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Declaração de óbito

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Beatriz Marinelli 
7º termo 
Declaração de óbito 
O atestado de óbito tem como finalidade confirmar a morte, definir a causa e satisfazer 
o interesse médico-sanitário, político e social. O registro de óbito satisfaz a um interesse 
de ordem pública tanto quanto o de nascimento. O atestado de óbito é um documento 
público e preenchido por alguém devidamente habilitado, que o faz por obrigação, não 
por opção. 
Por declaração de óbito entende-se documento com todos os seus itens constitutivos. 
Entre estes itens está o “atestado médico de morte” preenchido por profissional médico 
habilitado em que constam as causas de morte. 
→Fornecimento da declaração de óbito 
Deve ser fornecida em todos os óbitos, tanto de causa natural ou violenta. Criança 
nascida viva que morre logo pós o nascimento, independentemente da duração da 
gestação, do peso do recém-nascido e do tempo que tenha permanecida viva, já saem 
com declaração de óbito. 
• Em caso de óbito fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam 
obrigados a fornecer a Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração 
igual ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 
500 (quinhentos) gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 cm. 
• O conceito de nascido vivo depende, exclusivamente, da presença de sinal de 
vida, ainda que essa dure poucos instantes. Se esses sinais cessaram, significa 
que a criança morreu e a DO deve ser fornecida pelo médico do hospital. Não se 
trata de óbito fetal, dado que existiu vida extra-uterina. O hospital deve 
providenciar também a emissão da Declaração de Nascido Vivo, para que a 
família promova o registro civil do nascimento e do óbito. 
• Mortes violentas ou não naturais: a Declaração de Óbito deverá, 
obrigatoriamente, ser fornecida pelos serviços médico-legais. 
 
→Código de Processo Penal 
Falsidade Ideológica: Artigo 299 – Omitir, em documento público ou particular, 
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou 
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou 
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
• Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e 
reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular. 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
• Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento 
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
Falsidade de atestado médico: Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, 
atestado falso: 
• Pena - detenção, de um mês a um ano. 
• Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também 
multa 
→Declaração de óbito 
A Resolução CFM no 1.779/2005, que regulamenta a responsabilidade médica no 
fornecimento da Declaração de Óbito, estabelece: 
1. O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da 
responsabilidade do médico que atestou a morte. 
 2. Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão às 
seguintes normas: 
(I) Morte natural sem assistência médica nas localidades com Serviço de Verificação 
de Óbitos (SVO) – a Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO e 
nas localidades sem SVO; a Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do 
serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, 
por qualquer médico da localidade. 
(II) Morte com assistência médica: 
a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo 
médico que vinha prestando assistência ao paciente; 
b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá 
ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta, por médico substituto 
pertencente à instituição; 
c) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial 
deverá ser fornecida por médico designado pela instituição que prestava 
assistência, ou pelo SVO; 
d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar 
(Programa Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá ser 
fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava 
cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar o óbito 
com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente. 
(III) Morte fetal: em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe 
ficam obrigados a fornecer a Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração igual 
ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 
(quinhentos) gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 cm. 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
(IV) Mortes violentas ou não naturais: a Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, 
ser fornecida pelos serviços médico-legais. 
 
 
A Portaria no 116/2009, do Ministério da Saúde, acrescenta que essa Declaração de 
Óbito em casos de morte violenta pode ser fornecida qualquer que tenha sido o tempo 
decorrido entre o evento violento e a morte propriamente; e em localidades sem IML 
de referência ou equivalente, a DO deverá ser emitida por qualquer médico da 
localidade, ou outro profissional investido pela autoridade judicial ou policial na função 
de perito legista eventual (ad hoc), qualquer que tenha sido o tempo decorrido entre o 
evento violento e a morte propriamente. 
 
→Como proceder em caso de preenchimento incorreto da DO? 
Se, por acaso, o médico preencher erroneamente a DO, seja qual for o campo, deverá 
inutilizá-la, preenchendo outra corretamente. Porém, se a Declaração já tiver sido 
registrada em Cartório de Registro Civil, a retificação será feita mediante pedido judicial 
por advogado, junto à Vara de Registros Públicos ou similar. Nunca rasgar a DO. O 
médico deverá escrever “anulada” na DO e devolvê-la à Secretaria de Saúde para 
cancelamento no sistema de informação. 
→O médico pode cobrar honorários para emitir a DO? 
Não. O ato médico de examinar e constatar o óbito, sim, poderá ser cobrado, desde que 
se trate de paciente particular, a quem o médico não vinha prestando assistência. 
Entenda-se que o diagnóstico da morte exige cuidadosa análise das atividades vitais, 
pesquisa de reflexos e registro de alguns fenômenos abióticos, como perda da 
consciência, perda da sensibilidade, abolição da motilidade e do tônus muscular. 
(Parecer nº 17/1988- CFM). 
→Regras para o fornecimento do atestado de óbito: 
1. Não assinar atestados em branco nem deixar espaços vazios, inclusive verificando se 
todos os itens da identificação da declaração estão devidamente preenchidos; 
2. Escrever com letra legível ou em letras de forma, sem borrões nem retificações, 
usando de preferência tinta de cor negra ou azul; 
3. Evitar o uso de abreviaturas; 
4. Certificar-se da identidade do morto; 
5. Não assinar atestado de óbito em casos de morte violenta, a não ser quando 
legalmente autorizado; 
6. A declaração de óbito fetal é da competência exclusiva do médico; 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
7. As partes de cadáver, como cabeça, ossos ou membros encontrados aleatoriamente, 
são da competência dos Institutos Médico-legais; 
8. Quanto às partes amputadas por ocasião de atos cirúrgicos, recomenda-se a 
inumação em cemitérios públicos acompanhada de um relatório médico contendo 
especificações das partes e identificação do paciente, ou a incineração dentro das 
recomendações e do Parecer-Consulta CFM no 04/96; 
9. Usar como causa básica sempre as especificadas na Classificação Internacional de 
Doenças, adotada pela Associação Médica Mundial; 
10. Evitar como causa básica certas expressões como parada cardíaca, insuficiência 
cardiorrespiratória ou hematêmese; 
11. É também de responsabilidade do médico o preenchimento completo dos dados de 
identidade do falecido, noque diz respeito a nome completo, cor, idade, sexo e filiação, 
além de local, hora, data e causa da morte (Parecer Consulta CFM no 16/95). 
→Exemplos 
1. Masculino, 65 anos. Há 35 anos, sabia ser hipertenso e não fez tratamento. Há dois 
anos, começou a apresentar dispnéia de esforço. Foi ao médico, que diagnosticou 
hipertensão arterial e cardiopatia hipertensiva, e iniciou o tratamento. Há dois meses, 
insuficiência cardíaca congestiva e, hoje, teve edema agudo de pulmão, falecendo após 
5 horas. Há dois meses, foi diagnosticado câncer de próstata. 
 
2. Paciente diabético, deu entrada no pronto-socorro às 10:00 com história de vômitos 
sanguinolentos desde 6:00 da manhã. Desde 8:00 com tonturas e desmaios. Ao exame 
físico, descorado +++/4+, e PA de 0 mmHg. A família conta que paciente é portador de 
esquistossomose mansônica há cinco anos, e que dois anos atrás esteve internado com 
vômitos de sangue, e recebeu alta com diagnóstico de varizes de esôfago após exame 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
endoscópico. Às 12:00, apresentou parada cardiorrespiratória e teve o óbito verificado 
pelo médico plantonista, após o insucesso das manobras de reanimação

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