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MÁQUINASMÁQUINAS ELÉTRICASELÉTRICAS Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – JOÃO MOREIRA SALLES ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leão dos Santos Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Elaboração Rogério Silva Batista Unidade Operacional CFP-JMS ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ SumárioSumário LISTA DE FIGURAS......................................................................................................................... 5 LISTA DE TABELAS...................................................................................................................... 11 APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 12 1. MOTORES ELÉTRICOS............................................................................................................... 1 1.1 HISTÓRICO.................................................................................................................................. 1 1.2 UNIVERSO TECNOLÓGICO DOS MOTORES ELÉTRICOS:.............................................................................. 3 1.3 COMPONENTES DOS MOTORES ELÉTRICOS........................................................................................... 3 1.4 TIPOS DE MOTORES ELÉTRICAS ........................................................................................................ 5 1.5 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES ELÉTRICOS ...................................................................... 7 1.6 PARTICULARIDADES DOS MOTORES ELÉTRICOS .................................................................................. 13 1.7 MOTORES MONOFÁSICOS .............................................................................................................. 19 1.8 MOTOR ASSÍNCRONO DE INDUÇÃO TRIFÁSICO ..................................................................................... 23 1.9 GERADORES E MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA............................................................................... 37 1.10 MOTOR DE PASSO .................................................................................................................................................... 50 2.TRANSFORMADORES .............................................................................................................. 64 2.1 TRANSFORMADOR MONOFÁSICO....................................................................................................... 64 2.2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO....................................................................................................... 65 2.3 - CORRENTES DE FOUCAULT ......................................................................................................... 70 2.4 - FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR SEM CARGA (Á VAZIO) .............................................................. 71 2.5 - FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR COM CARGA........................................................................... 71 2.6 RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO OU RELAÇÃO DE ESPIRAS ...................................................................... 72 2.7 POTÊNCIA DE PERDAS ................................................................................................................. 73 2.8 RENDIMENTO DO TRANSFORMADOR.................................................................................................. 74 2.9 REGULAÇÃO .............................................................................................................................. 74 2.10 NÚCLEO ................................................................................................................................. 75 2.11 AUTOTRANSFORMADOR .............................................................................................................. 76 2.12 TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC) .......................................................................................... 77 2.13 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL (TP) .......................................................................................... 78 2.14 TRANSFORMADOR DE ISOLAÇÃO ................................................................................................... 79 3.TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS ........................................................................................ 80 3.1 TANQUE ................................................................................................................................... 80 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 3.2 RESFRIAMENTO........................................................................................................................... 81 3.3 CONEXÕES DO TRANSFORMADOR TRIFÁSICO....................................................................................... 82 4. PROTEÇÃO E ATERRAMENTO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.......................................... 84 4.1 ATERRAMENTO........................................................................................................................... 84 4.2 LIGAÇÕES À TERRA...................................................................................................................... 84 4.3 ELETRODOS DE ATERRAMENTO........................................................................................................ 84 4.4 CONDUTORES DE ATERRAMENTO..................................................................................................... 86 4.5 CONDUTORES DE PROTEÇÃO - SEÇÕES MÍNIMAS................................................................................. 87 4.6 TIPOS DE CONDUTORES DE PROTEÇÃO.............................................................................................. 89 4.7 ATERRAMENTO POR RAZÕES DE PROTEÇÃO....................................................................................... 89 4.8 ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO..........................90 4.9 COMPATIBILIDADE COM CONDUTORES PEN DA EDIFICAÇÃO.................................................................... 91 5. COMPONENTES ELÉTRICOS................................................................................................... 95 DISPOSITIVOS DR........................................................................................................................... 95 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS)................................................................................. 96 FUSÍVEIS DIAZED.............................................................................................................................. 97 FUSÍVEIS NH................................................................................................................................... 97 MINI DISJUNTORES 5SX1.................................................................................................................. 98 BOTÕES DE COMANDO E SINALEIROS- .................................................................................................. 98 RELÉS AUXILIARES............................................................................................................................. 98 RELÉS DE IMPULSO - ........................................................................................................................99 RELÉ HORÁRIO............................................................................................................................... 100 MINUTERIAS................................................................................................................................... 100 TRANSFORMADORES DE SEGURANÇA.................................................................................................... 100 TOMADAS INDUSTRIAIS...................................................................................................................... 101 CONTATORES................................................................................................................................. 101 RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA......................................................................................................... 102 CHAVES SECCIONADORAS.................................................................................................................. 102 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................. 103 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Lista de figurasLista de figuras FIG. 1 – UNIVERSO DOS MOTORES ELÉTRICOS......................................................................... 3 FIG.2 - ROTOR................................................................................................................................. 4 FIG. 3 - ESTATOR............................................................................................................................ 4 FIG.4 – MOTOR SÍNCRONO............................................................................................................ 6 FIG.5 – MOTOR ASSÍNCRONO....................................................................................................... 7 FIG.6 – ELETROÍMÃS EM SÉRIE.................................................................................................... 8 FIG.7 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 8 FIG.8 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 8 FIG.9 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 9 FIG.10 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR.............................................................. 9 FIG.11 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR.............................................................. 9 FIG.12 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 10 FIG.13 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 10 FIG.14 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11 FIG.15 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11 FIG.16 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11 FIG.17 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12 FIG.18 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12 FIG.19 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12 FIG.20 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 13 FIG.21 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 13 FIG.22 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 14 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG.23 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 15 FIG.24 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 15 FIG.25 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 16 FIG.26 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 17 FIG.27 – ESQUEMA INTERNO DO MOTOR MONOFÁSICO........................................................ 20 FIG.28 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR MONOFÁSICO.................................. 20 FIG.29 – DEFASAGEM DA CORRENTE NO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 21 FIG.30 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR MONOFÁSICO.................................. 21 FIG.31 – DEFASAGEM DA CORRENTE NO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 21 FIG.32 – CONEXÕES ELÉTRICAS DO MOTOR MONOFÁSICO EM 110V.................................. 22 FIG.33 – CONEXÕES ELÉTRICAS DO MOTOR MONOFÁSICO EM 220V.................................. 22 FIG.34 – MOTOR MONOFÁSICO......................................... 22 FIG.35 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 23 FIG.36 – CONJUGADO DO MOTOR.............................................................................................. 24 FIG.37 – LIGAÇÃO INTERNA DO MOTOR TRIFÁSICO............................................................... 25 FIG.38 – LIGAÇÃO INTERNA DO MOTOR TRIFÁSICO .............................................................. 25 FIG.39 – PRINCÍPIO DE ROTAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO..................................................... 26 FIG.40 – PRINCÍPIO DE ROTAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO..................................................... 27 FIG.41 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO................................................................................ 28 FIG.42 – LIGAÇÃO ESTRELA DO MOTOR TRIFÁSICO............................................................... 29 FIG.43 – LIGAÇÃO TRIÂNGULO DO MOTOR TRIFÁSICO.......................................................... 29 FIG.44 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO DE SEIS TERMINAIS............................................. 29 FIG.45 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO DE DOZE TERMINAIS........................................... 30 FIG.46– POTÊNCIAS EXISTENTES NO MOTOR.......................................................................... 35 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG.47 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO MOTOR TRIFÁSICO.............................................. 37 FIG.48 – MOTOR CC...................................................................................................................... 38 FIG.49 – ROTOR DO MOTOR CC.................................................................................................. 38 FIG.50 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR CC...................................................... 38 FIG.51 – MOTOR CC COM EXCITAÇÃO INDEPENDENTE............................................................................................................................ 39 FIG.52 – GERADOR CC SÉRIE..................................................................................................... 40 FIG.53 – GERADOR CC PARALELO...... 41 FIG.54– GERADOR CC MISTO...................................................................................................... 42 FIG.55 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR CC...................................................... 42 FIG.56 – MOVIMENTO GIRANTE EM MOTORES CC...................................................................43 FIG.57 – FEM INDUZIDA EM MOTOR CC...43 FIG.58 – MOTOR CC SÉRIE...... 44 FIG.59 – MOTOR CC PARALELO.................... 45 ................................................................................................. 45 FIG.60 – MOTOR CC MISTO..........45 FIG.61 – COMUTAÇÃO DO MOTOR CC....................................................................................... 46 FIG.62– INDUZIDO DO MOTOR CC...... 47 FIG.63– CAMPO MAGNÉTICO NO INDUZIDO....47 FIG.64–CAMPO MAGNÉTICO DO ESTATOR............................................................................... 48 FIG.65 – CONEXÕES DO MOTOR CC........................................................................................... 49 FIG.66 – ROTOR E ESTATOR DE UM MOTOR DE PASSO......................................................... 51 FIG.67 – MOTOR DE PASSO UNIPOLAR..................................................................................... 53 FIG.68 – MOTOR DE PASSO BIPOLAR........................................................................................ 53 FIG.69 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DE UM MOTOR DE PASSO............................................... 54 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG. 71 - MOTOR BIPOLAR COM MEIO PASSO.......................................................................... 54 FIG. 72 - MOTOR UNIPOLAR COM PASSO INTEIRO.................................................................. 54 FIG. 73 - MOTOR UNIPOLAR COM MEIO PASSO....................................................................... 55 FIG. 74 – MICRO-MOTOR DE PASSO........................................................................................... 57 FIG.75 – SCANNER ÓPTICO......................................................................................................... 57 FIG.76 – TELESCÓPIO CONTROLADO POR MOTOR DE PASSO.............................................. 58 FIG.77– CONTROLE DO MOTOR DE PASSO.............................................................................. 59 FIG.78 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 60 FIG.79 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 60 FIG.80 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 61 FIG.81 – SERVO MOTOR............................................................................................................... 62 FIG.82 – SERVO MOTOR............................................................................................................... 63 FIG.83 – DIAGRAMA DE TEMPO DO CONTROLE DO SERVO MOTOR..................................... 64 FIG.84 – CONTROLE DO SERVO MOTOR UTILIZANDO CONTROLADOR PIC.........................64 FIG. 85 – TRANSFORMADOR DE PEQUENO PORTE................................................................. 65 FIG. 86 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR....................................... 65 FIG. 87 – RELAÇÃO FLUXO MAGNÉTICO X CORRENTE ELÉTRICA........................................ 66 .................................................................................................................................... 66 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG. 88 – CAMPO MAGNÉTICO NUM CONDUTOR.................................................................................................................................... 66 FIG. 89 – CRIAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO NO SECUNDÁRIO............................................. 66 FIG. 90 – CRIAÇÃO DE CAMPO MAGNÉTICO NO SECUNDÁRIO................................................................................................................................ 67 FIG. 91 – CIRCUITO MAGNÉTICO DE UM TRANSFORMADOR....................................................................................................................... 68 FIG. 92 – SIMBOLOGIA DO TRANSFORMADOR......................................................................... 68 FIG. 93 – LEI DE LENZ................................................................................................................... 69 FIG. 94 – PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO DO TRANSFORMADOR....................................................................................................................... 69 FIG. 95 – NÚCLEO TIPO E............................................................................................................. 70 FIG. 96 – PRINCÍPIO DAS CORRENTE PARASITAS................................................................... 70 FIG. 97 – TRANSFORMADOR À VAZIO........................................................................................ 71 FIG. 98 – TRANSFORMADOR COM CARGA................................................................................ 71 FIG. 99– LEI DE LENZ..................72 FIG. 100 – POTÊNCIA DAS PERDAS NO TRANSFORMADOR................................................... 73 FIG. 101 – PERDAS NO TRANSFORMADOR............................................................................... 74 FIG. 102 – FORMATO DE NÚCEOS.............................................................................................. 75 FIG. 103 – NÚCLEO TIPO SHELL E CORE................................................................................... 76 FIG. 104 – CONVERSÃO DE TRANSFORMADOR EM AUTO-TRANSFORMADOR................... 77 FIG. 105– TRANSFORMADOR DE PEQUENO PORTE................................................................ 77 FIG. 106 – TC.................................................................................................................................. 77 FIG. 107 – CONEXÕES DO TC...................................................................................................... 78 FIG. 108 – TRANSFORMADOR DE POTENCIAL.......................................................................... 78 FIG. 109 – TRANSFORMADOR ISOLAÇÃO................................................................................. 79 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG. 110 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO..................................................................... 80 FIG. 111 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO - DESENHO................................................ 81 FIG. 112 – SISTEMA DE RESFRIAMENTO DO TRANSFORMADOR........................................... 81 FIG. 113 – DIAGRAMA ESTRELA................................................................................................. 82 FIG. 114– DIAGRAMA TRIÂNGULO..............................................................................................82 FIG. 115– DIAGRAMA ZIGUE-ZAGUE.......................................................................................... 83 FIG. 116– DIAGRAMA ZIGUE-ZAGUE.......................................................................................... 83 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Lista de tabelasLista de tabelas TAB.1 – CONVERSÃO DE POTÊNCIAS....................................................................................... 28 TAB.2 – GRAU DE PROTEÇÃO IP................................................................................................ 32 TAB.3 – CLASSE DE ISOLAÇÃO DOS MOTORES...................................................................... 33 TAB.4 -VELOCIDADE NOMINAL DE MOTORES.......................................................................... 34 TAB.5 – CÓDIGOS PARA PLACA DE LIGAÇÕES DO MOTOR CC............................................. 48 TAB.6 – QUADRO COMPARATIVO ENTRE OS MOTORES SÉRIE, PARALELO E MISTO....... 49 TAB. 7 – ELETRODO DE ATERRAMENTO................................................................................... 86 TAB. 8 – PROTEÇÃO DO CONDUTOR DE ATERRAMENTO...................................................... 86 TAB.9 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO PROVIDOS DE ISOLAÇÃO NÃO INCORPORADOS EM CABOS MULTIPOLARES OU CONDUTORES DE PROTEÇÃO NUS EM CONTATO COM A COBERTURA DE CABOS........................................................................ 87 TAB.10 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO QUE SEJAM VEIA DE CABOS MULTIPOLARES.............................................................................................................. 88 TAB.11 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO QUE SEJAM CAPA OU ARMAÇÃO DE CABO.................................................................................................................... 88 TAB.12 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO NUS ONDE NÃO HAJA RISCO DE DANO EM QUALQUER MATERIAL VIZINHO PELAS TEMPERATURAS INDICADAS ........................................................................................................................................................ 88 TAB.13 - SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO....................................................... 89 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Apresentação “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento. “ Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas elétricas ____________________________________________________________ 1. Motores Elétricos 1.1 Histórico O ano de 1866 pode ser considerado, em termos práticos, como o ano de nascimento da máquina elétrica, pois foi nesta data que o cientista alemão Wemer Siemens inventou o primeiro gerador de corrente contínua auto-induzido. Entretanto, deve-se mencionar que esta máquina elétrica, que revolucionou o mundo em poucos anos, foi o último estágio de um processo de estudos, pesquisas e invenções de muitos outros cientistas, durante quase três séculos. Em 1600 o cientista inglês William Gilbert publicou, em Londres, a obra intitulada "De Magnete", descrevendo a força de atração magnética. O fenômeno da eletricidade estática já havia sido observado pelo grego Tales, em 641 AC, ele verificou que ao atritar uma peça de ârnbar com pano esta adquiria a propriedade de atrair corpos leves, como pêlos, penas, cinzas, ete. A primeira máquina eletrostática foi construída em 1663, pelo alemão Otto Guericke, e aperfeiçoada em 1775 pelo suíço Martin Planta. O físico dinamarquês Hans Christian Oersted, ao fazer experiências com correntes elétricas, verificou ao acaso, em 1820, que a agulha magnética de uma bússola era desviada de sua posição norte-sul quando esta passava perto de um condutor no qual circulava corrente elétrica. Esta observação permitiu a Oersted reconhecer a íntima relação entre magnetismo e eletricidade, dando assim o primeiro passo em direção ao desenvolvimento do motor elétrico. O sapateiro inglês Williarn Sturgeon - que, paralelamente à sua profissão, estudava eletricidade nas horas de folga - baseando-se na descoberta de Oersted constatou, em 1825, que um núcleo de ferro envolto por um fio condutor elétrico transformava-se em imã quando se aplicava uma corrente elétrica, observando também que a força do ímã cessava tão logo a corrente fosse interrompida. Estava inventando o eletroímã, que seria de fundamental importância na construção de máquinas elétricas girantes. Mas as experiências com o magnetismo e a eletricidade não cessaram. Em 1832, o cientista italiano S. Dal Negro construiu a primeira máquina de corrente alternada com movimento de vaivém. Já no ano de 1833 o inglês W. Ritchie inventou o comutador, construindo um pequeno motor elétrico onde o núcleo de ferro enrolado girava em torno de um imã permanente. Para dar uma rotação completa, a polaridade do eletroímã era alternada a cada meia volta através do comutador. A inversão da polaridade também foi demonstrada pelo mecânico parisiense H. Pixii ao construir um gerador com um imã em forma de ferradura que girava diante de duas bobinas fixas com um núcleo de ferro. A corrente alternada era transformada em corrente contínua pulsante através de um comutador. Grande sucesso obteve o motor elétrico desenvolvido pelo arquiteto e professor de física Moritz Herrnann Von Jacobi - que, em 1838, aplicou-o a uma lancha. Somente em 1866 Siemens construiu um gerador sem a utilização de imã permanente, provando que a tensão necessária para o magnetismo podia ser retirada do próprio enrolamento do rotor, isto é, que a máquina podia auto-excitar- se. O primeiro dínamo de Werner Siemens possuía uma potência de aproximadamente 30 watts e uma rotação de 1200rpm. A máquina de Siemens não funcionava somente como gerador de eletricidade. Podia também operar como motor, desde que se aplicasse aos seus bornes uma corrente contínua. ____________________________________________________________Curso Técnico de automação industrial 1 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Em 1879, a firma Siemens & Halske apresentou, na feira industrial de Berlim, a primeira locomotiva elétrica, com uma potência de 2kW. A nova máquina de corrente contínua apresentava vantagens em relação à máquina a vapor, à roda d'água e à força animal. Entretanto, o alto custo de fabricação e sua vulnerabilidade em serviço (por causa do comutador) marearam-na de tal modo que muitos cientistas dirigiram suas atenções para o desenvolvimento de um motor elétrico mais barato, mais robusto e de menor custo de manutenção. * Entre os pesquisadores preocupados com esta idéia destacam-se o iugoslavo Nicola Tesla, o italiano Galileu Ferraris e o russo Michael Von Dolivo Dobrowolsky. Os esforços não se restringiram somente ao aperfeiçoamento do motor de corrente contínua, mas também se cogitou de sistemas de corrente alternada, cujas vantagens já eram conhecidas desde 188 1. Em 1885, o engenheiro eletricista Galileu Ferraris construiu um motor de corrente alternada de duas fases. Ferraris, apesar de ter inventado o motor de campo girante, concluiu erroneamente que motores construídos segundo este princípio poderiam, no máximo, obter um rendimento de 50% em relação à potência consumida. E Tesla apresentou, em 1887, um pequeno protótipo de motor de indução bifásico com rotor em curto-circuito. Também este motor apresentou rendimento insatisfatório, mas impressionou de tal modo a firma norte-americana Westinghouse, que esta lhe pagou um milhão de dólares pelo privilégio da patente, além de se comprometer ao pagamento de um dólar para cada HP que viesse a produzir no futuro. O baixo rendimento deste motor inviabilizou economicamente sua produção e três anos mais tarde as pesquisas foram abandonadas. Foi o engenheiro eletricista Dobrowolsky, da firma AEG, de Berlim, que, persistindo na pesquisa do motor de corrente alternada entrou, em 1889, com o pedido de patente de um motor trifásico com rotor de gaiola. O motor apresentado tinha uma potência de 80 watts, um rendimento aproximado de 80% em relação à potência consumida e um excelente conjugado de partida. As vantagens do motor com rotor de gaiola em relação ao de corrente contínua eram mercantes: construção mais simples, silencioso, menor manutenção e alta segurança em operação. Dobrowolsky desenvolveu, em 1891, a primeira fabricação em série de motores assíncronos, nas potências de 0,4 a 7,5kW. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 2 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 1.2 Universo tecnológico dos motores elétricos: Fig. 1 – Universo dos motores elétricosFig. 1 – Universo dos motores elétricos 1.3 Componentes dos motores elétricos 1.3.1 Rotor É a parte giratória do motor elétrico. Os rotores são classificados em: • Rotor bobinado com anéis coletores com comutadores • Rotor em curto-circuito ou gaiola de esquilo O rotor em curto-circuito é também conhecido como gaiola de esquilo devido à sua semelhança com as gaiolas utilizadas nos Estados Unidos e Canadá para prender esquilos. É constituído de um conjunto de chapas de ferro-silício isoladas ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 3 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ umas das outras. A superfície desse conjunto pode ser ranhurada no sentido longitudinal, para permitir a colocação de barras condutores de alumínio ou cobre, ou pode também o conjunto ser furado e, nesses furos, serem colocadas as barras condutoras. Nos extremos do conjunto de chapas, são fundidos dois anéis que provocam o curto-circuito entre as barras colocadas nas ranhuras ou nos furos. Fig.2 - RotorFig.2 - Rotor 1.3.2- Estator É parte fixa do motor e não gira durante o seu funcionamento, nele ficam alojadas as bobinas de campo. O estator é responsável pela criação de um campo magnético que influencia o motor. É constituído de um conjunto de chapas de ferro-silício contendo ranhuras longitudinais. O número de ranhuras varia de acordo com a rotação do motor, potência e tipo de bobinado. Fig. 3 - EstatorFig. 3 - Estator Observação: Utilizam-se chapas de ferro silício por ser o silício um excelente condutor magnético e isolante elétrico. Nessas condições, o conjunto de chapas de ferro silício transforma-se em um núcleo magnético. As chapas finas, isoladas eletricamente e prensadas umas às outras, reduzem as correntes parasitas, diminuindo os efeitos térmicos provocados pelas correntes de Foucault. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 4 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 1.4 Tipos de motores elétricas Os motores elétricos podem ser de corrente alternada (CA) e de corrente contínua (CC). Os motores mais utilizados são os de corrente alternada, devido ao seu reduzido custo de fabricação e manutenção, além da facilidade de alimentação, uma vez que a energia comercial é gerada em CA. Os motores de corrente alternada são de dois tipos: síncrono e assíncrono. 1.4.1 Motores síncronos Funcionam com velocidade invariável. É denominado síncrono devido à velocidade do campo magnético girante ser igual à velocidade do rotor. Dentre os motores de CA, o síncrono é o de mais alto custo. Portanto, seu uso é restrito a trabalhos específicos, tais como: • correção do fator de potência em circuitos industriais • movimentação de máquinas que exigem velocidade constante. Os motores síncronos apresentam as seguintes vantagens: • Correção do fator de potência, além de fornecer torques à carga que eles acionam • Têm rendimento maior que os similares de indução assíncrona; • os rotores, com suas massas polares, permitem o uso de maiores entreferros do que os rotores tipo gaiola de esquilo usados nos motores de indução, requerendo menor tolerância nos mancais e permitindo maior utilização dos mesmos; • Podem ser mais baratos para a mesma potência, velocidade e tensão nominal. Apresentam as seguintes desvantagens: • Necessidade de excitação na partida • Sistema complexo de acionamento e controle • Alto custo de fabricação Características dos Motores síncronos: Como os motores de indução, os motores síncronos possuem enrolamentos no estator que produzem o campo magnético girante, mas, o circuito do rotor de um motor síncrono é excitado por uma fonte de corrente contínua proveniente de uma excitatriz, que é um pequeno gerador de corrente contínua. A Figura seguinte mostra o desenho da estrutura básica de um motor síncrono. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 5 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.4 – Motor síncronoFig.4 – Motor síncrono O motor síncrono não tem partida própria, necessitando, portanto, que o rotor seja arrastado até a velocidade síncrona por um meio auxiliar. Existem motores em que a partida é dada por condutores em gaiola embutidos na face dos pólos do rotor. Inicia-se a partida como motor de indução e no momento certo excita-se os pólos do rotor e o motor entra em sincronismo. 1.4.2 Motor Assíncrono A partir do momento que os enrolamentos localizados nas cavas do estator são sujeitos a uma corrente alternada, gera-se um campo magnético no estator, consequentemente, no rotor surge uma força eletromotriz induzida devido ao fluxo magnético variável que atravessa o rotor. A f.e.m. induzida dá origem a uma corrente induzida no rotor que tende a opor-se à causa que lhe deu origem,criando assim um movimento giratório no rotor. Como podemos constatar o princípio de funcionamento do motor de indução baseia-se em duas leis do eletromagnetismo, a Lei de Lenz e a Lei de Faraday Lei de Faraday: "Sempre que através da superfície abraçada por um circuito tiver lugar uma variação de fluxo, gera-se nesse circuito uma força eletromotriz induzida. Se o circuito é fechado será percorrido por uma corrente induzida". ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 6 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Lei de Lenz: "O sentido da corrente induzida é tal que esta pelas suas ações magnéticas tende sempre a opor-se à causa que lhe deu origem". Fig.5 – motor assíncronoFig.5 – motor assíncrono Os motores assíncronos de corrente alternada são compostos basicamente de uma parte estática (estator) e uma parte móvel (induzido ou rotor). Se dividem em dois grandes grupos: Motores monofásicos e motores trifásicos. 1.5 Princípio de funcionamento dos motores elétricos Quanto ao funcionamento do motor, inicialmente, pode-se afirmar que se trata de uma máquina elétrica na qual a energia elétrica aplicada é transformada em energia mecânica. Através do detalhamento à seguir, será explicado o processo dessa transformação. Supõe-se, inicialmente, que haja dois eletroímãs cujas bobinas estão ligadas, como ilustra a figura, e que estejam sendo alimentada por corrente alternada. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 7 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.6 – Eletroímãs em sérieFig.6 – Eletroímãs em série É preciso lembrar-se de que, no momento em que a corrente elétrica circular no sentido indicado, a polaridade dos eletroímãs apresentar-se-á da seguinte forma: Fig.7 – Princípio de funcionamento do motorFig.7 – Princípio de funcionamento do motor No momento em que a corrente elétrica tiver o seu sentido invertido, a polaridade dos eletroímãs também será invertida. Fig.8 – Princípio de funcionamento do motorFig.8 – Princípio de funcionamento do motor Supõe-se agora, que haja uma espira de fio de cobre com seu centro demarcado, que será colocada no centro do campo magnético dos eletroímãs. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 8 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.9 – Princípio de funcionamento do motorFig.9 – Princípio de funcionamento do motor Considerando que a espira ficará fixa pelo seu centro no centro dos eletroímãs e que terá plena liberdade de girar para a esquerda ou para a direita, supõe-se que, nesse momento, a polaridade dos eletroímãs apresenta-se assim: Fig.10 – Princípio de funcionamento do motorFig.10 – Princípio de funcionamento do motor Em seguida, aciona-se a espira, dando-lhe um rápido impulso para a direita, ou seja, no sentido dos ponteiros do relógio. Fig.11 – Princípio de funcionamento do motorFig.11 – Princípio de funcionamento do motor A espira continuará girando para a direita enquanto a corrente elétrica circular pelas bobinas dos eletroímãs. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 9 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Observação: Se o impulso tivesse sido dado para a esquerda, a espira continuaria girando para a esquerda, pelos mesmos motivos que a fizeram girar para a direita. Dessa forma, neste ponto, uma questão pode ser formulada: Por que a espira fica girando depois de ter sido dado o primeiro impulso? No momento em que foi dado o impulso na espira, criaram-se condições para que, quando ela estivesse cruzando as linhas de força do campo magnético dos eletroímãs, circulasse por ela uma corrente elétrica. Por sua vez, essa corrente elétrica da espira, deu origem a um campo magnético, a partir de 00, tomando-se máximo a 900 do campo magnético dos eletroímãs. Fig.12 – Princípio de funcionamento do motorFig.12 – Princípio de funcionamento do motor Conseqüentemente, uma primeira visão que se pode ter é a baseada na regra: Pólos magnéticos de nomes iguais se repelem e pólos magnéticos de nomes diferentes se atraem. A aplicação dessa regra é observada no seguinte exemplo Fig.13 – Princípio de funcionamento do motorFig.13 – Princípio de funcionamento do motor Examinando o que acontece com as linhas de força magnética numa situação em que se têm dois campos magnéticos defasados de 900, observa-se que: • Na posição inicial, as linhas de força magnética partem do pólo Norte e seguem diretamente para o pólo Sul dos eletroímãs. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 10 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.14 – princípio de funcionamento do motorFig.14 – princípio de funcionamento do motor • Com o campo magnético da espira defasado de 900, a situação modifica- se, surgindo uma outra na qual as linhas de força saem do o Norte do eletroímã e penetram pelo pólo Sul do campo magnético espira. Fig.15 – princípio de funcionamento do motorFig.15 – princípio de funcionamento do motor • Em seguida, saem pelo pólo Norte, também do campo magnético da espira, entrando finalmente pelo pólo Sul do eletroímã. Fig.16 – Princípio de funcionamento do motorFig.16 – Princípio de funcionamento do motor Nota-se que, com isso, haverá um desvio no sentido das linhas força magnética. Portanto, numa situação em que existem dois campos magnéticos defasados de 900 haverá um desvio das linhas de força magnética. As linhas de força magnética procuram sempre manter a sua trajetória entre o pólo Norte e o pólo Sul o mais curto possível. Dessa forma, nessa situação, elas agem como se fossem tiras de elástico sob pressão, ou seja, as linhas de força magnética forçam a espira a girar no mesmo sentido para o qual foi impulsionada inicialmente. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 11 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.17 – Princípio de funcionamento do motorFig.17 – Princípio de funcionamento do motor Com isso, a espira receberá um forte impulso. Como as bobinas dos eletroímãs estão sendo alimentadas por corrente alternada, à medida que a espira é impulsionada, estará havendo a variação na corrente que circula pelas bobinas. Como a espira está girando na velocidade aproximada de variação do campo magnético, quando ela tiver dado 1/4 de volta, estará havendo também a inversão do sentido da corrente elétrica pelas bobinas. Haverá, então, a inversão da polaridade dos eletroímãs, o que acarretará o surgimento de linhas de força magnética no sentido contrário ao anterior. Conseqüentemente, com 1/4 de volta, o campo magnético formado pela espira desaparecerá por completo. Fig.18 –Fig.18 – Princípio dePrincípio de funcionamento do motorfuncionamento do motor Porém, à medida que a espira vai girando até completar meia volta, irá surgindo um novo campo magnético que será máximo a 90" do campo magnético dos eletroímãs. Fig.19 – Princípio de funcionamento do motorFig.19 – Princípio de funcionamento do motor Haverá novamente um desvio das linhas de força do campo iagnético dos eletroímãs, resultando, como no caso anterior, um ovo impulso na espira. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 12 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.20 – Princípio de funcionamento do motorFig.20 – Princípio de funcionamento do motor Logo, recebendo impulsos consecutivos,a espira irá girar indefinidamente enquanto estiver circulando corrente elétrica pelas bobinas dos eletroímãs. Essa é, pois, a noção do princípio de funcionamento de um motor elétrico de corrente alternada. 1.6 Particularidades dos motores elétricos Os motores elétricos, como já foi visto, apresentam partes que são fixas (eletroímãs) e urna parte móvel (espira) que tem um movimento de rotação. Essas partes são chamadas, respectivamente, estator e rotor. No motor elétrico de CA, uma corrente elétrica é aplicada às bobinas dos eletroímãs (estatores). Embora não exista ligação elétrica alguma entre essas bobinas e a espira (rotor) surge, na espira (rotor), uma corrente elétrica induzida que, por sua vez, cria um campo magnético induzido responsável pelo movimento do rotor. Por essa razão, esses motores são chamados motores de corrente alternada do tipo indução. Fig.21 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.21 – Princípio de funcionamento do motor de indução Conforme também foi estudado anteriormente, o campo magnético do estator estará variando, isto é, acompanhando as variações da corrente alternada. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 13 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.22 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.22 – Princípio de funcionamento do motor de indução Portanto, se a corrente alternada utilizada apresenta uma freqüência de 6OHz (cicios/seg), e sabendo-se que em cada Hz haverá duas inversões do sentido de circulação da corrente elétrica, deduz-se que, a cada Hz, haverá também duas variações do campo magnético do estator, ou seja: CA de 6OHz (60 ciclos/seg) Em cada segundo, 120 inversões do sentido de circulação da CA. Portanto, Em cada segundo, 120 inversões do campo magnético do estator. Então, pode-se afirmar que, neste caso, a velocidade de variação dos campos magnéticas no estator é correspondente a 120 vezes por segundo. Também de acordo com o que já foi estudado, quando se coloca no centro do estator um rotor (espira) e dá-se um impulso para a direita ou para a esquerda, o rotor passa a girar acompanhando a velocidade de variação do campo magnético do estator. A variação do campo magnético do estator é tão rápida que pode-se imaginar que o campo magnético praticamente descreve um movimento de rotação para a esquerda ou para a direita a uma velocidade de 60 rotações por segundo. Nessa rotação, o campo magnético arrasta consigo o rotor. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 14 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.23 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.23 – Princípio de funcionamento do motor de indução A velocidade do campo magnético do estator pode ser chamada de velocidade de sincronismo ou velocidade síncrona (ns), e pode ser calculada através da seguinte fórmula: Onde: ns = velocidade síncrona em rpm - 120 = constante f = freqüência da rede elétrica P = número de pólos do motor Por exemplo, num motor alimentado com uma tensão elétrica de 6OHz, tendo dois pólos magnéticos, qual será o número de rpm desse motor? Solução: Calcula-se a velocidade do campo magnético girante: Para facilitar o estudo deste conteúdo, foi dito, até aqui, que o rotor acompanha a velocidade de rotação do campo magnético do estator, ou seja, se o campo magnético do estator está a uma velocidade de rotação de 60 vezes por segundo, o rotor estará girando a uma velocidade de 60 voltas por segundo. Porém, esta não é a realidade porque, para que o rotor gire, é necessário que ocorra nele uma indução. Essa indução, por sua vez, provocará o aparecimento de um campo magnético defasado do campo magnético do estator. Fig.24 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.24 – Princípio de funcionamento do motor de indução ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 15 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ E, para que haja indução no rotor, sua velocidade de rotação não pode ser igual à velocidade de rotação do campo magnético do estator. Se o rotor acompanhar a velocidade de rotação do campo magnético do estator, deixará de haver nele a indução de corrente. Sem indução (e sem campo magnético defasado), o rotor perde velocidade. Girando a uma velocidade um pouco menor, o rotor terá novamente corrente induzida e campo magnético defasado. Consequentemente: O rotor sempre gira em velocidade um pouco menor que a velocidade de rotação do campo magnético do estator. Essa diferença entre a velocidade de rotação do campo magnético do estator e a velocidade de rotação do rotor é chamada deslize ou escorregamento (S) e pode ser calculada assim: onde: S = escorregamento ns = velocidade síncrona nr = velocidade do rotor Fig.25 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.25 – Princípio de funcionamento do motor de indução Por esse motivo, os motores de corrente alternada do tipo indução são chamados assíncronos. Daí, conclui-se que: Motor assíncrono é o motor em que a velocidade do rotor é um pouco menor que a da velocidade de rotação do campo magnético do estator. Porém, a velocidade de rotação do rotor dos motores de CA do tipo indução, assíncronos, mantém-se constante, ou seja, praticamente não apresenta variação. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 16 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ O motor empregado até o momento é elementar, constituído por uma só espira no rotor, o que o toma impraticável, como poderá ser verificado a seguir. Fig.26 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.26 – Princípio de funcionamento do motor de indução Observa-se que: • Os momentos 00, 1800 e 3600 são os momentos em que a espira caminha no sentido longitudinal em relação às linhas de força do campo magnético. Assim, a espira não corta as linhas de força do campo magnético, deixando de ocorrer, portanto, a indução da corrente elétrica na espira. • Nesses momentos, a corrente elétrica estará no seu valor zero, e a espira encontra-se em um ponto em que, praticamente, não está sendo impulsionada, ponto esse chamado de neutro. Ponto neutro é portanto, o ponto em que a espira (rotor) deixa de ser impulsionada. De acordo com o que já foi estudado, pode-se deduzir que, sempre que a espira estiver cruzando o centro do campo magnético dos eletroímãs, ela estará recebendo impulso. Por outro lado, sempre que a espira estiver perpendicular ao centro do campo magnético dos eletroímãs, ela estará passando pelo ponto neutro. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 17 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Porém, mesmo diminuindo seu movimento, a espira não chega a parar, pois o impulso que recebeu anteriormente é suficiente para fazer com que ela ultrapasse o ponto neutro. Portanto, observa-se que: Quando a espira parte do primeiro ponto neutro. Após ter dado 1/4 de volta, recebe o primeiro grande impulso. Prosseguindo, passa pelo segundo ponto neutro. Recebendo o segundo grande impulso após ter dado 3/4 de volta. O movimento de rotação da espira será rápido após o impulso e diminuirá em seguida, até receber novo impulso. Então, seu movimento de rotação voltará a aumentar para diminuir emseguida, até um novo impulso, e assim sucessivamente. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 18 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Dessa forma, devido aos impulsos e aos pontos neutros, a espira apresenta um movimento de rotação pulsante. Movimento de rotação pulsante é o movimento da espira cuja velocidade de rotação aumenta e diminui sucessivamente durante uma volta completa. 1.7 Motores monofásicos Motor de corrente alternada, monofásico, é aquele projetado para ser alimentado por circuitos de corrente monofásica ou bifásica. Os motores monofásicos são empregados geralmente quando a carga não exige grande potência. Esses motores podem ser de vários tipos, segundo as respectivas aplicações. 1.7.1 Aplicações do motor monofásico Cada tipo de motor monofásico tem certas aplicações, tais como: a) de fase dividida ou de arranque capacitivo - destina-se a máquinas em geral de pequena potência como lavadoras, bombas d'água, picadeiras de cana, etc.; b) de pólos amortecedores - destina-se a proporcionar funcionamento em equipamentos como toca-discos, ventiladores, etc.; c) universal - é o único tipo de motor monofásico que pode ser alimentado por tensão contínua ou alternada. É utilizado em equipamentos como liquidificadores, furadeiras, enceradeiras e eletrodomésticos em geral. 1.7.2 Principais características dos motores monofásicos Para se utilizar os motores monofásicos, é preciso observar as suas características -que vêm gravadas na placa de identificação do motor. São elas: • Tensão-em volts.Quando o motor trabalha com duas tensões,ambas são gravadas na placa. Normalmente, os motores trabalham em 110 e 22OV; • Freqüência - em hertz. No Brasil, a freqüência padronizada de corrente elétrica é de 6OHz; • Velocidade -em rpm. A rotação marcada na placa é a nominal quando o motor está a plena carga. A rotação é inversamente proporcional ao número de pólos do motor; • Potência -em cv, HP ou kW. Os motores monofásicos são normalmente, fabricados para potências,de 1/8, 1/4, 1/3, 1/2, 3/4, 1, 1 1/2, 2, 3, 4, 5, 7, 10 e 12 1/2cv. Além das características citadas, vêm também registrados, na placa de identificação, o esquema de ligação, o nome do fabricante, o número de série do motor, mês e ano de fabricação, etc. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 19 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 1.7.3 Motor monofásico de arranque capacitivo Este tipo de motor possui um enrolamento de trabalho, um interruptor centrífugo, um enrolamento de partida e um capacitar de partida, conforme pode ser observado no esquema a seguir. 1-Enrolamento de trabalho 2- Interruptor centrífugo 3- Enrolamento de partida 4- Capacitor de partida Fig.27 – Esquema interno do motor monofásicoFig.27 – Esquema interno do motor monofásico Trata-se de um motor monofásico do tipo indução, com arranque capacitivo, onde a corrente elétrica tem dois caminhos para percorrer. No primeiro caminho, a corrente elétrica irá percorrer apenas o enrolamento de trabalho. Portanto, pode-se dizer que esse é um circuito predominantemente indutivo. Fig.28 – Princípio de funcionamento do motor monofásicoFig.28 – Princípio de funcionamento do motor monofásico O enrolamento de trabalho é o responsável pela criação do campo magnético que, após a partida, irá continuar propiciando condições para que o motor produza trabalho. Esse enrolamento entra em funcionamento a partir do momento em que o motor é ligado e só deixa de funcionar quando o motor é desligado. Quando o circuito é predominantemente indutivo, sua carga também será indutiva, havendo, portanto, um defasamento de até 900entre a corrente e a tensão, ou seja, a corrente poderá ficar até 900 atrasada em relação à tensão, conforme pode ser observado no gráfico a seguir. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 20 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.29 – Defasagem da corrente no motor monofásicoFig.29 – Defasagem da corrente no motor monofásico No segundo caminho, a corrente elétrica passará pelo interruptor centrífugo, pelo enrolamento de partida e pelo capacitor. O interruptor centrífugo atua através da força centrífuga gerada pela rotação do rotor. Fig.30 – Princípio de funcionamento do motor monofásicoFig.30 – Princípio de funcionamento do motor monofásico Observação: O interruptor centrífugo não influencia em nada o defasamento da corrente em relação à tensão. O enrolamento de partida é aquele que, devido à sua combinação com o capacitor, proporciona um outro campo magnético que, em conjunto com o campo magnético produzido pelo enrolamento de trabalho, irá provocar a partida do motor, dando o sentido da rotação. Com relação ao enrolamento de partida, como se trata de uma carga indutiva, a tendência é provocar um atraso da corrente de até 900 em relação à tensão. No segundo caminho, há também um capacitor. Tratando-se, portanto, de uma carga capacitiva, a tendência é haver um adiantamento da corrente de até 900 em relação à tensão, como mostra o gráfico a seguir. Fig.31 – Defasagem da corrente no motor monofásicoFig.31 – Defasagem da corrente no motor monofásico Esquemas de ligações ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 21 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Os diagramas a seguir ilustram esquemas de ligações (fechamentos) de um motor de indução monofásico cujos terminais dos três enrolamentos (bobinas) são: 1-3, 2-4 e 5-6. Fig.32 – Conexões elétricas do motor monofásico em 110VFig.32 – Conexões elétricas do motor monofásico em 110V Fig.33 – Conexões elétricas do motor monofásico em 220VFig.33 – Conexões elétricas do motor monofásico em 220V Características de um motor monofásico de 3HP WEG • Potência: 3 HP • Pólos: 2 • Frequência: 60 Hz • Conjugado: 6,04 Nm • Tensão: 110/220 V • Carcaça: G56H • RPM: 3480 • In: 30,8/15,4 A • Rendimento (100%): 78,5 • F.P. (100%): 0,83 • Isolamento: F • Ruído: 50 dB(A) • Corrente a vazio: 15,0/7,50 A • Ip / In: 7 Fig.34 – Motor monofásico Fig.34 – Motor monofásico ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 22 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.35 – Curvas características do motor monofásicoFig.35 – Curvas características do motor monofásico Legenda Curva A = Rendimento Curva B = Fator de potência Curva C = Escorregamento Curva D = Corrente em 110 V 1.8 Motor assíncrono de indução trifásico 1.8.1 Considerações gerais O motor assíncrono de indução trifásico é um motor elétrico de construção simples e de baixo custo de manutenção. É o mais utilizado nas indústrias de transformação, porque pode ser empregado na maioria das máquinas operatrizes e seu custo é reduzido se comparado aos similares (motor monofásico e motor de corrente contínua). Apresenta algumas desvantagens, sendo uma delas a de não poder variar a sua rotação sem a utilização de equipamentos especiais. 1.8.2 Conceito e constituição ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 23 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ O motor assíncrono de indução trifásico é uma máquina elétrica ligada a um sistema trifásico que transforma energia elétrica em energia mecânica.É constituído fundamentalmente de duas partes: • Estator - composto por um pacote de chapas de ferro silício onde são alojadas as bobinas de campo. Envolvendo o estator, encontra-se a carcaça do motor, que é a estrutura-suporte do conjunto. A função do estator é produzir um campo magnético girante. • Rotor - é um pacote de chapas de ferro silício, formando um cilindro. Nas ranhuras existentes, são fundidas barras metálicas curto-circuitadas nos extremos do cilindro formado pelo pacote de chapas. O cilindro é montado sobre um eixo que transmitirá a energia mecânica gerada pelo motor. No rotor, acontece a transformação da energia elétrica em energia mecânica, sendo essa a sua principal função. 1.8.3 Conjugado Torque é o conjunto de forças que tende a produzir a rotação no motor elétrico. Dada a partida no motor de indução, com a tensão nominal aplicada aos terminais do estator, o rotor apresenta um torque de partida (Tp) que provocará o aumento de sua velocidade. À medida que a velocidade aumenta, o torque também aumenta até atingir o torque máximo (Tm). Isso leva a velocidade a aumentar ainda mais, reduzindo o torque do motor a um valor igual ao torque aplicado pela carga. O gráfico a seguir mostra o conjugado desenvolvido no motor de indução, desde a partida até o torque nominal. Fig.36 – Conjugado do motorFig.36 – Conjugado do motor Nesse gráfico, são observados: • O conjugado de partida, que tira o motor do estado de repouso; ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 24 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ • O conjugado máximo, que representa o máximo valor de conjugado que o motor desenvolve; • O conjugado nominal, que o motor desenvolve nas suas condições nominais de funcionamento, isto é, com freqüência e tensão nominais aplicadas ao estator, fazendo com que gire a uma velocidade nominal fornecendo, assim, uma potência nominal. Observação: A unidade de medida do conjugado é Nm (Newton/metro ou kgfm (quilograma-força/metro). 1.8.4 Funcionamento Quando a corrente alternada trifásica é aplicada aos enrolamentos do estator do motor assíncrono de CA, produz-se um campo magnético rotativo (campo girante). A figura abaixo mostra a ligação interna de um estator trifásico em que as bobinas (fases) estão defasadas em 1200 e ligadas em triângulo. Fig.37 – Ligação interna do motor trifásicoFig.37 – Ligação interna do motor trifásico O campo magnético gerado por uma bobina depende da corrente que no momento circula por ela. Se a corrente for nula, não haverá formação de campo magnético; se ela for máxima, o campo magnético também será máximo. Como as correntes nos três enrolamentos estão com uma defasagem de 1200, os três campos magnéticos apresentam também a mesma defasagem. Fig.38 – Ligação interna do motor trifásicoFig.38 – Ligação interna do motor trifásico Os três campos magnéticos individuais combinam-se e disso resulta um campo único cuja posição varia com o tempo. Esse campo único, giratório, é que vai agir ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 25 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ sobre o rotor e provocar seu movimento. O esquema a seguir mostra como agem as três correntes para produzir o campo magnético rotativo num motor trifásico. Fig.39 – Princípio de rotação do motor trifásicoFig.39 – Princípio de rotação do motor trifásico • No esquema vemos que no instante 1, o valor da corrente A é nulo e, portanto, não há formação de campo magnético, isto é representado pelo O (zero) colocado no pólo do estator. • As correntes B e C possuem valores iguais, porém sentidos opostos. • Como resultante, forma-se no estator, no instante 1, um campo único direcionado no sentido N S. • No instante 2, os valores das correntes se alteram. O valor de C é nulo. A e B têm valores iguais, mas A é positivo e B e negativo. • O campo resultante desloca-se em 601 em relação à sua posição anterior. • Quando um momento intermediário (d) é analisado, vemos que nesse instante as correntes C e A têm valores iguais e o mesmo sentido positivo. A corrente B, por sua vez, tem valor máximo e sentido negativo. Como resultado, a direção do campo fica numa posição intermediária entre as posições dos momentos 1 e 2. (Fig. Seguinte). Se analisarmos, em todos os instantes, a situação da corrente durante um cicio completo, verificaremos que o campo magnético gira em torno de si. A velocidade de campo relaciona-se com a freqüência das correntes conforme já foi demonstrado. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 26 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.40 – Princípio de rotação do motor trifásicoFig.40 – Princípio de rotação do motor trifásico 1.8.5 Características do motor trifásico Como os motores monofásicos, também os motores trifásicos, possuem uma placa de identificação fixada na carcaça. Na placa de identificação, estão relacionados, através de símbolos e abreviaturas previstos em normas, todos os dados técnicos do motor. Esses dados técnicos estão descritos a seguir. Tensão nominal (V) É a tensão para a qual o motor foi projetado. Pelas normas, o motor deve ser capaz de funcionar satisfatoriamente com tensões de até 10% acima ou abaixo da nominal, desde que a freqüência da rede seja igual à tensão nominal. Caso haja simultaneamente variação de tensão e freqüência, haverá alteração no funcionamento do motor. As tensões trifásicas mais encontradas nas instalações industriais são 220, 380 e 44OV. Porém, são encontradas indústrias de origem ou influência norte- americana que especificam motores para 230, 460 e 575V. A grande maioria dos motores elétricos chega ao mercado consumidor com terminais religáveis, para funcionar, pelo menos, em duas redes de tensões diferentes. Esse tipo de ligação exige seis terminais no motor, o que permite comutar o motor em dois fechamentos: triângulo () - para a menor tensão - e estrela (Y) - para a maior tensão. O valor da segunda tensão corresponde ao valor da primeira multiplicada por 3. Por exemplo, 220/38OV significa 220 x 3- = 220 x 1,73 = 38OV. Observação: As tensões acima de 600V (por exemplo, 380/66OV e 440/76OV) não são consideradas de baixa-tensão. As tensões maiores servem apenas para indicar que o motor pode ser ligado em sistema de partida estrela e triângulo. Potência nominal (P) É a potência de saída no eixo do motor. Sua unidade é expressa em cavalo-vapor (cv) e horse power (HP). Para conversão de potência mecânica (CV e HP) em potência elétrica (W), são necessários: ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 27 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Tab.1 – Conversão de potênciasTab.1 – Conversão de potências Diagrama de ligação Os motores trifásicos, para que possam ser ligados às diversas tensões para as quais foram fabricados, apresentam, na sua caixa de ligações, três, seis, nove ou 12 terminais. Os terminais saem dos enrolamentos e poderão ser fechados de acordo com o diagrama gravado na placa. Os motores podem ter seus terminais identificados por número, como por exemplo: • entrada da bobina - 1, 2, 3, 7, 8 e 9; • saída da bobina - 4, 5, 6, 10, 11 e 12. As figuras a seguir mostram as bobinas de dois motores devidamente numeradas, ou seja: a) Motor de seis terminais b) Motor de doze terminais Fig.41 – Ligação do motor trifásicoFig.41 – Ligaçãodo motor trifásico Como já foi estudado, o motor trifásico tem as bobinas distribuídas no estator e ligadas de modo a formar três circuitos distintos, chamados de fases de enrolamento. Essas fases são interligadas formando ligações em estrela (Y) ou em triângulo (), para o acoplamento a uma rede trifásica. Para isso, deve-se levar em conta a tensão que irão operar. Na ligação em estrela, o final das fases se fecha em si, e o início se liga à rede. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 28 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.42 – Ligação estrela do motor trifásicoFig.42 – Ligação estrela do motor trifásico Na ligação em triângulo, o inicio de uma fase é fechado com o final da outra e essa junção é ligada à rede. Os motores trifásicos podem dispor de 3 6, 9 ou 12 terminais para a ligação do estator à rede elétrica. Assim, eles podem operar em uma, duas, três ou quatro tensões, respectivamente. Todavia, é mais comum encontrar motores com 6 e 12 terminais. Fig.43 – Ligação triângulo do motor trifásicoFig.43 – Ligação triângulo do motor trifásico Os motores trifásicos com seis terminais só podem ser ligados em duas tensões uma a 3 vezes maior do que a outra. Por exemplo: 220V/38OV ou 440/76OV. Fig.44 – Ligação do motor trifásico de seis terminaisFig.44 – Ligação do motor trifásico de seis terminais Os motores com 12 terminais, por sua vez, têm possibilidade de ligação em quatro tensões: 220V, 380V, 440V e 760V. A ligação à rede elétrica é feita da seguinte maneira: para 220V para 440V YY para 380 V Y para 760V ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 29 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Veja a representação da placa de ligação desse tipo de motor. Fig.45 – Ligação do motor trifásico de doze terminaisFig.45 – Ligação do motor trifásico de doze terminais No que se refere às dimensões, os fabricantes seguem as normas NEMA, IEC e da ABNT. Observação: Os terminais dos motores podem ser também identificados através de letras: entrada - u, v, w; saída - x, y, z. Freqüência nominal (Hz) É a freqüência da rede para a qual o motor foi projetado. Os motores, pelas normas, devem funcionar satisfatoriamente com uma variação de freqüência de até 5% acima ou abaixo da freqüência nominal. Um motor projetado para freqüência de 5OHZ, quando alimentado por uma rede de freqüência igual a 6OHz, tem a corrente de partida e o conjugado diminuídos em aproximadamente 17% e a sua velocidade nominal aumentada em 20%. Fator de serviço (FS) É o fator que, aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor sob condições especificadas pelo fabricante. É a capacidade de sobrecarga contínua, Ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor capacidade de suportar melhor o funcionamento em condições desfavoráveis. Rendimento (n) É o dado que expressa as perdas no motor elétrico. Trata-se de uma relação matemática entre a potência de saída - que é a potência efetiva transformada em potência mecânica no eixo -e a potência de entrada - que é a potência absorvida da rede elétrica. Essa relação pode ser representada através da seguinte expressão matemática: ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 30 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Pe = In . Vn . cos . 3 Onde: In = corrente nominal Vn = tensão nominal cos = fator de potência 3 = fator do circuito trifásico Para calcular o rendimento, aplica-se a seguinte fórmula: Onde: n (eta, letra grega) = rendimento Pe = potência de entrada Ps = potência de saída O resultado é um dado percentual como, por exemplo, um rendimento igual a 0,90, que equivale a 90%. É muito importante que o motor apresente alto rendimento, porque quanto maior for o rendimento do motor menores serão: • as perdas; • o aquecimento; • a potência absorvida da linha; • o custo de consumo por hora de funcionamento. Os motores de alto rendimento foram projetados não somente para ultrapassar os valores de rendimento e fator de potência definidos por lei. O rendimento dos motores quando operando a 75% de carga são equivalentes à operação em 100%, oferecendo menor consumo de energia mesmo operando com carga parcial ou em regimes intermitentes. Estes motores especiais contêm: • Enrolamentos fabricados com condutores de cobre com alto grau de pureza; • Chapas de aço de alta qualidade com grãos orientados, utilizadas na fabricação do estator e rotor; • Menor entreferro graças ao design avançado e à produção totalmente automatizada dos pacotes do estator e rotor; • Sistema de mancais e rolamentos desenhados para reduzir perdas por atrito; • Ventilador desenvolvido para oferecer máximo fluxo de ar com mínimas perdas. Grau de proteção (IP) Os equipamentos elétricos são fabricados com certo grau de proteção, de acordo com a sua finalidade de uso. Os tipos de proteção podem ser contra: ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 31 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ • contatos acidentais; • penetração de corpos sólidos estranhos; • penetração de água. As normas da [EC (international Electrotechnical Commission) da ABNT (NBR 6146) definem o grau de proteção dos equipamentos por meio das letras IP seguidas de dois algarismos. O primeiro algarismo indica o grau de proteção contra contatos acidentais e penetração de corpos sólidos estranhos. Tab.2 – Grau de proteção IPTab.2 – Grau de proteção IP Classes de isolação ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 32 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ O limite de temperatura de um motor depende do tipo do material empregado na sua isolação interna. Para fins de normalização, os materiais isolantes e os sistemas de isolação são agrupados em classes de isolamento definidas pelo limite de temperatura de cada material. Conforme a ABNT (NBR 7094), as classes de isolação utilizadas em máquinas elétricas são as seguintes: Tab.3 – Classe de isolação dos motoresTab.3 – Classe de isolação dos motores Velocidade nominal (RPM) É a velocidade do motor, funcionando a plena carga, alimentado por tensão e freqüência nominais. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 33 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Tab.4 -Velocidade nominal de motoresTab.4 -Velocidade nominal de motores Corrente nominal (In) É a corrente que o motor absorve da rede quando funciona com a potência, tensão e freqüência nominais. O valor da corrente nominal depende do rendimento (n) e do fator de potência (cos ) do motor, e é expresso em ampéres (A). A corrente nominal é calculada empregando-se a seguinte fórmula: onde: In = corrente nominal P = potência em watt 3 = fator de multiplicação do circuito trifásico Vn = tensão nominal cos = fator de potência n (eta, letra grega) = rendimento Fator de potência (cos ) Quando o motor entra em funcionamento, absorve da rede uma potência aparente (Pa), também chamada de potência disponível. Essa potência é transformada em: • potência efetiva (Pe) - transformada em trabalho útil; • potência reativa
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