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ESTUDOS DE PATOLOGIA Caso Clínico 1 Um paciente do sexo masculino, 32 anos, branco, procura o serviço de emergência devido a febre e dispneia. Ele relata quadro de dor na garganta, tosse úmida e pouco produtiva, mialgia intensa, febre de até 38,7°C (temperatura axilar aferida) e episódios de cefaleia com início no dia anterior ao da consulta. Apresenta também dor ventilatório-dependente, mal-estar, astenia e adinamia. Refere piora significativa dos sintomas nas últimas 24 horas, com dificuldade progressiva para respirar e deambular. No aparelho respiratório, verifica-se murmúrio vesicular em ambos os hemitórax. Há raros sibilos em campos médios pulmonares, sem outros achados significativos. O hemograma e normal, apresentando apenas discreta leucopenia. O paciente afirma não ser tabagista, nem apresentar outras doenças. Relata também ter realizado vacinas apenas na infância. Não faz uso de qualquer medicação cronicamente. Após a realização de exame físico, foram coletados swabs de secreção orofaríngea, instalou-se suporte ventilatório por cateter nasal e realizou-se estabilização inicial dopaciente. Foi iniciada antibioticoterapia empírica para pneumonia por germes da comunidade (cefuroxima e azitromicina) e oseltamivir. O teste rápido para antígeno de influenza e a imunofluorescência para anticorpos contrainfluenza A evidenciaram resultados positivos. O tratamento inicial foi mantido, havendo melhora gradual dos sintomas respiratórios e do mal-estar geral. No segundo dia de internação, o RT-PCR foi positivo para influenza A H1N1. GRIPE SUÍNA A gripe, ou infecção pelo vírus influenza, é a causa mais importante de doença respiratória aguda nos consultórios médicos. Caracteriza-se por ser uma doença febril aguda, geralmente autolimitada, causada pelo vírus influenza, tipos A e B. Em geral, provoca casos de quadros leves a moderados. Entretanto, pode determinar quadros graves, principalmente em indivíduos suscetíveis. Em 2009, nos Estados Unidos, foram relatados dois casos de um novo vírus influenza A em crianças. Simultaneamente no México foi descrito um surto de infecção respiratória em humanos. Identificou-se um novo vírus influenza A (H1N1), parcialmente derivado dos vírus influenza A que circula nos porcos e é antigenicamente distinto dos vírus influenza A humanos (H1N1) que circulam desde 1977. Poucos dias após a descrição dos dois primeiros casos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a disseminação global do vírus como um evento de saúde pública de preocupação internacional. Em dois meses, detectou-se o vírus circulando nos cinco continentes, alcançando nível 6 da OMS, ou seja, o status de uma pandemia, globalmente conhecida como gripe suína. Influenza A, subtipo H1N1, também conhecido como A (H1N1), é um subtipo de Influenzavirus A, a causa mais comum da influenza (gripe) em humanos. A letra H refere-se à proteína hemaglutinina e a letra N à proteína neuraminidase, principais antígenos. Este subtipo deu origem, por mutação, a várias estirpes, incluindo a da gripe espanhola (atualmente extinta), estirpes moderadas de gripe humana, estirpes endémicas de gripe suína e várias estirpes encontradas em aves. Os vírus influenza são compostos de RNA de hélice única, da família dos Ortomixovírus e subdividem-se em três tipos: A, B e C, de acordo com sua diversidade antigênica. São compostos por RNA de cadeia simples recobertos por glicoproteínas denominadas hemaglutininas (H – importantes para a adesão ao epitélio respiratório) e neuraminidases (N – importantes para a liberação do vírus das células infectadas).Os vírus podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura). Os tipos A e B causam maior morbidade (doença) e mortalidade (mortes) que o tipo C. Geralmente as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão associadas ao vírus influenza A. As principais características do processo de transmissão da influenza são: alta transmissibilidade, principalmente em relação à influenza A; maior gravidade entre os idosos, as crianças, as gestantes, os imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas; rápida variação antigênica do vírus influenza A, o que favorece a rápida reposição do estoque de susceptíveis na população; apresenta-se como zoonose entre aves selvagens e domésticas, suínos, focas e eqüinos que, desse modo, também constituem-se em reservatórios dos vírus. A patogênese da infecção humana pelo novo vírus influenza A (H1N1) compreende dois eventos: a) o dano celular primário ou citotóxico direto pela ação viral, por exemplo causando injúria direta no epitélio respiratório, e b) a liberação de citocinas e mediadores inflamatórias secundárias à infecção viral. A individualidade do hospedeiro quanto a magnitude da resposta inflamatória e dos mecanismos de defesa citotóxicos resultam em quadro clínico e gravidade variáveis. Em alguns subgrupos de pacientes com formas mais graves da doença, detecta-se coinfecção com outros vírus e infecção bacteriana secundária, o que resulta em altas taxas de morbi-mortalidade. O quadro clínico espectral depende da interação entre fatores do agente infectante (vírus) e a resposta do hospedeiro (homem). A detecção precoce do caso e o tratamento específico de subgrupos de maior risco pode resultar em redução da gravidade dos sintomas e na parada da progressão da doença que pode culminar em reposta inflamatória sistêmica e disfunção orgânica. A transmissão de pessoa para pessoa pode ocorrer facilmente, através de inalação de gotículas eliminadas pela tosse ou espirros das pessoas infectadas ou através do contato com superfícies que estejam contaminadas com os vírus da influenza e, em seguida, tocar os olhos, o nariz ou a boca. O período de incubação varia de 1 a 7 dias, em média de 1 a 4 dias. O período de transmissão inicia-se 24 horas antes do início dos sintomas e estende-se até 7 dias após. Em crianças, a transmissão pode durar até 14 dias após início dos sintomas e em indivíduos imunodeprimidos, pode ocorrer eliminação mais prolongada do vírus por até meses. Apesar da doença ter quadro benigno autolimitado na grande maioria dos casos, tem-se observado uma maior proporção de pacientes evoluindo com intenso acometimento pulmonar com insuficiência respiratória de evolução rápida. Clinicamente, na maioria dos casos, em torno de 90% dos relatos, a doença caracteriza-se pela instalação abrupta de febre alta, em geral acima de 38oC, seguida de mialgia, dor de garganta, artralgias, prostração, dor de cabeça e tosse seca. Podem estar presentes diarréia, vômitos e fadiga. A febre é o sintoma mais frequente e dura em torno de três dias. Com a sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantém-se em geral por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. Entre pessoas infectadas, síndromes clínicas variam desde sintomas respiratórios leves a pneumonia e insuficiência respiratória em sua forma mais grave, a síndrome do desconforto respiratório agudo. Os relatos da literatura demonstram mortalidade e complicações semelhantes às que ocorrem em pacientes com influenza sazonal, dentre elas: a) exacerbação de condição crônica de base b) sinusite, otite, bronquiolite, asma c) pneumonia, injúria pulmonar aguda, insuficiência respiratória d) miocardite, pericardite e) miosite, rabdomiólise f) encefalite, convulsões, mal epiléptico g) resposta inflamatória sistêmica h) insuficiência renal i) sepse j) disfunção multiorgânica k) morte. GRUPOS DE ALTO RISCO PARA COMPLICAÇÕES a) crianças menores que 5 anos b) adultos com idade maior ou igual a 65 anos c) gestantes d) obesos e) imunossuprimidos (infecção pelo HIV, transplantes, medicamentos imunosupressores) f) adultos e crianças portadores de doenças crônicas como diabetes, cardiopatias, pneumopatias, hepatopatias, doenças neuromusculares, hematológicas e metabólicas g) profissionais da saúde e cuidadoresde instituições de cuidados aos pacientes crônicos. A medicação de escolha para tratamento e profilaxia é o oseltamivir (antiviral inibidor de neuraminidase). O julgamento clínico é fator importante na decisão do tratamento. Pacientes com suspeita de infecção pelo novo vírus influenza A (H1N1) que apresentam com quadro febril não complicado não requerem tratamento a menos que façam parte dos grupos de alto risco para complicações. Para a gripe suína, descreva: 1. Sua Etiologia. 2. Sua Patogênese 3. Sua Fisiopatologia 4. Como age o antiviral de escolha para o tratamento¿ 5. Por que foi administrado antibioticoterapia concomitantemente. Instruções para indivíduos saudáveis assintomáticos: Manter distância de no mínimo um metro de qualquer indivíduo com sintomas de gripe, e evitar levar as mãos à boca e ao nariz. Higienizar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou superfícies potencialmente contaminadas. Reduzir o máximo possível o tempo de contato com pessoas potencialmente doentes. Reduzir o máximo possível a permanência em ambientes com aglomeração de pessoas. Nos ambientes que estiver frequentando, melhorar o fluxo de ar, abrindo as janelas por exemplo. Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal. Evitar tocar olhos, nariz ou boca. Instruções para indivíduos com sintomas respiratórios (febre, tosse, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade respiratória) Higienizar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou superfícies potencialmente contaminadas, principalmente após tossir ou espirrar Cobrir o rosto (boca e nariz) quando tossir ou espirrar (com antebraço ou papel descartável) Permanecer em casa durante dez dias, utilizando máscara cirúrgica descartável Reduzir contatos sociais desnecessários; mensurar a temperatura três vezes ao dia; Ficar atento para o surgimento de febre ≥ 38º C e tosse. Profissionais da saúde (inclui atendentes de farmácia) Higienizar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou superfícies potencialmente contaminadas, principalmente após tossir ou espirrar Higienizar bancada e demais superfícies com álcool líquido à 70% e papel toalha após o atendimento do paciente suspeito. Os profissionais de saúde devem utilizar máscara de proteção respiratória que apresenta eficácia mínima de filtração de 95% das partículas dispersas (máscaras do tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3) quando: Entrar em quarto com paciente com diagnóstico ou suspeita de infecção pelo novo vírus influenza A/H1N1. Estiver trabalhando a distância inferior a um metro do paciente cm diagnóstico ou suspeita de pelo novo vírus influenza A/H1N1. A máscara deve ser corretamente utilizada, cobrindo a boca e o nariz e ajustando-a corretamente para melhor adaptação ao formato do rosto Casos clínicos 2: Pé diabético Complicações relacionadas aos pés são uma importante causa de morbidade em pacientes com diabetes mellitus (DM). Estima-se que mais de 5% desses pacientes apresentem história de úlceras nos pés, com uma incidência cumulativa, ao longo da vida, de cerca de 25%. Um evento inicial, mais frequentemente um trauma menor causador de dano cutâneo, costuma ser identificado na maioria dos casos. Cerca de 85% das amputações relacionadas ao DM são precedidas por lesões ulceradas, muitas delas passíveis de prevenção. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 52 anos, branco, com história de DM há cerca de 20 anos, sem outras co-morbidades, procurou o serviço de emergência do hospital, por início, há 10 dias, de dor, eritema, edema e aumento de temperatura no pé direito após trauma leve. Fazia uso irregular de metformina, na dose de 2000 mg ao dia, sem outras medicações. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, afebril, com pressão arterial e frequência cardíaca normais. Pé direito com discreto edema, eritema e calor local, que se estendia até o terço distal da perna. No quinto pododáctilo, visualizava-se necrose seca e, em área adjacente, no dorso do pé, lesão ulcerada (6 x 4 cm), exposição de tendão, sem exposição óssea, e com secreção purulenta. Caracterize o tipo de necrose: Casos clínicos 3: Úlcera por pressão História clínica: Paciente possui diabetes mellitus tipo 2, amputação parcial do pé D devido consequências de diabetes mal controlada. Estava em tratamento da lesão e uso de muleta quando desenvolveu essa úlcera por pressão devido ficar muito tempo com o calcanhar D apoiado em um "banco" o que favoreceu o desenvolvimento da úlcera devido isquemia tecidual. Relata que não sentia o desconforto no calcanhar, o que nos levou a constatar presença de neuropatia diabética (danificação dos nervos periféricos) uma complicação do diabetes. a) Caracterize o tipo de lesão como reversível ou irreversível, justificando sua resposta. b) Qual a causa da lesão. Questões Lesões: 1. Quis são as causas das lesões¿ 2. Diferencie lesão reversível de irreversível. 3. Ao observar ao MO um tecido que apresenta células anucleares e membranas fragmentadas, o que pode ser concluído quanto ao estágio de uma lesão¿ 4. O que é apoptose e necrose. Diferencie seus mecanismos. 5. Identifique os padrões morfológicos de necrose tissular, caracterizados em cada caso abaixo: a) Células mortas mas tecido preservado (dias); textura firme; desnaturação de proteínas estruturais e enzimáticas (bloqueio de proteólise); fagocitose das células mortas por leucócitos; Característica de infartos (necrose isquêmica); células anucleares . b) Comum nas pernas; perda de suprimento sanguíneo. Necrose coagulativa + infecção = gangrena úmida. c) Focos de destruição gordurosa; liberação de lipases pancreáticas; Hidrólise de TAG: saponificação de gorduras; depósitos de sabões de cálcio. d) Reações imunes em vasos sanguíneos; Imunocomplexos fibrinoides; Ocorre em doenças imunologicamente mediadas. e) Ocorre em infecções bacterianas/fúngicas; Acúmulo de células inflamatórias, recrutamento de leucócitos; liquefação do tecido; Massa viscosa/líquida amarelada. f) Infecção tuberculosa; Células mortas = morfologia granular amorfa; Tecido totalmente danificado ; sem contorno celular; Borda inflamatória (granuloma) 6. Interprete o gráfico abaixo e responda: a) O que ocorre com as células no ponto 1. b) Quais são os eventos que levam a célula ao ponto 2. c) Que alterações ocorrem na célula no ponto 3. d) O que pode ser observado no ponto 3. Questões Adaptações: 1. Qual é o processo fisiológico que sucede a uma agressão. 2. O que são adaptações celulares. 3. Quais os tipos de adaptações celulares. 4. Que tipo de alteração ocorre quando o miocárdio é submetido a uma carga elevada e persistente. O que ocorre se a carga não for atenuada. 5. O que são adaptações fisiológicas e adaptações patológicas. Exemplifique. 6. Que processos adaptativos fisiológicos ocorrem na musculatura lisa do útero grávido. 7. Que tipo de adaptação ocorre na musculatura esquelética quando sobrecarregada. 8. Quais são os fatores limitantes na hipertrofia. 9. Quais os tipos de hiperplasia e como são controladas. 10. Em que tipo de órgão ocorre hiperplasia. 11. Cite exemplos de hiperplasia patológica. 12. Como são formadas as verrugas nos casos de papilomaviroses. 13. O que diferencia a hiperplasia patológica benigna de um câncer. 14. Quais são os tipos de hipoplasia e suas causas. Exemplifique. 15. O que é metaplasia. Exemplifique. 1 2 4 3
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