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1. Quais são os pressupostos da responsabilidade civil ambiental? No regime da responsabilidade objetiva, fundada na teoria do risco da atividade, para que se possa pleitear a reparação do dano, “basta a demonstração do evento danoso e do nexo de causalidade. A ação, da qual a teoria da culpa faz depender a responsabilidade pelo resultado, é substituída, aqui, pela assunção do risco, em provocá-‐lo.”LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao extrapatrimonial.. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2016. P. 65. 2. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça é possível o juiz fixar obrigações de fazer, não fazer e de indenizar decorrente de um dano ambiental ao sentenciar uma ação civil pública? Sim, em relação a responsabilidade civil ambiental veiculada via ação civil pública o egrégio STJ tem firmado posições relevantes como quando admite a condenação simultânea e cumulativa das obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar na reparação integral do meio ambiente [Precedentes: REsp 1328753/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 03/02/2015; REsp 1307938/GO, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/06/2014, DJe 16/09/2014]. 3. Em casos de omissão do Estado a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetiva ou objetiva (de acordo com a jurisprudência do egrégio Superior Tribunal de Justiça)? A responsabilidade é objetiva, não sendo exigida a prova da culpa do poluidor. O STJ admite que em matéria de proteção ambiental, esta configurada a responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano causado. Precedentes: AGRESP 495377/RJ (decisão monocrática) Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, julgado em 28/05/2014, DJe 02/06/2014. (VIDE INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA N.429). 4. Quando são condenados simultaneamente o Estado e um particular por serem responsáveis pelo mesmpo dano ambiental a responsabilidade é solidária ou subsidiária? Explique. O STJ reconhece a solidariedade entre o Estado e o particular quando ambos são responsáveis pelo dano ambiental, mas o título executivo é executado de modo subsidiário, primeiro é compelido a cumprir a decisão o particular, ficando o Estado como devedor garante. [STJ. 2ª. Turma. Rel. Min. Herman Benjamin. REsp. 1071741. DJE. 16.12.2010]. 5. No que se constitui o dano ambiental ricochete? O mesmo ato do degradador pode lesar ao meio ambiente e a direitos individuais de terceiros, no chamado dano ricochete, ou seja, são causados danos econômicos e pessoais aos particulares em virtude da poluição, exemplo clássico são os pescadores prejudicados pela poluição de um rio causado por uma fábrica que causa a poluição da água própria para o consumo humano e impede a realização de pesca por uma comunidade de pescadores. 6. Quem pode promover ação civil pública para a reparação do dano ambiental? Possuem legitimidade ativa para propor ação civil pública para tutela do meio ambiente o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as autarquias, as empresas públicas, as fundações e as sociedades de economia mista, assim como as associações que estejam constituídas há pelo menos um ano e, incluam, entre as suas finalidades, a proteção do meio ambiente ex vi do art 5º da Lei 7.347/85 e art. 82 da Lei 8078/90. 7. Qual o objetivo do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e o que são Unidades de Conservação? O Sistema Nacional de Unidades de Conservação visa regulamentar as unidades de conservação, que nada mais são do que o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. O SNUC é disciplinado pela Lei 9985/2000. 8. Quais são os princípios que regem a Política Nacional da Mudança do Clima? A PNMC e as ações dela decorrentes, executadas sob a responsabilidade dos entes políticos e dos órgãos da administração pública, observarão “os princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, este último no âmbito internacional”[Art. 3º da Lei 12.187/09]. 9.Quais são os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos? São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos: assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais ( Art. 2º da Lei 9433/1997). 10.Qual o objetivo e os princípios do Código Florestal Brasileiro? De acordo com o Art. 1o-‐A do Código Florestal Brasileiro o seu objetivo é o desenvolvimento sustentável e os seus princípios são: I -‐ afirmaçãodo compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras; II -‐ reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia; III -‐ ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação; IV -‐ responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais; V -‐ fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa; VI -‐ criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.
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