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HISTÓRIA DA FARMÁCIA Procedimentos Farmacêuticos Assistenciais Prof. Ligia Rejane Reimann Gnas HISTÓRIA DA FARMÁCIA Medicina Primitiva: Paleolítico Baseava-se em crenças e ritos mágicos aliada ao uso de Plantas Medicinais Até hoje xamãs usam determinadas plantas para provocar alucinações ou para curar. * Desde os primórdios da humanidade, a atividade do farmacêutico se mostrou fundamental. HISTÓRIA DA FARMÁCIA Os chineses, por exemplo, há mais de 2.600 anos já preparavam remédios extraídos de plantas. Mil anos depois, os egípcios faziam o mesmo, utilizando também sais de chumbo, cobre e ungüentos feitos com a gordura de vários animais, como hipopótamo, crocodilo e cobra. Na Índia, Roma e na Grécia, onde Hipócrates, ao sistematizar os grupos de medicamentos - narcóticos, febrífugos e purgantes - inaugurou uma nova era para a cura. * Desde os primórdios da humanidade, a atividade do farmacêutico se mostrou fundamental. HISTÓRIA DA FARMÁCIA As mais antigas fontes escritas médico-farmacêuticas são provenientes precisamente das civilizações da Mesopotâmia e Egito. Na Mesopotâmia são constituídas por tabuinhas de argila gravadas com um estilete em escrita cuneiforme. Esta técnica permitiu que estes documentos tivessem sobrevivido até à atualidade, como aconteceu com as bibliotecas de Hammurabi (c. 1700 a.C.) em Mari e de Assurbanípal (c. 630 a.C.) em Nínive. HISTÓRIA DA FARMÁCIA O primeiro documento farmacêutico data de cerca de 2500 a.C. Mesopotâmia: Tabuinha Sumérica Tábua de argilas gravadas com escritas cuneiformes contendo 15 receitas medicinais descoberta em Nippur. Biblioteca do Palácio Real de Elba (Siria) Descoberta em 1974-1975 Cerca de 20.000 tabuinhas de argila com informações de medicamentos utilizados na época. Nos escritos sumérios há referências à erva-doce, beldroega e alcaçuz. Tabua Sumérica HISTÓRIA DA FARMÁCIA EGITO Papiros Médicos PAPIRO KAHUN 1850 a.C. Papiro ginecológico Teste de Gravidez Método de Contracepção - mistura à base de fibras vegetais e de espinhos de acácia moídos - espinhos são ricos em ácido lático, que é tóxico para os espermatozóides. HISTÓRIA DA FARMÁCIA EGITO PAPIRO SMITH Descoberto por Edwin Smith (1822-1906) Descreve tratamentos cirúrgicos Instruções para o tratamento de feridas, fraturas e luxações Papiro de SMITH * HISTÓRIA DA FARMÁCIA EGITO PAPIRO EBERS Papiro mais importante para a historia da Farmácia 1550 a.C. (século XVI a. C.) Descoberto por Georg Moritz Ebers (1837-1898) em Luxor, em 1873 Escrito em hierático - forma de escrita cursiva mais simples e rápida do que os hieróglifos, usada pelos escribas no dia-a-dia Delineia tratamentos mágicos, mecânicos e farmacológicos 110 páginas 20 metros 700 Substâncias medicinais 811 Fórmulas Papiro de EBERS * HISTÓRIA DA FARMÁCIA O livro contém cerca de: 700 fórmulas mágicas e descrições de medicamentos; inúmeros encantamentos destinados a afastar os demônios causadores de doenças evidencia uma longa tradição de conhecimento empírico de anatomia, doenças, e tratamentos práticos. Afirma que o coração é o centro do suprimento do sangue, com vasos ligados a cada membro do corpo. Os egípcios parecem ter sabido pouco sobre os rins e consideravam o coração o ponto de encontro de uma quantidade de vasos que transportavam todos os fluidos do corpo - sangue, lágrimas, urina e sémen. * HISTÓRIA DA FARMÁCIA São tratados distúrbios tal como a depressão e a demência, o que sugere que os egípcios entendiam as doenças mentais e as físicas de modo parecido. O papiro contém capítulos sobre contracepção, diagnóstico da gravidez e de outros problemas ginecológicos, doenças intestinais e parasitas, problemas dos olhos e da pele, odontologia e tratamento cirúrgico de abcessos e tumores, fixação de ossos e queimaduras. * HISTÓRIA DA FARMÁCIA Saúde e Magia na Mesopotâmia Baseavam-se na crença de que todos os fenômenos, se encontravam estreitamente unidos e subordinados à vontade dos deuses Nas crenças sumérias e assírio-babilónicas, a doença é um mal causado por espíritos malignos, os demônios, aproveitando a falta de proteção dos deuses. Desta visão resultavam práticas de diagnóstico e terapêuticas específicas. * HISTÓRIA DA FARMÁCIA Objetivo do diagnóstico consistia em saber que pecado o doente cometera, que demônio se apoderara do seu corpo e quais os propósitos dos deuses, Utilizavam técnicas de adivinhação como piromancia (fogo), hepatoscopia, oniromancia, presságios a partir de nascimentos anormais de homens e animais e astrologia Forma pelas quais os deuses manifestavam a sua vontade A terapêutica visava a reconciliação com os deuses, através da oração e de sacrifícios, assim como a expulsão dos demônios, recorrendo a encantamentos e purificações por magia. * HISTÓRIA DA FARMÁCIA Grécia e Roma Na Antiguidade a Medicina e a Farmácia eram uma só profissão, mas na antiga Roma começou a separação daqueles que diagnosticavam a doença, daqueles que misturavam matérias para produzir porções de cura, era a época de Hipócrates e de Galeno Teofrasto (371 a. C. – 287 a. C.)(Grego) discípulo de Aristóteles, foi o primeiro botânico conhecido e destacou-se como estudioso de plantas medicinais. * HISTÓRIA DA FARMÁCIA Grécia e Roma Dioscodides (I d.C.)(Grego) Elaborou o guia De Matéria Medica, - precursora das farmacopéias apresenta a descrição do uso de centenas de plantas medicinais e outros preparados de origem animal e mineral. * HISTÓRIA DA FARMÁCIA Hipócrates (Pai da Medicina) Fundamentou a sua na teoria dos quatro humores corporais Segundo esta teoria existiam no organismo quatro humores (sangue, linfa, bílis amarela e bílis negra) procedentes, respectivamente, do coração, cérebro, fígado e baço que se relacionavam com os quatro elementos da natureza (terra, água, ar e fogo) e com as quatro qualidades (calor, secura, frio e humidade). Os humores davam origem a temperamentos, que resultam da relação entre os quatro humores. HISTÓRIA DA FARMÁCIA Teoria dos 4 Humores HISTÓRIA DA FARMÁCIA Os temperamentos existentes eram: sanguíneo, fleumático ou pituitoso, bilioso e melancólico. Relacionando a quantidade dessas substâncias presentes no corpo, encontrar-se-ia o estado de equilíbrio (eucrasia) ou a doença e dor (discrasia). As causas destas doenças podiam ser externas, nomeadamente o clima, a alimentação e os parasitas; ou ainda internas, das quais são exemplo o sexo, a idade, e as doenças congênitas. HISTÓRIA DA FARMÁCIA A expulsão de humores do organismo poderia ocorrer através de vária vias, através da boca, do nariz, do reto, das vias urinárias e ainda através de sangrias. Dietas apropriadas e medicamentos que promovessem a extração de humores eram os recursos mais utilizados no restabelecimento dos humores. Os medicamentos existentes tinham as funções de diuréticos, purgantes, sudoríferos, eméticos, e soníferos. Deu grande importância à dieta, aos exercícios corporais. Os medicamentos eram encarados como um recurso secundário. HISTÓRIA DA FARMÁCIA Galeno (Pai da Farmácia). Esquematiza pela primeira vez a teoria dos 4 humores Transfere-se, desse modo, para o comportamentos das pessoas, a noção de equilíbrio e harmonia dos humores. As expressões "bom humor", "mau humor", "bem humorado", "mal humorado" são reminiscências dos conceitos de eucrasia e discrasia. HISTÓRIA DA FARMÁCIA HISTÓRIA DA FARMÁCIA Transformou a patologia humoral numa teoria racional e sistemática, em relação à qual se tornava necessário classificar os medicamentos. Galeno combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades. É precursor da alopatia. Escreveu mais de duzentas obras, sendo que cerca de cem são hoje reconhecidas como de sua autoria HISTÓRIA DA FARMÁCIA Galeno (200 – 131 a.C.) Foi feita a distinção entre alimento, veneno e medicamento. Aplicou pelaprimeira vez um conceito do medicamento semelhante ao atual, ou seja, em que coexistiam substâncias que tinham propriedades terapêuticas, as que tinham ação corretiva das características organolépticas e ainda os excipientes. HISTÓRIA DA FARMÁCIA Galeno (200 – 131 a.C.) Escreveu bastante sobre farmácia e medicamentos, e em suas obras se encontraram cerca de quatro centenas e meia de referências a fármacos. Elaborou uma lista de remédios vegetais, conhecidos como "galênicos", a maioria dos quais era composta com vinho (teriagas). Observador e metódico, classificou e usou magistralmente as ervas. HISTÓRIA DA FARMÁCIA AQUI Classificou os medicamentos em três grandes grupos, segundo um critério fisiopatológico humoral: O primeiro grupo incluía os simplicia, aqueles que possuíam apenas uma das quatro qualidades, seco, húmido, quente ou frio; o segundo grupo era o dos composita, quando possuíam mais do que uma; o terceiro grupo incluía os que atuavam segundo um efeito específico inerente à própria substância como os purgantes os vomitivos e outros. HISTÓRIA DA FARMÁCIA A Profissão Farmacêutica A primeira Farmácia Pública de que se tem notícia foi fundada em Bagdá, pôr ordem do Califa ALIMAZUR, no ano de 776 d.C. AVICENA (980-1037d.C) o Galeno Persa contribuiu para às ciências farmacêuticas, chegando a montar uma botica dentro de sua própria casa, onde atendia os necessitados. HISTÓRIA DA FARMÁCIA O termo farmácia vem do grego pharmakon (φάρμακον), que deu origem a fármaco, farmácia e tinha duplo significado: medicamento e veneno. No século II, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia de que se tem notícia, criando inclusive uma legislação para o exercício da profissão. HISTÓRIA DA FARMÁCIA A partir do século X, foram criadas as primeiras boticas - ou apotecas - na Espanha e na França. Eram as precursoras das farmácias atuais. Cabia aos boticários conhecer e curar as doenças, e para o exercício da profissão deviam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados para a feitura e guarda dos remédios. HISTÓRIA DA FARMÁCIA A farmácia foi oficialmente separada da medicina em 1240 d.C., quando um decreto do imperador Frederico II, da Alemanha, regulamentou a prática da farmácia dentro de parte de seu reino, chamado Duas Sicílias. Os farmacêuticos passaram a ser obrigados a prestar juramento quanto à preparação de medicamentos confiáveis e de qualidade uniforme, de acordo com a arte. No século XVI, o estudo dos remédios ganhou impulso notável, com a pesquisa sistemática dos princípios ativos das plantas e dos minerais capazes de curar doenças. HISTÓRIA DA FARMÁCIA No século XIX, médicos, farmacêuticos e químicos começaram a desenvolver técnicas voltadas para o estudo das substâncias responsáveis pelas atividades farmacológicas, ou seja, os fármacos; Com o tempo, foi implantada no mundo a indústria farmacêutica e, com ela, novos medicamentos são criados e estudos realizados, em velocidade espantosa. HISTÓRIA DA FARMÁCIA Durante a 1ª Guerra Mundial (1914 -1919), desenvolve-se a terapia antimicrobiana com avanços significativos em quimioterapia, antibioticoterapia e imunoterapia. Descobertas terapêuticas importantes impulsionaram a comunidade científica na busca por novas metodologias, iniciando o processo de crescimento do setor industrial. Farmácias de manipulação não eram mais necessárias, pois os medicamentos já vinham prontos sob a forma de especialidades farmacêuticas. HISTÓRIA DA FARMÁCIA No período da 2a Guerra Mundial (1939 -1945), começaram as pesquisas sobre guerra química que resultaram no descobrimento dos primeiros antineoplásicos. HISTÓRIA DA FARMÁCIA As últimas décadas do século passado foram decisivas no descobrimento de fármacos a partir da aplicação de conceitos de genética molecular, genômica e informática. A biotecnologia e a tecnologia farmacêutica emergiram como poderosos instrumentos para romper com os limites terapêuticos estabelecidos. “O papel do Farmacêutico no mundo é tão nobre quão vital. O Farmacêutico representa o elo de ligação entre a medicina e a humanidade sofredora. É o atento guardião do arsenal de armas com que o Médico dá combate às doenças. É quem atende às requisições a qualquer hora do dia ou da noite. O lema do Farmacêutico é o mesmo do soldado: servir. Um serve à pátria; outro à humanidade, sem nenhuma discriminação de cor ou raça”. Monteiro Lobato REFLEXÃO