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Resenha - Proteção contra incêndios e explosões

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Daiane Girotto 
 
 
 
Trabalho da disciplina de Proteção Contra Incêndios e Explosões 
 Tutor: Prof. Edison Teixeira Rego 
 
 
São José, SC 
2020 
 
 
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DESCASO COM AS VÍTIMAS DO INCÊNDIO DO CT DO 
FLAMENGO 
 
Referência: 
 
VICENTE, Márcio Jorge Gomes. Perguntas técnicas ainda sem respostas que 
envolvem o incêndio no CT do Flamengo. 
 
Revista Veja. O que se sabe sobre o incêndio no CT do Flamengo. Disponível em: < 
https://veja.abril.com.br/brasil/o-que-se-sabe-sobre-o-incendio-no-ct-do-flamengo/ > Acesso 
em: 29 de julho de 2020. 
 
Esta resenha, é referente ao artigo publicado pelo Engenheiro de Segurança 
do Trabalho Márcio Jorge Gomes Vicente, que disserta sobre o incêndio ocorrido no 
Centro de Treinamentos do Clube de Regatas do Flamengo, no Rio de Janeiro. Este 
incêndio ocorreu nas instalações das divisões de base do clube e vitimou dez 
adolescentes, jogadores com um futuro promissor. 
 
De acordo com a Revista Veja, o Ninho do Urubu não estava regularizado 
junto ao Corpo de Bombeiros. Segundo o órgão, o local não possui o Certificado 
de Aprovação (CA), que atesta a existência e o funcionamento dos dispositivos 
contra incêndio. Em nota, porém, a corporação afirmou que “a não existência do 
CA não significa, por si só, que o local não possuía os dispositivos, e sim que não 
era aprovado” pelos Bombeiros. 
 
O clube carioca chegou a ser multado 30 vezes pela Prefeitura por 
funcionar sem alvará. Além das multas, a gestão do prefeito Marcelo Crivella 
(PRB) mandou interditar o local em 20 de outubro de 2017, mas o CT continuou 
em funcionamento (VEJA, 2019). 
 
Já o autor destaca que este acidente, com ou sem alvará e demais 
documentos, não ocorreria se medidas preventivas (e até mesmo preditivas) 
tivessem sido tomadas por parte de todos os envolvidos. Somente uma perícia 
técnica acurada e totalmente imparcial poderá garantir as respostas quanto à 
"causa raiz" deste acidente. 
 
A realidade que o brasileiro não tem uma cultura prevencionistas. O 
brasileiro é muito reativo, não proativo. Ou seja, ele não previne, ele reage. 
Espera ter uma tragédia como essa no Rio de Janeiro para começar a pensar no 
que precisa ser feito. “Por que não foi feito antes?”. 
 
 
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O autor inicia pontuando sobre as condições climáticas da região durante a 
semana do incêndio, o que pode gerar variações na rede elétrica causando um 
curto circuito na rede. A concessionária responsável negou as possíveis variações 
na rede elétrica, mas não mostrou nenhum relatório técnico para comprovar. 
 
Além das oscilações na rede elétrica, que podem ser a causa do curto-
circuito, é necessário ficar atento às instalações elétricas, se elas foram 
executadas de maneira correta e dentro das normas vigentes. 
 
Assim como o sistema de containers utilizados como alojamentos, apesar 
de muito utilizados hoje em dia pela fácil instalação e manutenção. Embora, para 
o uso adequado eles devem ser compostos por placas duplas de aço, com 
preenchimento de poliuretano no seu interior, incluindo tratamento antichamas e 
anticorrosivo nas chapas. Mas o autor ainda reforça que somente uma perícia pode 
comprovar que a empresa atendeu todas as normas. 
 
O autor ainda lembra que a Norma Regulamentadora não foi citada, 
questionando onde estão os responsáveis do SESMT para se pronunciarem sobre 
as prevenções usadas, como: Análise Preliminar de Risco (APR), ordens de serviços, 
planos de abandono, rotas de fuga, entre outros. Como a norma NR 4 regulamenta, 
se o clube tiver mais de mil funcionários sobre o regime CLT, o SESMT deve ter: um 
engenheiro de segurança do trabalho, um médico do trabalho, um técnico de 
segurança do trabalho e um auxiliar de enfermagem do trabalho, onde estão esses 
profissionais e quais suas atividades diária? Suas atribuições foram efetivamente 
cumpridas? 
 
Outro ponto crítico é a Brigada de emergência, que pelo porte do clube e 
população ativa, deveria ter em todos os turnos uma equipe da brigada de plantão, 
onde são responsáveis por verificarem possíveis intercorrências e não 
conformidades de todas as naturezas, ou seja, verificam principalmente o 
cumprimento da NR 23, que trata da prevenção e combate a incêndios e explosões, 
e NR 26 que trata de sinalizadores de segurança. Entretanto, explicações no que 
refere aos brigadistas não foram dadas. 
 Então questiona-se aonde estava a brigada no momento do acidente? As 
sinalizações de abandono de local e rotas de fuga foram executadas 
corretamente? Fica a dúvida se havia CIPA (comissão interna de prevenção de 
acidentes), como a NR 5 regulamenta, se tinha uma CIPA ativa, aonde estavam? 
Como estão suas atas? entre outros questionamentos sobre o assunto. 
 
O autor reforça que o mais importante será a realização de uma Perícia 
Técnica o quanto antes, devendo a mesma ser solicitada pelo Ministério Público para 
garantir a integridade de todos os itens no pós acidente, com vistas a respostas bem 
 
 
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objetivas, especialmente: levar para um laboratório amostras do poliuretano dos 
contêineres para verificar se estavam em conformidade com as especificações de 
segurança; verificar o estado final da estrutura de aço; avaliar o sistema de 
fornecimento da concessionária quanto à possibilidade de curto pela possível 
variação de energia; avaliar as constituições do SESMT, CIPA e Brigada do Clube, 
dentre outras informações complementares, para responder aos diversos quesitos 
técnicos, e elucidar tais ocorrências lamentáveis. 
 
Destarte, com tantas perguntas ainda sem respostas, não se pode afirmar a 
causa do incêndio no CT do Flamengo. Ainda deve-se investigar as causas, como a 
variação de energia elétrica naquele dia o que pode ter causado o curto circuito 
no ar condicionado do alojamento onde estavam dormindo, também se havia as 
sinalizações de emergência, extintores e outros fatores que poderiam ter evitado a 
grande tragédia. Então devem ser analisadas as questões da brigada de emergência, 
CIPA, SESMT, se estavam cumprindo com suas devidas obrigações caso tenham o 
número de funcionários que faça obrigatório. Para então após toda as 
investigações se consigam encontrar a causa desta tragédia.

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