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A Casa das Canoas

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A Casa das Canoas 
O arquiteto – Oscar Niemeyer 
Nascido no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1907, Oscar Niemeyer foi um dos 
maiores arquitetos do Brasil, sendo reconhecido até os dias de hoje por suas obras, 
principalmente pelos vários projetos arquitetônicos de edifícios públicos que 
desenvolveu em Brasília. 
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares casou-se com Anitta Baldo, com quem 
viveu um grande amor e teve a sua primeira filha, Anna Maria Niemeyer. Como pai de 
família decide ajudar seu pai na tipografia e no meio de papéis e tintas surge seu talento 
no desenho. 
Em 1929 entra para a pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba) e adquire seu diploma 
de engenheiro arquiteto em 1934, iniciando sua vida profissional no escritório de Lúcio 
Costa. 
Em 1936, Oscar Niemeyer foi designado para colaborar com o arquiteto franco-suíço, 
Le Corbusier, idealizador da arquitetura moderna na Europa, que estava projetando a 
sede do Ministério da Educação e Saúde (hoje palácio Gustavo Capanema) no Rio de 
Janeiro. Em 1939, junto com Lúcio Costa, projetou o pavilhão brasileiro da Feira 
Internacional de Nova Iorque. 
Logo após trabalha em projetos como o Conjunto de Pampulha, a pedido de Juscelino 
Kubitschek enquanto prefeito de Belo Horizonte. 
O projeto é formado por um Cassino (hoje museu), restaurante, clube náutico e a Igreja 
de São Francisco de Assis ou Igreja da Pampulha. O projeto contou com a participação 
de Joaquim Cardoso, Burle Marx, Bruno Giorgi entre outros. 
Em 1945, Oscar Niemeyer foi convidado para participar, com dez arquitetos de renome, 
do Comitê Internacional de Arquitetos para projetar a nova sede da Organização das 
Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque. 
O desenho final do edifício combinou dois projetos: o que havia sido apresentado por 
Le Corbusier e o de Niemeyer. 
Em 1956 é convidado pelo presidente Juscelino Kubitschek, juntamente com Lucio 
Costa, para a elaboração da nova capital do país, Brasília. 
O Plano Piloto de Brasília, que lembra o formato de um avião, foi elaborado pelo 
arquiteto e urbanista Lúcio Costa, que foi o vencedor do concurso realizado em 1957. 
Oscar Niemeyer foi o responsável pelo projeto de diversos edifícios públicos de Brasília, 
onde se destacam o concreto, o vidro, as curvas e os vãos livres, características de seus 
trabalhos. 
Com o golpe militar de 1964, Niemeyer, filiado ao Partido Comunista, se exilou na 
França. Em 1972 abriu seu escritório nos Champs Elysées, em Paris. Nesse mesmo 
ano projetou o Centro Cultural Le Havre na França. Em 1980 retornou ao Brasil e na 
mesma época projetou o Memorial JK em Brasília e o Sambódromo no Rio de Janeiro. 
Depois de Brasília, Niterói, no estado do Rio de Janeiro, é a cidade que tem um maior 
número de obras de Niemeyer, entre elas o Teatro Popular Oscar Niemeyer e o Museu 
de Arte Contemporânea, em estilo futurista, inaugurado em 1991. 
Entre seus projetos destacam-se o Parque do Ibirapuera (São Paulo, 1951), a Escola 
de Arquitetura de Argel (Argélia, 1968), a sede da Editora Mondadori (Milão, 1968) e a 
sede do jornal L'Humanité (Saint-Denis, França, 1987). 
Oscar Niemeyer foi um arquiteto renomado, reconhecido través de prêmios como 
Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza (1949), Prêmio Pritzker de Arquitetura 
(1988), Prêmio Príncipe das Astúrias da Arte (1989) e a Medalha do Mérito Cultural do 
Brasil (2007). 
Também foi o autor de diversos livros, como a Minha Experiência em Brasília (1961), A 
Forma na Arquitetura (1978), Conversa de Arquiteto (1993), A Curva do Tempo (1998) 
e Minha Arquitetura (2000). 
Dentre tantos projetos memoráveis do arquiteto Oscar Niemeyer temos a Casa da 
Lagoa (1954) situada na Floresta da Tijuca do Rio de Janeiro, casa da qual este trabalho 
é direcionado para maior entendimento das suas características como arquiteto e 
intenções com este projeto. 
 
Casa das Canoas 
A Casa das Canoas foi projetada pelo e para o próprio Oscar Niemeyer entre 1950 e 
1954, onde residiu com sua esposa e sua filha. 
Seu terreno era uma fazenda cafeeira que pertencia ao Comendador Conrado Jacob 
Niemeyer, proprietário de quase todas as terras da região e construiu com recursos 
próprios o caminho ligando as Praias do Vidigal à antiga Praia da Gávea. 
Essa estrada, atualmente conhecida como Avenida Niemeyer, foi doada por ele à cidade 
em outubro de 1916 e constitui uma das principais vias de ligação entre a Zona Sul e 
São Conrado. 
Com 12.000m² e a maior área verde em perímetro urbano no mundo, a Casa das 
Canoas é coberta por uma sinuosa laje plana que define o projeto, criando um rico 
contraste entre a natureza e a casa. Esta se insere e se destaca na paisagem enquanto 
realça a natureza à sua volta. Podemos notar essa inserção enfatizada pela presença 
da grande rocha incrustada à casa, a qual todo o projeto gira em torno e parece surgir 
dela. Para quem está dentro da casa essa rocha parece atravessar as paredes e 
janelas, formando uma parte íntegra do ambiente, enquanto pela área externa a rocha 
parece brotar do interior da casa e deslizar suavemente pela piscina. 
Mais que um condicionante do projeto, Niemeyer utiliza a natureza como um elemento 
configurador de projeto, assim como a laje, a piscina, os esbeltos pilares tubulares e as 
transparentes esquadrias de caixilhos negros. 
Niemeyer novamente faz uso do artifício de enterrar ambientes. Na Casa das Canoas o 
nível de chegada, protegido pela sinuosa coberta, é formado pelos ambientes sociais 
como as salas de estar e jantar, cozinha e lavabo em um espaço aberto, sombreado e 
transparente. Já a área íntima da casa situa-se no nível inferior, sendo acessada por 
uma escada que também surge lateralmente à rocha. 
Esse nível “enterrado” é mais uma estratégia projetual que dota o terreno descendente 
de caráter projetual. Os ambientes íntimos, assim como o nível principal, também 
usufruem da paisagem e, sobretudo, da luz natural, controlada através de singulares 
esquadrias e aberturas. 
A Casa das Canoas repousa, assim, sobre um amplo platô, imperceptível como tal, 
criando pátios externos planos e protegidos por discretos gradis. 
O autor explica: “Minha preocupação foi projetar a residência livremente, adaptando-se 
ao terreno irregular, sem modificação, fazendo curvas, de modo que a vegetação 
pudesse inserir nelas sem a separação ostensiva da linha reta.” 
“E criei para as salas de estar na zona de sombra, para que a parte envidraçada evitasse 
cortinas e a casa ficasse transparente, como preferia”. 
A intenção de Niemeyer era projetar sua residência em absoluta liberdade, plasmar 
suavemente os arredores e adaptá-la ao terreno irregular: só assim conseguiria penetrar 
a vegetação na residência. 
E nas palavras de Lauro Cavalcanti no site Arquitetura e Urbanismo “A construção, 
completamente integrada à floresta, está em lote inclinado que acompanha, em um dos 
lados, a subida da estrada onde em seu ponto mais alto está um discreto portão para 
carros. Um arquiteto menos imaginativo haveria localizado tal acesso na parte mais 
baixa, antes da curva, assim que a estrada toca o terreno. As vantagens práticas teriam 
sido evidentes: visibilidade mais segura, guarda dos veículos no mesmo nível e mais 
próximos da residência. Niemeyer, contudo, preferiu ali fazer uma pequena e pouca 
utilizada entrada para pedestres e situar o acesso principal no ponto mais alto da 
propriedade, logo depois de acentuada curva da estrada. Esta feliz decisão trouxe duas 
inquestionáveis vantagens: liberar o jardim das passagens e da interferência visual dos 
automóveis e, sobretudo, originar um trajeto em declive de aproximadamente 8 m que 
propicia uma visão ampla da casa, rocha, piscina, floresta e, centenas de metros abaixo, 
ao longe, da linha do horizonte separando o mar do céu. A inclinação é suficientemente 
suave para não ser necessário manter os olhos no caminho. Cria-se, assim, um passeio 
arquitetural, tão caroa Niemeyer, desde a marquise da Casa do Baile da Pampulha, 
plenamente desenvolvida no Ibirapuera e presente em vários projetos posteriores, como 
o Museu de Arte Contemporânea de Niterói”. 
Em 2007, ano em que Oscar Niemeyer completou 100 anos, o IPHAN decidiu 
tombar 35 obras do arquiteto, entre elas a Casa das Canoas. 
Atualmente, a Casa das Canoas pretende à Fundação Oscar Niemeyer e está 
aberta ao público para visitas. 
Ficha técnica: 
• Arquitetos: Oscar Niemeyer 
• Ano: 1954 
• Endereço: Estrada das Canoas, São Conrado Rio de Janeiro Brasil 
• Tipo de projeto: Residencial 
• Status: Construído 
• Materialidade: Concreto e Vidro 
• Estrutura: Concreto 
• Implantação no terreno: Isolado 
 
 
Referência Bibliográficas 
ARCH DAILY. Clássicos da Arquitetura: Casa das Canoas / Oscar Niemeyer. 
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-14512/classicos-da-arquitetura-
casa-das-canoas-oscar-niemeyer?ad_medium=gallery. Acesso em: 22 ago. 2019. 
CASA DAS CANOAS. História. Disponível em: 
https://www.casadascanoas.com.br/historia-casa-das-canoas-festas-eventos. Acesso 
em: 22 ago. 2019. 
CASAS BRASILEIRAS. Casa das Canoas. Oscar Niemeyer. Disponível em: 
https://casasbrasileiras.wordpress.com/2010/09/20/casa-das-canoas-oscar-niemeyer/. 
Acesso em: 22 ago. 2019. 
DIARIO DO RIO. História da Casa das Canoas. Disponível em: 
https://diariodorio.com/historia-da-casa-das-canoas/. Acesso em: 22 ago. 2019. 
ESCRITÓRIO DE ARTE. Oscar Niemeyer. Disponível em: 
https://www.escritoriodearte.com/artista/oscar-niemeyer. Acesso em: 22 ago. 2019. 
WIKI ARTECTURA. Casa das Canoas. Disponível em: 
https://pt.wikiarquitectura.com/constru%C3%A7%C3%A3o/casa-das-canoas/. Acesso 
em: 22 ago. 2019.

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