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Sobre o surgimento das primeiras instituições museológicas no Brasil 
D. João VI criou o Museu Real, hoje, Museu Nacional, cujo acervo inicial se 
compunha de uma pequena coleção de história natural doada pelo monarca 
 
 “Criado em 6 de junho de 1818 por Dom João VI, responsável pela 
transferência da corte portuguesa para o Brasil, o então Museu Real foi 
pensado para propagar o conhecimento e o estudo das ciências naturais no 
reino do Brasil 
 
 
As mais antiga experiência museológica de que se tem notícia são: 
Remonta ao século XVII e foi desenvolvida durante o período de dominação 
portuguesa. Consistiu na implantação do Museu Real. 
Remonta ao século XVII e foi desenvolvida durante o período da dominação 
holandesa em Pernambuco. “Consistiu na implantação de um museu (incluindo 
jardim botânico, jardim zoológico e observatório astronômico) no grande 
Palácio de Vrijburg”. 
No século XVII, surgiu no Rio de Janeiro a Casa de Xavier dos Pássaros – um 
museu de história natural – que existiu até o início do século XIX. 
Remonta ao século XVIII e foi desenvolvida a execução do primeiro salão da 
Academia Imperial de Belas Artes, que deu origem ao Museu Nacional de 
Belas Artes. 
A respeito do histórico dos museus no Brasil, analise as assertivas abaixo e em 
seguida assinale a alternativa que identifica corretamente as verdadeiras e 
falsas. 
Dom João VI criou, em 1818, o Museu Real, que tinha como acervo inicial uma 
pequena coleção de história natural doada pelo monarca. 
O Museu Paulista iniciou suas atividades no primeiro quartel do século XX, 
voltado também para o estudo das coleções naturais. 
O Museu Histórico Nacional seguia a trajetória dos museus enciclopédicos, 
voltados para diversos aspectos do saber e do país. 
 
“Entre 1870 e 1910 operou-se a separação entre os museus voltados para a 
instrução – aqueles que reuniam objetos de história natural, artefatos científicos 
– daqueles dedicados à beleza, compostos por objetos estéticos. [...] Nos anos 
1920, os museus já tinham perdido seu caráter enciclopédico original e 
permaneciam atuando apenas no campo da história natural. Em alguns casos, 
foram sobrepujados por outras instituições ligadas à ciência aplicada, em 
outros passaram a ser vinculados a universidades”. Em se tratando dos dias de 
hoje, pode-se afirmar que os museus estão em pleno renascimento, mas sua 
valorização está menos atrelada à sua contribuição à ciência, pois são vistos 
como espaços privilegiados da constituição da memória e da identidade. 
 
Sobre a origem e a história dos museus, são importantes os fatos de que 
 A palavra museu originou-se na Grécia antiga e está ligada às divindades 
da memória, filhas de Zeus. 
 Com o espírito renascentista e humanista em ascensão a partir do século 
XV, os gabinetes de curiosidades e coleções científicas proliferam pela 
Europa. 
 
No Brasil, no século XIX, foram criados museus, como o Museu Paraense 
Emílio Goeldi e o Museu Paulista, para preservar as riquezas locais e 
nacionais. Essas instituições possuíam pretensões enciclopédicas, estando 
dedicadas à pesquisa em ciências naturais e voltadas para a coleta, o estudo e 
a exibição de coleções naturais, de etnografia, paleontologia e arqueologia. 
 
A respeito do Museu Histórico Nacional 
Tendo como fundador Gustavo Barroso, o Museu Histórico Nacional nasceu no 
seio de um evento de grande porte, a Exposição Internacional de 1922, e 
surgiu como um museu nacional moderno, pioneiro no campo da prática 
museográfica. Buscava recuperar a tradição para colocá-la a serviço da 
moderna nação brasileira, expondo o Brasil como um país com todo o 
enobrecimento, com um perfil de gigante e desejoso de mostrar ao mundo suas 
raízes “nobres”. 
 
A respeito da proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de acordo 
com o disposto no Decreto-lei n.° 25, de 1937 
A pessoa que tentar exportar coisa tombada, além de incidir em multa, 
incorrerá nas penas cominadas no Código Penal para o crime de dilapidação 
do patrimônio público. 
 
Por volta do século XV, o colecionismo tornou-se moda na Europa, por 
influência do Renascimento e das expansões marítimas 
Entre os museus surgidos a partir do fim do século XVIII, temos o Museu 
Britânico, em Londres (1753), o Louvre, em Paris (1793), e o Hermitage, em 
Moscou (1808) 
As coleções principescas, surgidas a partir do século XIV, foram enriquecidas 
nos séculos seguintes com objetos oriundos da América e da Ásia 
Segundo Marcio Ferreira Rangel, a partir das décadas de 1920 e 1930, uma 
nova confluência se estrutura no cenário brasileiro, marcada por iniciativas 
sistemáticas da nossa intelectualidade em salvaguardar o patrimônio cultural 
nacional. A despeito da instabilidade política, há evidências de um 
amadurecimento da questão patrimonial em nosso país, alargando o escopo 
conceitual e incluindo a preocupação com a preservação de outras coleções, 
como a literária e a documental. 
São exemplos dessa fase a criação das seguintes instituições: 
 Serviço de Radiodifusão Educativa (1936) 
 Instituto Nacional do Cinema Educativo (1936) 
 Serviço Nacional do Teatro (1937) 
 Instituto Nacional do Livro (1937) 
 Conselho Nacional de Cultura (1938) 
 
Nas primeiras décadas do século XX, a proteção do patrimônio era um tema de 
relevância para os intelectuais que pensavam a construção de uma identidade 
nacional. Naquele momento, dois eventos marcam de forma clara as 
concepções de patrimônio existentes: o Centenário da Independência do Brasil 
e a Semana de Arte Moderna 
 
P. Nora afirmou que num país que não daria à história um papel diretor e 
formador da consciência nacional, a história da história não se encarregaria 
desse conteúdo polêmico. História, memória e nação, mantiveram mais do que 
uma circulação natural: uma circularidade complementar, uma simbiose em 
todos os níveis. A nação não é mais o quadro unitário que encerrava a 
consciência da coletividade ela só está ameaçada pela ausência de ameaças. 
 
De 1978 a 1981 Nora promoveu um seminário na École des Hautes Études en 
Sciences Sociales (Paris) que reuniu nomes expressivos do cenário intelectual 
francês para refletir sobre essas questões, tendo como referência a memória e 
a identidade da França. A reflexão era oportuna, uma vez que os intelectuais 
franceses experimentavam a urgência de repensar o processo secular de 
construção da identidade nacional francesa e de sua contra-face, a memória da 
França como nação, diante das novas realidades políticas e culturais trazidas 
pela proposta da União Européia e dos novos desafios da globalização e do 
multiculturalismo. 
 
Museus, arquivos, praças e cemitérios são lugares certamente de memória, 
mas que só o são em função de um investimento simbólico e imaginativo. 
Segundo Nora, são lugares materiais, simbólicos e funcionais ao mesmo 
tempo, em graus diversos somente, mas que coexistem sempre. É justamente 
nessa plasticidade dos lugares de memória que reside sua operacionalidade 
enquanto conceito. 
 
Com a emergência da sociedade no lugar e espaço da nação, a legitimação 
pelo passado, portanto pela história, cedeu lugar à legitimação pelo futuro. Os 
três termos recuperaram sua autonomia. A nação não é mais um combate, mas 
um dado; a história tornou-se uma ciência social; e a memória um fenômeno 
puramente privado. A nação-memória terá sido a última encarnação da história 
memória. 
 
No entender de P. Nora, o aparecimento de uma história voltada para o 
desenvolvimento da consciência nacional tornou-se característica dos 
historiadores franceses no século XIX: “A definição nacional do presente 
chamava imperiosamente sua justificativa pela iluminação do passado”. 
 
Na perspectiva de P. Nora, nas sociedades-memória, a memória tinha como 
objeto de atenção os valores inerentes à família, escola, igreja e Estado, e 
estes eram suficientes para a manutenção das respetivas sociedades. Com a 
emergência dos Estados-Nação, a memória passou a assimilar como conteúdo 
operacionalizanteos próprios ideais da Nação. 
 
O historiador francês definiu a disciplina “História” como sendo aquela que 
organiza fatos e eventos do passado através de uma lógica externa. Seu 
interesse de pesquisador, ao contrário, era o de analisar as construções do 
passado que estariam relacionadas a lugares e práticas sociais do presente. 
Nora afastou-se tanto da história oral como da história definida por ele como 
racional e exterior aos conflitos e incertezas do passado. Ele organizou uma 
coletânea importante de trabalhos sobre a nação francesa a partir do estudo 
dos locais de memória, estabelecendo novos princípios para a historiografia. 
 
Em fins da década de 1970 e no início dos anos 1980, os 'lugares de memória' 
de P. Nora constatavam o desaparecimento rápido da memória nacional 
francesa, e, naquele momento, inventariar os lugares em que ela efetivamente 
havia se encarnado e que ainda restavam como brilhantes símbolos (festas, 
emblemas, monumentos, comemorações, elogios fúnebres, dicionários e 
museus) era uma forma de destrinchar, de dissecar a memória nacional, a 
nação e suas relações. 
 
P. Nora denominou o museu como um lugar de memória. No campo de estudo 
da memória social, pode-se dizer que existem diferentes maneiras de concebê-
la e “diversos modos de abordá-la, envolvendo posições teóricas, éticas e 
políticas diversas”. No texto “Quatro proposições sobre memória social”, de Jô 
Gondar, a última dessas proposições apontada pela autora é a de que a 
memória não se reduz apenas à representação. Segundo essa perspectiva, 
pode-se compreender a memória como um processo capaz de se exercer 
também como modos de sentir, pequenos gestos, odores, sabores. 
 
“Todo e qualquer produto material das culturas humanas é dotado de uma 
funcionalidade, um fim para o qual é executado”. Contudo, a preservação e a 
classificação ou o tombamento de objetos móveis e imóveis decorre 
especialmente do significado simbólico a eles atribuído.

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