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Contextualização histórica do CRAS

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2
Sistema de Ensino Presencial Conectado
SERVIÇO SOCIAL
PAULA MOURA COSTA 
PRODUÇÃO TEXTUAL AVALIATIVA DO ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I 
Caracterização sócio institucional 
Cabo Frio
2020
PRODUÇÃO TEXTUAL AVALIATIVA DO ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I 
Caracterização sócio institucional 
Cabo Frio 
2020
Trabalho de produção textual avaliativa apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de Estágio curricular obrigatório I.
Orientadora: Valquíria Aparecida Dias Caprioli
PAULA MOURA COSTA (2084803201)
SUMÁRIO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO CRAS......................................3
1.1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO...................................................3
1.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CRAS....................................4
2 OBJETIVO INSTITUCIONAL DO CRAS..................................................5
2.1 POLITICAS SOCIAIS E OS PROGRAMAS DESENVOLVIDOS........6
2.2 RECURSOS FINANCEIROS..............................................................8
3 AMBITO INSTITUCIONAL.......................................................................9
3.1 O PROCESSO DECISÓRIO.............................................................12
3.2 DEMANDAS E COBERTURA DO ATENDIMENTO..........................13
3.3 SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO...............................................13
3.4 COTIDIANO DOS EXERCÍCIOS PROFISSIONAIS..........................13
3.5 RELAÇÃO PROFISSIONAL DE TRABALHO COM OS DEMAIS ATORES INSTITUCIONAIS..............................................................14
3.6 DIMENSÃO ÉTICO POLÍTICA..........................................................15
REFERÊNCIAS.................................................................................................16
1. Contextualização histórica do CRAS
1.1. Identificação da instituição
Os centros de referência de assistência social (CRAS) surgiram devido a necessidade de intermediar ações que venham levar oportunidades para famílias que se encontram marginalizadas. Através do Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF) há a socialização e construção da dinâmica de convivência social dessas famílias (BRASIL, 2007).
A política social no mundo, quando buscamos entendê-la historicamente percebemos que o seu encetamento se deu com a revolução industrial e ascensão do capitalismo e seu desdobramento social, tendo que o Estado se posicionar diante esse período de lutas sociais (RANGEL, 2009).
Com toda essa construção nasce na questão social um dualismo, apesar de sua origem ser para a defesa dos direitos dos trabalhadores, a política social passou a atender os interesses dos capitalistas onde os interesses do Estado são colocados em ação, transformando os direitos dos trabalhadores em capital privado lucrativo (RANGEL, 2009).
Neste contexto paradoxal, o capitalismo cada vez mais avulta a desigualdade social, se vendo obrigado a se reestruturar mudando o assistencialismo para uma política de direitos. (REISDORFER, et al, 2014)
No Brasil a política histórica é marcada por muitos desafios afetando a construção democrática de direitos. A assistência social até 1930 era apenas caritativa – obras sociais realizadas por instituições de caridades filantrópicas. No final da década 1930 e início de 1940 vemos uma grande participação do estado na área assistencialista com a sua atuação direta de intermediação, surgindo então as políticas públicas, trazendo o Estado junto as responsabilidades de apoio de convivência aos necessitados, mas ainda as ações eram de cunho assistencialistas (RANGEL, 2009) 
Na década de 1980, depois da nossa política passar por muitas transformações sociais e econômicas, proporcionou um movimento que chegaria na constituição federal de 1988, rompendo então com o caráter assistencialista e clientelista da assistência, para uma constituição de direitos e intermediações na implantação de leis para as políticas públicas, com o objetivo de garantir os direitos dos cidadãos. Em 1993 foi aprovado a LOAS, -Lei Orgânica da Assistência social, em 2003 a construção e a implementação do SUAS- Sistema único de assistência Social, em 2004 a NOB – Norma Operacional Básica, elaborando então a construção de uma política descentralizada e territorial com ações socioassistenciais. Com uma política de caráter preventivo surge os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) visando prevenir situações de risco pessoal e social e o Centro Especializado de assistência Social (CREAS) buscando agir quando há violação de direitos do indivíduo e da família. Por causa da desigualdade social o CRAS desenvolve um trabalho preventivo nas ações de intermediação e direcionamento das famílias em estado de vulnerabilidade ao poder público (MARTINS; MAZUR, 2009)
1.2. Estrutura organizacional do CRAS
O CRAS no qual estou estagiando, fica localizada no Estado do Rio de Janeiro no município de Armação dos Búzios no bairro de Cem Braças, e atende os bairros de Manguinhos, Geribá, Baia Formosa, Brava, Vila Caranga, Centro, Ferradura, São José, José Gonsalves, Tucuns, Capão e Tartaruga. Esse equipamento é composto por uma equipe técnica com três assistentes sociais, uma coordenadora geral, uma psicóloga, e uma equipe interdisciplinar com pedagogo e instrutores e outros profissionais que ajudam na dinâmica e no desenvolvimento do equipamento. 
A instituição tem por finalidade ser a porta de entrada para o atendimento aos usuários, um ponto de apoio um espaço de conivência familiar no fortalecimento de vínculos com atividades socioeducativas, oficinas de artesanatos, aulas de capoeira, natação, rodas de dança e outras atividades que tem o objetivo de complementar o trabalho social com a família, prevenindo a ocorrência de situações de risco social no fortalecimento a convivência familiar e comunitário. 
A unidade também oferece programas como o CAD único (cadastro único) para programas do governo Federal, sendo esse o ponto de partida para a população cadastrada participarem de programas como Bolsa Família.
O CRAS oferece ainda o serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF). O programa engloba ações como atendimentos as famílias nas visitas domiciliares na promoção da proteção à família de forma integral nos territórios, uma vez que atua de modo proativo, preventivo e protetivo (BRASIL, 2009).
A principal missão deste equipamento é levar ao usuário a oportunidade de autonomia e desenvolvimento social promovendo ações socioassistenciais de forma integrada, trazendo mais qualidade de vida ao usuário, na ampliação de acessos ao direito da cidadania. O serviço de convivência e fortalecimento de vínculos busca reunir as pessoas nas suas respectivas faixas etárias, crianças, adolescentes ou mesmo os idosos para o desenvolvimento de ações em grupos visando a prevenção de situações de vulnerabilidades e violências (BRASIL, 2009).
Através do LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social, Lei 8.742, de 7 de dezembro 1993 – surgiu a necessidade de centros responsáveis para a proteção social na expansão de equipamentos públicos que visassem a proteção e prevenção integral de famílias consideradas vulneráveis. Esse se desenvolveu com o objetivo de descentralizar as políticas públicas (BRASIL, 2015a).
2. Objetivo institucional do CRAS 
O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública Estatal que é descentralizada da política de assistência social sendo responsável pela organização e oferta dos serviços socioassistenciais da proteção básica do sistema único de assistência social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios, sendo o CRAS a principal porta de entrada no sistema único da Assistência Social, promovendo o acesso aos direitos e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitário contribuindo para o empoderamento dessas famílias através de programas, projetos e oficinas oferecidas pelo equipamento,que atua junto a outros profissionais, compondo uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, sendo essa responsável pela logística organizacional do equipamento ( BRASIL, 2015a).
A equipe pode ser composta por assistentes socias, técnicos administrativos, coordenadores, psicólogos, pedagogos e outros auxiliares. Com um trabalho interdisciplinar o CRAS proporciona diferentes saberes que elege uma plataforma de trabalho conjunto promovendo um processo integral que organiza e dinamiza a ação cotidiana da equipe de trabalho na prevenção no fortalecimento e promoção social do usuário. Assim, possibilita o acesso da população aos serviços, benefícios e projetos de assistência social, se tornando uma referência para a população local e para os serviços setoriais. (EUGENIO; GONZAGA, 2019)
No CRAS, os cidadãos também são orientados sobre benefícios assistenciais e podem ser inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo como; o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Outros benefícios como: programas de transferência de renda, Bolsa Família, programa Minha Casa Minha Vida, programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), e benefícios Eventuais (Auxílio Natalidade, Auxílio Funeral, Auxílio da Calamidade Pública), também são mediados pela instituição. (BRASIL, 2015a). 
2.1. Política Social e os programas desenvolvidos
O CRAS é um equipamento que oferece programas do governo Federal e municipal, no objetivo do fortalecimento e o empoderamento social do sujeito na política de assistência social. (ANDRADE; MORAIS, 2017)
A política de assistência social teve um grande percurso em todo o seu processo de transformação, que por muito tempo perdurou no Brasil como assistencialismo, práticas de favores que tinha o seu cunho assistencial filantrópico. No Brasil, até 1930, não havia uma compreensão da pobreza enquanto expressão da questão social e quanto esta emergia para a sociedade, era tratado como caso de polícia e problematizada por intermédio de seu aparelho repressivo desta forma a pobreza era tratado como uma disfunção individual. (LONARDONI; GIMENES; SANTOS, 2007?)
 Ainda conforme os autores, a Legião Brasileira de Assistência (LBA) foi um órgão assistencial público brasileiro, fundado em 28 de agosto de 1942, pela primeira dama Darcy Vargas, com o objetivo de ajudar as famílias dos soldados enviados à Segunda Guerra Mundial, passou também a atender os mais empobrecidos formando então a primeira instituição de assistência com abrangência nacional, mas o modelo assistencial era baseado na caridade e na benemerência. 
As manifestações ocorridas no período de 1930 a 1960 ficaram conhecidas como populismo, contudo foi nessa mesma década que o populismo entrou em crise e os setores militares tomaram conta do governo através do golpe realizado no ano de 1964. Com o passar do tempo, as liberdades foram novamente restringidas e os direito de manifestação no campo das artes e da comunicação voltou a sentir novo controle do governo. Desse modo, encerrou-se toda uma época que transformou, vários modos, a cara da cultura brasileira do século XX. (BORGES, 2001) 
Mas apesar de um processo de desenvolvimento doloroso e complexo, evoluímos de maneira significativa, e com a constituição de 1988 passa a ficar claro o dever do Estado em prover de maneira universal os serviços sociais básicos, saúde, educação de qualidade e previdência social e outros, sendo assim um direito constituído. (VIEIRA JR, 2015)
Assim nasce então com as políticas sociais o processo de descentralização e a territorialização, surgindo estratégias e programas que possibilitam a maior flexibilidade aos entes da federação para desenvolver as políticas sociais atendendo a cada região na sua necessidade. (LONARDONI; GIMENES; SANTOS, 2007) 
Numa conjuntura de um modelo de gestão participativa, foi elaborado o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que foi implantado em 15 de Julho de 2005, por meio da resolução do Conselho Nacional da Assistência Social, no propósito descentralizador e com o objetivo de superar as políticas de favor e ocasião na operacionalização de um sistema totalmente socioassistencial com serviços e programas e projetos, os quais devem centralizar o fortalecimento da família e os seus membros individuais, com a Proteção Social Básica, que possui o caráter preventivo, protetivo e na promoção do sujeito em sociedade, CRAS - Centro de Referência Assistência Social, E a Proteção Social Especial que quando ocorre a violação de direitos do indivíduo ou da família, o CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social, Esses programas desenvolvidos tem o objetivo de trazer ao usuário o acesso ao seu direito, proporcionando o seu empoderamento e a sua autonomia social (MARTINS e MAZUR, 2009) 
2.2. Recursos financeiros 
 A captação financeira para o SUAS teve sua implantação com a participação da criação e a reformulação da Norma Operacional Básica (NOB) e da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), que o conselho Nacional de Assistência Social em 2005 trouxe bases sólidas para implantação do sistema (BRASIL, 2013). 
 Desta forma a transferência fundo a fundo é um instrumento de descentralização de recursos disciplinado em leis específicas que caracterizam-se pelo repasse diretamente de fundos da esfera federal para fundos da esfera estadual, municipal e do Distrito Federal, os fundos que operam essa modalidade de transferência são o Fundo Nacional da Assistência Social (FNAS), O cofinanciamento federal foi estabelecido pela Lei n° 8.742, de 07 de dezembro de 1993, e alterado pela Lei n°  12.435/2011 -Art.30-A (BRASIL, 2015b). 
 Na execução dos recursos, o gestor deve avaliar a relação direta dos serviços com a finalidade estabelecida pelo Ministério, bem como quanto ao cumprimento dos objetivos. Assim, a execução dos recursos deve atender à finalidade estabelecida pela NOB/SUAS (Resolução CNAS n° 33 de 12/12/2012). 
 Para fazer o repasse de recursos o governo Federal, o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), ele cria uma conta conjunta, uma conta na qual ela é acompanhada pelo órgão que faz a transferência, e ela é ingerida pelo órgão que recebe, e o Fundo Nacional de Assistência acompanha todo o processo e seu desempenho na utilização dos recursos e o fundo municipal executa (BRASIL, 2015b). 
 Partindo deste princípio de captação de recursos existem os Blocos que vão coordenar à gestão, o Bloco descentralizado do SUAS GSUAS ( IGD-SUAS ), e o Bloco GBF FNAS (IGD-BOLSA ) que coordena à gestão do Cadastro Único e da Bolsa família, além dos Blocos de gestão, existem os Blocos de serviço ou proteção, dentro dos Blocos de serviço e proteção, tem o Bloco da proteção social básica, que é o recurso recebido pelo município para trabalhar com a proteção social básica e o Bloco da Proteção Social Especial de Média Complexidade e o Bloco da Proteção Social Especial de Alta Complexidade (BRASIL, 2015b). 
 Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e combate à Fome (2015b) está inserido no Bloco da Proteção Social Básica três serviços o PAIF o SCFV e a Proteção Social Básica no Domicílio que tem o objetivo de atender pessoas com Deficiência e Idosas. 
 Ressaltando que todo o recurso deve ser utilizado pelo Bloco pelo qual ele foi destinado, assim se movimenta toda ação financeira do SUAS nas suas respectivas distribuições, gerando então recursos para o funcionamento dos equipamentos e os programas oferecidos por eles (BRASIL, 2015b).
3. Âmbito Institucional
 A política pública da Assistência Social no Brasil é muito recente e significativa. Ela é considerada, nos dias atuais, de suma relevância, pois atende às famílias e aos usuários que necessitam de uma política que garanta seus direitos e que facilite o acesso do cidadão aos serviços sociais básicos, à justiça e à uma cidadania plena. (PEREIRA; GUARESCHI, 2016) 
 Quero especificar aqui sobre o CRAS, o Centro de Referência Da AssistênciaSocial, que é o equipamento no qual estou tendo a oportunidade de exercer o meu estágio, ele tem a Função Protetiva da família comprometida com vínculos existentes. Nível protetivo no sistema para as famílias que estão com função protetiva minimamente estabelecida, mas que apresenta uma situação de vulnerabilidade onde o comprometimento desta função pode acontecer. Os serviços ofertados neste nível de proteção visam desenvolver ações para que a família mantenha uma condição de cumprimento da função protetiva, por meio do fortalecimento de vínculo.
A partir do adequado conhecimento do território, o CRAS promove a organização e articulação das unidades da rede socioassistencial e de outras políticas. Assim, possibilita o acesso da população aos serviços, benefícios e projetos de assistência social, se tornando uma referência para a população local e para os serviços setoriais.
Conhecendo o território, a equipe do CRAS pode apoiar ações comunitárias, por meio de palestras, campanhas e eventos, atuando junto à comunidade na construção de soluções para o enfrentamento de problemas comuns, como falta de acessibilidade, violência no bairro, trabalho infantil, falta de transporte, baixa qualidade na oferta de serviços, ausência de espaços de lazer, cultural, entre outros.
 Serviços 
 O CRAS oferta o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). No CRAS, os cidadãos também são orientados sobre os benefícios assistenciais e podem ser inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (BRASIL, 2015c).
 Público 
 Famílias e indivíduos em situação grave desproteção, pessoas com deficiência, idosos, crianças retiradas do trabalho infantil, pessoas inseridas no Cadastro Único, beneficiários do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros (BRASIL, 2015c).
 O CRAS aonde exerço o meu estágio fica localizado no bairro de Cem Braças em Armação dos Búzios, ele atende em média treze bairros do município, porém o município conta também com outro CRAS que fica localizado no bairro da Rasa, que atende mais oito bairros próximo a sua localidade.
 Ressaltando aqui o atendimento do CRAS de Cem Braças, em média mil e duzentas (1200) famílias são atendidas e distribuídas pelos serviços oferecidos no equipamento, sendo esse equipamento considerado de pequeno porte, contando com 6 técnicos e os 3 instrutores que ficam responsáveis pelas oficinas. Destes 6 técnicos, 3 são assistentes sociais, 1 psicólogo, 1 coordenador e 1 pedagogo e 3 instrutores que oferecem as oficinas. 
 Dessas quase 1200 famílias, 950 famílias são famílias PAIF: O trabalho social com famílias do PAIF é materializado por meio de ações que convergem para atender determinado objetivo. As ações do PAIF devem ser planejadas e avaliadas com a participação das famílias usuárias, das organizações e movimentos populares do território, visando o aperfeiçoamento do Serviço, a partir de sua melhor adequação às necessidades locais, bem como o fortalecimento do protagonismo destas famílias, dos espaços de participação democrática e de instâncias de controle social. São ações do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF: • Acolhida; • Oficinas com Famílias; • Ações Comunitárias; • Ações Particularizadas; • Encaminhamentos. Organizadas em ações de caráter individual ou coletivo.
 Complementando o trabalho social do PAIF, temos também o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) que é mais um serviço pertencente à Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social; deve ser desenvolvido a partir de ações preventivas e proativas, no sentido de complementar o trabalho realizado no Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias (PAIF) e no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos (PAEFI) (BRASIL, 2012). 
 A partir de atividades realizadas com grupos, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos tem como foco principal o desenvolvimento do sentimento de pertença e de identidade, além de incentivar a socialização e a convivência comunitária e a promoção de potencialidades.
Os grupos podem ser organizados conforme faixas etárias, da seguinte forma:
· Crianças até 6 anos 
· Crianças e adolescentes de 6 a 15 anos
· Adolescentes de 15 a 17 anos
· Jovens de 18 a 29 anos
· Adultos de 30 a 59 anos
· Pessoas idosas 
 Mesmo nesta conjuntura de funcionalidade operacional do CRAS, ainda sim existem alguns déficits e um deles que foi identificado aqui no CRAS de CEM Braças foi a dificuldade de acesso dos usuários ao equipamento, por não está devidamente localizado em um território central, que possa atender de maneira eficaz as famílias de outros bairros que já moram mais longe e as vezes dependem até de dois transportes urbanos para chegar até o mesmo. 
 Apesar do CRAS ter que ser instalado em território de maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade social, com concentração de famílias com renda per capita mensal de até ½ salário mínimo, com presença significativa de famílias e indivíduos beneficiários dos programas de transferências de renda, como o BPC - Benefício de Prestação Continuada, Bolsa Família e outros, conforme indicadores definidos na Norma Operacional Básica - NOBSUAS/2005. Cada município deve identificar os territórios de vulnerabilidade social e neles implantar um CRAS, a fim de aproximar os serviços oferecidos aos usuários (BRASIL, 2009). 
 
3.1. O processo decisório
 Nesta instituição do CRAS de Búzios existe um processo decisório, que faz parte da organização do equipamento e seu desenvolvimento, um trabalho que depende de uma equipe interdisciplinar nas suas articulações e funções operacionais organizado através de reuniões de planejamento mensal. Nestas reuniões são definidas pela equipe do CRAS, a partir do planejamento geral, as ações que serão desenvolvidas durante um certo período, o que serão fundamentais para o seu funcionamento. 
 Esse trabalho é de suma importância para o desenvolvimento do equipamento, toda equipe envolvida desempenha um trabalho voltado para possibilitar aos usuários terem o acesso aos seus direitos, criando assim uma mediação comprometida com a população necessitada do atendimento. 
3.2. Demandas e cobertura do atendimento
 As demandas do atendimento são divididas por cada necessidade apresentada pelos usuários, e serão distribuídas conforme os programas e os benefícios oferecidos pelo equipamento. 
 Através do Cadastro único aos beneficiários tem o acesso para inscrição dos programas sociais do Governo Federal e tem sido uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de diversos serviços oferecidos pelo Governo Federal. Através desse cadastro o governo consegue acompanhar a situação das famílias de baixa renda e assim criar nova políticas públicas, a fim de, promover melhorias na vida dessas pessoas e possibilitando o acesso da população usuária nos programas e oficinas oferecidas pelo equipamento. 
3.3. Serviço Social na instituição
 O CRAS é a porta de entrada para o acesso benificiário dos usuários, com o objetivo de prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e riscos sociais nos territórios de abrangência, fortalecendo os vínculos familiares e comunitários proporcionando a mediação dos direitos do sujeito. 
 O equipamento tem também programas e projetos que proporcionam o desenvolvimento do usuário e a sua autonomia social (MATOS, 2015). 
 Segundo o autor, a proteção social básica, desempenha papel central no território onde se localiza, possuindo a função exclusiva da oferta pública do trabalho social com famílias por meio do serviço de Proteção e Atendimento Integral a Famílias (PAIF) e gestão territorial da rede socioassistencial de proteção social básica. 
3.4. Cotidiano dos exercícios profissionais
 O CRAS de Búzios tem os seus serviços realizados no objetivo de atender a população da melhor maneirapossível, trazendo aos seus usuários os acessos aos programas e serviços oferecidos no intuito do fortalecimento e crescimento social deste usuário, partindo de um trabalho de humanização no seu atendimento. 
 Os programas oferecidos tem o objetivo de trabalhar a socialização do individuo por meio do desenvolvimento das potencialidades fortalecendo os veículos familiares e comunitários cada vez mais.
 Neste processo, o Assistente Social tem a função de acompanhar a família e orientá-la para o mercado de trabalho, realizando também trabalhos de grupos de famílias, planejamento e implantação do PAIF, se necessário a realização de atendimentos particulares das famílias referenciadas ao CRAS e outros serviços socioassistenciais. O assistente social tem sido demandado para atuar nas políticas públicas abrindo possibilidade para seu ingresso no campo da formulação gestão e avaliação, atuação requer competência teórico-metodológica, ético-política e técnico–operacional com seu objetivo de enfrentamento da questão social, a pesquisa da realidade social é reconhecida como parte construtiva deste trabalho (MATOS, 2015). 
3.5. Relação profissional de trabalho com os demais atores institucionais
 A multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade fazem parte da composição do trabalho do Assistente social construindo assim uma metodologia de trabalho para sua eficaz. O Serviço Social constitui-se uma profissão essencialmente interdisciplinar, já que não conta com uma teoria própria e sim dialoga com diversas teorias, na busca de compreender e responder às questões oriundas da questão social. Contudo, o Assistente Social também possui seus limites e não pode ser capaz de responder à complexidade que se evidencia na sociedade. O profissional chamado a atuar em uma equipe interdisciplinar – não apenas o Assistente Social, como todos os profissionais deve atentar-se para uma série de fatores para que o projeto de trabalho interdisciplinar (CARVALHO, 2012). 
 Com tudo isso destacamos também a equipe multidisciplinar que é composta pelo psicólogo, assistente social, pedagogo, e técnico administrativo que juntos articulam ações que potencializem as boas experiências aos usuários possibilitando a esses uma mediação de seus direitos, apoiando e contribuindo para a superação das situações de vulnerabilidade e fortalecendo as potencialidades das famílias usuárias dos serviços ofertados no CRAS. 
 Nas práticas interdisciplinares o assistente social pode aprimorar seus conhecimentos, já que a complexidade da realidade que enfrenta não poderá ser compreendida e transformada sem aperfeiçoamento permanente e olhos bem abertos para tudo aquilo que se passa à sua volta. Por este motivo, acredito que os encontros interdisciplinares podem ser valiosos e enriquecedores tanto para os profissionais quanto para o público alvo de suas intervenções. 
 
3.6. Dimensão ético política
 A dimensão ética do assistente social, se refere a nossa reflexão crítica a respeito dos valores morais existentes nas sociedades que são frutos da criação humana, a ética expressa logo de pronto que nós tomamos partido que nós não somos profissionais neutros, ou seja que que nós nos posicionamos profissionalmente a favor da liberdade da universalidade de direitos da igualdade da democracia, dentre outros princípios éticos profissionais, e por isso a uma relação intrínseca entre a ética e a política (IAMAMOTO, 1992). 
 A dimensão política configura de pronto os nossos compromissos profissionais, expressa as intencionalidades das nossas ações, implicando diretamente nas nossas tomadas de posições, lembrando que os nossos posicionamentos e intencionalidades por sua vez possuem sustentação teórica, na dimensão do conceito ético político envolve o projetar a ação em função dos valores e finalidades do profissional, da instituição e da população, no envolvimento constante na sua dimensão técnico-operativo, técnico-metodológico e ético-política (MATOS, 2015). 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, Anne Graça de Sousa; MORAIS, Normanda Araujo. Avaliação do atendimento recebido no CRAS por família usuária. Brasília, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932017000200378. Acesso em: 30 de março de 2020.
BORGES, Vavy Pacheco. O populismo e sua história – debate e crítica. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbh/v22n43/10919.pdf. Acesso em 30 de março de 2020.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: Sistema Único de Assistência Social e Proteção Social Básica. Orientações Técnicas Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Brasília – DF, 2009. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes_Cras.pdf. Acesso em: 23 de março de 2020.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social. Brasília – DF, 2015a. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/Loas_bolso.pdf
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Gabinete da Ministra. Portaria nº 113, de 10 de dezembro de 2015b. Regulamenta o cofinanciamento federal do Sistema Único de Assistência Social - SUAS e a transferência de recursos na modalidade fundo a fundo e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 dez. 2015.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Secretaria especial do Desenvolvimento Social. Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Brasília – DF, 2015c. Disponível em: http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/unidades-de-atendimento/cras. Acesso em: 30 de março de 2020. 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Gestão Financeira e Orçamentária do SUAS. Caderno de Gestão Financeira e Orçamentária do SUAS - Brasília, DF: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2013.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Orientações técnicas sobre o PAIF. Trabalho Social com famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família. 1ª Ed. Vol. 2. Brasília, DF, 2012. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_PAIF_2.pdf. Acesso em: 31 de março de 2020.
BRASIL. Ministério do desenvolvimento Social e Combate à Fome. CRAS, um lugar de (re)fazer histórias. Ano 1, n. 1, 2007. – Brasília: MDS, 2007. Disponível em:https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf. Acesso em: 31 de maço de 2020.
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