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MÍDIA: PADRÕES DE BELEZA E ESTÉTICA, CONSUMO E SAÚDE/MODISMOS. O padrão de beleza determinado pela mídia é um assunto polêmico e gerador de discussões, o que se vê nos dias atuais são indivíduos insatisfeitos com sua imagem e atrativos físicos. Deste modo, mulheres e homens absorvem muitas informações vindas de todos os lados, revistas, jornais, televisão, redes sociais entre outras, que mostram corpos lindos e formas perfeitas. Segundo Conti, Bertolin e Peres (2010) a mídia é sinônimo de meios de comunicação social, pois retrata a respeito dos meios responsáveis pela transmissão das informações, como rádio, jornais, revistas, televisão, vídeo, entre outros. Configura-se, na contemporaneidade, como uma das instituições responsáveis pela educação no mundo atual, trazendo tanto benefícios como malefícios, contrapondo pela transmissão de valores e padrões de conduta e socializando muitas famílias. Para Meurer e Gesser (2008) as novas formas de subjetivação na atualidade estão cada vez mais pautadas com os modelos idealizados de corporeidade. Corpos obesos, que um dia foi inspiração das obras de arte, como por exemplo, Rubens, Giotto, e Picasso são hoje bombardeados pelo contexto sociocultural e pela biomedicina, visto que a obesidade começa a ser conhecida como uma doença que prejudica o sistema cardiovascular. O culto à pessoa magra e a rejeição dos corpos fora dos padrões dominantes se engajam aos discursos atuais de disciplinamento e controle dos corpos femininos e masculinos como forma de reafirmar as relações de poder. Percebemos que hoje há uma excessiva preocupação das pessoas com a imagem, com a exatidão de adotar corpos perfeitos e manter-se sempre jovem, numa procura incessante de superar os limites biológicos do próprio corpo. Essa necessidade tem originado uma série de problemas de saúde, tais como bulimia, anorexia, vigorexia e anorexia [04]. Esses aspectos nos induzem a alguns questionamentos. Quais os padrões de comportamentos femininos e masculinos determinados pela mídia? Na maioria das vezes, segue o estereótipo perseguido pela mídia: magra (o), alta (o), bonita (o), cheio (a) de músculos, se distanciando da realidade que é diversa. Esse distanciamento faz com que mulheres e homens naturais com seus corpos esculpidos pelo trabalho, ou pela gestação de seus filhos, dentre tantos outros corpos, tenham sua autoestima reduzida ou mesmo extinta, ou ainda, faz com que muitas mulheres e homens tomem suplementos, construam corpo belo produzido nas academias, ou até busquem clínicas clandestinas, cirurgias plásticas, mediante implantes de silicone, entre outros, buscando corpo ideal onde o corpo é mutilado, quando não vem à morte em busca dos padrões de beleza instituídos pela mídia. Sociedade de Consumo A mídia e as tecnologias que adotam manifestações de interesses capitalistas determinariam de acordo com Gomes (2001) uma era de consumo. Este autor ainda cita o consumo como centralizador do costume de vida dito pós-moderno, fazendo com que as empresas edifiquem a cultura do consumo, construindo as identidades dos indivíduos. Para Barbosa (2004) o consumo tem se tornado uma posição que vai além da satisfação de necessidades básicas, pois está presente em toda sociedade como um fator imprescindível para sua representação social, com isso a sociedade contemporânea evolucionou, para uma forma de consumo desnecessário, indo além das necessidades básicas de qualquer sociedade, ocasionando, assim, uma cultura de consumo. Vivarta (2009) ressalta que a sociedade virou uma produção de consumo, as atividades de descanso, arte e a cultura foram englobadas a indústria cultural, onde o que ganha importância é a quantidade do que compra e não essencialmente a sua necessidade. Essa cultura da sensação, ou seja, onde o prazer e a alegria pessoal estão acoplados ao consumo de produtos, valores e estilos de vida, leva nossa sociedade à utopia de que a felicidade e o conhecimento são frutos do consumo, gerando assim um consumo desenfreado, com altos investimentos em busca da aparência perfeita, Moreno (2008) ainda compactua expondo, você é o que consome, diz a sociedade de consumo, destilando propaganda por todos os lados. Desta forma, a mídia, lança suas campanhas ligadas à beleza e culto ao corpo, envolvendo em suas matérias figuras da mulher e de homem bem-sucedidos, moderno (a), de beleza encantador (a), por meio de mensagem subliminar, que transmita sensações de qualidade pessoal, felicidade, entre outros (ANDRADE E BOSI, 2003). Silva (2005) ressalta que com o aumento da globalização e o aumento de publicidade focando em belas modelos magras e esbeltas, cada vez mais adolescentes e jovens adultos desencadeiam transtornos alimentares, quando não buscam modelar o corpo com academia e cirurgias plásticas, onde muitas vezes esse caminho não tem mais volta. De acordo com Andrade e Bosi (2003), residimos em um tempo de modificação em nossa sociedade, gerado pelo processo de globalização da economia, o qual gera uma forte influência mútua entre os países, especialmente nas áreas tecnológica, científica e crenças, contraindo novos valores importados de países economicamente dominantes, já que a maioria dos produtos e serviços apreciados pela nossa sociedade vem de fora. Portanto, tais valores, têm grande influência na nossa sociedade, corrompendo subjetividades e criando incertezas e diversidades. Andrade e Bosi (2003) expõem que a sociedade vive um período em que predomina o individualismo, no qual o corpo e a aparência se tornam discernimentos fundamentais para nossa subjetividade, prevalecendo assim, à importância não do fato de quem somos e sim de como somos enxergados pela sociedade, que estima acima de tudo o aspecto estético. O corpo belo é um padrão estabelecido socialmente, pautados em comportamentos distintos, classificados como apropriados ou ideais. As mensagens conduzidas pela mídia entram no dia a dia das pessoas, determinando os padrões de aparência física ideal (CAMPANA, FERREIRA E TAVARES, 2012). Dalgarrondo (2008) compreende que a mídia coloca a imagem como uma questão crucial, para ser aceito na sociedade principalmente em países ocidentais, tem que ser atraente, sexy e bem- sucedido diz respeito à magreza aparente da pessoa. O papel que a mídia provoca na mente e na subjetividade de cada um varia, embora quase sempre cheguem ao mesmo objetivo, estabelecer um padrão de beleza, Serra e Santos (2003) ressaltam que no mundo globalizado em que vivemos, a mídia é fundamental para o papel de estrutura e construção dos transtornos alimentares e cirurgias plásticas. No entanto, Campana, Ferreira e Tavares (2012) relatam que há diferenças na internalização de mensagens exposta pela mídia, pois cada indivíduo interpreta de forma diferente, com isso, traz alguns impactos, como por exemplos, no comportamento, na cognição e no afeto relativo à própria aparência. Consumo, Comportamento e Saúde A influência dos fatores socioculturais na etiopatologia dos transtornos alimentares faz com que nossa sociedade cultive a magreza, pessoas musculosas, associando, a esse ideal estético, valores como felicidade e beleza, como resultado do consumo. Ou seja, nesse mundo que vivemos ser esguio é ser belo, e para chegarmos tal padrão de perfeição, necessitamos comprar numerosos cosméticos, fazer muitas dietas, apelar a cirurgias plásticas, entre outros. (ANDRADE E BOSI, 2003) Com esse padrão de beleza contemporâneo da mulher magérrima, com medidas cada vez pequena a mulher passou a acreditar que pode obter qualquer arquétipo estético almejado, desconsiderando fatores genéticos e biológicos, existindo assim uma busca incansável pela representação perfeita. (ANDRADE E BOSI, 2003) Ainda o autor citado anteriormente, salienta que esse descontentamento crônico faz com que a mulher viva uma busca traiçoeira pela estética perfeita, constituindo deste modo resultados frustrantes no que diz respeito à subjetividade, pois vive uma verdadeira desordem contra uma certeza que temos nossos limites humanos. Segundo Simas e Guimarães (2002), nos dias atuais percebe-se que as mulheres e homens estão insatisfeitos com seus corpos mesmo quando estão com o peso abaixo do normal ou corpos esculpidos pela academia. Morgan, Vecchiatti e Negrão (2004) relatam que o corpo magro vem sendo sinônimo de beleza, poder e sensualidade e dessa forma leva cada vez mais adolescentes e jovens adultos a grandes regimes, onde o principal foco é estar bonito e ser aceito pela sociedade. Para Moreno (2008), essa busca pela estética perfeita tem graves implicações, pois todo esse desejo de se tornar belo, vem aliado à angústia, baixa autoestima, podendo até originar um quadro de bulimia e anorexia. Na Inglaterra o governo interferiu nas bonecas Barbie, que é um modelo de beleza cobiçado pelas mulheres, e que ocasionou impacto na rede de saúde pública do país, pois foi responsabilizada por gerar problemas de anorexia e bulimia. Outro exemplo citado por Moreno (2008) está relacionado ao impacto de modelos de comportamento sobre a saúde, sobretudo das mulheres, refere-se ao progresso da moda nas roupas íntimas, que são cada vez menores, sensuais e desconfortáveis, sutiãs de renda, calcinha fio-dental, entre outros. Assim pouco importa se calcinhas de náilon e fibra sintética aumentam a temperatura local, que assim se torna ideal para a proliferação de bactérias, corrimentos e afecções vaginais. O que importa é que essas peças sejam belas e modernas, relegando a modelos antiquados o bom e velho algodão e os demais tecidos naturais. (MORENO, 2008, p. 21). A autora vai mais além quando ressalta que a mídia propaga os agravos originados à saúde, lançando produtos, como os absorventes, ou produtos de higiene íntimos que têm fragrância e sabores agradáveis, que inibem odores desagradáveis. Tudo isso com um só objetivo o consumo e não da saúde do consumidor. Campana, Ferreira e Tavares (2012) relatam que a preocupação e o investimento em relação à aparência modificam desde os cuidados indispensáveis ao corpo até o excesso, no qual a saúde é colocada em risco e o sujeito, experimenta danos sociais e afetivos, sendo assim pode até evoluir para um quadro de dismorfia corporal. Para Amâncio, et.al. (2002) o transtorno dismórfico corporal é determinado como uma apreensão exagerada com uma distorção fantasiosa na aparência física. O Manual diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais (DSM-IV 1994) classifica como um transtorno isolado e designado transtorno dismórfico corporal (TDC). As distorções reais ou fantasiosas do corpo, na dismorfia corporal, tornam-se o foco da vida do sujeito, na sua existência social, afinidades afetivas e sua vida financeira podem arruinar em busca do corpo perfeito, por meio de dietas, exercícios e cirurgias plásticas. (CAMPANA, FERREIRA E TAVARES, 2012). A questão central do transtorno dismórfico corporal (TDC) é a crença de ser deformado, feio ou não ter atrativos em algum aspecto. Na realidade, o defeito na aparência é mínimo ou inexistente. Essa distorção cognitiva torna-se uma obsessão, e os pensamentos causam estresse e são difíceis de resistir e controlar, ocupando grande parte do dia. Na realidade, o "defeito" frequentemente é imperceptível a um interlocutor que esteja a uma distância normal de conversação. São percebidos pelo paciente como devastadores, causando ansiedade e estresse, fazendo com que busquem constantemente e de modo irracional a perfeição e simetria na sua aparência. Para diferenciar o TDC das queixas normais com a aparência, que são comuns na população geral, a preocupação deve causar estresse significativo ou prejuízo no funcionamento cotidiano (CONRADO, 2010, p. 571). Segundo reportagem feita no programa do Gugu, na rede Record no dia 22 de fevereiro de 2011, a modelo Sheyla Hershy, (Figura 1) era considerada a mulher com os maiores seios do mundo e para ficar com o corpo ideal, teve que tirar a costela flutuante, e passou por 30 cirurgias em todo o corpo, onde ganhou o livro dos recordes. Devido uma infecção bacteriana, teve que retirar os seios, a mesma sofre de transtorno bipolar [05] e devido à retirada das próteses de silicone entrou em depressão, desencadeando anorexia e queda de cabelo. Figura 1 - Sheyla Hershey Fonte: Programa do Gugu (2011) Andrade e Bosi (2003, p.120) abordam que “o avanço da tecnologia da beleza, através do apelo, midiático, o qual modela subjetividades e impulsiona o lucrativo mercado da indústria da magreza”. Para alcançar o corpo perfeito os indivíduos não se preocupam com a qualidade de vida e nem com a saúde, fazendo de tudo para atingir a perfeição. Diante desse quadro a sociedade vivencia um quadro conflitante. De um lado, a mesma recomenda o padrão de beleza magro; de outro, está à mídia bombardeando também com suas publicidades de fast-food, alimentos hipercalóricos. Todos esses fatores, acrescidos ao avanço da tecnologia da perfeição cooperam ainda mais para a procura por cirurgias plásticas estéticas e anorexígenas [06]. Tem-se então a ilusão de que pode-se ingerir grandes quantidades de calorias em uma má nutrição e depois apelar a plásticas ou remédios anoréxicos. (ANDRADE E BOSI, 2003). Conclui-se então que essa busca pela perfeição faz com que homens mulheres e adolescentes escravizam seus corpos, tendo muitas vezes mutilações, mortes, doenças, baixa autoestima, por uma corrida pelo belo que leva as pessoas muitas vezes a não se importarem com as consequências visando somente à beleza. Percebe-se então que a vaidade era coisa peculiar da mulher, mas cada vez mais, homens de todas as fases estão preocupados com os aspectos físicos. Nos tempos atuais, é crescente e incessante a busca por um corpo perfeito. Inúmeras são os sujeitos que excedem seus limites na tentativa dessa conquista e compra a ideia de obter uma aparência, imposta pela mídia por meio de um corpo esbelto, magro, que julgam ser mais importante que o sustento da própria saúde. Portanto, o fator psicológico deve ser bastante estudado, pelos psicólogos frente a esses indivíduos, pois essas pessoas têm uma apreensão obsessiva com alguma deformidade inexistente ou no mínimo na aparência física. O tratamento é bastante complicado, pois grande parte dos sujeitos não aceita estar doente. O tratamento incide em psicoterapia intensa e duradora e, muitas vezes é indispensável o uso de remédios. Disponível em (ADAPTADO): https://psicologado.com.br/abordagens/comportamental/consumo-midia-e-beleza- a-midia-como-mediadora-de-padroes-de-comportamentos-femininos-e-masculinos ATIVIDADE 1. Faça um desenho que represente a influência da mídia nos padrões de beleza, consumo, estética e saúde. https://psicologado.com.br/abordagens/comportamental/consumo-midia-e-beleza-a-midia-como-mediadora-de-padroes-de-comportamentos-femininos-e-masculinos https://psicologado.com.br/abordagens/comportamental/consumo-midia-e-beleza-a-midia-como-mediadora-de-padroes-de-comportamentos-femininos-e-masculinos
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