato em 13.02.2017. O pagamento das parcelas do empréstimo estava previsto para 24 parcelas, porém, José Sussico sumiu com o dinheiro, não pagou ninguém e nem tão pouco deu mais notícias. Abandonou sua esposa e filhos, seu emprego e comentam os mais próximos que ele viajou para o norte do país com uma moça, com quem está tendo um relacionamento extraconjugal. Nestor Augusto está sendo cobrado pelo banco de forma insistente para pagar os débitos que José Sussico assumiu. Afirma o banco que vai entrar com uma ação judicial diretamente contra Nestor Augusto, porque José Sussico desapareceu.
No tocante a isso, destaca-se o disposto no art. 1.647 do Código Civil, que determina: 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações núpcias feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Art. 1648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
 No momento em que você pede para alguém ser seu fiador, sendo essa pessoa casada, será necessária a concordância de seu cônjuge para que a fiança tenha validade, cc art. 1647, III.
Tal obrigação conhecida como a “OUTORGA UXÓRIA” possui previsão legal para proteger o patrimônio do casal, não sendo, portanto, possível que uma das partes coloque os bens em risco sem que o outro esteja de acordo.
O Banco tem o direito de entrar com uma ação sim, porém, esse contrato realizado em 13/02/2017, deve ser entendido como um contrato nulo, pois segundo o enunciado da Súmula 332 do STJ dispõe: “Fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.”
CONCLUSÃO
Ante o exposto, concluo que o contrato celebrado em 13/02/2017 deve ser classificado como nulo, pois depende da outorga uxória, a qual se prestou infrutífera no seguinte caso. Pois a outorga uxória é utilizada como forma de impedir a dilapidação do patrimônio do casal por um dos cônjuges. Por isso, a fiança prestada sem a anuência do cônjuge do fiador é nula, Para ser eficaz, a fiança prestada por um dos cônjuges deve ter o consentimento expresso (escrito) do outro cônjuge.
É o Parecer. 
BIBLIOGRAFIA:
· http://www.normaslegais.com.br/juridico/outorga-uxoria.htm
· http://www.trkimoveis.com.br/blog/o-conjuge-do-fiador-tambem-precisa-assinar-o-contrato-de-locacao/
· https://www.conjur.com.br/2006-nov-4/marido_nao_fiador_autorizacao_mulher
· Damásio: http://kurbhi.blogspot.com.br/2013/03/damasio-graduacao-civil-ix-texto-de_813.html
· STJ: https://www.conjur.com.br/2013-jun-10/confira-stj-julgado-casos-outorga-conjugal-contratos

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