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ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

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DISCIPLINA: 
ANÁLISE DE VIABILIDADE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ernani João Silva 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Neste encontro, vamos estudar a importância da Contabilidade, 
principalmente pela ótica do paradigma gerencial, no processo da AVEF por 
meio de cinco temas principais: 
 aspectos lógicos de um processo Contábil; 
 custeio por absorção e implicação de suas possíveis formas de aplicação 
na AVEF; 
 custeio variável e percepção do custo/volume/lucro na AVEF: parte I – 
Ponto de equilíbrio; 
 custeio variável e a percepção do custo/volume/lucro na AVEF: parte II – 
Grau de comprometimento da receita; 
 custeio variável e a percepção do custo/volume/lucro na AVEF: parte III – 
margem de segurança. 
Com base nesses temas, você será capaz de entender a relevância da 
Contabilidade para a AVEF. 
Boa aula! 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Para a Ciência Econômica, a espécie humana é constituída por seres 
racionais. Por isso, as decisões que tomam na alocação dos recursos escassos 
são direcionadas para maximizar o resultado que almejam. E quanto maior for 
consequência da decisão a ser tomada, maior será a necessidade de 
informações relevantes e confiáveis. Neste sentido, a Contabilidade se 
desenvolveu durante os séculos para ser o instrumento informacional qualificado 
para aqueles que precisam tomar decisões sobre investimentos, uma vez que é 
ela quem apura, registra e distribui a informação útil sobre o status quo de uma 
entidade. Dado esse cenário, temos um motivo a mais do que é relevante para 
nos aventurar em sua essência quando nos aprofundamos nos processos da 
Análise de Viabilidade Econômico-Financeira. 
 
 
 
 
3 
 
 
Pesquise 
O diretor da empresa “Nós vamos ter sucesso Ltda.” foi até um banco 
buscar um empréstimo. O gerente da instituição financeira perguntou se o diretor 
da empresa tinha trazido os relatórios contábeis. O diretor disse que sim, e 
complementou: O senhor quer os documentos da Contabilidade gerencial 
também? Ao escutar isso, o gerente do banco, com tom áspero, respondeu que 
não estava interessado em informações sobre caixa dois, pois aquele era um 
banco sério... bem, será que contabilidade gerencial é mesmo um processo 
ilícito? Ou será que o gerente do banco é que errou em seu julgamento? Reflita 
sobre isso, pois, no final da aula, voltaremos a essa questão. 
 
TEMA 01: ASPECTOS LÓGICOS DE UM PROCESSO CONTÁBIL 
A Contabilidade nada mais é que a linguagem dos negócios, um 
verdadeiro sistema integrado cujo objetivo mister é gerar informações confiáveis, 
íntegras e tempestivas sobre o patrimônio e a situação econômica e financeira 
de uma entidade. Para tanto, suas ações são coordenadas para 
 identificar os dados relevantes de uma entidade; 
 mensurar em unidades físicas e monetárias tudo aquilo que é tido como 
relevante; 
 processar dados mensurados segundo necessidades informacionais 
desejadas; 
 sumarizar as informações de forma objetiva e imparcial; 
 divulgar o produto da sumarização oportunamente às partes interessadas, 
os usuários contábeis. 
Com relação a esses usuários das informações contábeis, eles são, 
basicamente, de duas categorias: externos e internos. 
 
a) Usuários Externos 
Simbolicamente falando, são os atores econômicos que estão do lado de 
fora dos portões da empresa. Ou seja, são aqueles indivíduos que não 
participam do processo de condução da empresa. Pessoas que buscam 
informações sobre a entidade contabilizada para fins decisórios diversos ao dá 
empresa, dado os distintos impactos que esta entidade contabilizada tem ou 
 
 
4 
poderá ter em suas vidas. Entre estes, podemos destacar: investidores, 
autoridades governamentais, clientes, fornecedores e concorrentes. 
 
b) Usuários Internos 
Esses atores econômicos são os gestores internos da entidade, isto é, 
usam a informação para tomar decisões sobre questões referentes à condução 
da empresa, garantindo sua continuidade. Ou seja, simbolicamente falando, 
estão no lado de dentro dos portões da empresa, vivenciando-a dia a dia. Além 
do que já dito, convém salientar que esses usuários internos também podem ser 
subdivididos em três grupos distintos: 
1. Gestores Internos de decisões operacionais – precisam da informação 
contábil para planejar, executar e controlar as operações rotineiras. Isto 
é, a preocupação desses usuários está no curtíssimo/curto prazo. 
Estamos falando do nível operacional da entidade. 
2. Gestores Internos de decisões tácitas – usam a informação para tomar 
decisões não rotineiras de planos de médio prazo, como: investir em 
equipamentos, determinar a política de preço de produtos etc. Estamos 
falando dos indivíduos do Nível Gerencial da entidade. 
3. Gestores Internos de decisões estratégicas – usam a informação para 
tomar decisões não rotineiras que alcançam reformulação de políticas e 
planos de longo prazo. Estamos falando dos indivíduos do Nível de 
diretoria (equivalente ou mais) da entidade. 
 
Neste contexto, tanto os usuários internos quanto externos precisam da 
informação contábil para a tomada de decisão, todavia, seus objetivos são 
diferentes entre si. Então, por certo, a informação que precisam (e a maneira 
como vão utilizá-la) também é diferente. E é exatamente nesse ponto que temos 
um problema. Se a função fundamental da Contabilidade é fornecer informação 
útil aos usuários, para que eles possam tomar decisões com maior segurança, 
então... como a Contabilidade poderá, com um mesmo relatório contábil, atender 
com eficiência a dois grupos de usuários contábeis tão diferentes em suas 
necessidades? A resposta é... Ela não pode! 
Talvez, você tenha ficado boquiaberto com a revelação feita, mas fique 
tranquilo. O que foi dito é que a Contabilidade não pode atender, com um mesmo 
relatório, os diferentes interesses dos usuários internos e externos. Em nenhum 
 
 
5 
momento, foi dito que ela não pode atender a esses usuários com diferentes 
formas de relatórios. Vou explicar, acontece que a Contabilidade, para resolver 
o impasse informacional entre o público interno e externo, se ramificou em duas 
linhas distintas de informação, porém complementares entre si, as quais são: 
 Contabilidade Gerencial => para usuários internos 
 Contabilidade Financeira => “principalmente” para usuários externos (obs.: 
“principalmente” porque os internos também podem e devem usá-la) 
Na Figura a seguir, os autores Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 5) 
apresentam uma tabela que ilustra muito bem a diferença entra essas duas 
correntes contábeis. Tabelas como estas são comuns em livros de controle 
gerencial, controladoria, contabilidade gerencial e administração financeira. 
Assim, por certo, essas diferenças são itens importantes, caso contrário, não 
seriam tão expostas. Não acha? 
 
Figura 1 – Contabilidade Gerencial “versus” Contabilidade Financeira 
Autores: Horngren, Sundem, Stratton (2004, p. 5) 
 
 
Como exposto, existem possibilidades e limites bem interessantes em 
cada uma dessas linhas contábeis. Entre as informações expostas, destacam-
se, além da diferença dos usuários, o fato de a Contabilidade Gerencial ser mais 
flexível do que a Financeira, quanto à estrutura metodológica e à temporalidade 
de seus relatórios. Por exemplo, na Gerencial, o principal limite (e talvez o único) 
dos relatórios contábeis é “o custo da geração da informação” em relação “ao 
benefício que desta se extrai”. Já na Financeira, esta tem como limite os 
 
 
6 
“Princípios Contábeis Geralmente Aceitos”: Postulados, Princípios, Convenções 
e Características qualitativas. 
Todavia, não significa que apenas a contabilidade financeira é que precisa 
se curvar aos “Princípios Contábeis Geralmente Aceitos”. O que está sendo dito 
é que a Contabilidade Gerencial tem mais liberdade de escolha quanto ao seu 
nível de adesão em relaçãoa estes, dada às características e necessidades 
presentes no ambiente da empresa. Por exemplo: enquanto a financeira precisa 
usar o valor de reposição em seus cálculos, a gerencial, por ser um instrumento 
preditivo, tem a possibilidade de usar tanto o valor histórico quanto o de 
reposição conforme seu diagnóstico sobre o mercado. 
Agora que já estudamos o que é a Contabilidade e como ela atende a 
seus usuários, vamos tentar entender como é que ela realiza sua missão 
informacional. Quanto ao que informa, a Contabilidade nos apresenta, entre 
outros itens importantes para AVEF, os seguintes: 
 a necessidade de investimento e de financiamento; 
 a forma das estruturas de capital e financeira; 
 os cenários de retorno econômico e financeiro. 
 
Com relação à forma como transmite essas informações, temos aqui, 
como exemplo, dois macrogrupos informacionais bem interessantes: indicadores 
operacionais (liquidez, estrutura, rentabilidade, etc.) e Volumes transacionais 
(ponto de equilíbrio, margem de segurança, etc.). 
Por fim, resta apresentar que, quanto ao método que estes utilizam, 
temos a presença dos sistemas de custeios. Os indicadores de liquidez, por 
exemplo, para serem gerados, fazem uso dos sistemas de custeios por absorção 
(contab. financeira) e o ponto de equilíbrio, por sua vez, somente é possível 
graças ao sistema de custeio variável (contab. gerencial). Portanto, dada essa 
grande relevância dos custeios para a Contabilidade e, logicamente, AVEF, 
vamos tê-los como pauta para os próximos temas de nossa aula. 
 
TEMA 02: CUSTEIO POR ABSORÇÃO E A IMPLICAÇÃO DE SUAS POSSÍVEIS 
FORMAS DE APLICAÇÃO NA AVEF 
Neste tema, vamos estudar as diferentes formas de constituição do 
custeio de absorção e... O quê? Você não lembra o que é custeio? O custeio é 
um método que estabelece a forma de contabilização do custo (o gasto incorrido 
 
 
7 
na produção) e das despesas (o gasto incorrido para geração da receita). Pois 
bem, durante esta jornada, vamos refletir como cada uma dessas formas de 
realizar o custeio por absorção (parcial, modificado e pleno) pode contribuir com 
informações relevantes para a análise de viabilidade econômico-financeira 
(AVEF). 
Então, vamos lá! 
 
a) Custeio por absorção parcial 
Nesta forma parcial de reconhecimento dos gastos, as despesas são lançadas 
no período. Por isso, quando ocorrem, impactam no resultado; já o custo não, 
pois ele é absorvido pelo produto (de forma direta ou indireta/rateio) e somente 
muda o resultado da empresa quando sai o produto do estoque (caso contrário, 
o custo aparece como um investimento no ativo circulante = estoque de produto 
acabado). 
 
 
b) Custeio por absorção modificado 
Na forma modificada do reconhecimento dos gastos, as despesas e os custos 
estruturais (aqueles relacionados à estrutura da produção) são lançados no 
período. Por isso, quando ocorrem, impactam no resultado; já os custos variáveis 
e os custos fixos operacionais não. Estes são absorvidos pelo produto (de forma 
direta ou indireta/rateio) e somente mudam o resultado da empresa quando sai 
o produto do estoque (caso contrário, os custos fixos operacionais e variáveis 
 
 
8 
aparecem como um investimento no ativo circulante = estoque de produto 
acabado). 
 
 
c) Custeio por absorção plena 
Na forma plena do reconhecimento dos gastos (também chamada de RKW), as 
despesas e os custos são absorvidos pelo produto (de forma direta ou 
indireta/rateio) e somente mudam o resultado da empresa quando sai o produto 
do estoque (caso contrário, aparecem como um investimento no ativo circulante 
= estoque de produto acabado). 
 
 
Das três formas de absorção, a que mais se adequa aos princípios 
contábeis é a “parcial”, pois separa a despesa e o custo no reconhecimento dos 
gastos para a apuração do resultado. Todavia, para fins gerenciais, as formas 
modificada e plena não são menos importante. A primeira, por separar na análise 
gerencial o que é gasto com estrutura (portanto, do período) e o que é gasto 
efetivamente produtivo. A segunda, por transferir para o produto transacionado 
todo o sacrifício para a obtenção da receita (despesas + custo). Por fim, sobre 
seu aspecto lógico, precisamos dizer que, apesar de todas suas qualidades, 
nenhuma delas é 100% confiável/imparcial em um processo de análise, pois 
todas precisam utilizar uma forma subjetiva de alocação dos “gastos não diretos”, 
 
 
9 
ou seja, fazer uso de um critério de rateio! Em poucas palavras, em Análise de 
Viabilidade Econômico-Financeira (AVEF), sempre solicite a forma de custeio e, 
se ele for absorção, peça o critério de rateio utilizado. 
Com relação aos instrumentos analíticos relevantes que o custeio por 
absorção nos permite gerar, podemos destacar, quanto ao conteúdo 
informacional, três pontos fundamentais para o processo gerencial: 
a) natureza do capital investido (estrutura): Análise Vertical; 
b) evolução da estrutura investida ao longo do tempo: Análise Horizontal; 
c) mensuração dos resultados oriundos de tal aplicação: Análise por 
Indicadores. 
 
Nesse último item (a mensuração dos resultados por indicadores) a 
avaliação da entidade ocorre em relação a quatro pontos principais: 
c1) Grau de Endividamento ............................. : Situação da Estrutura de 
Capital 
c2) Nível de Liquidez ....................................... : Situação Financeira 
c3) Nível de Rentabilidade .............................. : Situação Econômica 
c4) Ciclo de Atividade ..................................... : Situação Operacional 
 
Não entraremos nos pormenores sobre suas formas de cálculo porque, 
primeiramente, você já viu tais elementos na disciplina de análise de 
demonstrações (ou em equivalentes), depois porque, como foi dito no início da 
aula (e no início deste tópico), nosso foco é o instrumental da análise gerencial. 
 
TEMA 03: CUSTEIO VARIÁVEL E A PERCEPÇÃO DO 
CUSTO/VOLUME/LUCRO NA AVEF: PARTE I – PONTO DE EQUILÍBRIO 
Neste tema da aula, vamos conversar sobre o custeio variável e como 
este permite a construção do instrumento analítico denominado ponto de 
equilíbrio. Sobre esse artefato, estudaremos como ele nos permite analisar as 
regiões transacionais que geram prejuízo, equilíbrio e lucro, quando respeitados 
os critérios apresentados pela teoria neoclássica da firma (Aula 3). 
Então, vamos começar! Lá em teoria econômica vimos que, com a curva 
da receita em confronto com a curva do custo, era possível determinar qual seria 
a curva do lucro. 
 
 
 
10 
 
 
 
Com base no gráfico, desde que não ultrapassemos o ponto de lucro 
máximo da empresa, podemos isolar uma área para realizar uma análise do 
impacto do volume de venda sobre o custo e o lucro das transações. Estamos 
nos referindo ao instrumento contábil denominado de Custo/Volume/Lucro 
(C/V/L). 
 
Na área recortada, gráfico acima, o movimento transacional que está 
abaixo do ponto de equilíbrio é prejuízo (resultado econômico negativo), o que 
está acima deste ponto é lucro (resultado econômico positivo) e, por fim, o 
volume transacional que está exatamente neste ponto tem resultado econômico 
nulo (nem lucro, nem prejuízo). O quê? Você quer saber como podemos 
trabalhar com esse conceito por meio de fórmulas? Boa pergunta, e ela é bem 
simples de ser respondida, por sinal. Para tanto, teremos que seguir três passos: 
identificar o que é custo fixo e o que é custo variável; depois, encontrar o valor 
da margem de contribuição para cada unidade de produto vendido; por fim, 
dividir o valor do custo fixo pelo valor da margem de contribuição e... Pronto, 
temos a quantidade de venda que não nos dá nem lucro, nem prejuízo! Agora, 
11 
vamos observar as fórmulas, mas por uma ótica gerencial, ou seja, vamos 
considerar tanto os custos quanto as despesas em nossos cálculos: 
a) Levantamento dos dados
Pv: Preço de venda (sempre é “por unidade”; casocontrário, é receita). 
CVu: Custo variável por unidade. 
DVu: Despesa variável por unidade. 
GVu: Gasto variável por unidade (CVu + DVu ). 
CF: Custo fixo do período (sempre indique qual é o período: semana, mês etc.). 
DF: Despesa fixa do período (sempre indique qual é o período: semana, mês 
etc.). 
GF: Gasto fixo do período (CF + DF). 
b) Margem de contribuição (MC)
MC = Pv – GVu 
MC = Pv – (CVu+DVu) 
Ou seja, MC é um valor monetário por unidade vendida que é obtido após 
tirarmos do preço os gastos variáveis unitários. Se ele for negativo, a operação 
é inviável, se for positivo, quanto maior for seu valor, mais viável será a operação. 
c) Ponto de equilíbrio (PE)
PE = GF / MC 
Em poucas palavras, PE é a quantidade de venda que não gera nem lucro, 
nem prejuízo. E aqui fica claro o que é MC: quando operamos abaixo do ponto 
de PE, seu valor indica quanto cada unidade vendida contribui para reduzir o 
prejuízo; quando operamos acima do PE, seu valor indica quanto cada unidade 
vendida contribui para gerar lucro. 
Veja este exemplo: 
Uma empresa tem um gasto fixo mensal de R$ 15 mil com a produção e de 
R$ 5 mil com as áreas comercial, administrativa e financeira. Essa empresa 
vende camisetas cujo custo variável por unidade é de cerca de R$ 2,00. Também 
tem uma despesa variável com venda, a título de comissão, de R$ 3,00 por 
12 
unidade vendida. Sabendo que as camisetas podem e serão vendidas no 
mercado pelo valor de R$ 15,00 a unidade, qual é o ponto de equilíbrio? 
a) Levantamento dos dados
Pv: R$ 15,00 
CVu: R$ 2,00 
DVu: R$ 3,00 
GVu: R$ 5,00 (= R$ 2 + R$ 3) 
CF: R$ 15 mil 
DF: R$ 5 mil 
GF: R$ 20 mil (= R$ 15 + R$ 5 mil) 
b) Margem de contribuição (MC)
MC = Pv – GVu 
MC = R$ 15,00 – R$ 5,00 
MC = R$ 10,00 por unidade 
c) Ponto de equilíbrio (PE)
PE = GF / MC 
PE = R$ 20 mil / R$ 10,00 
PE = 2 mil unidades (RESPOSTA) 
Bem simples, não foi? Agora, vamos para o próximo tema, o do grau de 
comprometimento da receita, o qual nada mais é que um desdobramento 
informacional do PE. 
TEMA 04: CUSTEIO VARIÁVEL E A PERCEPÇÃO DO 
CUSTO/VOLUME/LUCRO NA AVEF: PARTE II – GRAU DE 
COMPROMETIMENTO DA RECEITA 
Neste tema, vamos trabalhar o desdobramento dos elementos 
informacionais do ponto de equilíbrio no indicador denominado "grau de 
comprometimento da receita". Neste momento de nossa aula, estudaremos 
 
 
13 
quanto da receita da empresa está comprometida para atingir o volume de 
equilíbrio da entidade – informação muito importante para análise de viabilidade 
econômico-financeira (AVEF) por nos permitir avaliar o grau de risco de uma 
operação. 
Olhando a figura do ponto de equilíbrio, se considerarmos a área que vai 
do ponto zero (quando não foi vendido nada ainda) até o valor extremo do lado 
direito (o que representa a capacidade máxima da empresa), tudo na região 
abaixo do ponto de equilíbrio (PE) precisa acontecer para a empresa ser viável. 
Ou seja, da capacidade total que a empresa tem para comercializar, esta última 
parte que citamos é aquela que está comprometida na operação para cobrir os 
gastos que foram incorridos. 
 
Com base nessa lógica, podemos tirar a seguinte equação: 
GCR = RE/RCM 
GCR = (Pv PE · PE) / (Pv CM · CM) 
em que... 
GCR: Grau de comprometimento da receita 
RE: Receita de equilíbrio (<= RE = Pvpe . PE) 
RCM: Receita da capacidade máxima (<= RCM = PvCM . CM) 
Pvpe .: Preço de venda no ponto de equilíbrio 
PE: Quantidade de equilíbrio 
PvCM: Preço de venda no ponto de capacidade máxima 
CM: Quantidade máxima de venda 
 
Bem, a melhor forma de entender o GCR é aplicando-o! 
Então, mão na massa! 
 
 
 
 
14 
 
 
Exemplo: 
Uma empresa tem um ponto de equilíbrio mensal de 2 mil camisetas para 
um preço de R$ 15 cada. Sabendo que sua capacidade máxima é de 5 mil 
camisetas/mês e que nesse ponto o preço de venda é de R$ 10,00/camiseta 
(lembre-se da questão da utilidade vista na aula 3 que você vai entender o 
porquê do preço ter abaixado), qual será o grau de comprometimento da receita? 
 
1º Passo: estabelecer os dados 
Pvpe .: R$15,00 
PE: 2 mil camisetas 
RE: R$ 30 mil (<= R$15 · 2 mil) 
PvCM: R$ 10,00 
CM: 5 mil camisetas 
RCM: R$ 50 mil (<= R$ 10 · 5 mil) 
 
2º Passo: realizar o cálculo 
GCR = RE / RCM 
GCR = 30 mil / 50 mil = 0,6 (como é uma razão vamos transformar em 
%) 
GCR = 60% (<= 0,6 · 100) 
 
Bem, vamos entender o que significa um GCR de 60%. Ele indica que a 
empresa está usando 60% da sua capacidade de gerar receita apenas para obter 
a condição de equilíbrio. Portanto, essa medida nos fornece que a entidade 
analisada tem 40% da sua capacidade (<= 100% – 60%) livre para gerar lucro. 
O que podemos tirar dessa análise? Quanto maior for o valor GCR, maior 
será o risco da empresa, pois isso indica que muito da capacidade de geração 
está comprometida apenas com o PE. Na mesma forma, quanto menor for este 
valor, menor será o risco da empresa, uma vez que pouca quantidade da sua 
capacidade está comprometida com o PE. Todavia, fica o alerta: para que tudo 
isso faça sentido, precisamos ter Margem de Segurança (MS) positiva, não 
podemos ultrapassar o ponto de lucro máximo nem estar nas regiões inviáveis 
de produção (aquela que foi vista na aula 03). 
 
 
15 
 
TEMA 05: CUSTEIO VARIÁVEL E A PERCEPÇÃO DO 
CUSTO/VOLUME/LUCRO NA AVEF: PARTE III – MARGEM DE SEGURANÇA 
Neste último tema, a pauta será o desdobramento dos elementos 
informacionais do ponto de equilíbrio no indicador analítico "margem de 
segurança". Neste momento, estudaremos quanto da receita da empresa está 
acima do volume de equilíbrio da entidade – informação muito importante para a 
AVEF, por nos permitir, como ocorre no caso do “grau de comprometimento da 
receita”, avaliar o grau de risco de uma operação. 
O conceito é o seguinte: o ponto de Equilíbrio tem duas áreas bem 
definidas: prejuízo (abaixo do PE) e lucro (acima do PE). 
 
 
 
Uma empresa realiza seus orçamentos de venda partindo da premissa 
que ela é conduzida por pessoas racionais, em volumes de venda que estejam 
na região de lucro. A questão é quanto esta venda orçada está acima do PE. 
Quanto maior a distância da quantidade vendida em relação ao PE, menor o 
risco; quanto menor a distância, maior é o risco da empresa no caso de 
imprevistos. O valor que mede essa distância é denominado de Margem de 
Segurança: 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
Sua forma de cálculo exige a execução de duas equações: uma absoluta 
(MSA) e outra relativa (MS%). 
 
a) Margem de Segurança Absoluta (MSA) 
 
MSA = Qo – PE 
 
Onde: 
Qo: Quant. Orçada 
PE: Ponto de Equilíbrio 
 
b) Margem de Segurança Relativa ou Percentual (MS%) 
 
MS% = MSA / Qo 
 
Onde: 
MSA: Margem de Segurança Absoluta 
Qo: Quant. Orçada 
 
Obs.: Na prática, quando se fala em margem de 
segurança (MS), o que está sendo analisado é a forma 
relativa (MS%). 
 
 
 
17 
 
 
Bem, a melhor forma de entender a MS é aplicando-a... Então, mãos na massa! 
Exemplo: 
Uma empresa tem um ponto de equilíbrio mensal de 2 mil camisetas e em 
seu orçamento a quantidade estimada de venda é de 3 mil camisetas. Qual é o 
grau de comprometimento da receita? 
 
1º Passo: estabelecer os dados 
 
PE: 2 mil camisetas 
Qo: 3 mil camisetas 
 
2º Passo: realizar o cálculo 
MSA = Qo – PE 
MSA = 3 mil – 2 mil = 1 mil 
 
MS% = MSA / Qo 
MS% = 1 / 3 mil = 0,3333 (como é uma razão vamos transformar em 
%) 
MS% = 33,33% (<= 0,333 · 100) <= RESPOSTA! 
 
Bem, vamos entender o que significa uma GCR de 33,33%. Ele indica 
que a empresa está em uma posição na qual 33,33% de sua venda estão acima 
do valor do Ponto de Equilíbrio. Assim, isso significa que, caso ela sofra uma 
queda de 33,33% no volume de venda, mesmo assim, não registrará resultados 
negativos em seus demonstrativos econômicos. 
O que podemos tirar dessa análise? Quanto maior for o valor da MS, 
menor será o risco da empresa,pois isso indica que ela tem muito da gordura 
para queimar até chegar ao PE. Na mesma forma, quanto menor for este valor, 
maior será o risco da empresa, uma vez que isso demonstra que ela tem pouca 
margem para aguentar desaforos do mercado, ou seja, pequenas quedas de 
venda podem jogá-la na região de prejuízo. Bem legal, as informações que 
geram os instrumentos do C/V/L (PE, GCR e MS), não acha? 
 
 
 
18 
 
 
Antes de encerrarmos, lembre-se de que a validade desses instrumentos 
está ligada nos preceitos das curvas explicadas lá nos paradigmas econômicos, 
portanto, para usar o C/V/L, precisamos ter MS positiva, não podemos 
ultrapassar o ponto de lucro máximo nem estar nas regiões inviáveis de 
produção. 
 
 
CURIOSIDADE 
Se você ficou curioso sobre os artefatos do C/V/L (MC, PE; MS, GCR), saiba que 
existem vários livros e artigos bem legais e agradáveis sobre o tema, entre eles: 
 
Análise das relações custo-volume-lucro como instrumento gerencial: um estudo 
multicaso em indústrias de grande porte do Rio Grande do Sul. Revista de 
Contabilidade e Organizações. Disponível em: 
http://www.revistas.usp.br/rco/article/view/34797/37535 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
Durante os temas vistos nesta aula, analisamos a importância da 
Contabilidade e vimos, sinteticamente, algumas das bases teóricas para sua 
mensuração de gastos, os custeios e também os instrumentos do C/V/L (PE, 
GCR, MS). Agora, acesse o fórum da disciplina e, com base no que estudou, 
reflita com seus pares a situação a seguir: Você acredita que o Custeio Variável 
é a única forma útil para uma análise de viabilidade econômica? Ou será que 
existe espaço para o uso do custeio por absorção? Se você respondeu sim, 
então deveríamos usar estes dois custeios de forma conjunta? 
 
NA PRÁTICA 
a) Leitura do caso 
Uma empresa de barra de cereais levantou os seguintes dados sobre suas 
operações: 
 quantidade orçada de vendas para o mês: 125 mil barras; 
http://www.revistas.usp.br/rco/article/view/34797/37535
 
 
19 
 preço de venda que será praticado: R$ 2,50 / barra; 
 gasto fixo mensal: R$ 150 mil; 
 gasto variável unitário: R$ 1,00 por barra; 
 
Qual é a margem de segurança da empresa? 
 
b) Identificação do que deve ser feito e teoria/conteúdo que resolve o 
problema 
 
Primeiramente, precisamos separar os dados e, depois, aplicar as fórmulas 
vistas no tema 3 (ponto de equilíbrio) e 5 (margem de segurança). 
 
c) Apresentação da solução do problema. 
1º Passo: estabelecer os dados 
 Qo: 125 mil barras 
 PV: R$ 2,50/barra 
 GF: R$ 150 mil 
 GVu: R$ 1,00 por barra 
 
2º Passo: realizar os cálculos 
MC = PV – GVu 
MC = R$ 2,50 – R$1,00 = R$ 1,5 por barra 
 
PE = GF / MC 
PE = 150 mil / 1,50 = 100 mil barras 
 
MSA = Qo – PE 
MSA = 125 mil – 100 mil = 25 mil 
 
MS% = MSA / Qo 
MS% = 25 mil / 125 mil 
MS% = 20% (RESPOSTA) 
 
 
 
 
 
20 
 
 
SÍNTESE 
Neste encontro, abordamos alguns elementos importantes para o 
processo de análise viabilidade econômica considerando o comportamento do 
custo e do lucro com relação ao movimento da transação projetada, entre os 
quais, estão: 
 margem de contribuição; 
 ponto de equilíbrio; 
 margem de segurança; 
 grau de comprometimento da receita. 
Também estudamos como os indicadores econômicos contábeis são 
influenciados pela forma de custeio utilizada no método por absorção: parcial, 
modificado e pleno. Ah! A reposta do problema do diretor... O gerente do banco 
errou feio. Um relatório de contabilidade gerencial não é (e nunca foi) caixa dois 
(sonegação), trata-se apenas de cunho gerencial (por exemplo, o valor do 
estoque a preço de reposição). 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W.; et al. Finanças corporativas: análise de 
demonstrativos contábeis e de investimentos. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
MACEDO, J. J.; CORBARI, E. C. Análise de projeto e orçamento 
empresarial. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de custeio comparados: 
custos e margens analisadas sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas, 
2010. 
SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos da Engenharia Econômica. 
Curitiba: Ibpex, 2011.

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