Buscar

APS FORMATADO

Prévia do material em texto

AVIES - ENSINO SUPERIOR DE VITÓRIA S/S LTDA
FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO – FACES
CURSO DE PEDAGOGIA
 
CINTHIA DE SOUZA PAULINO
JESSICA MILENA DO ESPÍRITO SANTO
LUANA TEIXEIRA NASCIMENTO VALE MORI
PEDRO HENRIQUE TOLEDO SILVA
SILVANIA ASSIS RAMOS
SUELY THEOTÔNIO FARIAS
FICHAMENTO, RESUMO DESCRITIVO E RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO “AUTO ESTIMA EM CRIANÇAS DA TERCEIRA INFÂNCIA E SUA RELAÇÃO COM O ELOGIO NO CONTEXTO EDUCACIONAL”
VITÓRIA
2019
 
SUMÁRIO
 
	1. FICHAMENTO.....................................................................................
	03
	2. RESUMO DESCRITIVO......................................................................
	04
	3. RESENHA CRÍTICA............................................................................
	05
	4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..........................................................
	06
1. Fichamento
“A terceira infância compreende o período dos 6 a 12 anos de idade (PAPALIA E OLDS, 2006) e usualmente está relacionado com o início do período escolar da criança, o que no Brasil compreende aproximadamente do 1° ao 6° anos do ensino fundamental. Deve-se ressaltar que, apesar de ser possível se traçar um perfil de desenvolvimento da criança que se encontra na terceira infância, é necessária a consideração de diversos fatores na avaliação do que pode ser considerado, ou não, parte do que compreende o desenvolvimento normal. Dentre tais fatores, os mais importantes situam-se no âmbito das diferenças culturais, econômicas e sociais sendo que o respeito a estas variantes possibilita que não se tomem modelos de avaliação unívocos, incompatíveis com os tipos de realidade existentes. ” (ZATTONI, 2011, p. 8577 – 8578)
“O conhecimento dos aspectos do desenvolvimento humano é importante elemento na interação com outros conhecimentos vindos do âmbito prático e que, como conjunto, fundamentam uma atividade pedagógica. Esse é um ponto de vista extensamente defendido por Coll (2004), que afirma que as práticas utilizadas na educação de crianças ganha em efetividade quando se adequa as potencialidades do aluno de acordo com seu perfil de desenvolvimento e que esta adequação não se refere à realização de atividades que o aluno possa efetivamente realizar, mas antes à promoção de ambientes propícios para que emerjam novos conhecimentos e habilidades e a atenção as necessidades especiais que surgem; em decorrência deste processo.” (ZATTONI, 2011, p. 8578)
“A autoestima caracteriza-se por ser o conjunto de juízos e valores que um indivíduo atribui a aspectos de sua personalidade, de suas habilidades e de sua imagem pessoal (MUSSEN, 1995), desta forma, este conceito utilizado distancia-se de uma possível visão da autoestima como capacidade de ter segurança de si em situações provatórias, tal como pode ser imaginada muitas vezes de acordo com o senso comum. É importante diferenciar o conceito de autoestima do de autoconceito. O autoconceito é o conjunto de conhecimento que um sujeito possui de si próprio sem nenhum tipo de avaliação de valor, portanto, a cor de cabelos, alturas, comportamentos típicos relacionados a determinadas situações, etc. são todas informações que podem fazer parte do autoconceito (idem). Autoestima e autoconceito não são conceitos que podem ser compreendidos separadamente, podendo se afirmar inclusive que uma divisão entre estes dois elementos é meramente teórica e que o conhecimento de aspectos de si e a avaliação destes conhecimentos fazem parte de um único processo. ” (ZATTONI, 2011, p. 8579)
“Ao ingressar na terceira infância, a criança atinge um maior grau de auto avaliação, o que caracteriza o terceiro dos estágios neopiagetianos de desenvolvimento do autoconceito. Ela tem então a “capacidade de formar sistemas representacionais: conceitos amplos e abrangentes que integram diferentes características do eu” (HARTER, 1993 apud PAPALIA E OLDS, 2006, p. 282). Ocorre a superação da visão unidimensional de certos aspectos pessoais, assim ao invés de dizer “Eu sou inteligente” ela reconhece que pode ser (utilizando uma linguagem infantil) “inteligente” em certas matérias e “burra” em outras. Palácios e Hidalgo (cf. COLL, MARCHESI E PALACIOS, 2004, p. 257) reforçam a evolução da autoestima para uma dimensão mais sutil e a possibilidade de uma conceituação geral do eu: 
Ao mesmo tempo em que a autoestima se diversifica e aparecem novas dimensões, conforme se avança na idade, também vai se consolidando uma autoestima global que reflete uma valoração global do eu, não ligada a nenhuma faceta específica. Essa autoestima global não costuma ser encontrada até os sete ou oito anos, quando as crianças começam a deixar de se basear suas, auto avaliações em situações concretas. ” (ZATTONI, 2011, p. 8580)
“A autoestima depende, entre outros fatores, do julgamento que a criança tem do próprio corpo. Aos oito anos de idade, a criança já considera a maneira com que outras pessoas, principalmente colegas de classe, olham para seu aspecto físico. Para Oaklander (1980, p. 310) a imagem corporal é aspecto importante da auto aceitação, isto se deve a um fator importante na avaliação que a criança da terceira infância faz de si mesma e de outras pessoas, que é a característica de considerar em suas avaliações tanto aspectos físicos como de comportamento. Tal afirmação não implica que a criança tenderá a exibir comportamentos de discriminação com relação a crianças fisicamente diferentes, de fato, percebe-se que a capacidade de inclusão do diferente pela criança se mostra facilitado de acordo com os valores que lhe são educados (COLL, MARCHESI E PALACIOS, 2004), esta avaliação global que a criança apresenta apenas indica que a criança necessita tomar em consideração tanto aspectos físicos quanto comportamentais para o desenvolvimento de um autoconceito.” (ZATTONI, 2011, p. 8581)
“Com relação a aspectos comportamentais, para Erikson (1982), outro aspecto determinante para a autoestima, é a opinião das crianças de sua capacidade para o trabalho produtivo, sendo que uma questão a ser resolvida na terceira infância é a da produtividade versus inferioridade: “a virtude que se desenvolve com a resolução dessa crise é a competência, uma visão do eu como capaz e dominar habilidades e completar tarefas” (p. 271). De fato, a busca dos alunos observados para demonstrar competência e promover sua imagem pessoal para colegas e professores se deu de forma frequente durante as observações realizadas no estágio, o que está de acordo com o perfil de crianças do quarto ano2 de acordo com Mussen (1995), que ainda ressalta que nesta idade a percepção do outro tende a ser focalizada principalmente no que este faz, em outras palavras, no indivíduo como atuante na vida da criança, diferindo de crianças mais novas que focalizam, em geral, os aspectos físicos de outras pessoas e de crianças mais velhas que focalizam com maior frequência aspectos emocionais e cognitivos. A realização de exercícios em sala de aula foi um dos momentos em que a questão da competência se mostrou mais acentuadamente no comportamento dos alunos, como exemplo, quando a professora encerrou a correção coletiva dos exercícios um aluno levanta o braço e fala para os colegas ao lado: “Eu não errei nenhuma questão da página 203! ” (ZATTONI, 2011, p. 8582 - 8583)
“Durante os oito anos de idade a criança passa por uma fase na qual consolidam-se muitos fatores determinantes da autoafirmação, isso se deve pelo fato de que, ao mesmo tempo em que a criança ganha uma maior capacidade de auto avaliar-se, ainda há uma suscetibilidade ao parecer de outras pessoas sobre suas características. Nesta fase o elogio possui um papel especial no desenvolvimento da autoestima, principalmente se vindo de sujeitos os quais a criança respeita e possui admiração com o ressalte dos pais, irmãos mais velhos e professores. Deve-se, contudo, prestar atenção ao tipo de elogio que é oferecido. Oaklander (1980, p. 309) oferece um exemplo pertinente em relação ao tipo de elogio mais adequado no incentivo auma criança, caracterizando dois tipos de elogio o descritivo e o generalizado: Esta questão trazida a cabo por Oaklander se mostra importante, pois relaciona justamente a atribuição de valor de um elogio recebido pela criança com a sua capacidade de identificar-se ou não com o conteúdo do elogio. O elogio dito generalizado se mostra inadequado quando se trata da relação com a criança da terceira infância, pois afirmações como “você é o melhor, único, etc.” ou até “ninguém ganha de você neste jogo” podem ser vistas como discrepantes com a realidade, pois o aumento da capacidade de auto avaliação da criança implica justamente em reconhecer os aspectos em que ela se diferencia das outras, e uma afirmação em grau superlativo típica dos elogios generalizados dificilmente encontrará fundamentações nas avaliações da criança, por isto perde a credibilidade. No que concerne a distinção entre elogios generalizados e descritivos, percebe-se que são categorias variam muito de acordo com quem compõe a relação entre criança e figura de autoridade. Uma criança que tem por objetivo sempre o total acerto de questões em uma prova, por exemplo, pode se sentir ofendida caso lhe digam “que maravilhosa criança você é! ”, caso recebam 9,9 de nota. Portanto, casos como esse deveriam ser foco de atenção por parte do educador para que pudesse atribuir um adequado valor as atividades da criança e contribuir para que se preservem as motivações da criança. ” (ZATTONI, 2011, p.8583-8584)
“O elogio descritivo, por sua vez, reflete um aspecto da realidade, uma verdade. No momento em que a criança recebe um elogio que, de fato, se refere a algo que ela fez, isso a faz se atentar a suas próprias competências, o que a auxilia no desenvolvimento de uma capacidade de auto avaliação e, sobretudo, promove a atribuição de valor para aquilo que ela sabe fazer, componente importante da autoestima (OAKLANDER, 1980). No final das contas, ao longo do desenvolvimento da criança o elogio descritivo é o único que acaba por soar, de fato, como um elogio, não soando como mentira ou apenas como “bajulação” (ZATTONI, 2011, p.8585)
“Segundo Faria (1998), Piaget descreve que este movimento de comparação entre os elogios recebidos e as próprias percepções é um processo que ganha força na medida em que a criança desenvolve um maior senso de realidade sobre suas próprias características. Piaget não defende o ponto de vista teórico de que todo autoconceito é construído na relação com o outro, inclusive afirma que, de início, a criança desenvolve uma noção do que pode ou não pode fazer de acordo com os sucessos e insucessos de suas ações intencionais. Conforme ocorre um aumento do desenvolvimento social – que coincide, muitas vezes com o início do período escolar – as percepções adquiridas e que formam um autoconceito passam a ser confrontadas com outras concepções, ganhando valor (moral inclusive) e constituindo a autoestima. ” (ZATTONI, 2011, p.8585)
“Saber citar qualidades próprias é considerado um indicador de uma autoestima saudável (MUSSEN, 1995 E PAPALIA, 2006), o que evidencia que as crianças observadas possuem, em geral, bons indicadores nesse aspecto. A citação de defeitos demonstra ser uma tarefa ainda mais árdua, podendo evidenciar níveis significativos de desenvolvimento emocional, no entanto, a maneira como esses defeitos são encarados pelo indivíduo que delimitam a qualidade saudável ou não de tal citação. Ter ciência de tais defeitos e reconhecer que devem ser melhorados indica que esses não são fatores desmotivadores para o crescimento emocional, mas sim que apontam objetivos a serem cumpridos, o que configura uma fuga de um comportamento dito “narcisista” e caminha para o desenvolvimento de uma autocrítica. Somente alguns alunos demonstraram algum tipo de perspectiva acerca de seus defeitos, por exemplo: “Não gosto muito de provas e muito menos de tarefas, bom mais é preciso” e “não gosto que me irritem, mas tento não me irritar” (ZATTONI, 2011, p.8585 - 8586)
2. Resumo Descritivo
O artigo aqui apresentado traz uma discussão acerca do desenvolvimento como autoestima e autoconceito. No qual alunos do curso de psicologia de PUC do Paraná, realizaram um estágio supervisionado com crianças de idade entre 08 a 9 anos, em uma determinada escola particular de Curitiba. Essa pesquisa, juntamente com estudos de artigos sobre desenvolvimento da personalidade infantil, percebeu se que os conceitos da autoestima e autoconceito na terceira infância se tornam mais sofisticados, muito em função do desenvolvimento cognitivo e social promovido ao ingresso na escola particular.
A terceira infância se configura no período dos 6 aos 12 anos, e está relacionado no Brasil ao período em que a criança está no 1º ao 6º ano do ensino fundamental. Contudo deve levar em consideração a diversidade cultural, econômica e social, pois estes fatores interferem na autoestima da criança. Nessa fase, o indivíduo tende a deixar de ser egoísta e começa a fazer uma análise de si mesma. Ele começa a observar conceitos que outrora não fariam diferença. Isso faz com que ela queira parecer com o colega de olho azul ou mais baixo por exemplo. Dos 06 aos 08 anos a criança volta a sua autoestima para a aparência física. 
A partir dos 10 anos a criança começa a se preocupar com um autoconceito, mais complexo que é o movimento chave para um maior desenvolvimento da auto estima. O papel dos pais e educadores é importante nessa fase, pois através deles pode se criar um complexo de inferioridade, que pode acompanhar esse indivíduo no decorrer da vida.
A autoestima torna a terceira infância mais evolutiva em função do desenvolvimento cognitivo e social, promovido pelo ingresso na escola, o elogio se configura como primordial para a formação da autoestima, pois estimula a criança a valorizar por si mesma, aspectos do seu próprio eu.
Traçar um perfil de desenvolvimento da criança é necessário à consideração de vários fatores como as diferenças culturais, econômicas e sociais, a respeito dessas variáveis possibilitam que não se tomam modelos únicos e incompatíveis com os tipos de realidades existentes. A entrada na escola é o primeiro contato da criança com ambiente diferente do que ela costuma estar vinculada, a partir desse momento nota-se que portas se abrem para que ocorra o desenvolvimento da criança no âmbito social, emocional e cognitivo, nesse período há uma diminuição expressiva do comportamento egocêntrico e a capacidade de considerar várias possibilidades de uma mesma situação, desenvolvendo a capacidade de julgar e avaliar a circunstância.
O conhecimento dos aspectos de desenvolvimento humano é importante para interagir com outros conhecimentos. Na pratica da educação infantil é importante que se adeque as potencialidades do aluno de acordo com o perfil de seu desenvolvimento, não se restringindo a realização de atividades que o aluno já efetivamente realiza, mas promovendo formas para que o aluno desenvolva novas habilidades e conhecimentos, o elogio é um elemento de influência no desenvolvimento da autoestima, mas não podendo deixar de considerar a importância das interações das atividades no ambiente escolar que também são importantes no desenvolvimento da autoestima para momentos posteriores na vida do aluno.
A Formação da Autoestima:
A autoestima é um fator básico na formação pessoal das crianças. É um tema que desperta a cada dia um grande interesse, não só dos psicólogos, mas também dos pais. É uma preocupação presente em muitas casas e conversações. E isso se pode entender pela relação que está tendo a autoestima com problemas como a depressão, anorexia, timidez, abuso de drogas e outros. Segundo (MUSSEN, 1995), a autoestima caracteriza-se por ser o conjunto de juízos e valores que um indivíduo atribui a aspectos de sua personalidade, de suas habilidades e de sua imagem pessoal. Este conceito utilizado distancia-se de uma possível visão da autoestima como capacidade de ter segurança de si em situações provatórias, tal como pode ser imaginada muitas vezesde acordo com o senso comum. É importante diferenciar o conceito de autoestima do de autoconceito. O autoconceito é o conjunto de conhecimento que um sujeito possui de si próprio sem nenhum tipo de avaliação de valor, portanto, a cor de cabelos, alturas, comportamentos típicos relacionados a determinadas situações, etc. são todas informações que podem fazer parte do autoconceito (idem). Autoestima e autoconceito não são conceitos que podem ser compreendidos separadamente, podendo se afirmar inclusive que uma divisão entre estes dois elementos é meramente teórica e que o conhecimento de aspectos de si e a avaliação destes conhecimentos fazem parte de um único processo.
Apesar de essas características serem individual do sujeito, sua formação e consolidação são processo em grande parte dependente da interação com outros indivíduos que quando evidenciam características do outro, o conduzem a uma, auto avaliação, que otimiza um maior desenvolvimento de autoestima. A criança antes dos 6 anos de idade não possui habilidade de auto avaliação, esse autoconhecimento é percebido após 6 anos preenchido justamente por outros indivíduos, de acordo com o autoconceito desenvolvido pela criança. A respeito do próprio corpo pode-se perceber a valorização da autoestima na terceira infância, onde a partir dos 8 anos a criança já começa a considerar os seus aspectos físicos, a capacidade de se relacionar com o diferente se mostra facilitado de acordo com valores que lhe são ensinados, algumas características físicas fazem certas crianças se destacarem das demais e dependendo do valor que a sociedade atribui a essas características elas podem servir para aumentar ou diminuir o nível de autoestima. Na maioria das vezes, os conceitos sobre o aspecto físico, vem dos pais ou do meio social em que a criança mais tem convivência e acaba por gerar índices de autoestima. De crianças com deficiência física a variação da autoestima não tem relação com a presença de uma deficiência e sim como a criança avalia a si mesmo, de acordo com os valores que lhe ensinaram. Os aspectos comportamentais é outro aspecto determinante para a autoestima, onde o foco da criança não é mais aspecto físico como o das crianças mais novas e sim na sua capacidade de dominar habilidades e completar tarefas com interesse de promover sua autoimagem, sendo que a frustração desse aspecto comportamental com foco na produtividade pode gerar um sentimento de inferioridade e variação de autoestima.
É importante que os pais não se preocupem somente em manter uma boa saúde física dos seus filhos, mas que observassem e prestassem mais atenção à saúde emocional dos mesmos. A autoestima é uma peça fundamental na construção eficaz de uma infância e adolescência. Pode-se definir a autoestima de diversas formas, mas seu contexto continuará sendo o mesmo. A autoestima é a consciência de uma pessoa do seu próprio valor, o ponto mais alto do que somos e de nossas responsabilidades com determinados aspectos bons e outros que podem ser aperfeiçoados, e a sensação gratificante de nos gostarmos e nos aceitarmos como verdadeiramente somos, e com nossas relações. Por outro lado, a criança com baixa autoestima não confiará nas suas próprias possibilidades nem nas dos demais. Sentir-se-á inferior diante de outras pessoas, e, portanto, se comportará de forma mais tímida, mais crítica, com pouca criatividade, o que em muitos casos poderá levar a condutas agressivas, e a afastar-se dos seus companheiros e familiares.
O Papel do Elogio para Desenvolvimento da Autoestima:
Durante os oito anos de idade a criança passa por uma fase na qual se consolidam muitos fatores determinantes da autoestima, nessa fase o elogio possui um papel especial no desenvolvimento da autoestima, contudo deve-se prestar atenção o tipo de elogio que é oferecido. 
O elogio dito generalizado podem ser visto sem valor diante da realidade, pois o aumento da capacidade de auto avaliação da criança implica em reconhecer os aspectos que a diferencia das outras e o elogio descritivo atribui para que se preservem as motivações, não podendo perder a veracidade do elogio, pois um elogio que supervalorize atitudes não louváveis, ou ênfase nas dificuldades do aluno e não em suas potencialidades, podem desenvolver critérios de auto avaliação inadequado podendo interferir na formação de sua autoestima.
A capacidade de julgamento das próprias habilidades permite que esses fatores passem a não possuir significativo valor para a criança que começa a valorizar aquilo que se sabe fazer e suas competências, esse tipo de elogios descritivos acaba de fato saindo não como mentira ou bajulação e sim com aspectos de realidade e verdade.
Este movimento de comparação entre elogios desenvolve uma noção do que pode ou não pode fazer de acordo com os sucessos e insucessos, processo que ganha força na medida em que a criança desenvolve um maior senso de realidade, ter crianças de defeitos e reconhecer que devem ser melhorados, não são fatores desmotivadores para o crescimento emocional e sim apontem objetivos a serem cumpridos, fugindo de um comportamento narcisista e caminhando para o desenvolvimento de uma autocritica. O elogio tem seu valor alterado de acordo com o momento evolutivo e a maneira que é colocado.
Ele tanto pode interferir positivamente quanto negativamente no desenvolvimento da criança. Apesar de ser possível traçar um perfil de desenvolvimento da criança que se encontra na terceira infância, é necessário a consideração de diversos fatores na avaliação do que se pode ser considerado, ou não, parte do que compreende o desenvolvimento normal, para afirmar que esse elogio teve efeito positivo ou negativo, tem-se que analisar vários fatores, como: quem elogiou, como elogiou, onde elogiou e o que foi elogiado. O elogio geralmente vem de alguém que possua autoridade sobre a criança seja ela na escola ou em sua residência, e é um grande influenciador do desenvolvimento da autoestima, que consequentemente torna este ato como um momento privilegiado. E é nessa fase também que a criança desenvolve autoconceito, “capacidade de formar sistemas representacionais: conceitos amplos e abrangentes que integram diferentes características do EU” (Hartear, 1993 apus PAPA LIA E OLDS, 2006, p. 282). Na terceira infância, quando a criança entra na escola, ela atinge uma maior capacidade de auto avaliação, pois por mais que ainda não tenha certa “noção” elas convivem com diferenças culturais, econômicas e sociais. É na escola que a criança começa a ter um desenvolvimento maior dos seus conceitos sociais (aquele com quem ela convive. Os pais ou responsáveis, irmãos, que estariam presentes em a todo o momento, saem para que o professor, os colegas entrem nesse meio.), emocionais (a vergonha e o orgulho são sentimentos conscientes da criança, e a ideia da diferença entre culpa e vergonha, torna-se mais clara.) e do cognitivo (aprendem novos conceitos, novas atividades de forma mais rápida). Nesse momento, ocorre uma mudança na visão da frase “Eu sou inteligente” que começa a não ser mais utilizada com frequência, dando início ao uso de “inteligente” em algumas matérias e porem “burra” em outras. Por estar vivenciando novas tarefas em um novo ambiente, com novas pessoas, sua autoestima deve variar de acordo com o que presencia. Mas, e o elogio? Como ele interfere? Bom, de um aspecto positivo a criança tende a ficar mais entusiasmada, feliz e cria seu próprio conceito do que fazer e deixar de fazer, pode resultar em coisas boas ou ruins, e que as boas em geral um certo tipo de afetividade com quem elogia, na maioria das vezes essa pessoa é algum responsável pela mesma. Mas como em todo caso, tem o lado negativo, se esta criança não for orientada de uma forma consciente, e estruturada para que possa compreender que ninguém é igual, e que não se gosta da mesma coisa, essa criança ao receber uma crítica, pode reagir de forma com que se isole, procurando não conversar por medo, vergonha, mas quando ela tem essa base feita corretamente,ela cria um conceito de que deve fazer da próxima vez melhor, que os erros são reparáveis, independente do que seja, sempre há uma solução.
3. Resenha Crítica
Pesquisando o artigo para realização deste trabalho vimos o autor falando sobre a importância do elogio recebido durante a infância. Algo que, sem dúvida, aumenta nossa autoestima e nos ajuda a moldar nossa personalidade. O elogio funciona de uma maneira muito simples, nós elogiamos o nosso filho quando ele passa numa prova, quando ele faz algo de bom, quando faz um bom desenho. No entanto, ao elogiar as crianças pelo modo como fazem certas coisas, fazendo-as acreditar que as consideramos maravilhosas, estamos realmente encorajando-as a ter certeza de si mesmas e felizes? Será que estamos realmente estimulando uma autoestima alta? Ser elogiado pelo que você faz é, sem dúvida algo positivo. Uma palavra de parabéns pode ser uma ajuda para avançar, continuar desenvolvendo certa capacidade, para fazer ainda melhor. Se, por exemplo, recebermos elogios depois de passar em uma prova, ficaremos motivados a estudar mais e termos notas mais e mais altas ou nos servirá como um empurrão para tentar superar aquela matéria que não dominamos bem. Mas o que acontece quando os elogios se tornam repetitivos? O que acontece quando esperamos elogios, mas surpreendentemente não os recebemos? Às vezes, o elogio pode nos levar a escolher o caminho mais fácil, em vez de tentar nos superar, independentemente das dificuldades que encontrarmos ao longo do caminho em direção aos nossos objetivos. E ainda há mais, o elogio pode nos levar ao que não gostamos. Em outras palavras, podemos querer obter um resultado positivo apenas para receber um elogio, sem realmente desfrutar do que estamos fazendo. É importante que as crianças não pensem em recompensa toda vez que fizerem alguma coisa. O elogio poderia funcionar em paralelo com a obtenção de um presente recebido toda vez que resultados positivos fossem obtidos. As crianças nesta fase devem entender a responsabilidade de fazer o que fazem. Da mesma forma, eles devem estar cientes de que os resultados obtidos serão proporcionais ao esforço produzido para um trabalho. Por outro lado, analisando os elogios que as crianças estão acostumadas a receber durante a infância, notamos alguns aspectos fundamentais que, mesmo acreditando que podem aumentar a autoestima, na verdade tem função oposta. Como por exemplo: Elogiar a capacidade e não ao esforço, este é um erro extremamente grave que pode ser a causa de muitos problemas. O que importa é o trabalho duro, este é o elemento que realmente influenciará o resultado. Até pessoas inteligentes, se não se esforçam, não recebem nada. Você já conheceu um aluno com as habilidades necessárias para obter boas notas, mas que não tira proveito delas? A falta de esforço afetará o resultado. É sempre bom elogiar o esforço, pois, ao elogiar a capacidade, destruiremos a autoestima. Outro ponto são os elogios exagerados com, por exemplo: “Você é um gênio”, “você é um artista” e assim por diante. Os efeitos desses elogios podem ser prejudiciais em crianças, porque, em vez de fortalecer sua autoestima, alcançarão os resultados opostos. Aprenda a fazer elogios mais realistas, como “eu gostei”, “veio mandou muito bem”, e assim por diante; não tente aumentar a autoestima da criança de maneira artificial, porque ao dizer à criança que ela é um gênio, ela vai acreditar. E ao fazer isso, pode parar de se esforçar. E por último, não devemos adicionar pressão na criança, porque se alguém pensa que a criança é um gênio, ela pode se sentir obrigado a manter esse status e pode estar sujeito a uma pressão totalmente desnecessária. É importante que elas se esforcem e se superem, mas a pressão não é sinônimo de motivação. A criança deve estar motivada, não sob pressão. Mesmo que a palavra “elogio” seja positiva, como vimos, ela pode assumir uma conotação negativa se não for usada da maneira correta. Aprenda a elogiar corretamente e pense que às vezes o elogio, especialmente se excessivo, não é necessário. 
4. Referência Bibliográfica
PAPALIA, D.E.; FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2013, 12ª ed.
ZATTONI, R.S. A Auto Estima em Crianças da Terceira Infância e sua Relação com o Elogio no Contexto Educacional. I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação. PUC – PR, 2011.

Continue navegando