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Caso 02 Mandado de Segurança

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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE VALHA-ME-DEUS, ESTADO....
(10 linhas)
DORALICE LACERDA PALMEIRÃO, estado civil, profissão, domicílio e residência, endereço eletrônico, CPF e RG, vem respeitosamente perante vossa Excelência, através da advogada abaixo assinada, incluso instrumento de procuração anexa, com escritório profissional à Rua dos Alfeneiros, nº4, onde recebe intimações, com fulcro no art. 5°, inciso LXIX, da Constituição Federal e Lei 12.016/09, impetrar;
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR
contra ato praticado pela autoridade coatora, PREFEITO DO MUNICÍPIO DE VALHA-ME-DEUS, estabelecido na RUA, N, BAIRRO, autoridade vinculada ao MUNICÍPIO DE VALHA-ME-DEUS, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na..., CNPJ, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
DO CABIMENTO
Registra o cabimento da presente ação constitucional, que busca impugnar ato de autoridade coatora que viola o direito líquido e certo da impetrante, na forma do disposto na Lei 12.016/09 e no art. 5o, inciso LXIX, da CRFB,"in verbis":
"Art. 5o... LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas- -data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;"
I – DOS FATOS
A autoridade coatora fez publicar Edital de Concurso (n° 01/2001) para o provimento de cargos de professor municipal, ali estabelecendo, dentre os requisitos para a inscrição, na alínea "c", do item 3.1, a idade máxima de 25 anos.
A Impetrante preenche todos os requisitos previstos no mencionado Edital, exceto aquele relativo à idade máxima, já que conta 32 anos.
Inconformada com a exigência, a Impetrante apresentou recurso administrativo junto à autoridade coatora, demonstrando que o Edital não poderia estabelecer o mencionado requisito, por ser flagrantemente discriminatório, requerendo, assim, sua inscrição no certame.
Ocorre que o recurso administrativo foi indeferido pela autoridade coatora, sob a alegação de que: "A Resolução n° 37/2001, do Secretário Municipal prevê o referido requisito, que ademais se justifica plenamente tendo em vista que o exercício do magistério na rede escolar municipal exige do servidor higidez física e disposição para grandes deslocamentos, em geral mediante caminhadas, já que não há serviço de transporte coletivo que atenda as localidades rurais e remotas em que se encontram algumas das escolas públicas".
Não obstante, a exigência de idade máxima para a inscrição no certame, ora vergastada, não encontra, "data venia", qualquer amparo legal, ao contratio, viola o direito líquido e certo da Impetrante no que tange à acessibilidade ao cargo público, consoante se demonstrará nas linhas abaixo.
II – DO DIREITO
O ordenamento jurídico pátrio veda, de maneira expressa e inequívoca, dentre outros, no art. 7, XXX, da Constituição Federal, aplicável ao regime jurídico dos servidores públicos por força da norma do art. 39, §3° da CF, a imposição de:
"Art. 7	
XXX - diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil".
No caso em questão, o Edital publicado pela autoridade coatora estabelece, como condição de ingresso no cargo de magistério, idade máxima de 25 anos, discriminando, indevidamente, aqueles candidatos que já alcançaram idade superior àquela ali prevista, dentre os quais a ora Impetrante, malferindo, assim, o princípio da acessibilidade aos cargos e empregos públicos previsto no art. 37, II, da CRFB.
É princípio comezinho de Direito que a fixação de discrimine de idade somente se justifica em razão das peculiaridades pertinentes ao exercício do cargo, como ensina a Professora Maria Sylvia Zanella de Pietro, citando o festejado Celso An- tonio Bandeira de Mello, "in verbis":
"Como diz Celso Antonio Bandeira de Mello (1978:24),'as discriminações são recebidas como compatíveis com a cláusula igualitária apenas e tão-somente quando existe um vínculo de correlação lógica entre a peculiaridade diferencial acolhida, por residente no objeto, e a desigualdade de tratamento em função dela conferida'.
E acrescenta que, por via do princípio da igualdade, o que a ordem jurídica pretende firmar é a impossibilidade de desequiparações fortuitas ou injustificadas"', ("in", "Direito Administrativo" 20a Edição, Editora Atlas, 2007, São Paulo, pags. 490/491).
Nesse sentido, ainda, é a jurisprudência taxativa no Supremo Tribunal Federal, através da Súmula 683,"literis":
"Súmula 683. 0 limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7, XXX, da Constituição Federal, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido".
Resta patente, assim, "data venia", que a alegação apresentada pela autoridade coatora não se afigura idônea para afastar a Impetrante do certame, mesmo porque o exercício das atribuições de magistério não exige higidez física, como alegado, daí porque afigura-se nula a alínea "c", item 3.1, do mencionado Edital, inclusive por evidente desrespeito aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Como se não bastasse, simples resolução administrativa (n° 37) não tem o condão de justificar o ato objurgado, mesmo porque, como se sabe, trata-se de um mero ato administrativo, de caráter normativo, e que, por óbvio, não pode contrariar disposições legais e constitucionais aplicáveis à matéria.
A conduta da autoridade coatora, assim, viola o direito líquido e certo da Impetrante, razão pela qual, outra alternativa não resta senão valer-se do presente remédio heroico, a fim de afastar a ilegalidade imanente ao ato impugnado.
Sobre esse tema, o artigo 1º, da Lei nº 12.016/09 institui que será concedido o mandado de segurança "para proteger direito líquido e certo, não amparado por ‘habeas corpus’ ou 'habeas data', sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça".
Maria da Sylvia Zanella De Pietro assim conceitua: 
“mandado de segurança é a ação civil de rito sumaríssimo pela qual a pessoa pode provocar o controle jurisdicional quando sofrer lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus nem Habeas Data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder”. 
III – DA MEDIDA LIMINAR 
A Constituição Federal, bem como a Lei 12.016/2009 garantem a todos a proteção ao direito líquido e certo quando lesados ou na iminência de lesão por ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
A relevância do fundamento invocado reside nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, na medida em que a imposição de idade máxima de 25 anos para o cargo de magistério viola os princípios acessibilidade aos cargos públicos e os postulados da razoabilidade e proporcionalidade, assim como malfere a Súmula 683 do STF.
O "pericuium in mora", por sua vez, afigura-se patente, uma vez que, na improvável hipótese de indeferimento da liminar adiante formulada, a natural demora do processo causará lesão de dificílima reparação à Impetrante, notadamente ante a impossibilidade de participar do certame, valendo ressaltar que o prazo de inscrição se esgota em três dias e que as provas serão realizadas logo em seguida.
Assim, a petição do mandado de Segurança deve ser recebida nos termos do inciso III, do artigo 7º da Lei 12.016/2009, para sustar os efeitos da cláusula do edital que limita a inscrição a candidatos com idade superior a 25 anos, assegurado à Impetrante o direito de inscrição no concurso público para provimento do cargo de professor municipal, inclusive para realização das provas, em igualdade de condições com os demais candidatos com reserva de vaga, até final decisão do"writ"."
IV –DOS PEDIDOS DEFINITIVOS
Pelos Fatos e Fundamentos jurídicos, requer:
a) que notifique o coator a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
b) que dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, no caso o Município Valha-me-Deus, através do seu procurador geral, para que, querendo, ingresse no feito;
c) a notificação do ilustre Representante do Ministério Público, na forma do art. 12 da Lei 12.016/09;
d) a procedência dos pedidos, concedendo a segurança para declarar a nulidade da alínea "c"do item 3.1 do Edital, assegurando à Impetrante o direito de inscrição e participação no concurso público para preenchimento do cargo de professor municipal, assim como a sua nomeação, caso seja aprovada nas etapas posteriores do certame, com estrita observância da ordem de classificação;
e) a confirmação do pedido de liminar, nos termos em que foi requerida;
f) a juntada da prova pré-constituída em anexo, especialmente o edital do certame;
g) a tramitação com prioridade, consoante art. 20 da Lei 12.016/2009.
A recusa da audiência de conciliação. 
Dá à causa o valor de...
Nestes termos, pede deferimento,
Foz do Iguaçu/PR, xx/xx/xxxx
Advogado, OAB xx.xxxx

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