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22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/9 Conceituando Neurociência TRATAREMOS DOS CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO HUMANO, EM UMA PERSPECTIVA DA NEUROCIÊNCIA APLICADA A PRÁTICA PEDAGÓGICA. PARA TANTO, ALICERÇADOS NA IDEIA DAS EPISTEMOLOGIAS CONVERGENTES, ENTRAREMOS EM CONTATO COM CONCEITOS DE ESTRUTURAS CEREBRAIS E DO PROCESSAMENTO COGNITIVO. CONHECEREMOS OS MECANISMOS DE PERCEPÇÃO, ATENÇÃO, MEMÓRIA, INTELIGÊNCIA E MOTIVAÇÃO, CONTEÚDOS ESSENCIAIS PARA O ENSINANTE E EDUCADOR COMPREENDEREM A RELAÇÃO ENTRE A NEUROCIÊNCIA E UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA. AUTOR(A): PROF. DANIEL DE AGUIAR PEREIRA Como já disseminado universalmente, NÃO há receitas, modelos ou fôrmas para o educar, mas a Ciência, em sua múltipla expressão, tem assentado suas discussões na árdua tarefa de compreender o que os indivíduos precisam fazer para que aprendam de forma significativa e desenvolvam autonomia, pensamento crítico e por consequência, qualidade de vida. Nos últimos anos, o estudo da máquina – Cérebro – é responsável por apontar uma série de caminhos possíveis para o desenvolvimento do trabalho com famílias, educadores e profissionais da saúde, na busca da tão almejada vida plena. Deste modo, conhecer o funcionamento do cérebro e suas relações com a aprendizagem não é uma tarefa fácil, dadas as suas especificidades frente as relações estabelecidas entre sujeitos e objetos de conhecimento. Esse órgão de aproximadamente 2kg “encabeça” nosso desenvolvimento integral. E, do ponto de vista biopsicossocial, relaciona-se ao nosso estar (biológico, motor, físico, social, emocional, linguístico e cognitivo). Sendo assim, nossa personalidade, nossas emoções, linguagem, memória, nosso pensamento, fica tudo registrado nesse HD, uma “placa mãe” de quem nós somos existencialmente e de quem podemos vir a ser essencialmente. Portanto, a proposta inicial será conceituar a Neurociência para que possamos produzir subsídios teóricos para a compreensão das contribuições deste campo de estudo para a Aprendizagem e a Educação. Alicerces necessários à compreensão do nosso estar no mundo, com o mundo e para o mundo. 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/9 Legenda: CéREBRO BIOPSICOSSOCIAL Mas, antes dessa introdução, você já ouviu falar em Neurociência? Você sabe o que significa o conceito? Quando esta história de Neurociência começou? Quais as áreas do conhecimento contribuem para suas discussões? Vamos lá... O termo Neurociência passa a existir no fim dos anos 70, do século XX. No entanto, a preocupação em estudar e compreender o cérebro humano data de milhares de anos atrás. Isso se deve ao fato de que esse é o órgão mais complexo do corpo humano, gerador de vida e sua complexidade, a tempos gera curiosidade. Os primeiros a se preocuparem em compreender este órgão foram os filósofos gregos, que desenvolveram teorias sobre o cérebro por meio de simples registros de observações, a empiria. Para além dos registros experenciais, os romanos iniciaram os estudos anatômicos e fisiológicos, dissecando o cérebro de animais. No século XVIII, diante o pensamento Iluminista, surgiram os estudos mais aprofundados do sistema nervoso central. Mas, foi no século XIX com a Teoria Evolucionista de Darwin que o entendimento da estrutura e funcionamento cerebrais ganharam reforços científicos significativos. 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/9 Com a chegada do século XX e das tecnologias como: Raio X e tomografias computadorizadas, têm-se a inauguração efetiva da Neurociência como área de pesquisa, estudo e conhecimento. Atualmente, a inteligência artificial e a robótica, centro de interesse do século XXI, é que tem oferecido contribuições para este campo de estudo, ao buscar reproduzir o funcionamento do sistema nervoso para o desenvolvimento de instrumental que apoie o ser humano em múltiplos campos da vida. OK! E a palavra? Qual seu significado? Em sentido etimológico a palavra Neurociência pode ser compreendida como: conjunto de conhecimentos do cérebro, ou sobre o cérebro. Ou ainda, Estudo da Sistema Nervoso. A PALAVRA: ‘Neuro’, vem da cultura grega – Nervio – nervo/cérebro. ‘Ciência’, vem do latin – Scientia – conhecimento. Portanto, a Neurociência é uma área do conhecimento que tem como objeto de estudo e investigação o órgão de maior complexidade: o cérebro. Realiza estudos do sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP): sua estrutura, seu desenvolvimento, funcionamento, evolução, relação com o comportamento e a mente, e também suas alterações, uma vez que os mecanismos presentes na regulação do cérebro são muito difíceis e instáveis para a compreensão dos estudiosos. Integram os estudos da neurociência outras áreas de conhecimento: a educação física, a fisioterapia, a farmacologia, a psicologia, a física, a estatística, a medicina e ainda, a bioquímica, biomecânica e a fisiopatologia – que contribuem para a compreensão da anatomia, funcionamento e a mecânica das conexões cerebrais. A Neurociência procura entender também como as nossas experiências de vida, bem como a idade biológica, imersão e trânsito cultural podem contribuir para a modificabilidade dos circuitos neuronais e interferirem no desenvolvimento da cognição e psique, a exemplo a teoria de Reuven Feuerstein, e sua teoria da modificabilidade cognitiva estrutural, que baseia-se na premissa de que existe um potencial de aprendizagem a ser desenvolvido por qualquer sujeito, independentemente de sua idade ou origem étnica ou cultural. . Desta forma, os estudos da Neurociência, apoiadas em outras áreas de pesquisa, estão divididos em campos específicos do conhecimento que exploram diversos elementos do sistema nervoso e suas diferentes manifestações na vida sujeito. São elas: ÁREAS DE CONHECIMENTO DA NEUROCIêNCIAS 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/9 "Ao revelar essa coreografia cerebral, a neurociência nos mostra a melhor forma de interferir", afirma Elvira Souza Lima, pós-doutorada pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e pesquisadora em desenvolvimento humano, com formação em Neurociência. LIMA; E.S. ENTREVISTA: NEUROCIêNCIAS E EDUCAçãO. 2015. Neurofisiologia: preocupa-se com as tarefas diferentes campos do sistema nervoso desempenham. Neuroanatomia: aplica-se a compreensão da estrutura do sistema nervoso, decompondo o cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos externos em componentes para classificá-las e investigar suas funções. Neuropsicologia: objetiva o estudo da interação entre os afazeres dos nervos e as funções psíquicas. Neurociência comportamental: relacionada à psicologia comportamental, é a área que busca compreender o organismo e os seus fatores internos, em suas relações interpessoais e intrapessoais, na manifestação de pensamentos e emoções, ao meio e aos comportamentos visíveis, como fala, gestos e outros. Neurociência cognitiva: investiga à capacidade cognitiva, em que estão inclusos comportamentos mais complexos, como memória, linguagem e aprendizagem. (Eixo de interesse da Pedagogia e da Educação) Nessa perspectiva, existem diversas Neurociências, dependendo da condução e objetivo que motivaram o estudo do sistema nervoso. Mas em todas essas áreas, o cérebro é considerado em uma perspectiva unitária, já que todos os processos mentais têm influências físicas e as questões físicas alteram o indivíduo a nível emocional. Por esse motivo, essa ciência é considerada transdisciplinar, um "conjunto de disciplinas que tratam do sistema nervoso e que nasceu da busca das bases cerebrais da mente humana" (LENT, 2008, p. 02). E qual relação da Neurociência com Aprendizagem e Educação? A Neurociência tem se tornado um importante auxiliar na compreensão do que é comum a todos os cérebros e futuramente poderá propor caminhosconfiáveis as questões fundamentais sobre a aprendizagem humana, por meio de seus conhecimentos e constantes descobertas, pode nos oferecer instrumental teórico-metodológico para revistarmos nossas práticas educativas. Rever nossas compreensões acerca do pensamento simbólico, das experiências sensoriais, do psiquismo, dos desejos, da memória, entre outros elementos basilares a aprendizagem do ser humano. A aproximação entre a Neurociência e a Educação traz contribuições valiosas aos ensinantes, contudo essa aproximação, por vezes oferece mais perguntas do que respostas, mas realmente acredita-se que a Neuropedagogia está sendo gerada para indicar passagens para uma educação do futuro. 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/9 Legenda: NEUROCIêNCIA E EDUCAçãO É sabido que ocorrem dificuldades de comunicação entre neurocientistas, profissionais da sáude, e educadores devido à linguagem diversa empregada em suas terminologias profissionais específicas, bem como a utilização de temas, métodos, lógicas e objetivos diferentes. No entanto, segundo Noronha (2012) novos desafios históricos têm redimensionado e emergidos novos paradigmas, os quais impulsionam a ciência e a todos aqueles que se preocupam com a integridade humana, nos aspectos físico, emocional e, em particular, sociocultural. Nesse âmbito atuam os processos sócio educacionais, cujos reflexos encontram eco na plasticidade das células cerebrais. A Neurociência traz para a sala de aula o conhecimento sobre a memória, o esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das imagens que fazemos mentalmente, o "como" o conhecimento é incorporado em representações dispositivas, as imagens que formam o pensamento, o próprio desenvolvimento infantil e diferenças básicas nos processos cerebrais da infância, e tudo isto se torna subsídio interessante e imprescindível para nossa compreensão e ação pedagógica (NORONHA, 2012). 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/9 Um desenvolvimento cerebral saudável, dizem os especialistas, precisa de estímulo e proteção. "As experiências no começo da vida formam a base para todo o desenvolvimento posterior", explica diretor do Centro para o Desenvolvimento Infantil de Harvard, nos Estados Unidos, Jack Shonkoff, que defende a importância da interação das crianças com a família e a proteção contra o chamado estresse tóxico. "Precisamos assegurar ambientes acolhedores, estáveis e estimulantes para as crianças", afirma o diretor. SHONKOFF; J. ENTREVISTA: NEUROCIêNCIAS E EDUCAçãO. 2015. Legenda: ESCOLA ACOLHEDORA Os neurônios que possibilitam a espécie humana progressos na comunicação, compreensão e no aprendizado. A plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a mudar, até à senilidade ou à morte também alteram nossa visão de aprendizagem e educação. Ela nos faz rever o fracasso e as dificuldades de aprendizagem, pois existem inúmeras possibilidades de aprendizagem para o ser humano, do nascimento até a morte. E por todos estes motivos é que a Neurociência só tem a contribuir para as discussões da Educação – formação de professores, metodologias, práticas e aprendizagem. ATIVIDADE FINAL 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/9 A Neurocência é o campo de estudo responsável pela investigação do: A. órgãos respiratórios B. órgãos reprodutivos C. sistema nervoso central e periférico (cérebro) D. órgãos digestórios O que a Neurociência pode oferecer de contribuição para a Escola, os Professores e a Educação: A. Conhecimentos sobre a anatomia e fisiologia cerebrais, para prognósticos, encaminhamentos, diagnósticos e laudos. B. Conhecimentos sobre a possível medicamentalização da educação. C. Conhecimentos sobre a memória, o tempo, a atenção, a afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem. D. Conhecimentos médicos sem aplicabilidade as práticas pedagógicas dada a complexidade dos processos e terminologias empregadas na área. Os estudos da Neurociência estão divididos em campos específicos do conhecimento que exploram diferentes elementos do SN e suas múltiplias manifestações na vida sujeito. Assinale a alternativa que se relaciona diretamente com Educação, marque a única área que apresenta-se como eixo de interesse da Pedagogia: A. Neurociência cognitiva B. Neurofisiologia C. Neurociência comportamental D. Neuropsicologia REFERÊNCIA BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências Desvendando o Sistema Nervoso. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2002. FERNÀNDEZ, A. A Inteligência Aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre. Artes Médicas, 1991. 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/9 JOHNSON, D J e MYKLEBUST, H. R. O cérebro e a aprendizagem. São Paulo: Pioneira, 1987. JOHNSON, D. & MYKLEBUST, H. R.Distúrbios de Aprendizagem. Tradução do inglês de Maria Zanella Sanvicentes.S. Paulo: Pioneira. 1983. LENT, Roberto. Neurociência da Mente e do Comportamento. RJ: Guanabara Koogan, 2008. MARKOVA D. O natural é ser inteligente: padrões básicos de aprendizagem a serviço da criatividade e educação. São Paulo: Summus, 2000. NORONHA, F. Contribuições da Neurociência para a Formação de Professores. In.: Neurociências em benefício da Educação. 2012. Acessado em 22/03/2017 as 14h. Disponível em: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/09/contribuicoes-da-neurociencia- para.html. RELVAS, Marta Pires. Neurociências e Transtornos de Aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. 2 ed. RJ: Wak, 2008. 22/08/2020 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/9
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