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1 UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA Disciplina: Direito Processual do Trabalho Profª Ma. Margareth Estrela Umbelino - Roteiro para auxiliar os estudos, devendo ser complementado com o conteúdo ministrado em sala de aula (vide caderno) e com a leitura das obras da bibliografia indicada no plano de ensino da disciplina. - Conteúdo/roteiro parcial da disciplina. O Conteúdo completo é o ministrado em sala de aula. CONCEITOS E PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TR ABALHO Conceitos “Direito Processual do Trabalho é o Conjunto de princípios, regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios individuais ou coletivos entre trabalhadores e empregadores.” Sérgio Pinto Martins. “Direito Processual do Trabalho Brasileiro é um ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos individuais, coletivos e difusos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compões a Justiça do Trabalho” Carlos Henrique Bezerra Leite. ALGUNS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO PROCESSO DO TRABALHO: Protecionista Simplificação dos Procedimentos Iniciativa de Ofício Celeridade Concentração dos atos na Audiência Oralidade Inquisitoriedade 2 FONTES FORMAIS DO PROCESSO DO TRABALHO É a própria origem do direito. Alguns consideram como o fundamento para que se possa considerar válida a norma jurídica. As fontes materiais são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento da norma jurídica de direito material. As fontes formais do Direito Processual do Trabalho são as que lhe conferem o caráter de direito positivo. Podem ser: I- Heterônomas- impostas por agente externo: Constituição Federal, Leis Ordinárias( CLT e outras), Decreto, sentença normativa, regimento intero dos TRT’s e TST, etc.... II- Autônomas- elaboradas pelos próprios interessados: costume, CCT, Acordo Coletivo, etc... COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - CCP Lei 9.958/2000 acrescentou os arts. 625-A a 625-H à CLT. Qualquer demanda trabalhista poderá ser submetida antes à CCP. A CCP pode ser instituída na empresa ou grupo, os membros deverão ser de 2 a 10 , paritários representantes indicados pelo empregador(50%) e eleitos pelos empregados. Estabilidade. Suplentes em nº igual. A CCP do Sindicato terá suas normas definidas em Convenção ou acordo Coletivo. A demanda na CCP será formulada por escrito ou tomada a termo. A audiência de conciliação será marcada em 10 dias. A CCP deverá expedir um Termo e o acordo deverá valer com título executivo extrajudicial. (STF, em 2009, deu posicionamento no sentido de que a CCP é uma faculdade, uma opção do empregado e não condição da ação). É necessário a releitura de todos os artigos (625-A a 625-H da CLT) referentes à Comissão de Conciliação Prévia. 3 PRESCRIÇÃO TRABALHISTA Art. 7º, XXIX da CF/88 – Ação quando aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Assim, a prescrição é TOTAL, após completados dois anos da cessação do contrato de trabalho e de cinco anos em sua vigência. Ou PARCIAL, quando, dentro do prazo do prazo de dois anos, poderá ser postulado os últimos cinco anos a contar da propositura da ação. A prescrição é a perda da pretensão ao direito, em razão da inércia de seu titular no decorrer de determinado período. Consuma-se a prescrição com o decurso do prazo previsto em lei. Consumada a prescrição ocorre a extinção do direito do autor. Assim, o art. 269, IV do CPC prevê a extinção do processo com julgamento de mérito. A prescrição é matéria de defesa e só poderá ser alegada pela parte que a aproveita, que dela pode abrir mão. O Juiz não a declara de ofício, salvo para beneficiar o absolutamente incapaz. Art. 440 CLT . Não corre prescrição contra menores. Súmula 362 do TST -Prescrição do direito de reclamar FGTS A Lei n. 1 3.467, de 13 de julho de 2017 introduziu preceito novo (art. 11-A) no Título I da CLT, de maneira a inserir, expressamente, referência à prescrição intercorrente no processo de execução trabalhista (fase processual de execução). “ Art. 1 1 -A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. § 1- A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. § 2 - A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição. Assim, a fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. Sendo necessário que se trate de determinação relativa a ato inerente ao exequente, sem cuja atuação o andamento do processo se torna inviável. No que se refere à declaração da prescrição intercorrente, ressalta-se que a declaração de ofício é aplicável apenas à prescrição intercorrente e ao processo de 4 execução, devendo observar o amplo contraditório com a parte prejudicada; no caso, o exequente. OJ-SDI1-392 PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AJUIZAMENTO DE PROTESTO JUDICIAL. MARCO INICIAL (republicada em razão de erro material) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. O protesto judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por força do art. 769 da CLT e do art. 15 do CPC de 2015. O ajuizamento da ação, por si só, interrompe o prazo prescricional, em razão da inaplicabilidade do § 2º do art. 240 do CPC de 2015 (§ 2º do art. 219 do CPC de 1973), incompatível com o disposto no art. 841 da CLT. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO Arts. 643 a 735 da CLT Arts. 111 a 116 da CF/88 Emenda Constitucional 24/1999 e 45/2004 VARAS DO TRABALHO : Órgãos de 1º grau da Justiça do Trabalho, aos quais cabe o conhecimento inicial dos litígios trabalhistas. Lei 6.947/81- estabeleceu 2 critérios para a criação de novas varas: o nº de empregados sob jurisdição ou a quantidade dos processos trabalhistas( no mínimo 240 RT’s/ano). EC/45-2004, CF art. 93, XIII. A vara é composta por Juiz do Trabalho. A CF, art. 96, I, C – Concurso Público de Títulos e provas, proposto pelos Tribunais. A Lei 10.770/2003, art. 18, § 2º definiu as áreas de jurisdição das Varas do Trabalho da 18ª Região, no Estado de Goiás. Os artigos. 650 a 653 da CLT tratam da Jurisdição e Competência das Varas do Trabalho. Como novidade introduzida pela Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/17), o Juiz do Trabalho passou a ser competente para “decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho” , segundo o art. 652, V, f da CLT. 5 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO: CF art. 115, § 1º e 2º Nº mínimo de membros 7 denominados de Desembargadores Federais do Trabalho. Os magistrados dos tribunais são juízes escolhidos por promoção, alternadamente, por antiguidade e merecimento. São nomeados pelo Presidente da República de 30 a 65 anos(limite de idade). (Procedimento próprio de cada Tribunal). Advogados e membros do MP – Quinto Constitucional. OAB e o MP apresentam lista com 6 nomes. O TRT seleciona 3 e o Presidente da República escolhe 1. Artigo 94, CF/88. Competência- art. 678 da CLT e art. 115 CF/88: Compete processar e julgar ações de sua competência originária: dissídios coletivos, Mandados de Segurança contra autoridade da JT, Ação Rescisória. E, em grau recursal, julgar recursos das decisões de Varas do Trabalho. TRIBUNAL SUPERIORDO TRABALHO: É o órgão máximo da Justiça do Trabalho. CF/88: artigo 111-A. CLT: art. 690 da CLT. Composto por 27 Juízes com título de Ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado. 21 escolhidos entre os desembargadores oriundos da Magistratura de Carreira. 3 Advogados e 3 Membros do Ministério Público . Funciona como Pleno ou dividido em seções ou turmas. - As determinações são contidas por meio de Regimento Interno e a competência na Resolução Administrativa 1.295/2008. São órgãos do TST: Tribunal Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídios Coletivos(SDC), Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI) (divididas em duas subseções: SDI-1 e SDI-2) e Turmas. 6 Funcionarão junto ao TST a Escola Nacional de Formação e aperfeiçoamento de Magistrados e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho. O TST pode ter competência recursal, objetivando unificar as jurisprudências dos TRT´s. E competência originária (iniciada diretamente nos tribunais, prevista em regimento interno do TST), processar e julgar: • dissídios coletivos que excedam a competência dos TRTs. • ações rescisórias contras suas próprias decisões; • conflitos de competência entre TRTs; • matéria de greve quando exceder a competência dos TRTs. A Lei 13.467/2017 alterou os critérios para a criação e/ou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho. Aumentou o quorum deliberativo do TST para 2/3 de seus membros, estabelecendo restrições e procedimentos formais para a realização de tal tipo de deliberação: As mudanças efetivadas foram introduzidas no art. 702 da CLT, alínea "f", §§ 3º e 4º. Art. 702. Ao Tribunal Pleno compete: I - em única instância: ( ... ) f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial; § 3° As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Procurador Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. § 4° O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I e no § 3° deste artigo, com rol equivalente de legitimados para sustentação oral, observada a abrangência de sua circunscrição judiciária. ORGÃO AUXILIARES: Secretarias, Oficiais de Justiça Avaliadores, Distribuidor e Contadoria. 7 MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – MPT Artigo 127 da CF/88. Lei Complementar 75/1993 É instituição permanente, essencial à função jurisdicional. Tem o dever de defender a ordem jurídica e os interesses sociais e individuais indisponíveis. Seus membros são equiparados aos magistrados tendo vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos. Art. 128, § 5º, I da CF/88. O Ministério Público do Trabalho é um dos ramos do MP da União e tem como chefe o Procurador Geral do Trabalho, nomeado pelo Procurador Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos e 5 de carreira. O Procurador Geral do Trabalho nomeia o Procurador Chefe da regional. O MPT atua de forma judicial ou extrajudicial. São inúmeras as atribuições do Ministério Público do Trabalho, e as mesmas, não se encontram elencadas em um único dispositivo legal. A Constituição Federal/88 da República estabelece em seus artigos 127 e 129 as funções institucionais do Ministério Público da União e por sua abrangência, do Ministério Público do Trabalho. A Lei Complementar 75/93, nos artigos 83 e 84, dispõe sobre a competência do Ministério Público do Trabalho. Dentre as principais ações judiciais, destacam-se: - Ação Civil Pública para a defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais constitucionalmente garantidos aos trabalhadores; - Ação anulatória de cláusulas de contrato individual, acordo coletivo ou convenção coletiva; - Ação Rescisória e Dissídio Coletivo em caso de greve em atividades essenciais ou que atentem contra o interesse público. A atuação extrajudicial do MPT ocorre em sua esfera administrativa e esta prevista no art. 84 da Lei Complementa 75/93. O inquérito civil público , instituído pela Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública), é instrumento de investigação exclusivo do Ministério Público (artigo 8º, § 1º), não obstante a legitimidade concorrente para ajuizamento de ação civil pública. Em sede de inquérito civil, não há acusação, não se aplicam penalidades e não se decidem interesses. Tratar de mero procedimento administrativo, e não de processo. Se o membro do MPT, ao final do inquérito civil, concluir pela materialidade e autoria da lesão denunciada, poderá propor ao Inquirido (geralmente 8 o empregador) a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta- TAC, (§ 6° do artigo 5° da Lei 7.345/85), visando à reparação do dano, à adequação da conduta às exigências legais ou normativas e, ainda, à compensação ou à indenização pelos danos que não possam ser recuperados. O descumprimento das obrigações consignadas no Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta importa o ajuizamento de ação de execução de título executivo extrajudicial, tendo por objeto não somente a multa cominatória fixada no referido instrumento, mas também, e principalmente, as próprias obrigações (de fazer, não fazer ou de pagar) ali constantes. Se o inquirido não concordar com a celebração de Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta, o membro do Ministério Público promoverá o arquivamento do inquérito civil, para ajuizamento da ação civil pública. - Em 1999 foram instituídas algumas metas para direcionar sua atuação do MTP: • Erradicar o trabalho infantil; • Regularizar o trabalho do adolescente; • Erradicar o trabalho forçado; • Preservar a saúde e segurança do trabalhador; • Combater todas as formas de discriminação no trabalho; • Formalizar os contratos de trabalho. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO JURISDIÇÃO é o Poder que o Juiz tem de dizer o direito nos casos concretos a ele submetidos. COMPETÊNCIA é a delimitação do poder jurisdicional, ou seja, o limite da jurisdição. A competência material e a em razão das pessoas são tidas como absolutas e a competência em razão do lugar ( territorial) é relativa e, por isso, prorrogável. Competência em razão das pessoas: A Justiça do trabalho tem competência para resolver controvérsias entre as pessoas envolvidas diretamente nos pólos passivo e ativo da ação trabalhista (além da relação entre empregados e empregadores, temos o trabalhador avulso, o estagiário, o cooperado, autônomo, etc....) 9 COMPETÊNCIA MATERIAL- Art. 114 da Constituição Federal A Emenda Constitucional/45 modificou o art. 114 da CF/88 que passou a ter as atribuições inerentes às relações de trabalho e outras controvérsias dela resultantes. Assim, estendeu a competência da Justiça do Trabalho aos litígios decorrentes da relação de trabalho, na mais profunda alteração do direito processual do trabalho. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO A competência material ou em razão da matériaé tida como absoluta. Diz respeito aos tipos de questões que podem ser apreciadas na Justiça do Trabalho. O art. 114 da CF/88 que passou a ter as atribuições inerentes às relações de trabalho e outras controvérsias dela resultantes. Assim, estendeu a competência da Justiça do Trabalho aos litígios decorrentes da relação de trabalho, na mais profunda alteração do direito processual do trabalho. Assim, além da relação entre empregados e empregadores, temos o trabalhador avulso, o estagiário, o cooperado, autônomo, o eventual, etc..., como possíveis partes em uma Ação Trabalhista.) Vejamos todos os incisos do referido artigo de nossa Constituição: I- A liminar concedida na ADIM nº 3.395-6 suspendeu toda interpretação dada ao inciso I do 114 da CF. A justiça trabalhista não pode analisar questões relativas aos servidores públicos. Demandas vinculadas a questões funcionais , são regidas pelo direito administrativo, são diversas dos contratos de trabalho regidos pela CLT. II- AS AÇÕES QUE ENVOLVAM EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE - A Justiça do trabalho é competente para processar e julgar Ações que envolvem o exercício do direito de greve. Podendo declarar a abusividade ou não da greve, bem como ação possessória ajuizadas em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. ( Súmula Vinculante 23 do TST). O inciso II é amplo e concede à Justiça do Trabalho, competência para examinar questões que envolvam a manutenção ou reintegração de posse do estabelecimento durante a greve. o Interdito Proibitório (art. 567 do CPC), caso decorra da relação de trabalho.) III- AÇÕES SOBRE REPRESENTAÇÃO SINDICAL E SINDICAT OS. Tal inciso dá competência a JT para processar e julgar questões envolvendo representatividade (disputa da base territorial) entre Sindicatos, e ENTRE SINDICATOS E TRABALHADORES E/OU EMPREGADORES. Pode 10 envolver eleições sindicais que geram ações judiciais entre os representados o Sindicato, ação de impugnação de registro de chapa, anulações de assembléia eleitoral, ações para a exclusão de candidatos ou eleitores sem capacidade eleitoral. E ainda, ações de cobranças de contribuição sindical ou exclusão de sócios, ou qualquer outra demanda entre o empregador e o Sindicato, e entre o trabalhador e o Sindicato. IV- MANDADO DE SEGURANÇA. HABEAS CORPUS E HABEAS DATA QUANDO O ATO QUESTIONADO ENVOLVER MATÉRIA SUJEITA À SUA JURISDIÇÃO; V- CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS COM JURISDIÇÃO TRABALHISTA, ressalvado o disposto no art. 102, I,O ;: tratando-se de conflitos entre órgãos com jurisdição trabalhista é lógico que sejam solucionados no âmbito interno de sua justiça. Da decisão proferida não cabe recurso. O conflito será julgado pelo 1º tribunal, na escala hierárquica ascendente, superior a ambos os juízos em conflito. VI- INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAL OU PATRIMONIAL DECORRENTE DA RELAÇÃO DE TRABALHO . A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de danos morais e materiais decorrentes da relação de trabalho e ou emprego. A ampliação das atribuições se estende até à uma situação pré-contratual, caso a controvérsia decorra de relação de trabalho ainda que na fase de tratativas. Os danos podem ser decorrentes, inclusive, de acidente do trabalho, não importando se a controvérsia deva ser redimida à luz do direito comum e não do direito do trabalho. VII- PENALIDADES ADMINISTRATIVA APLICADAS PELOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO. A competência para julgar multas (e autuações) era da Justiça Federal, que, pela EC 45/2004, foi transferida para a justiça do Trabalho. O interessado pode inclusive desistir da defesa administrativa e ingressar diretamente na Justiça do Trabalho. VIII- EXECUÇÃO DE OFÍCIO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVISTAS NO ART. 195, I, A E II DA C/F88 E SEUS ACRÉSCIMOS LEGAIS , decorrentes de sentenças que proferir e acordos que homologar a Justiça do Trabalho. LER A SÚMULA 368 DO TST. A corregedoria Geral da Justiça do Trabalho editou vários provimentos, sendo o último o 3/2005 que determinam a retenção IMPOSTO DE RENDA retido na fonte e o recolhimento de contribuições devidas pelo trabalhador ao INSS. 11 IX- OUTRAS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO, NA FORMA DA LEI. Não apenas os empregados, mas também os trabalhadores ( ex: autônomo, eventual, estagiário, etc..) . Contudo, ação envolvendo cobrança de honorários para profissionais liberais devem ser propostas na Justiça Comum: Súmula 363 do STJ dispõe: “Compete a Justiça Estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.” § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. -As atividades essenciais estão definidas na LEI 7.783/89, algumas: tratamento e abastecimento de água, energia elétrica, assistência médica e hospitalar, funerários, controle de tráfego aéreo, transporte coletivos, distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos, etc.. COMPETÊNCIA TERRITORIAL (em razão do lugar) ex ratione loci Art. 650 e 651 do CLT Art. 650 : A jurisdição de cada Junta de Conciliação e Julgamento abrange todo o território da Comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida por lei federal. (Redação dada pela Lei nº 5.442, 1968) Parágrafo único. As leis locais de Organização Judiciária não influirão sôbre a competência de Juntas de Conciliação e Julgamento já criadas até que lei federal assim determine. (Parágrafo incluído pela Lei nº 5.442, 1968). Cada vara do trabalho tem competência para examinar as questões que lhe são submetidas dentro de determinado espaço geográfico, que pode ser um município ou mais. O que é definido por Lei Federal que cria a VARA DO TRABALHO. 12 Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 1º Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. (Redação dada pela Lei nº 9.851, de 1999) § 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. § 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. Vamos à análise do art. 651 da CLT: Caput: A regra geral esta contida no caput do art 651 e indica como foro competente o local da última prestação de serviços. Havendo vários locais de trabalho. Exemplo: O empregado trabalhou inicialmente em Rio Verde, depois em Jataí e, posteriormente, fica trabalhando em Goiânia, é essa última (Goiânia) a localidade que a ação será proposta). * Se o empregador vai ajuizar ação em face do empregado a regra é a mesma, ou seja,tal ação (geralmente a Consignação em pagamento) deverá ser proposta no último local da prestação de serviços. Art. 651, § 1º Para empregado viajante (ex: representante comercial, vendedor, etc..), foro competente é o local onde a empresa tiver agência ou filial e que a esta o Reclamante esteja subordinado. Na falta, onde o empregado tenha domicílio. Assim, o empregado que presta serviço de vendas em mais de um município, sem se fixar a uma localidade, deverá ajuizar Reclamação trabalhista no local da agência ou filia a qual ele presta contas. Na falta (somente se não houver agencia ou filial de subordinação) o empregado poderá optar entre propor a ação na Vara do Trabalho de seu domicílio ou na da localidade mais próxima. Art. 651,§2º Empregado brasileiro laborando no estrangeiro a ação poderá ser proposta na Vara do Trabalho Brasileira, na comarca onde a empresa tiver 13 agência ou filial. Desde que não haja convenção internacional dispondo ao contrário. Art. 652,§3º Empresas que promovam serviços fora do lugar da contratação. Ex: Empresas especializadas em auditorias, reflorestamento, atividades de circos, teatros, feiras exposições, eventos, etc... Neste caso, o empregado pode, livremente, escolher propor a ação no local de celebração do contrato, ou em qualquer lugar onde prestou serviços. Pois a prova lhe será mais fácil, ou os gastos com a locomoção menores. Observações: A Competência territorial é relativa, ou seja, modificável, prorrogável. Ou seja, não é possível o reconhecimento de ofício, ocorrendo preclusão se não alegada em momento oportuno. A reforma trabalhista (lei 13. 467/17), inseriu significativa mudança alusiva a arguição da Incompetência Territorial na Justiça do Trabalho. Conforme o art. 800 da CLT, o momento oportuno para a apresentação da exceção de incompetência territorial é no prazo de cinco dias da notificação citatória. DA AÇÃO TRABALHISTA Ação é o direito de provocar o exercício da tutela jurisdicional pelo Estado, para solucionar determinado conflito. Denominações. Dissídio Trabalhista, Reclamação Trab.. Reclamante. Reclamado. Lide: Conflito de interesses iniciado pela pretensão do autor que é resistida pelo réu. Processo: Conjunto de atos coordenados por meio dos quais a ação é exercitada, se efetivando a prestação jurisdicional. Procedimento é o meio pelo qual o processo vai tramitar é a forma do andamento do processo. Na Justiça do Trabalho os Ritos são: Ordinário, Sumaríssimo e Sumário. Dissídio Individual é o processo judicial trabalhista no qual o Estado concilia ou decide os litígios entre empregadores e empregado(s) singularmente considerados. Recebe o nome de Dissídio individual plúrimo(ou ações plúrimas) quando ocorre o litisconsórcio de dois ou mais empregados agindo em face de um ou mais empregadores. Ações Individuais – 1 autor no pólo ativo Ações Plúrimas – vários autores no pólo ativo 14 Já nos Dissídios Coletivos não existem ações de natureza condenatória, apenas constitutiva ou declaratória. Cria ou interpreta norma que vai posteriormente ser objeto de ação de cumprimento na Vara do Trabalho. *PETIÇÃO INICIAL – pode ser escrita ou verbal, tendo em vista que as partes são detentoras do ius postulandi “Art. 840 A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1 º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. § 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1° deste artigo. § 3° Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1° deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito." Assim, são requisitos da petição inicial: - pedidos certos e/ou determinados; com, ao menos, uma estimativa preliminar do valor dos pedidos exordiais. O importante é que, pelo menos, seja determinado ou determinável na petição inicial, com a estimativa de seu valor, cujo somatório desses montantes corresponderá ao valor da causa. - "a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio", ou seja, os fundamentos de fato relativos ao litígio e respectivos pedidos ( ausência de necessidade dos fundamentos de direito) Ausentes os requisitos explicitados no § 1º do art. 840 da CLT, o juiz deverá conferir ao autor prazo de 15 dias para a correção da petição inicial, ao invés de extinguir o processo sem resolução do mérito. Assim, são requisitos da petição inicial: - pedidos certos e/ou determinados; com, ao menos, uma estimativa preliminar do valor dos pedidos exordiais. O importante é que, pelo menos, seja determinado ou determinável na petição inicial, com a estimativa de seu valor, cujo somatório desses montantes corresponderá ao valor da causa. - "a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio", ou seja, os fundamentos de fato relativos ao litígio e respectivos pedidos ( ausência de necessidade dos fundamentos de direito) Ausentes os requisitos explicitados no § 1º do art. 840 da CLT, o juiz deverá conferir ao autor prazo de 15 dias para a correção da petição inicial, como prevê o Código de Processo Civil (utilizado subsidiariamente) e não, de imediato, extinguir o processo sem resolução do mérito. 15 PROCEDIMENTOS: ORDINÁRIO – SUMÁRIO - SUMARÍSSIO O valor da causa é o que vai determinar o procedimento, salvo exceções específicas, que serão mencionadas no decorrer da explanação abaixo. A- Procedimento Ordinário: art. 837 a 852 da CLT. Esse rito é usado quando não couber o rito sumário ou sumaríssimo e quando o valor da causa ultrapassar 40 salários mínimos, seu rito permite um melhor conhecimento do mérito e é usado para casos de maior complexidade; – Poderá ser feita a citação por edital; – Três testemunhas para cada parte( art.821 CLT); – Entidades públicas podem ser demandadas B- Rito sumário: se o valor da causa for de até 2 (dois) salários mínimos, o processo deve seguir o rito sumário, que não possui recursos cabíveis quanto às suas decisões, ou seja, são causa de única instância e quando um processo segue esse rito, não há como recorrer de uma decisão proferida. A única exceção permitida é quando há a violação de preceito constitucional, sendo assim, poderá haver o Recurso Extraordinário, destinado ao STF. O rito sumário está previsto no art. 2º, §§ 3º e 4º da Lei nº 5.584/70. C- Procedimento Sumaríssimo: Artigos 852-A a 852-I da CLT que foram acrescentados pela Lei 9.957/2000. Vejamos algumas características: - Não pode ser aplicada a entidades autárquicas, administração direta e fundações, atente que pode ser aplicada para empresas públicas e sociedades de economia mista, veja o artigo 852-A parágrafo único da CLT: - Pedido certo e determinado e não se fará citação por edital, sob pena, de arquivamento. - Extinção do processo sem resolução do mérito (art. 852-H, I e § 12, CLT: "O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa". - Audiência UNA. Ata resumida. 2 Testemunhas, no máximo. Só será intimada testemunha que comprovadamente convidada, deixa de comparecer. - Sentença dispensa relatório. 16 CLT Do Procedimento Sumaríssimo Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. Art. 852-B. Nasreclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. § 1o O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. § 2o As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal. Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença. Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. § 1o Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz. § 2o As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. § 3o Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. 17 § 4o Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. § 5o (VETADO) § 6o As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias. § 7o Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. § 1o O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum. § 2o (VETADO) § 3o As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada." CUSTAS PROCESSUAIS – JUSTIÇA GRATUITA- HONORÁRIOS PERICIAIS – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Trechos da obra: A reforma trabalhista no Brasil : com os comentários à Lei n. 13.467/2017 Mauricio Godinho Delgado, Gabriela Neves Delgado. - São Paulo : LTr, 2017. Pgs 323 a 327 “ (...) Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: (...) ... o objetivo dessa alteração legal foi, efetivamente, fixar um teto para o montante de custas devidas relativamente à fase processual de conhecimento, quanto às ações e procedimentos de competência da Justiça doTrabalho, qualquer que seja a natureza da ação. O novo teto não afeta, porém, as custas devidas no processo de execução - as quais são reguladas pelo art. 789-A da CLT, que não foi alterado pela Lei da Reforma Trabalhista. (...) O art. 790, § 3º, da CLT alterou o parâmetro numérico, no tocante a presunção de hipossuficiência econômico-financeira, para o seguinte nível: "salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social". Acima desse nível torna-se necessária a comprovação da hipossuficiência. Diz o novo § 4º do art. 790 da CLT que o benefício da justiça gratuita somente será concedido "à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo" . Essa comprovação pode ser fazer, em princípio, pela declaração de próprio punho da pessoa natural do autor da ação, bem como pela declaração de seu procurador no 18 processo (art. 105, in fine, CPC-2015), desde que autorizado por "cláusula específica" contida no instrumento de mandato (procuração) - Súmula n. 463, I, TST. Entretanto, tais declarações podem não bastar, caso exista nos autos prova em sentido contrário, juntada pela parte adversa ou não; mesmo assim, antes de indeferir o pedido, deve o Magistrado "determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos" (§ 2º, in fine, do art. 99 do CPC-2015). A Lei da Reforma Trabalhista, contudo, reduziu a extensão dos benefícios da justiça gratuita, sob a perspectiva do trabalhador reclamante. Desse modo, comprometeu, significativamente - caso interpretado o texto normativo de maneira gramatical e literalista - o comando constitucional do art. 5º, LXXIV, da CF (que enfatiza a "assistência jurídica integral e gratuita", ao invés de meramente parcial), além do comando constitucional relativo ao amplo acesso à jurisdição (art. 5º, XXXV, CF). É que manteve mesmo para a parte beneficiária da justiça gratuita a "responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais", se essa parte tiver sido sucumbente na pretensão objeto da perícia (novo caput do art. 790-B da CLT). E acrescenta que apenas se esse beneficiário não tiver obtido "em juízo créditos capazes de suportar a despesa ( ... ), ainda que em outro processo", é que a União irá responder pelo encargo (novo § 4º do art. 790-B da CLT). Agrega a nova Lei também a responsabilidade do beneficiário da justiça gratuita pelos honorários advocatícios instituídos pelo novo art. 791-A, caput e §§, da CLT - portanto, honorários advocatícios concedidos fora da hipótese prevista na Lei n. 5.584/1970. Tais honorários podem ser devidos pela simples sucumbência, inclusive sucumbência recíproca, se for o caso, a par de sucumbência na reconvenção, se houver (art. 791 -A, caput e §§ 3º e 5º). Em se tratando de beneficiário da justiça gratuita, a responsabilidade se mantém - segundo o texto literal -, podendo o respectivo montante ser deduzido de créditos obtidos em outro processo, que sejam capazes de suportar a despesa (§ 4º do novo art. 791-A da CLT). Se não existirem esses créditos processuais do beneficiário da justiça gratuita, a nova Lei aponta na seguinte direção: "... as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentesao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário" (§ 4º do novo art. 791-A da CLT). Se não bastassem tais restrições, a Lei n. 13.467/2017 acrescentou outra importante ressalva: ocorrendo o "arquivamento da reclamação" previsto no caput do art. 844 da CLT, em face da ausência do reclamante, "este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável" (novo § 2º do art. 844, CLT). E completa, ademais, o novo § 3º do art. 844 da CLT: o "pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda". Ora, sabendo-se que a restrição monetária, relativamente aos segmentos sociais sem lastro econômico-financeiro, assume o caráter de restrição absoluta ou quase absoluta, percebe-se que os comandos constitucionais expressos nos incisos XXXV e LXXIV do art. 5º da CF/88 mostram-se flagrantemente desrespeitados pela Lei n. 1 3.467/2017 no que concerne à sua regulação do instituto da justiça gratuita no Direito Processual do Trabalho. 19 HONORARIOS PERICIAIS: NOVAS REGRAS JURÍDICAS. ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO DO CAPUT DO ART.790-B DA CLT, COM INSERÇÃO, NESTE ART. 790-B, DOS §§ 1, 2, 3 e 4. A Lei n. 1 3.467/2017 fixou nova redação para o caput do art. 790-B da CLT. Também inseriu, neste mesmo dispositivo, os §§ 1 º até 4º, todos referentes aos honorários periciais. Eis a nova redação do art. 790-B da CLT, com a parte alterada em destaque: Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. § 1° Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. § 2• O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. § 3° O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de pericias. § 4° Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juizo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. (NR) (...) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA, INCLUSIVE SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA E SUCUMBÊNCIA NA RECONVENÇÃO: GENERALIZAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO, MESMO QUANTO AO BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. INSERÇÃO DO NOVO ART. 79 1-A. A Lei n. 1 3.467/201 7 inseriu, na CLT, o novo art. 791-A, com o seu caput e os §§ 1º até 4º, instituindo nova regência normativa sobre os honorários advocatícios de sucumbência na Justiça do Trabalho. Eis a integralidade do novo texto legal: Art. 791 -A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. § 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. 20 A alteração inserida pela Lei n. 1 3.467/201 7 no tocante ao regime de concessão dos honorários advocatícios de sucumbência - da maneira como regulado esse regime - corresponde a um, entre vários, dos aspectos mais impactantes da reforma, considerado o plano processual trabalhista. É que o conjunto normativo constante do art. 791-A, caput e §§ 1º até 5º, da CLT - se lido em sua literalidade - , pode inviabilizar o direito e a garantia constitucionais fundamentais constitucionais da justiça gratuita (art. 5º, XXXV, CF) e o d ireito, garantia e princípio constitucionais fundamentais do amplo acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CF) relativamente à grande maioria das pessoas físicas dos trabalhadores do País. Isso em decorrência dos elevados riscos econômico-financeiros que passam a envolver o processo judicial trabalhista, particularmente para as pessoas destituídas de significativas (ou nenhuma) renda e riqueza. Os honorários advocatícios, conforme visto no novo texto legal, teriam pertinência em distintas hipóteses de sucumbência: a) na sucumbência total ou parcial do empregador; b) na sucumbência total ou parcial do trabalhador; c) na sucumbência do empregador ou do trabalhador em situações que envolvam reconvenção. (...)” NULIDADES - art. 794 a 798 CLT CONCEITO Nulidade é a sanção determinada pela lei, que priva o ato jurídico de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas mencionadas na norma jurídica. A função da declaração das nulidades é de assegurar os fins destinados ás formas e que podem ser atingidos por intermédio de outros meios. SISTEMA DE NULIDADES Nosso direito processual, inclusive do trabalho, adotou o sistema francês, permitindo que o ato irregular que houvesse alcançado sua finalidade fosse aproveitado ou em outros casos repetido. Adota-se, também, de certa forma, o sistema alemão, pois a lei determina que o juiz ao pronunciar a nulidade esclareça a partir de que o momento o processo é nulo, inclusive porque o juiz é quem é que dirige o processo. Princípios Das Nulidades Os princípios das nulidades são originários da teoria geral do processo. Princípio da legalidade Princípio da instrumentalidade das formas ou da finalidade Princípio da economia processual 21 Princípio do aproveitamento da parte válida do ato Princípio do interesse de agir Princípio da lealdade processual Princípio da repressão ao dolo processual Princípio da transcendência o do prejuízo Princípio da convalidação. Preclusão É a perda da faculdade de praticar-se um ato pela transposição de um ‘momento processual’, que pode estar marcado, também, por um prazo determinado, e não apenas pelo ordenamento formal ou lógico dos atos no processo, ou pela incompartibilidade de um ato como outro”. Pode haver também preclusão se o ato processual já foi validamente exercido. A preclusão, normalmente, refere-se a atos processuais, mas também pode referir-se a prazos processuais, só tendo eficácia no processo em que ocorre. DAS FORMAS DE RESPOSTA DO RÉU CONTESTAÇÃO TRABALHISTA Artigos 847 e 848 da CLT. A Defesa pode ser oral em 20 minutos, ou escrita. Podendo ser enviada pelo sistema de processo judicial eletrônico. Pode haver a resposta do réu em forma de: 1. DEFESA INDIRETA DO PROCESSO: (de natureza processual) a) Exceções – de suspeição e incompetência – artigos 799 à 802 da CLT. Em peça apartada. Com prazo diferenciadopara a exceção de incompetência territorial ( art. 800 da CLT). b) Preliminares – Impedem o exame do mérito da questão. - Artigo 337 do CPC. 2. DEFESA INDIRETA DE MÉRITO – ou as prejudiciais de mérito, em que o processo é resolvido com julgamento do mérito, como se observa nas: - PRESCRIÇÃO: é a perda da pretensão ao direito em razão da inércia de seu titular. A prescrição trabalhista está prevista no inciso, XXIX, art. 7º da CFB/88. 22 - DECADÊNCIA : é a perda do próprio direito em razão de não ter sido exercitado no prazo legal. 3. DEFESA DE MÉRITO – Contestar (rejeitar) todas as matérias debatidas e as verbas pretendidas na inicial. É a contestação propriamente dita. - É necessário articular a defesa de mérito de forma precisa e específica, contestando todos os pedidos do Reclamante, a fim de se evitar Defesa por negação geral ou omissão que implicaria na admissão dos pedidos da Inicial. (art. 302 do CPC). - Observar o PRINCIPIO DA EVENTUALIDADE no qual toda a matéria de defesa deve ser concentrada na Contestação. A articulação de Defesas indiretas processual ou indiretas de mérito não impendem a resistência aos pedidos do Reclamante. - Portanto, deve haver a defesa de mérito, para a eventualidade de ser rejeitada a defesa indireta, a fim de evitar que se tenha como admitido/aceito os pedidos da Inicial. - Como matéria de defesa, também pode ser alegada a COMPENSAÇÃO ou a RETENÇÃO conforme art. 767 da CLT. E a RECONVENÇÃO (art. 343 do CPC) Como há omissão na CLT, é cabível no processo do trabalho conforme autoriza o art. 769 da CLT, pois não existe incompatibilidade com a Justiça do Trabalho. Entretanto deve haver: matéria atinente à relação de emprego, mesmas partes, conexão com a ação principal, oferecida em conjunto com a Defesa. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL APRESENTADA POR PETIÇÃO, ANTES DA AUDIÊNCIA- ART. 800 DA CLT Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. § 1° Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. § 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. § 3° Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. 23 § 4" Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente. O reclamado/excipiente apresenta, no prazo 5 dias, a contar da citação ("notificação"), antes da audiência designada, em petição própria, a sua exceção de incompetência territorial, ao fundamento das regras do art. 651 da própria CLT, que tratam da competência territorial dos juízos das Varas do Trabalho. Conclusos os autos, o reclamante/excepto e, se houver, igualmente os litisconsortes, serão intimados para que se manifestem no prazo comum de cinco dias (§ 2º do art. 800, CLT). Havendo necessidade de produção de prova, o juiz designará audiência, garantindo ao reclamado/excipiente a prerrogativa dele e suas testemunhas serem ouvidas no juízo considerado territorialmente competente pela parte excipiente (§ 3º do art. 800, CLT). Decidida a exceção, o processo retomará o seu curso, com a designação da audiência para a tentativa conciliatória, apresentação da defesa e a respectiva instrução processual, tudo a ser feito perante o juízo considerado competente pela decisão judicial prolatada. Se essa decisão judicial for pela mantença da competência territorial original ou se o juízo territorialmente competente estiver situado dentro dos limites do respectivo TRT, não caberá recurso ordinário de imediato, porém apenas ao final do transcurso do processo em 1 º grau, após a prolação da sentença, como simples tema preliminar no recurso ordinário interposto. É que, na Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, devendo todas as questões, inclusive as nulidades eventualmente verificadas, ser brandidas no recurso próprio da sentença prolatada, ou seja, no recurso ordinário. É o que dispõe o art. 893, § 1º, in fine, da CLT (nesta linha, Súmula 214, TST). Se a decisão determinar a remessa dos autos para juízo situado, territorialmente, fora dos limites do TRT original (por exemplo, da 2ª Região, São Paulo, para a 21ªRegião, Rio Grande do Norte), caberá recurso ordinário quanto à respectiva decisão (Súmula n. 214, "c", do TST). DA AUDIÊNCIA TRABALHISTA – ARTS. 843 A 852 DA CLT ( com grifos nossos). DA AUDIÊNCIA DE JULGAMENTO Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de s eus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cum primento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindic ato de sua categoria . 24 § 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cu jas declarações obrigarão o proponente. § 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderos o, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparece r pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que perten ça à mesma profissão, ou pelo seu sindicato. § 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada. Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência impo rta o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato . § 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. § 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será co ndenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 78 9 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comp rovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justif icável. § 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2 o é condição para a propositura de nova demanda. § 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. § 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas. Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. § 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. 25 § 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedidoou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo. Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instru ção do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualque r juiz temporário, interrogar os litigantes. § 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante. § 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver. Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada u ma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e nã o se realizando esta, será proferida a decisão. Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social. Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que constará, na íntegra, a decisão. § 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, o resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão do Tribunal quanto à matéria de fato. § 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes classistas presentes à mesma audiência. Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841. 26 RECURSOS NO PROCESSO DO TRBALHO A- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Art. 897-A da CLT – Súmulas 278 e 297 do TST Previsão do art. 496, IV do CPC Base legal: art. 463,II e 535/536 do CPC Requisito: existência de omissão e contradição na decisão. Prazo : 5 dias. Efeitos: - Modificativo (quando a omissão sanada compromete a decisão anteriormente tomada); - Interrompem o prazo para a interposição de outros recursos; - Súmulas 278 e 297 do TST. Endereçamento: Para o mesmo órgão( Juiz ou Tribunal) prolator da decisão. B- RECURSO ORDINÁRIO – art. 895 da CLT No sentido jurídico, recurso é o meio processual utilizado para provocar o reexame de determinada decisão (definitiva ou terminativa), com a finalidade de reformá-la ou modificá-la. Na justiça do trabalho o Recurso Ordinário (que se assemelha à apelação cível) esta previsto no art. 895 da CLT Prazo para a interposição: 8 dias a contar da intimação da publicação da sentença ou acórdão. Efeito: Devolutivo Pressupostos: A)-Pagamento de custas pela parte vencida. B)-De depósito recursal se a Reclamada recorrer. Valor máximo em janeiro/2018 é R$ 9.189,00. Procedimentos: - Petição do recorrente endereçada ao juiz a quo requerendo o recebimento e processamento do RO- art. 899 CLT. - Intimação do recorrido para apresentar contrarrazões – art. 900 da CLT - O processo subirá ao Tribunal e será distribuído - Parecer da Procuradoria do Trabalho - Conclusos ao Relator - Processo posto em mesa para julgamento 27 -Julgamento proferido através de decisão/voto dos juízes do tribunal, (substituirá a sentença) - Acórdão – relatório, fundamentação e dispositivo. Ementa. C- RECURSO DE REVISTA I- Previsão legal: na CLT nos seguintes artigos: 893, III , 896, 896-A, 896-B e 896- C da CLT II- O Recurso de revista é um apelo técnico, estando sua admissibilidade subordinada ao atendimento de determinados pressupostos. No Recurso de Revista é indispensável que a parte demonstre divergência jurisprudencial entre os tribunais regionais do trabalho, ou violação literal de dispositivo de lei federal ou da constituição para o seu conhecimento, ou súmula vinculante do STF. O objetivo do recurso de revista é unificar a jurisprudência dos tribunais regionais, observar a lei federal e a CF/88. III- Cabimento: alíneas a, b e c do art. 896 da CLT O Juiz Presidente do TRT (juízo a quo) é o responsável pelo exame dos pressupostos de admissibilidade do recurso. Entretanto, o tribunal superior (juízo ad quem) não esta subordinado ao juízo de admissibilidade do tribunal inferior. O Recurso de Revista passa caber quando a decisão do TRT contrariar súmula vinculante do STF. Prequestionamento: Súmula 297 do TST IV- Prazo para a interposição: 8 dias a contar da publicação do acórdão. Efeito: Devolutivo V- Complementar o depósito recursal até o valor da condenação, ou fazer depósito recursal de, no máximo, R$ 18.378,00. Procedimento Sumaríssimo : § 6º do art. 896 da CLT Procedimento: - O Recurso é encaminhado ao presidente do TRT que poderá recebê-lo ou denegá-lo (exame de admissibilidade) art. 896, parág. 1º da CLT); - O Recorrido é intimado para apresentar contrarrazões (8 dias); - No TST o recurso é autuado; 28 - Autos conclusos ao Ministro Presidente do TST que vai distribuir o RR a uma turma julgadora, exceto casos de argüição de inconstitucionalidade que será julgado por seção; - Parecer do Ministério Público do Trabalho; - O Recurso é distribuído ao Relator e posteriormente posto em pauta para julgamento. D- AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 897 da CLT, alínea b, § 2º, 4º, 5º e 7º) Conceito: Agravo de instrumento é o recurso adequado para impugnar despachos que denegaram seguimento a interposição de outro recurso. O conceito é encontrado na alínea b do art. 897. Cabimento: A finalidade do agravo de instrumento no processo do trabalho é destrancar recursos. Não cabem recursos de decisões interlocutórias (Súmula 214 do TST). Prazo: 8 dias - Efeito: devolutivo A Lei 12.275/29-06-2010 alterou dispositivos da CLT, tornando obrigatório, se o recorrente for o condenado em parcela pecuniária, o pagamento prévio de depósito recursal. Referido depósito é no valor de 50% do recurso que teve denegado seu prosseguimento. Procedimento: A) O agravo de instrumento é interposto perante à autoridade prolatora que indeferiu o encaminhamento do recurso, sendo processado em autos apartados e julgados pelo Tribunal que seria competente para julgar o recurso que foi denegado seguimento - Juízo ad quem. B) É interposto mediante petição que deve indicar os motivos pelos quais entende que o apelo indeferido deveria ter sido admitido. Nesta petição cumpre ao agravante também indicar as peças que devem formar o instrumento. C) As partes deverão promover a formação do instrumento do agravo, de forma a possibilitar o imediato julgamento do recurso denegado, caso o agravo seja provido, conforme art. 897, § 5º, I e II da CLT: I- obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, da comprovação do depósito recursal e do recolhimento das custas; 29 II- facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matériade mérito controvertida. D)- Despachado o agravo, o Juiz ou Presidente do TRT, determina que a petição seja autuada e que se forme o translado. E)- O agravado é intimado para contraminutar o agravo e apresentar as contrarrazões ao recurso trancado, no mesmo prazo fixado para a interposição do agravo. F)- Depois de ouvido o agravado, o Juiz pode reconsiderar sua decisão e deferir o recurso indeferido – Retratação. G) O Agravo de Instrumento é encaminhado ao respectivo tribunal, autuado e remetido à Procuradoria (quando cabível a intervenção desta), distribuído a um relator (não há revisor) e a seguir incluído em pauta de acordo com as formalidades que se aplicam ao recurso ordinário e ao de revista, conforme se trate de feito submetido a TRT ou ao TST. E- AGRAVO DE PETIÇÃO Segundo a CLT, é possível interpor agravo de petição em face das decisões do Juiz ou Presidente, exclusivamente nas execuções trabalhistas. Ou seja, não cabe Agravo de Petição na fase de conhecimento. O Agravo de Petição é o recurso para a fase de execução. Dispõe no art. 897, caput, alínea “a”, e parágrafo 1º, CLT: Art. 897- Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. § 1º – O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. Além das hipóteses acima, também cabe Agravo de Petição em face de decisão de acolhimento ou rejeição do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este ocorrer na fase de execução ( inciso II do § 1º do art. 855-A da CLT), independentemente de garantia do juízo.
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