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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 7ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA – GO.
Autos n° 0027196.78.2020.8.09.0175 
GEORGE MAX SOARES DE SOUSA, já devidamente qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, que lhe move o Douto Ministério Público estadual, via conduto seu defensor nomeado, vem a mui honrosa presença de Vossa Excelência interpor a sua DEFESA PRÉVIA aos termos das imputações que ora lhes são feitas.
SÍNTESE DOS FATOS  
Consta na peça acusatória que nos dias 11 e 12 de março o autuado supostamente extorquiu pessoas e subtraiu coisas alheias móveis juntamente com Alisson Vilas Boas Alves e outras pessoas. Quando abordaram Mario Kichese Neto, na volta da reunião da Hinode em que Mário deu carona ao acusado George, Alisson e a menor Ellen. Na volta da reunião Mário foi rendido e conduzido a casa de Alisson para buscarem Rithellen, onde Mário ficou rendido para que Alisson saísse no seu carro para buscar o terceiro elemento que participou do crime e que ainda não foi identificado.
Todo o cenário foi montado para que Luiz Claudio Silva de Almeida fosse atraído para ser rendido e fornecer sua assinatura para a transferência de seu ID a Alisson. Todo ocorrido se deu no dia 11 durante a noite e madrugada, já que no dia 12 pela manhã o documento de transferência do ID foi assinado e todos se evadiram no carro da vítima levando mais alguns objetos e dinheiro. 
Assim agindo, segundo a peça acusatória, os denunciados encontram-se incursos nas penas dos artigos 157, § 2º, incisos II e VII (5 vezes), artigos 158, §1° (6 vezes), todos do Código Penal Brasileiro, e 244-b, da Lei n. 8069/90, (2 vezes).
                                                               
3 - No mérito
O QUADRO FÁTICO APONTA PARA A HIPÓTESE DE ABSOLVIÇÃO CPP, ART. 386, INC. V (AUSÊNCIA DE PROVA DA PARTICIPAÇÃO), NOS CRIMES DOS ARTIGOS 158, §1° (6 VEZES), TODOS DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO, E 244-B, DA LEI N. 8069/90, (2 VEZES)
 
 Segundo ainda o quanto disposto na peça inicial acusatória, o Acusado George responderia pelos mesmos atos praticados pelo primeiro Réu. Nesse passo, haveria comunicabilidade dos dados do tipo penal. (CP, art. 30)
Sem dúvidas, dos autos vê-se que o primeiro Acusado, Alisson Vilas Boas, fora quem, em verdade, tramou a intenção criminosa, reuniu todos que participaram, inclusive as duas menores, que assumiram terem sido convidadas por Alisson para conseguir um ID e faturar por volta de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), além de ter ocultado de todos sua intenção criminosa, como bem abordou em seu depoimento constante no IP.
Dessa forma, como é possível imputar ao segundo denunciado, George, o crime do artigo 244-b, da Lei n. 8069/90, quando o mesmo não obteve contato algum com as menores que foram citadas na denúncia, com isso seria impossível que o segundo denunciado corrompesse as menores para participarem do crime. 
Ademais, Excelência, o crime de extorsão constante no artigo 158 do CP, não merece ser atribuído ao segundo denunciado George, haja vista que durante o decorrer de todo contexto fático relatado no inquérito policial, restou evidenciado que o constrangimento para obter vantagem econômica foi feita pelo acusado Alisson, que pretendia figurar como titular do ID pra que ganhasse os valores de revendedor da marca. Com isso, é de concluir que o crime de extorsão é incomunicável com a conduta do Acusado George, já que a vantagem econômica seria em favor do Acusado Alisson, que figuraria como titular do ID.
Além disso, ainda no que tange o crime de extorsão, a mesma não se consumou, já que a vantagem econômica não foi obtida, uma vez que o documento redigido e levado ao cartório não se efetivou, ou seja, o dinheiro inerente ao ID que seria roubado, não foi revertido para os Acusados, fazendo com que, dessa forma, o crime não se consumasse.
De outro turno, a palavra da vítima, colhida do caderno policial, relata que o manuseio de arma branca para ameaça foi feito pelo terceiro elemento não identificado.
Aqui, inexiste, minimamente, qualquer relevância da atitude do Acusado com a produção do resultado delituoso no que tange a extorsão e corrupção de menores, ficando dessa forma a ser debatido somente o roubo no que tange a conduta do Acusado George. 
Com respeito ao tema, vejamos as lições de Cleber Masson, verbo ad verbum:   
Concorrer para a infração penal importa em dizer que cada uma das pessoas deve fazer algo para que a empreitada tenha vida no âmbito da realidade. Em outras palavras, a conduta deve ser relevante, pois sem ela a infração penal não teria ocorrido como e quando ocorreu.
O art. 29, caput, do Código Penal fala em ´de qualquer modo´, expressão que precisa ser compreendida como uma contribuição pessoal, física ou mora, direta ou indireta, comissiva ou omissiva, anterior ou simultânea à execução. Deve a conduta individual influir efetivamente no resultado.
De fato, a participação inócua, que em nada concorre para a realização do crime, é irrelevante para o Direito Penal... (...) 
 
No que tange as elementares, cumpre ressaltar que estas são configuradoras de tipos penais. As elementares servem como uma característica inerente ao tipo penal sem a qual não restaria conduta incriminada ou haveria uma conduta diversa da em questão. Nas palavras de Capez, as elementares “provêm de elemento, que significa componente básico, essencial, fundamental, configurando assim todos os dados fundamentais para a existência de figura típica”. 
Assim, quando em decorrência da desconsideração da elementar não possuirmos conduta típica, a doutrina trata de falar na figura da atipicidade absoluta, o que nos traz um indiferente penal. De outra banda, quando este ato constituir apenas a não configuração de um tipo penal em relação a outro, teremos a figura da atipicidade relativa, o que fará com que aconteça o fenômeno da desclassificação.
Portanto, mediante o relatado, as elementares dos artigos 158 do CP e 244-b, da Lei n. 8069/90, não são evidenciadas na conduta do agente, merecendo, então, ser absolvido dessas duas acusações.
DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE ROUBO MAJORADO PARA ROUBO SIMPLES.  
                                               
  Além disso, a palavra da vítima, colhida do caderno policial, relata que o manuseio de arma branca para ameaça foi feito pelo terceiro elemento não identificado. Dessa forma, a majorante do § 2º, inciso VII do artigo 157 não deve ser atribuída ao Acusado George, que em momento algum se utilizou de arma branca para exercer a violência ou grave ameaça.
Ademais, no que tange ao inciso II do parágrafo 2º, do artigo 157, não se verifica o concurso de agente na conduta do Acusado George. 
Consta nos Autos que o Acusado estaria acompanhado por mais quatro pessoas em sua empreitada criminosa.
Contudo, a narrativa em relação a este aumento de pena no foi provado pela autoridade Ministerial, se quer produziu-se rol de testemunhas suficientes para comprovar o ocorrido, não devendo o simples falar justificar o aumento de pena. 
Igualmente, não foi comprovado o liame subjetivo entre as partes, tendo em vista a falta de reconhecimento Acusado George com os agentes que teriam cometido a pratica delituosa, além do que, consta da denúncia que as menores, bem como o George e o terceiro desconhecido, teriam sido convidados por Alisson.
Portanto, não deve haver a causa de aumento de pena pelo concurso de agentes, tendo em vista a fragilidade probatória apresentada pelo Nobre Representante do Ministério Público, requerendo assim, a exclusão do presente e a desqualificação para roubo simples.
   No contexto supra, há convergência de que, no máximo, existira crime de roubo (simples).
4- DOS PEDIDOS
     Ante o exposto, pleiteia-se a absolvição do réu, por não ter concorrido com os crimes dos artigos 158 § 1º do CP e 244-b, da Lei n. 8069/90, nos termos do art. 386, V, do Código de Processo Penal.
Requer ainda a exclusão da causa do aumento de pena, prevista no artigo 157, § 2º, incisos II e VII do Código Penal e qualificação do ilícito para roubosimples.
Aproveita o momento para arrolar suas testemunhas que deverão ser intimadas para comparecimento em audiência de instrução oportunamente designada e servirão para formar melhor a convicção deste douto Magistrado: 
· Carlleane de Sousa Diniz. CPF: 029.356443-44. Residente na Avenida Oeste, nº 725, Edifício Geovanna, Apto 102, Setor Aeroporto, Goiânia -GO, CEP: 74.075-110;
· Fernanda Rodrigues de Oliveira. CPF: 375.145.981-20. Residente na Rua Rio das Garças, Quadra 13, Lote 19, Conjunto Aruanã 1, CEP: 74740-260.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Goiânia, 3 de julho de 2020
MURILLO CARVALHO DE SOUSA MAURO CÉSAR FERREIRA DA SILVA
OAB/GO 55.149 OAB/GO 55.236

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