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www.esab.edu.br Projeto de Redes de ComputadoresSISTEMAS DE INFORMAÇÃO Projeto de Redes de Computadores Vila Velha (ES) 2015 Escola Superior Aberta do Brasil Diretor Geral Nildo Ferreira Diretora Acadêmica Ignêz Martins Pimenta Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância Ignêz Martins Pimenta Coordenadora do Curso de Administração EAD Giuliana Bronzoni Liberato Coordenador do Curso de Pedagogia EAD Custodio Jovencio Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD David Gomes Barboza Produção do Material Didático-Pedagógico Escola Superior Aberta do Brasil Design Educacional Bruno Franco Design Gráfico Bruno Franco Diagramação Bruno Franco Equipe Acadêmica da ESAB Coordenadores dos Cursos Docentes dos Cursos Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil. www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840 Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES CEP 29102-040 Apresentação Caro estudante: Seja bem-vindo à disciplina Projeto de Redes de Computadores. Nesta disciplina você terá uma introdução aos principais aspectos do projeto de redes de computadores utilizados para edifícios comerciais. É importante ressaltar que esta apostila resume fundamentos sobre o assunto, mas não substitui as informações mais aprofundadas disponíveis nos livros texto e artigos científicos sobre o assunto. Nesse sentido, a apostila serve mais como coadjuvante no processo de aprendizado. Não deixe de recorrer aos demais recursos disponíveis a respeito dos assuntos tratados. Bom estudo! Equipe Acadêmica da ESAB Objetivo Propiciar ao estudante um primeiro contato com aspectos históricos e teóricos das redes de computadores e seu projeto além de introduzir as principais técnicas e práticas utilizadas para a elaboração da mesma. Habilidades e competências • Conhecer as principais características da Evolução dos sistemas de cabeamento e do cabeamento estruturado. • Conhecer as principais normas, métodos, práticas e técnicas utilizadas na área de projetos de cabeamento estruturado. • Utilizar os conhecimentos adquiridos na solução de problemas encontráveis nas atividades de projeto. • Pensar de forma estratégica ao aplicar os conhecimentos adquiridos. Ementa Evolução dos sistemas de cabeamento. O Conceito de Cabeamento Estruturado. Norma EIA/TIA 568. Os subsistemas que compõem o cabeamento estruturado. Características de cada subsistema. Infraestrutura e utilização. (eletroduto, eletrocalha, canaletas aparentes, piso elevado). Projeto de Redes. Projeto físico e projeto lógico. Sumário 1. CABEAMENTO ESTRUTURADO: PREMISSAS E NORMAS ...................................................7 2. OS SUBSISTEMAS DO CABEAMENTO ESTRUTURADO .....................................................12 3. SUBSISTEMA: ÁREA DE TRABALHO.................................................................................15 4. SUBSISTEMA: CABEAMENTO HORIZONTAL ....................................................................20 5. SUBSISTEMA: SALA DE TELECOMUNICAÇÕES ..................................................................29 6. SUBSISTEMA: BACKBONE ...............................................................................................32 7. SUBSISTEMAS: SALA DE EQUIPAMENTOS E INFRAESTRUTURA DE ENTRADA ...................39 8. PROJETANDO: DESENHO TÉCNICO E PLANTA BAIXA ........................................................43 9. DESENVOLVENDO UM PROJETO ......................................................................................49 10. ADMINISTRAÇÃO DO CABEAMENTO ESTRUTURADO .......................................................52 11. MEMORIAL DESCRITIVO .................................................................................................56 12. DIAGRAMA UNIFILAR E MAPA DE LANÇAMENTO DE CABOS ............................................59 13. LISTA E ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DOS MATERIAIS UTILIZADOS(LM) E LISTA E ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DOS SERVIÇOS EXECUTADOS(LS) .............................................63 14. PROJETO E INSTALAÇÃO: DICAS E TRUQUES ....................................................................66 15. CERTIFICAÇÃO E TESTES DE SISTEMAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO .........................70 Glossário ..............................................................................................................................75 Referências ..........................................................................................................................77 www.esab.edu.br 7 1 Cabeamento estruturado: premissas e normas Objetivo Apresentar ao aluno os conceitos e fundamentos do cabeamento estruturado Durante muito tempo, os edifícios comerciais têm possuído sistemas independentes de fios e/ou cabos para cada um de seus serviços: sejam de rede telefônica, rede de sensores de presença, controle de acesso de pessoas (catraca), para os controles de temperatura ambiente, para os sensores de incêndio e alarme, redes de computadores, enfim, os vários sistemas de cabos existentes nos edifícios comerciais eram simples e cada serviço era implantado em um sistema de cabeamento independente, o que causava transtornos de gerenciamento e manutenção. Os avanços da tecnologia propiciam hoje a evolução que chamamos “Edifícios Inteligentes” onde convergimos todos os possíveis serviços e automações para um único tipo de cabeamento, gerenciado e centralizado. Este conceito traz consigo a facilidade de reconfigurar a rede de forma que o que é hoje um ponto de rede de computador, a partir de manobras na sala de telecomunicações possa ser amanhã um ponto de circuito fechado de televisão, ou um sensor de temperatura que controla o ar-condicionado, ou até mesmo um sensor de presença que atue como alarme. Tudo isso, de maneira simples. O cabeamento estruturado também facilita a automação predial e a distribuição de facilidades de telecomunicações internas e externas, incluindo voz, dados e imagem. Mas para isso, é essencial um projeto de redes que comporte essas premissas. www.esab.edu.br 8 Tenha em mente que existem muitas metodologias de projetos de redes e que muitas delas foram desenvolvidas por grandes empresas do setor (Cisco, 3Com, IBM, etc.), e, com o objetivo de sempre torná- las mais rápidas e eficientes. O avanço da sociedade moderna causou uma transição de uma economia industrial para uma economia de informação, alterando profundamente o mundo do trabalho e como as pessoas executam suas tarefas neste mundo. As comunicações entre parceiros, funcionários e clientes estão profundamente ligadas às tecnologias de rede tal como Internet, e-commerce, videoconferência, voz sobre IP, ensino a distância e toda essa tecnologia é difundida dentro da organização a partir da infraestrutura que começaremos a estudar e a empregar em um projeto exemplo aqui. Para não errarmos nisso, já que Projetos de Redes remontam a grandes montantes de investimento, precisamos nos apoiar em métodos, premissas e normas. Uma metodologia muito utilizada e já consagrada para o projeto de redes é a metodologia top-down, ela se baseia no princípio da análise das prioridades do cliente e de seus objetivos, independentemente de ele ser um departamento dentro da própria empresa ou um cliente externo. Esse método se divide em quatro fases: Fase 1: Identificação das necessidades e das metas dos clientes Diz respeito a análise de requisitos. Deve identificar as metas do negócio e os requisitos técnicos necessários para colocar a tecnologia a favor do cliente. Devemos entender que toda esta tecnologia está a serviço do cliente e não o contrário. Tudo aquilo que não for convergente com a estratégia e posicionamento do cliente deverá ser descartado. www.esab.edu.br 9 Fase 2: Projeto da rede lógica Durante esta fase, um projetista se preocupa com questões como o tamanho da rede, as características de tráfego, o projeto de endereços IP e a parte de segurança e gerenciamento da rede. Fase3: Projeto da rede física Esta fase começa pela seleção do tipo de cabeamento a ser utilizado, o dimensionamento da infraestrutura que o sustentará, o dimensionamento de salas e armários de telecomunicações que conterão as conexões de rede e os equipamentos, os caminhos por onde este cabeamento passará e sua devida identificação. Fase 4: Testes, otimização e documentação do projeto de rede As etapas finais no projeto de redes top-down são escrever e implementar um plano de testes que irá verificar a qualidade da execução do projeto, testando cada um dos cabos que estão interligando as áreas de trabalho com o armário de telecomunicações. Se os resultados dos testes indicarem quaisquer problemas de desempenho, poderemos identificar a origem do problema, atuar sobre a causa e eliminá-la. Nesta fase também documentamos tudo o que tange a documentação da rede para que possamos administrá-la durante toda a sua vida útil. NORMAS As normas servem como um guia de melhores práticas para o desenvolvimento de um projeto de rede. Especificamente para o projeto físico, elas foram em grande parte, desenvolvidas por empresas e instituições de pesquisas norte-americanas, motivo pelo qual elas são amplamente adotadas no Brasil. www.esab.edu.br 10 A TIA/EIA (Telecommunication Industry Association /Electronic Industries Alliance) são responsáveis pela geração das normas em vigor relacionadas ao cabeamento de edifícios. Das normas mais importantes e significativas da EIA/TIA temos: • EIA/TIA-568-C: esta norma define os principais conceitos do cabeamento estruturado, seus elementos, a topologia, tipos de cabos e tomadas, distâncias e testes de certificação. • TIA-569-C: norma de padronização de projeto de caminhos e espaços de telecomunicações para edifícios comerciais. Define a área ocupada pelos elementos do cabeamento estruturado, as dimensões e taxa de ocupação dos encaminhamentos e demais informações construtivas. • TIA-606-B: especifica técnicas e métodos para identificar e gerenciar a infraestrutura de telecomunicações em edifícios. Norma Brasileira No Brasil, a primeira norma de cabeamento estruturado surgiu no ano de 2000, com o nome de NBR 14565 – Procedimento Básico para elaboração de Projetos de Cabeamento de Telecomunicações para Rede Interna e basicamente foi uma tradução da norma americana EIA/TIA- 568-A de 1995. Posteriormente, em 2007, esta norma brasileira sofreu uma revisão e atualização, tendo como base a norma internacional ISO/ IEC 11801 2ª ed., mudando o nome para NBR 14565 – Cabeamento de Telecomunicações para Edifícios Comerciais e, mais recentemente, em 2013, o comitê da ABNT revisou o que hoje é a versão em vigor, chamada de NBR 14565 – Cabeamento Estruturado para Edifícios Comerciais e Data Centers. De acordo com a ABNT, esta norma especifica diretamente ou via referência: a. a estrutura e configuração mínima para o cabeamento estruturado; b. as interfaces para as tomadas de telecomunicações (TO) e tomadas de equipamentos (EO); www.esab.edu.br 11 c. os requisitos de desempenho para enlaces e canais individuais de cabeamento; d. as recomendações e requisitos gerais; e. os requisitos de desempenho para o cabeamento para as distâncias mínimas e máximas especificadas; f. os requisitos de conformidade e procedimentos de verificação. As normas EIA/TIA, ISO/IEC 11801 e NBR14565 se aplicam e tratam da mesma tecnologia e você terá noções das principais diferenças entre elas. Uma das principais diferenças está relacionada a nomenclatura dada a cada componente ou subsistema da rede. TIA/EIA 568B NBR 14565:2000 ISO/IEC 11801 2ª Ed NBR 14565:2007 NBR 14565:2013 Work Area Área de Trabalho Work Area Área de Trabalho (WA) Área de Trabalho (WA) Telecommunication Room Armário de Telecomunicações Telecommunication Room Sala de Telecomunicações (TR) Sala de Telecomunicações (TR) Horizontal Cabling Cabeamento Secundário Horizontal Cabling Cabeamento Horizontal Cabeamento Horizontal Equipment Room Sala de Equipamentos Equipment Room Sala de Equipamentos (ER) Sala de Equipamentos (ER) Entrance Facilities Sala de Entrada de Telecomunicações Building Entrance Facilities Infra-estrutura de Entrada (EF) Infra-estrutura de Entrada (EF) Intrabuilding Backbone Cabeamento Primário Building Backbone Cabling Backbone de Edifício Backbone de Edifício Interbuilding Backbone Cabeamento de Interligação Campus Backbone Cabling Backbone de Campus Backbone de Campus Horizontal Cross- Connect Distribuidor Secundário Floor Distributor Distribuidor de Piso(FD) Distribuidor de Piso(FD) Intermediate Cross- Connect Distribuidor Intermediário Building Distributor Distribuidor de Edifício(BD) Distribuidor de Edifício(BD) Main Cross-Connect Distribuidor Geral de Telecomunicações Campus Distributor Distribuidor de Campus(CD) Distribuidor de Campos(CD) www.esab.edu.br 12 2 Os subsistemas do cabeamento estruturado Objetivo Apresentar termos e definições dos subsistemas do cabeamento estruturado De acordo com a ABNT, aplicam-se os seguintes termos e definições: Área de trabalho: espaço do edifício no qual os seus ocupantes interagem com os serviços disponibilizados pelo cabeamento estruturado. Backbone de campus: cabo que conecta o distribuidor de campus ao(s) distribuidor(es) de edifício. NOTA: Os cabos de backbone de campus podem também conectar diretamente os distribuidores de edifício entre si. Backbone de edifício: cabo que conecta o distribuidor de edifício ao distribuidor de piso. Cabeamento: sistema de cabos, patch cords e hardware de conexão, com capacidade para suportar um amplo espectro de aplicações de tecnologia da informação. Cabo horizontal: segmento de cabo que conecta o distribuidor de piso ao ponto de consolidação (opcional) ou às tomadas de telecomunicações. Campus: conjunto de edifícios de uma área privativa. Cordão da área de trabalho: cordão para a conexão da tomada de telecomunicações ao equipamento do usuário. Cordão de equipamento: cordão para a conexão do equipamento ativo ao distribuidor. www.esab.edu.br 13 Distribuidor de campus: Hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento de backbone de campus. Distribuidor de edifício: hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento de backbone de edifício. Distribuidor de piso: hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento horizontal. Hardware de conexão: componente ou combinação de componentes usados para conectar cabos ou elementos do cabo. Patch cord (cabo de manobra): cordão com conectores em ambas as extremidades. Patch panel: painel com hardware de conexão usado para a distribuição dos subsistemas do cabeamento. Sala de equipamentos: espaço destinado a abrigar os equipamentos de uso comum de toda a rede. NOTA: As salas de equipamentos diferem das salas de telecomunicações devido à natureza ou complexidade dos equipamentos. Sala de telecomunicações: espaço destinado a abrigar o distribuidor de piso, podendo conter o distribuidor de edifício e equipamentos de rede. Para simplificar os estudos, as normas dividiram os elementos funcionais de sistema de cabeamento estruturado em subsistemas, a saber: • Área de Trabalho(WA) onde o equipamento terminal de telecomunicações é usado e contém as tomadas a que esses equipamentos serão conectados; • Cabeamento Horizontal que é composto pelos cabos e caminhos que ligam do distribuidor de piso para a área de trabalho; www.esab.edu.br 14 • Sala de Telecomunicações que abrigam os elementos de interconexão entre o backbone de edifício e o cabeamento horizontal, chamado de Distribuidor de Piso(FD); • Backbone que interliga os distribuidores de piso do prédio e prédios vizinhos; • Sala de Equipamentos(ER) sala que abriga os equipamentos principais de telecomunicações do prédio; • Infraestrutura de Entrada(EF) local aonde se dá à entrada dos cabos externos metálicos ou ópticosdas concessionárias. A localização dos elementos dentro da rede pode ser melhor visualizada na próxima figura. Figura 1- Subsistemas do cabeamento estruturado Cada um destes subsistemas será detalhado nas unidades posteriores. Saiba Mais Assista a uma sequência de vídeos sobre o assunto cabeamento estruturado em: https://www.youtube.com/ playlist?list=PLBOpsvc_ yOHi3TzfuTcCKsARFqOx8kwM6 https://www.youtube.com/playlist?list=PLBOpsvc_yOHi3TzfuTcCKsARFqOx8kwM6 https://www.youtube.com/playlist?list=PLBOpsvc_yOHi3TzfuTcCKsARFqOx8kwM6 https://www.youtube.com/playlist?list=PLBOpsvc_yOHi3TzfuTcCKsARFqOx8kwM6 www.esab.edu.br 15 3 Subsistema: área de trabalho Objetivo Apresentar datalhadamente o subsistema área de trabalho Segundo a ABNT, as áreas de trabalho são os espaços em um edifício comercial nos quais os usuários da rede interagem com seus respectivos equipamentos terminais. Figura 2- Áreas de trabalho Cada posto de trabalho dentro do edifício comercial é considerado uma área de trabalho e por norma, deverá ser servido, no mínimo, por duas tomadas de telecomunicações. Geralmente, quando não possuímos o leiaute com divisão dos postos de trabalho, projetamos um mínimo 2 tomadas de telecomunicações para um máximo de 10 metros quadrados, sendo que obrigatoriamente as duas tomadas de telecomunicações deverão estar dispostas no mesmo espelho (face plate) para atender os requisitos de cabeamento estruturado e todas as adaptações de conexão utilizadas devem ser externas à tomada de superfície. www.esab.edu.br 16 Figura 3- Área de trabalho servida por duas tomadas de telecomunicações no mesmo faceplate Observe que as tomadas de telecomunicações devem ser sempre localizadas próximas das tomadas elétricas para a alimentação dos equipamentos. As tomadas de telecomunicações podem ser instaladas em canaletas de alumínio (como a foto) ou em outros tipos de infraestrutura como: • embutida na parede e instalada em espelhos padrão 4 x 2” ou 4 x 4”; • em caixas de superfície; • diretamente nos painéis dos mobiliários utilizados em ambientes comerciais; Mostraremos em um detalhe maior na próxima figura: Figura 4 - Detalhe das duas tomadas de telecomunicações em instalação em canaleta de alumínio www.esab.edu.br 17 Figura 5- Detalhe das duas tomadas de telecomunicações em instalação embutida na parede Geralmente especificamos duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho para que possamos habilitar em uma o serviço de rede e na outra um serviço de telefonia (que pode ser convencional ou telefonia por IP – vai depender do que o cliente tem disponível). A tomada de telecomunicações é padronizada, segue o padrão chamado RJ-45, que é compatível tanto com os cordões de rede (patch cords) como também é compatível com os conectores de telefonia convencional RJ-11 que se encaixam perfeitamente. Devemos apenas atentar na montagem e conectorização dos cabos de rede nas tomadas de telecomunicações, pois devemos obedecer uma sequência/código de cores. Figura 6- Montagem e conectorização do cabo de rede www.esab.edu.br 18 Dois padrões de conectorização são aceitos por norma: O padrão T568A e o padrão T568B, podemos adotar qualquer um dos dois, mas o escolhido deverá ser utilizado exclusivamente em toda a rede. No Brasil, as empresas de instalação de cabeamento estruturado costumam adotar o padrão T568A. Figura 7- Padrões de conectorização das tomadas de telecomunicações Como uma dica para fins de projeto recomenda-se que em locais onde haja mudanças frequentes de leiaute a previsão de instalação de work area adicional na parede oposta à já existente. Outra dica importante é evitar realizar o projeto utilizando tomadas de telecomunicações em caixas embutidas no piso, pois tal adoção compromete a integridade das tomadas devido à exposição à poeira e umidade. www.esab.edu.br 19 A ligação das tomadas de telecomunicações aos equipamentos terminais se dá pela utilização dos cabos patch cord. Ao contrário do cabeamento de rede que é constituído por cabo de oito vias de fios rígidos, o patch cord é constituído por cabo de oito vias que utiliza fios flexíveis, justamente para evitar problemas no manuseio. Apesar de ser possível, não devemos confeccionar estes cabos em campo, pois não temos como garantir sua certificação de qualidade e consequente resposta ao funcionamento em altas frequências. Estes cabos são vendidos prontos e em várias metragens a partir de 1,5 metros. Eles possuem selo de qualidade de verificação da ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. Figura 8- Patch Cord de fábrica constituído de fios flexíveis com selo ANATEL www.esab.edu.br 20 4 Subsistema: cabeamento horizontal Objetivo Apresentar datalhadamente o subsistema cabeamento horizontal. Todas as tomadas de telecomunicações nas áreas de trabalho são servidas pelo subsistema de cabeamento horizontal que irá convergir para o distribuidor de piso (FD) que atende àquele pavimento e que está abrigado dentro da Sala de Telecomunicações (TR). Existem uma série de considerações normativas importantes sobre este subsistema, como por exemplo: O cabeamento horizontal deve ser instalado na topologia estrela, conforme Figura 9. Esta topologia é caracterizada pela necessidade de um segmento de cabo exclusivo interligando cada porta do distribuidor de piso a uma única tomada de telecomunicações na área de trabalho atendida por este elemento. Isso significa que cada área de trabalho é atendida por, no mínimo, dois cabos. Figura 9- Topologia estrela e distribuição do cabeamento horizontal www.esab.edu.br 21 Enquanto uma das pontas do cabo do cabeamento horizontal é terminada em uma tomada RJ-45 na área de trabalho a outra extremidade é terminada em um bastidor de cabos, chamado patch panel¸ instalado dentro do distribuidor de piso, conforme você pode evidenciar na Figura 10. Figura 10- Terminações do cabeamento horizontal em patch panel (vista interior do distribuidor de piso) As conectorizações do cabeamento horizontal na parte traseira dos patches panels disponibiliza os cabos em conectores RJ-45 fêmea na parte frontal e estes serão interligados aos dispositivos ativos de rede (como switches) através de cabos flexíveis tipo patch cord. Figura 11. Figura 11- Distribuidor de piso contendo as interligações do switch para as áreas de trabalho através dos patches cords (em azul) www.esab.edu.br 22 Observe que este distribuidor comporta 12 espaços para equipamentos/ acessórios, cada espaço é chamado de “U”, portanto este distribuidor da figura anterior possui 12U. Os espaços não utilizados (1, 2, 4, 6, 8, 10, 11 e 12 estão fechados por tampas cegas. O switch ocupa a terceira posição, na quinta e nona posições temos réguas organizadoras de cabos e na posição sete, o patch panel que recebe os cabos provenientes do cabeamento horizontal que atende as áreas de trabalho. A distância máxima do cabeamento horizontal não pode exceder 90 metros e somados os patches cords em ambos os lados (área de trabalho e distribuidor de piso) a distância total do que chamamos de channel link não poderá exceder a 100 metros. Por norma, cada patch cord não poderá exceder ao tamanho de 10 metros. No exemplo da Figura 11estamos provendo para as áreas de trabalho apenas serviços de rede, mas e se desejarmos habilitar serviços de rede e telefonia convencional, como fazemos? Lembrando que cada área de trabalho é servida por, no mínimo, duas tomadas de telecomunicações, faremos a interligação ao switch de uma delas através de patch cord (azul) e a outra porta interligaremos ao sistema de telefonia (geralmente um PaBX) por outro patch cord(vermelho), conforme demonstra a Figura 12. Figura 12- Serviços de dados e voz distribuídos através dos cabos de manobras (patches cords) para as áreas de trabalho www.esab.edu.br 23 Todo este cabeamento horizontal deverá estar protegido por alguma infraestrutura de distribuição quer seja ela eletroduto embutido, eletrodutoaparente, canaletas, eletrocalha, sistemas de distribuição sobre o forro ou sistema de distribuição sob piso elevado. Em todos os casos devemos atentar para a integridade dos cabos. Eles não poderão em hipótese alguma durante o lançamento: sofrer tração excessiva, torção, prensagem sob risco de comprometimento de suas características de desempenho. Para isso, toda a infraestrutura de encaminhamento de cabos deverá ser projetada com uma folga, como consideração normativa, prevendo uma ocupação inicial de apenas 40% de sua capacidade. Algumas considerações técnicas para instalações em: ELETRODUTOS São encaminhamentos normalmente de natureza tubular, mais usados em instalações embutidas, podendo ser metálicos ou não, rígidos ou flexíveis. • O comprimento do duto entre curvas ou caixas de passagem deverá ser de no máximo 30 metros; • Recomenda-se uma caixa de passagem a cada 10m, para garantir a integridade do cabo durante o lançamento e as atividades de manutenção. • Utilize no mínimo dutos de 1”, e na prática evite lances com mais de duas curvas de 90 graus. Ver Figura 13. • Os dutos deverão ser desenhados para acomodação de todos os tipos de cabos de telecomunicação (voz, dados, imagem etc.); • O raio interno de uma curva deve ser de no mínimo 6 vezes o diâmetro do duto. Quando este possuir um diâmetro interno maior do que 50 mm, o raio interno da curva deverá ser de no mínimo 10 vezes o diâmetro interno do duto; • Utilizar dutos, que contenham divisão interna, se a eletricidade for um dos serviços compartilhados; www.esab.edu.br 24 Figura 13- Instalação aparente de eletroduto em aço galvanizado CANALETAS As canaletas são normalmente retangulares e em perfil, com uma cobertura removível para fácil acesso. Elas podem ser metálicas ou não e acompanham o perímetro das paredes das salas. Ao instalar canaletas é importante observar: • São aplicadas quando há falta de elementos de distribuição, e preferencialmente em paredes de alvenaria. • A área interna de uma canaleta deve permitir ocupação que varia de 40 a 60%, dependendo do raio de curvatura dos cabos instalados; • Verificar cuidadosamente o raio mínimo de curvatura dos cabos, quando existirem curvas no trajeto da infraestrutura. As canaletas poderão ser de plástico ou alumínio e deverão possuir taxa de ocupação suficiente para não danificar o cabo. Quando eletricidade for um dos serviços compartilhados a caneleta deverá ser metálica e possuir septo divisor e tampas também metálicas, conforme Figura 14. Geralmente, cada fabricante disponibiliza uma tabela para cada modelo de canaleta com as indicações de taxa de ocupação para cada tipo de cabo a ser utilizado. Consulte o fabricante de sua preferência. Como um exemplo, temos a Figura 15. www.esab.edu.br 25 Figura 14- Canaleta metálica com septo divisor para distribuição de energia e telecomunicações Figura 15- Tabela de taxa de ocupação de caneleta www.esab.edu.br 26 ELETROCALHAS As eletrocalhas podem ser galvanizadas perfuradas ou lisas, dependendo do local de uso. Se houver problemas com aquecimento recomenda-se o uso das perfuradas por oferecer melhor ventilação e as do tipo lisa com tampa que evitam o acúmulo de sujeira. Não se deve instalar eletrocalhas acima de aquecedores, linhas de vapor ou incineradores. Possuem uma série de acessórios como derivações de decida ou subida, curvas horizontais ou verticais, adaptadores de eletrodutos, etc. É necessário sempre respeitar o raio interno de curvatura dos dutos e eletrocalhas, que não deverá ser menor do que 150 mm. As eletrocalhas podem ser instaladas sobre o forro ou debaixo do piso elevado: • Malhas de distribuição sobre o teto Áreas de teto (forro) também podem ser usadas para encaminhamento de cabos de telecomunicações. Deve-se considerar o uso de cabos do tipo plenum (não propagante a chamas) se a passagem de cabos através do forro ou teto também for utilizada para a distribuição ou retorno de ar condicionado sem dutos. Os elementos de suporte dos encaminhamentos de teto deverão permitir a fixação a uma altura mínima de 75 mm acima de eventuais tetos falsos. Figura 16- Sistema de eletrocalha lisa fixada ao teto por perfilado tipo ZZ www.esab.edu.br 27 Figura 17- Sistema de eletrocalha ventilada fixada a parede por mão francesa Como cuidados de instalação temos: • Cuidado no manuseio devido as eletrocalhas serem cortantes. Utilize sempre luvas; • As eletrocalhas deverão sempre serem parafusadas de dentro para fora e seu parafuso deve ser de cabeça lisa; • Deve-se sempre manter uma distância mínima da parede para o caso de ser necessário a colocação de tampa; • Malhas de distribuição sob piso elevado É comum a utilização de sistema de distribuição de cabos sob o piso elevado. Ele poderá ser realizado através de eletrocalhas lisa, perfuradas ou aramadas. Geralmente damos preferência a não misturar cabos de distribuição elétrica e cabos de telecomunicações, mas em casos extremos, podemos utilizar eletrocalhas lisas com septo divisor e tampa. Figura 18 www.esab.edu.br 28 Figura 18- Eletrocalhas aramadas separadas para distribuição de telecomunicações e energia Estudo Complementar Os cabos utilizados em redes internar podem ter classificação de flamabilidade, isto é, características específicas de comportamento frente a chama. Vamos saber um pouco mais? www.esab.edu.br 29 5 Subsistema: sala de telecomunicações Objetivo Apresentar datalhadamente o subsistema sala de telecomunicações. A Sala de Telecomunicações(TR) é o ambiente físico onde se encontra o Distribuidor de Piso(FD) que recebe o link principal (backbone) e o distribui através dos dispositivos ativos (switches) ao cabeamento horizontal. Se as áreas de trabalho atendidas no pavimento forem poucas, o distribuidor de piso (armário de telecomunicações) pode ser instalado na parede ou chão e não possuir uma sala específica para ele. Conforme Figura 19 e Figura 20. Figura 19- armário de telecomunicações em rack de parede www.esab.edu.br 30 Figura 20- Armário de telecomunicações de pequeno porte instalado em piso Já se a área servida for muito grande espera-se que, por questões de segurança, o FD esteja em uma sala apropriada para este fim. A Sala de Telecomunicações(TR) deverá conter: • Iluminação de no mínimo 540 lux, medida no ponto de terminação, para a apropriada manutenção dos cabos; • Não possuir teto falso, a fim de facilitar o roteamento de cabos horizontais; • A porta da TR deverá possuir tamanho mínimo de 910mm de largura por 2000mm de altura e ter a sua abertura voltada para fora; • As tomadas de energia devem ser posicionadas nas paredes em intervalos máximos de 1,8m e em alturas conforme definido nas normas aplicáveis pela ABNT; • O aterramento elétrico da sala deverá estar conectado ao ponto principal de aterramento elétrico do edifício; • Os circuitos elétricos de distribuição deverão ser dedicados para alimentação elétrica de Ti, não devendo ser compartilhados com sistemas de refrigeração (ar-condicionado) ou quais outros serviços que não sejam para o funcionamento dos equipamentos de Ti. • O tamanho necessário para a Sala de Telecomunicações deverá ser em função da área atendida, ou seja, uma TR para até 1.000 metros quadrados. www.esab.edu.br 31 A Tabela 1nos fornece os dados necessários para o correto dimensionamento do espaço das Salas de Telecomunicações(TR) Área Atendida WA (10 m2) nº de pontos de telecom Dimensões 100 10 20 - 100<<500 11 a 49 22 a 98 - 500 50 100 Sala de 3,0 x 2,2m 800 80 160 Sala de 3,0 x 2,8m 1000 100 200 Sala de 3,0 x 3,4m >1000 Recomenda-se uma segunda TR www.esab.edu.br 32 6 Subsistema: backbone Objetivo Apresentar datalhadamente o subsistema backbone. Contempla o Backbone de Edifício que é o sistema de cabeamento que interconecta as Salas de Telecomunicações(TR) de cada pavimento do edifício comercial à Sala de Equipamentos(ER) que é onde está o Distribuidor de Edíficio(BD).O BD é o rack que concentra todos estes cabos de backbone. É preciso que compreender de cada distribuidor de piso, em cada pavimento, parte um cabo de backbone que será interligado no BD que está dentro da Sala de Equipamentos(ER). Em se tratando de uma rede tipo campus, onde possuímos mais de um edifício, teremos, também, um cabo backbone partindo do Distribuidor de Edíficio(BD) através da rede externa e conectando-se ao Distribuidor de Campus do outro prédio. Neste outro prédio, um cabeamento backbone interno conectará o Distribuidor de Campus aos seus respectivos distribuidores de piso (FD) em cada pavimento. Conforme ilustra a Figura 21. www.esab.edu.br 33 Figura 21- Esquema de interligação do subsistema backbone A topologia adotada para a implementação do backbone é a estrela com até dois níveis hierárquicos. Esta topologia permite uma ampla variedade de aplicações contemplam dados, voz e imagem. Tendo dois tipos de backbone um interno (backbone de edifício) e um externo (backbone de campus) é de se considerar diferenças significativas de infraestrutura entre eles. BACKBONE DE CAMPUS Os cabos utilizados em interligações externas são específicos para este fim pois precisam suportar as intempéries e as condições adversas da instalação, como: excessiva exposição a umidade, altas cargas de tração na instalação e na acomodação dos cabos, possibilidade de ataque de roedores, descargas atmosféricas, entre outros. Os cabos de par trançado multipares para distribuição de telefonia em rede externa devem ser preferencialmente do tipo CCE-APL para cabos de até seis pares ou CTP-APL para cabos de 10 a 2400 pares, ambos os cabos podendo possui núcleo seco ou protegido por geleia de petróleo. Figura 22 e Figura 23. www.esab.edu.br 34 Figura 22- Cabo tipo CCE - disponível em configuração de 2 a 6 pares Figura 23- Cabo CTP-APL e configurações disponíveis As distâncias máximas de interligação entre prédio para estes tipos de cabos telefônicos estão limitadas a 2000 metros para aplicações de voz e PABX e até 200metros para redes telefônicas digitais de serviços integrados (ISDN/RDSI). Redes de dados interligando entre edifícios utilizando cabos metálicos de rede não podem ultrapassar os 100 metros e na prática devem ser evitadas, dando preferência de utilização de cabos utilizando fibras ópticas. De uma maneira bem simplificada, temos dois tipos básicos de fibras ópticas que poderão ser utilizadas para a interligação da rede de dados entre edifícios. As fibras ópticas do tipo multimodo e as fibras ópticas do tipo monomodo. www.esab.edu.br 35 As fibras ópticas do tipo multimodo suportam taxas de transmissão de bits e distâncias menores se comparadas as fibras monomodo, por exemplo: Distâncias e taxas para as fibras do tipo multimodo: 100Mbps até uma distância máxima de 2km; 1Gbps até uma distância máxima de 1040 metros; 10Gpbs até uma distância máxima de 540 metros. A necessidade por distâncias x taxas de transmissão maiores em redes externas entre prédios fazem muitas vezes com que os usuários optem pelo uso das fibras ópticas do tipo monomodo. Outra consideração importante é quanto ao tipo de invólucro (cabo) que envolve esta fibra óptica e dá proteção e resistência a umidade, intempéries, tração e etc. Os cabos de fibra ópticas de uso externo possuem camadas de proteção e são chamados de cabos tipo loose. Figura 24- Estrutura física de um cabo tipo loose contendo fibras ópticas O cabo é chamado de loose devido a existência de um ou vários tubos preenchidos com geleia de petróleo que podem conter cada um, no máximo 12 fibras ópticas. As fibras ópticas ficam soltas (loose) dentro dos tubos. www.esab.edu.br 36 BACKBONE DE EDIFÍCIO Cada TR distribui cabeamento horizontal para as áreas de trabalho no pavimento onde se encontra, porém, as ligações de rede vêm através do cabeamento backbone de edifício (vertical) que liga cada andar a Sala de Equipamentos(ER) que geralmente se encontra no térreo. Figura 25- Vários armários de telecomunicações(TR) de onde parte backbone vertical para a Sala de Equipamentos(ER) O backbone de edifício pode ser constituído por cabos de telecomunicações do tipo metálico tanto de rede como de telefonia ou por cabos de fibra óptica, tanto multimodo ou monomodo (a escolha irá depender da taxa de transmissão desejada e das distâncias envolvidas). Um detalhe importante é que redes internas não podem ser constituídas por cabos ópticos do tipo loose pois estes costumam ser inflamáveis. Os cabos ópticos mais utilizados para redes internas são os do tipo tight e muitos deles possuem características de serem retardantes e não propagantes à chama. www.esab.edu.br 37 Figura 26- Cabo de fibra óptica tipo tight Como não estão sujeitas as mesmas ameaças de um cabo óptico de uso externo, os cabos tipo tight são mais finos, flexíveis e delgados. Todos os cabos ópticos (uso externo e uso interno) precisam ter as suas terminações disponibilizadas em módulos responsáveis pela acomodação e proteção das emendas de transição entre as fibras do cabo óptico e as extensões ópticas que disponibilizam os sinais em conectores. Estes módulos são chamados de Distribuidores Internos Ópticos(DIO). Eles são oferecidos nas versões para rack e parede conforme as figuras 27 e 28. Figura 27- Distribuidor Interno Ópticos para utilização dentro de armário de telecomunicações www.esab.edu.br 38 Figura 28- Distribuidor Interno Óptico para fixação em parede Observem que devemos dimensionar o DIO para comportar a quantidade de fibras ópticas que o cabo possui. Na Figura 27- Distribuidor Interno Ópticos para utilização dentro de armário de telecomunicações - o DIO de rack comporta até 24 fibras ópticas e na Figura 28 o DIO de parede comporta apenas um cabo óptico com seis fibras ópticas. Preste atenção também que cada fibra óptica do cabo é “emendada” com uma extensão óptica pré-conectorizada, que disponibiliza o sinal luminoso que chega pela fibra em um conector óptico. Saiba Mais Curioso para saber como se faz uma fusão de fibra óptica? Neste vídeo o Eng. Carlos Cruz do Grupo Policom demonstra este processo. https://www.youtube.com/ watch?v=53Xvs0VDiXQ https://www.youtube.com/watch?v=53Xvs0VDiXQ https://www.youtube.com/watch?v=53Xvs0VDiXQ www.esab.edu.br 39 7 Subsistemas: sala de equipamentos e infraestrutura de entrada Objetivo Apresentar datalhadamente o subsistema sala de equipamentos e infrastrutura de entrada. SALA DE EQUIPAMENTOS(ER) É o espaço físico que recebe os servidores de rede, os sistemas de backup, os roteadores, sistemas de proteção contra invasão (firewall), enfim todos os equipamentos de conectividade de grande porte necessários ao funcionamento da rede. Desta sala partem os cabos backbone de edifício e os cabos backbone de campus. Existem vários detalhes regidos por norma para a especificação e utilização desta área, dentre os mais importantes temos: • Ser localizada em um espaço que permita expansões futuras e facilidade de movimentação de equipamentos, principalmente os de grande porte; • O tamanho da ER deverá ser calculado em função do provimento de 0,07m2 de espaço físico para cada work area atendida e seu tamanho mínimo deverá ser de 14m2; • Deverá possuir temperatura e umidade controladas, na faixa de 18 a 24 graus, com 30 a 50% de umidade; • A Sala de Equipamentos necessita de interligação de um eletroduto de, no mínimo, 1 1/2” para o provimento de vinculação ao aterramento elétrico central do edifício; • É necessária a utilização de um sistema secundário de provimento de energia elétrica para fins de emergência e de proteção contra variações de tensão (no-break); • Os cabos metálicos provenientes de rede externa necessitam passar por dispositivos de proteção contra surtos (DPS) para evitar que descargas atmosféricas venham a danificar os equipamentos localizados dentro da ER. www.esab.edu.br 40 Figura 29- Sala de Equipamentos(ER) INFRAESTRUTURADE ENTRADA(EF) A entrada de facilidades do edifício pode ser localizada dentro da própria sala de equipamentos, ou em espaço próprio em ambiente separado. Isso dependerá do tamanho do projeto ou das exigências das concessionárias locais dos serviços contratados de telefonia/internet. Tenha em mente que é através dessa infraestrutura de entrada que o interior do edifício se comunica com as facilidades do exterior, como a chegada do cabo da companhia telefônica, dos cabos provenientes de antenas (satélite, micro-ondas), TV a cabo e cabeamento backbone, provenientes dos demais prédios que fazem parte desta rede tipo campus. É na entrada de facilidades que costumamos realizar a proteção dos cabos metálicos provenientes da rede externa contra surtos. Figura 30. Os dispositivos de proteção contra surto (DPS), em destaque na cor laranja na foto, só conseguem realizar adequadamente as suas funções, se forem instalados corretamente e em infraestrutura devidamente ligada ao aterramento elétrico de TI. www.esab.edu.br 41 Figura 30- Proteção dos cabos metálicos telefônicos contra surtos utilizando DPS Devemos sempre considerar entradas duplicadas, quando as instalações forem especiais e não puderem ter o seu serviço interrompido, como edifícios de segurança pública, aeroportos, bases militares, polícia, bombeiros, hospitais e centros de computação e telecomunicações. É importante frisar que a entrada de facilidades do edifício pode ser contemplada apenas por mero armário, conforme a Figura 31. Este armário é constituído de uma estrutura metálica com fundo de pranchão de madeira onde os elementos são fixados. É possível verificar, no canto superior direito, uma barra de aterramento elétrico, fixada sobre isoladores na cor laranja. Figura 31- Entrada de facilidades predial tipo armário www.esab.edu.br 42 Estudo Complementar Todas as vezes que rompemos a integridade de um ambiente, nós comprometemos o comportamento desse ambiente frente à chama. Por isso, é necessário restabelecer esta integridade com o uso das proteções passivas corta fogo… Fórum Caro estudante, participe do nosso Fórum de discussões. Lá você poderá interagir com seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, por meio da interação, a construção do seu conhecimento. Vamos lá! www.esab.edu.br 43 8 Projetando: desenho técnico e planta baixa Objetivo Aprender como consultar e os conceitos de desenho técnico e planta baixa Uma das coisas mais importantes que devemos saber, antes de nos enveredarmos pelo nosso projeto, é compreender a representação do mundo real em escalas menores, para que caiba no tamanho de nosso papel, por exemplo. Para isso, é muito comum usarmos o escalímetro. Ele é um instrumento de desenho técnico utilizado para desenhar objetos em escala ou facilitar a leitura das medidas de desenhos representados em escala. Podem ser planos ou triangulares. Figura 32- Representação de um metro na escala reduzida de 1:200 e 1:100 respectivamente O escalímetro, escala ou régua triangular, é dividido em três faces, cada qual com duas escalas distintas. O escalímetro convencional, por padrão utilizado na engenharia e na arquitetura é aquele que possui as seguintes escalas 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100; 1:125. Cada unidade marcada nas escalas do escalímetro corresponde a um metro. Isso significa que aquela dada medida corresponde ao tamanho de um metro na escala adotada. www.esab.edu.br 44 As escalas de redução recomendadas pela ABNT, através da norma NBR 6492 para a representação de projetos de arquitetura são: 1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100; 1:200; 1:250; 1:500. Geralmente a planta baixa, quando produzida em escala, traz no próprio desenho, a identificação de qual escala deve-se utilizar, como por exemplo: Esta informação também poderá vir explicitada no carimbo, no canto inferior direito da planta baixa, conforme figura: Figura 33- Exemplo de carimbo utilizando em planta baixa Além da escala, existem também as simbologias e nomenclaturas de representação dos componentes de uma rede de computadores. www.esab.edu.br 45 Por exemplo: As tomadas de telecomunicações são geralmente identificadas com a seguinte construção de nomenclatura: PT XX XXX onde: PT é o ponto de telecomunicações; XX representa o pavimento onde está instalada a tomada; XXX representa o sequencial do PT. Podemos visualizar tanto a nomenclatura, quanto a simbologia no fragmento de projeto na Figura 34. Figura 34 - Fragmento de projeto de redes www.esab.edu.br 46 Observe que para representarmos o ponto de telecomunicações, utilizamos a simbologia: Figura 35- Representação de ponto de telecomunicações (duplo) em planta Atente, na Figura 35, que essa simbologia contempla as duas tomadas RJ-45 no mesmo espelho. Isso é evidenciado pelas duas identificações (PT02007 e PT02008), que indicam as tomadas de números 007 e 008 do segundo pavimento. Essa mesma identificação deverá estar afixada em cada respectiva tomada de telecomunicações na área de trabalho. Agora, voltemos a observar a Figura 34, observe que as tomadas de telecomunicações estão ligadas por uma linha contínua que, neste caso, representa a utilização de eletrodutos embutidos no teto. Temos uma nomenclatura que indica quantos e quais cabos estão passando pela infraestrutura. Esta nomenclatura tem a seguinte construção: • XX x CSU4P • ww yyy a zzz • onde: • XX -> quantidade de cabos utilizando a infraestrutura; • CSU4P -> Cabo secundário UTP de 4 pares; • ww -> pavimento; • yyy a zzz -> sequenciais dos cabos. www.esab.edu.br 47 Figura 36-Exemplo de identificação de cabeamento horizontal Assim sendo, o exemplo da Figura 36 nos remete a: Passagem de seis cabos UTP de 4 pares, do cabo número sete ao cabo número doze, no 17º andar. Por exemplo, é possível evidenciar que os cabos 27 e 28 alimentam a primeira área de trabalho à esquerda dentro do desenho, pois esses cabos não seguem mais dentro da tubulação. No Quadro 1 a seguir, destacamos as principais simbologias utilizadas em projetos de cabeamento estruturado. No exemplo abaixo, podemos observar a utilização de eletrodutos embutidos no piso. Podemos inferir isto devido à simbologia utilizada para a representação das tomadas de telecomunicações. Lembre-se de que este tipo de instalação não é recomendado, pois expõe as tomadas à sujeira e contaminação. O que queremos destacar neste exemplo é como se faz a identificação de cada trecho de eletroduto. Pela análise da figura, conseguimos saber quantos cabos passam pela infraestrutura e quais cabos alimentam cada tomada de telecom. Figura 37- exemplo de identificação de encaminhamento de cabos www.esab.edu.br 48 Por exemplo, é possível evidenciar que os cabos 27 e 28 alimentam a primeira área de trabalho à esquerda dentro do desenho, pois esses cabos não seguem mais dentro da tubulação. No Quadro 1 a seguir, destacamos as principais simbologias utilizadas em projetos de cabeamento estruturado. Quadro 1- Principais simbologias utilizadas Estudo Complementar Vamos aprimorar nossos conhecimentos adquiridos até agora? Disponibilizei um guia comercial que aborda os principais tópicos vistos até aqui. www.esab.edu.br 49 9 Desenvolvendo um projeto Objetivo Aprender como desenvolver um projeto de redes de computadores. Trabalharemos a planta baixa da Figura 38 como um exemplo. Figura 38- Planta baixa exemplo Inicialmente, devemos conduzir a análise preliminar de infraestrutura do projeto. Verificar: 1. Quantas áreas de trabalho(WA) e tomadas de telecomunicações atendem o cliente. Faça a contagem de todos os conectores RJ-45 fêmea e espelhos a serem utilizados, faça também a soma de todos os patches cords a serem utilizados (dois para cada uma das tomadas de telecomunicações); www.esab.edu.br 50 2. Qual o tipo de cabo de rede e qual a metragem a ser utilizada? Para determinar a metragem de cada ponto de telecomunicações, execute a medição do comprimentohorizontal do caminho, do TR até este ponto, acrescente as subidas e descidas ao longo do percurso e some quatro metros para a terminação do cabo no rack e mais vinte centímetros para terminação na área de trabalho. Lembre-se de que cada WA é servida por, no mínimo, dois cabos de telecomunicações. 3. Verifique o tipo de infraestrutura que irá suportar os cabos (canaletas, eletrodutos, etc) e especifique as curvas, caixas de passagem e demais acessórios a serem instalados. 4. A partir da definição das quantidades de áreas de trabalho servidas, especifique o tamanho do Armário de Telecomunicações (AT), sua localização na planta e os acessórios que fazem parte de sua montagem (vide AT montado na Figura 11). 5. Verifique se o AT possui a quantidade de equipamentos ativos (switches) para ativar as Áreas de Trabalho. 6. Verifique se o AT possui energia e climatização. 7. Verificar se existirá backbone interligando este AT à Sala de Equipamentos(ER), caso exista, especificar o tipo de cabo de interligação e demais acessórios (se houver). 8. Caso exista Sala de Equipamentos, verificar se ela atende aos pré- requisitos normativos necessários. Documentação do Projeto A documentação mínima do projeto é composta pelos itens a seguir: www.esab.edu.br 51 MEMORIAL DESCRITIVO Carta de apresentação Dados da empresa do cliente Quantidade total de pontos Categoria do cabeamento Padrão de cores adotado (T568A ou T568B) Citação das normas aplicadas Referências e características de produtos (referências a catálogos) LISTA DE MATERIAL Descrição dos produtos Código dos produtos Quantidade PLANTA DE DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS Identificação dos pontos Identificação das salas técnicas e racks PLANTA DE CAMINHOS Planta com a distribuição e identificação do cabeamento horizontal Identificação da quantidade de cabos na infraestrutura Diagrama dos racks Identificação de backbones (se houver) NOMENCLATURA Carimbo em todas as plantas Legenda e simbologia Nomenclatura DOCUMENTAÇÃO ADICIONAL Mapa de lançamento de cabos Detalhes construtivos Testes e certificações Alguns desses itens já foram vistos, outros serão alvo de nossas próximas unidades. Tarefa dissertativa Caro estudante, convidamos você a acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a tarefa dissertativa. www.esab.edu.br 52 10 Administração do cabeamento estruturado Objetivo Compreender como é realizada a administração do cabeamento estruturado. O projeto de rede de telecomunicações deve levar em consideração todas as necessidades de administração da infraestrutura do cabeamento estruturado. A norma americana TIA-606-B: especifica técnicas e métodos para identificar e gerenciar a infraestrutura de telecomunicações em edifícios, contemplando cinco áreas principais: • Espaços de telecomunicações; • Rotas de telecomunicações; • Mídia de transmissão; • Hardware de terminação; e • Links e aterramento Cada uma destas cinco áreas deve ser identificada, abrangendo: As áreas onde as terminações dos cabeamentos horizontais e backbone estão localizadas. Isso envolve a identificação das áreas de trabalho, armários de telecomunicações, salas de equipamentos e facilidades de entrada; Isso envolve a identificação de cada tomada de telecomunicações que faz parte da Work Área, da identificação de ambas as extremidades de cada cabo do cabeamento horizontal, Sala de Telecomunicações, Distribuidores de Piso, Salas de Equipamentos, enfim, tudo deverá ser devidamente identificado. www.esab.edu.br 53 Para isso, o uso de uma Rotuladora profissional é extremamente indicado, pois utiliza etiquetas flexíveis, próprias para o uso em telecom, pois são imunes à água, poeira, não descolando facilmente. Figura 39- Rotuladora profissional- marca Brother Na Figura 40 e Figura 41, verificamos a identificação de cada cabo do cabeamento horizontal Figura 40- Identificação das terminações do cabeamento horizontal localizadas atrás do distribuidor de piso(FD) Figura 41- Detalhe da identificação das terminações do cabeamento horizontal localizadas atrás do distribuidor de piso(FD) www.esab.edu.br 54 Este mesmo tipo de etiqueta é utilizado tanto para identificar cada ponto na área de trabalho, como a própria work área em si, conforme Figura 42. Figura 42- Identificação de circuitos elétricos, work area e tomadas de telecomunicações Identificação de Distribuidores de Piso (racks). Figura 43. Figura 43- Distribuidor de piso (FD) com devida identificação Se o distribuidor de piso não for fixado em parede, isto é, for do tipo pedestal e estiver no centro da Sala de Telecomunicações, a identificação necessita estar afixada tanto na parte da frente, como na parte traseira do rack, como se pode verificar na Figura 44. www.esab.edu.br 55 Figura 44- Identificação de rack tipo pedestal www.esab.edu.br 56 11 Memorial descritivo Objetivo Aprender como elaborar o memorial descritivo. O memorial descritivo é um importante documento que acompanha o projeto executivo de um cabeamento estruturado. Como o próprio nome diz, ele é a descrição da memória do projetista. O documento contém desde dados básicos, como nome da obra, endereço, previsão de início e conclusão, entre outras informações a respeito da execução do projeto. Também é necessário incluir no documento as características da edificação, objeto de nosso projeto, como quantidade de pavimentos e salas por pavimento, número de áreas de trabalho, podendo, inclusive, descriminar os serviços de telecomunicações que poderão ser distribuídos em cada uma das tomadas de informação. Basicamente, o memorial descritivo deve conter os seguintes itens: 1 - Dados básicos: a. Nome da edificação b. Endereço c. Proprietário d. Previsão de início e término da obra e. Observações www.esab.edu.br 57 2 - Informações descritivas a. Tipo de edificação: (comercial / monousuário) b. Número de pavimentos c. Número de lojas / salas d. Área útil da edificação e. Objetivo do projeto f. Número de pontos utilizados para voz g. Número de pontos utilizados para dados h. Número total de pontos i. Situações existentes j. Situações previstas k. Situações não previstas 3 - Responsável pelo projeto a. Nome do responsável b. Endereço completo c. E-mail d. Nome da empresa e. Assinatura f. Local e data 4 - Plantas a. Planta com detalhamento das salas técnicas (Sala de Equipamentos, Sala de Telecomunicações e Entrada de facilidades) b. Planta contendo a distribuição das tomadas de telecomunicações (PT) c. Planta de infraestrutura dos caminhos a serem seguidos pelo cabeamento horizontal d. Planta com o diagrama unifilar da rede e. Planta com a simbologia e detalhes 5 - Lista de materiais e serviços 6 - Certificação e testes www.esab.edu.br 58 É importante que a narrativa seja bem descritiva, por exemplo, sobre as situações existentes, colocamos um trecho descritivo abaixo: A planta da empresa possui 3 edifícios que precisam ser interligados com voz e dados, os edifícios são todos térreos e já possuem interligação subterrânea, por meio de caixas de passagem de alvenaria nas medidas de 60 x 60 x 60 cm com tampa de ferro fundido com 2 tubos de aço galvanizado de 100 mm entre elas, as paredes externas dos edifícios são de tijolo cerâmico aparente e as paredes internas, incluindo as salas laterais, de reboco liso e pintado. O teto é de forro falso, de placas de lã de vidro revestidos de plástico, e o piso é de granito natural, a área de telemarketing possui parede de tijolos de gesso de 100 mm de espessura, fixados com argamassa de gesso e acabadas com massa corrida e pintura, com pé direito de 3 metros de altura, indo do piso até a laje. O departamento de telemarketing possui divisórias baixas acústicas em forma de “baias” de madeira, revestidas com espuma de poliuretano e tecido grosso, toda a iluminação é feita com luminárias com lâmpadas fluorescentes de 40W x 220V. Os sistemas elétricos não se encontram aterrados, todos osequipamentos ativos (lógica e telefonia) estão ou serão instalados na sala de equipamentos, mas serão alvos de outro projeto. www.esab.edu.br 59 12 Diagrama unifilar e mapa de lançamento de cabos Objetivo Compreender o diagrama unifilar e o mapa de lançamento de cabos. O diagrama unifilar consiste em apresentar esquematicamente os meios físicos e os cabos que partem da Entrada de Facilidades ou da Sala de Equipamentos e atingem as Salas de Telecomunicações (AT) em cada pavimento e a distribuição de cabeamento horizontal para as áreas de trabalho. Existem dois tipos de diagrama unifilar: Tipo1 e Tipo 2. Figura 45- Diagrama Unifilar (simples – tipo1) de um edifício comercial www.esab.edu.br 60 Figura 46- Diagrama Unifilar (tipo2) de um edifício comercial Preste atenção! Foram utilizados, como exemplos, edifícios de vários pavimentos. Nós trabalharemos, para fins de projeto, com apenas um pavimento, porque isso nos facilitará a representação do sistema de cabeamento estruturado e a compreensão da distribuição dos cabos do cabeamento horizontal. www.esab.edu.br 61 Basicamente nossa representação será como a Figura 47. Figura 47- Representação de diagrama unifilar de um único pavimento Este diagrama unifilar da Figura 47 representa a ligação do 16º pavimento onde estão os Pontos de Telecomunicações de PT16001 a PT16066, interligados por cabeamento horizontal, que contém 66 cabos UTP de quatro pares, com as identificações de cabo de 001 a 066. Esses cabos partem para atender as áreas de trabalho, a partir do Armário de Telecomunicações AT16 que recebe o backbone, contendo um cabo de fibra óptica multimodo com 4 fibras ópticas, em um comprimento de lance de 37 metros, proveniente da Sala de Equipamentos. A nomenclatura 1xCPFoMM4F indica: 1 cabo primário (backbone) de Fibra Óptica MultiModo contendo 4 fibras. Mapa de lançamento de cabos O mapa de lançamentos de cabos é uma planilha que auxilia a atividade de lançamento de cada cabo que atende as áreas de trabalho, pois traz a informação da identificação de cada cabo, o ponto de telecomunicações ao qual está interligado, a rota ou trecho por onde esse cabo passa e, finalmente, a metragem necessária de cabo para o lançamento. Figura 48 - Exemplo de Mapa de Lançamento de cabos www.esab.edu.br 62 No exemplo acima, temos que o cabo de identificação CSU012, pertence ao Ponto de Telecomunicações PT-16012 que atende a sala de reuniões. Esse cabo passa pela infraestrutura de trechos de eletrocalha TE-001, TE- 003, TE-006, descendo pela descida com identificação 12 e possui 32,16 metros de comprimento. Ao termos uma planilha dessa completa, podemos estimar a quantidade de metros de cabeamento horizontal a ser comprada, bem como a quantidade de tomadas, patches panels, tamanho do armário de telecomunicações, quantidades de tampas cega e organizadores, enfim, tudo o que utilizaremos em nosso projeto de cabeamento estruturado. Tarefa dissertativa Caro estudante, convidamos você a acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a tarefa dissertativa. www.esab.edu.br 63 13 Lista e especificação técnica dos materiais utilizados (lm) e lista e especificação técnica dos serviços executados (ls) Objetivo Aprender a elaborar listas de especificação técnica de materiais e serviços.. A partir da definição dos quantitativos necessários, precisamos especificar, tecnicamente, nossa lista de materiais (LM) e nossa lista de serviços. Para isso, é indispensável recorrer a catálogos de fabricantes, para que possamos especificar os códigos e as descrições corretas de cada item a ser comprado. Nossa LM deverá ser construída como uma planilha eletrônica, conforme exemplo a seguir, sendo que os itens fundamentais são: item, código, unidade, quantidade, fabricante e descrição do item. Figura 49- Modelo de Lista de Materiais (LM) Já a Lista de Serviços (LS), serve como um grande lembrete das etapas executivas que abrangem o sistema de cabeamento estruturado e seu valor estimado. www.esab.edu.br 64 Observe o exemplo da Figura 50 e veja quanto trabalho existe na execução de um projeto de cabeamento estruturado. Os valores monetários remontam há bastante tempo, por isso não os leve em consideração. Figura 50- Exemplo de Lista de Serviços (LS) www.esab.edu.br 65 Agora, que você entendeu um pouco sobre a Lista de Materiais e Lista de Serviços, vamos nos exercitar um pouco… Tarefa dissertativa Caro estudante, convidamos você a acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a tarefa dissertativa. www.esab.edu.br 66 14 Projeto e instalação: dicas e truques Objetivo Aprender dicas que podem auxiliar no projeto e instalação da rede. Aqui colocaremos alguns lembretes, dicas e truques para que você esteja atento ao projeto e instalação do sistema de cabeamento estruturado. • O comprimento máximo admitido pelo cabeamento horizontal é de 90 metros. • Os patches cords não deverão exceder a 5 metros. • Os tipos de cabos reconhecidos e recomendados por norma para implementação do cabeamento horizontal são: • Cabos metálicos de 4 pares, UTP ou do tipo blindado (FTP); • Cabos de uso interno com duas ou mais fibras ópticas do tipo multimodo (cabos monomodo não são aceitos para cabeamento horizontal); • Os cabos de fibra óptica são muito susceptíveis às trações e curvaturas. Elas ocasionam um enfraquecimento do sinal luminoso, por isso recomenda-se que cabos de 2 ou 4 fibras ópticas tenham um raio mínimo de curvatura de 25mm, sem tensão. Quando tensionados (durante o lançamento), deve ser respeitado um raio de curvatura mínimo de 50mm e uma força máxima de 222N (22,63kgf ). Cabos com mais fibras ópticas devem ser instalados com um raio de curvatura mínimo igual a 10 vezes o diâmetro do cabo (sem tensionamento) ou 15 vezes o diâmetro do cabo, quando tensionados. • Cada cabo do cabeamento horizontal deverá ser terminado em um conector fêmea (RJ-45), utilizando o padrão de cores adotado no projeto (T568A ou T568B); www.esab.edu.br 67 Figura 51- Tomada fêmea RJ-45 e padrões de cores T568A e T568B • Para cada 10 metros quadrados de área útil (1 WA), devemos ter pelo menos uma caixa com dois pontos de telecomunicações (PT); • A caixa utilizada para acomodar os dois pontos de telecomunicações deve permitir um raio de curvatura mínimo de 25mm dos cabos em seu interior; INFRAESTRUTURA Eletrodutos • Em tubos metálicos e canaletas, a continuidade mecânica será montada por luvas ou emendas; • Entre duas caixas de passagem a distância não deve exceder 30 metros entre centros, com no máximo duas curvas de 90º de raio longo neste percurso; • O raio de curvatura deve ser, no mínimo, seis vezes o diâmetro interno do eletroduto; • As caixas de passagem devem ser grandes o suficiente para permitir que o raio de curvatura mínimo do cabo seja obedecido pelo instalador; • Todos os eletrodutos não devem possuir arestas vivas nas extremidades externas e internas; • As curvas devem ser do mesmo diâmetro de seção circular do restante dos eletrodutos e serem do tipo curva longa; www.esab.edu.br 68 Figura 52- Caixa de passagem após curva longa de 90º Eletrocalhas e Leitos de Cabos • Não se deve instalar eletrocalhas acima de aquecedores, linhas de vapor ou incineradores; • Para a instalação de um sistema de eletrocalhas, deve- se obrigatoriamente, utilizar as derivações (flanges, curvas, Tês, reduções, etc…) nas medidas e funções compatíveis. Obrigatoriamente, essas derivações devem ser do tipo suave, não contendo ângulo agudos que superem o raio mínimo de curvatura dos cabos, prejudicando o desempenho do sistema; • Para a instalação, devem estar afastadas das paredes a uma distância mínima de 25mm para permitir a colocação das tampas; • A taxa de ocupação deve estar entre 40% a 60%; • Nas mudanças de direção das bandejas, devemos utilizar curvas de formato padrão e compatíveis com a bandeja principal; • Os parafusos nas junções devem ser instalados de dentropara fora, de maneira a não comprometer a integridade dos cabos; Figura 53- Peças e componentes de um sistema de eletrocalhas www.esab.edu.br 69 Fórum Caro estudante, participe do nosso Fórum de discussões. Lá você poderá interagir com seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, por meio da interação, a construção do seu conhecimento. Vamos lá! www.esab.edu.br 70 15 Certificação e testes de sistemas de cabeamento estruturado Objetivo Conhecer as certificações e testes de sistemas de cabeamento estruturado. Para conferir a qualidade da rede instalada, é necessário que haja fiscalização sobre o material utilizado, o acompanhamento da obra e a execução dos testes de certificação. Os testes de certificação dos pontos do cabeamento horizontal serão baseados nos parâmetros descritos na norma ANSI/TIA/EIA-568-C. Esses testes garantem que, apesar de sofrerem durante o lançamento e a conectorização, os cabos mantêm as condições e característica necessárias para o desempenho especificado para o seu uso. Tais testes são realizados sempre antes da entrega da rede, pois somente deverão ser executados com os equipamentos ativos desconectados do cabeamento. Os eventuais pontos de telecomunicações que não forem aprovados deverão ser refeitos. Figura 54- Certificação do cabeamento estruturado utilizando um cable scanner www.esab.edu.br 71 A certificação da rede deverá ser obrigatoriamente realizada, utilizando um cable scanner que opere, de acordo com a categoria do cabo a ser certificada. Esse cable scanner deverá estar em dia com a sua aferição anual, fato que pode ser conferido através do certificado de aferição do aparelho. Certificações realizadas com aparelho fora de calibração não têm garantia de fidedignidade dos resultados. Existem dois tipos de certificação: - Permanent Link - Channel Link A certificação de link permanente é realizada, utilizando o cable scanner com cabeças especiais que servem como patch cords. Como o aparelho reconhece o uso desta cabeça, a certificação incide somente sobre o cabeamento horizontal, isto é, sobre os 90 metros de cabeamento permanente. Figura 55- Cabeça de cable scanner utilizada para a certificação do link permanente Já a certificação de link canal é realizada com cabeças que possuem conectores RJ-45 fêmea, de maneira que certificamos não apenas o cabeamento horizontal, mas também os patches cords da área de trabalho e do armário de telecomunicações, totalizando assim, os 100 metros permitidos para um canal de cabeamento estruturado. www.esab.edu.br 72 Figura 56- cabeça utilizada para a certificação do link canal Geralmente o cable scanner vem acompanhado apenas do kit de certificação de link canal, sendo a cabeça de certificação de link permanente comprada à parte ou no kit mais completo, conforme Figura 57. Figura 57- Cable scanner com conjunto para certificação de link canal e link permanente A certificação de link canal certifica o conjunto formado pelo patch cord da área de trabalho + cabeamento horizontal + patch cord do armário de telecomunicações. Se algum desses elementos for trocado, esse segmento perde a certificação, devendo ser certificado novamente. www.esab.edu.br 73 Já com a certificação de link permanente a rede está certificada para uso com quaisquer patches cords testados e certificados de fábrica, motivo pelo qual, o mercado demanda muito mais esse tipo de certificação, que também é bem mais rigorosa. Os testes realizados pelo cable scanner são: • Mapa de fios (wiremap) verifica a sequência correta de conectorização; • Comprimento do cabo; • Perdas nas inserções; • Parâmetros elétricos de desempenho; • Tempo de propagação do sinal; • Dentre outros. Com o scanner será possível emitir um relatório de cada ponto da rede, contendo todos os dados de performance do cabeamento. Esse relatório é do tipo “passa” ou “não passa”, ficando fácil perceber se o cabo está ou não de acordo com os parâmetros da norma. No caso dos testes relacionados aos backbones de fibra ótica, será utilizado um Reflectômetro Óptico no Domínio de Tempo (OTDR) que fará um teste analítico, gerando um relatório de perdas de atenuação e dispersão ocorrentes. Figura 58- OTDR utilizado para certificação de fibras ópticas www.esab.edu.br 74 Dica Um excelente livro para aprofundar os seus estudos é o livro “Cabeamento Estruturado” do engenheiro Paulo Sérgio Marin www.esab.edu.br 75 Glossário Área de trabalho espaço do edifício no qual os seus ocupantes interagem com os serviços disponibilizados pelo cabeamento estruturado. R Backbone de campus cabo que conecta o distribuidor de campus ao(s) distribuidor(es) de edifício. NOTA: Os cabos de backbone de campus podem também conectar diretamente os distribuidores de edifício entre si. R Backbone de edifício cabo que conecta o distribuidor de edifício ao distribuidor de piso. R Cabeamento sistema de cabos, patch cords e hardware de conexão, com capacidade para suportar um amplo espectro de aplicações de tecnologia da informação. R Cabo horizontal segmento de cabo que conecta o distribuidor de piso ao ponto de consolidação (opcional) ou às tomadas de telecomunicações. R Distribuidor de campus Hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento de backbone de campus. R www.esab.edu.br 76 Distribuidor de edifício hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento de backbone de edifício.R Distribuidor de piso hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento horizontal. R Hardware de conexão componente ou combinação de componentes usados para conectar cabos ou elementos do cabo. R Patch cord (cabo de manobra) cordão com conectores em ambas as extremidades. R Patch panel painel com hardware de conexão usado para a distribuição dos subsistemas do cabeamento. R Sala de equipamentos espaço destinado a abrigar os equipamentos de uso comum de toda a rede. NOTA: As salas de equipamentos diferem das salas de telecomunicações devido à natureza ou complexidade dos equipamentos. R Sala de telecomunicações espaço destinado a abrigar o distribuidor de piso, podendo conter o distribuidor de edifício e equipamentos de rede. R www.esab.edu.br 77 Referências Bibliografia Básica ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Procedimento básico para elaboração de projetos de cabeamento de telecomunicações para rede interna estruturada: NBR 14565. Rio de Janeiro, 2000. TORRES, Gabriel. Redes de Computadores. Rio de Janeiro: Nova terra, 2009. LIMA FILHO, Eduardo Correa. Fundamentos de rede e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson, 2014 KUROSE, J. F.; ROSS, K. W., Redes de Computadores e a Internet: uma Nova Abordagem. São Paulo: Pearson, 2011. Bibliografia Adicional SOARES, L.F.G. et al. Redes de Computadores: das LANs, MANs e WANs às Redes ATM. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1995. COMER, D. E., Redes de Computadores e Internet. Bookman. Porto Alegre, 2007. PINHEIRO, José Maurício S. Guia Completo de Cabeamento de Redes. Rio de Janeiro: Campus, 2015 Redes. Curitiba Intersabe, 2014 TANENBAUM, A.S. Redes de Computadores. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2003.
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