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Atualidade e Geografia Aula 01

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Teoria e exercícios
Prof. Rodrigo Barreto – Aula 01
  
 A crise de 2008 causou, desse m odo, grande instabilidade nas 
economias europeias, provocando piora nas condições de vida das 
populações, pr incipalm ente por causa do desem prego e da elevação 
dos preços; o que, por sua vez, provocou diversas m anifestações, 
com o a m archa dos indignados na Espanha e até a queda de 
alguns líderes polít icos, com o Berlusconi, na I tália, e Papandreou, 
na Grécia, onde houve greve geral. 
 
Gostar ia de ressaltar que não foi só por causa da cr ise norte-
am ericana que a Europa está com problem as. Não podem os nos 
esquecer de que alguns governos europeus não cont rolaram 
devidam ente suas contas públicas, além de situações de pouca 
com pet it iv idade, falta de infraest rutura e m esm o de altos níveis de 
corrupção. Por esse m ot ivo, a cr ise europeia é tam bém cham ada de 
cr ise da dívida, em razão do alto nível de endividam ento de alguns 
países europeus. 
 
Na zona do euro, o déficit orçam entário é part icularm ente 
problem át ico, uma vez que, com o as econom ias são conectadas 
pela m oeda com um , os países ficam obrigados a seguir 
determ inadas diret r izes econômicas com uns. I sso faz com que os 
países, m uitas vezes, tenham de adotar cam inhos de juros altos, 
corte de polít icas sociais, arrocho salar ial, aum ento de impostos, 
flexibilização de leis t rabalhistas e pr ivat izações em acordo com o 
que estabelece o FMI , o Banco Cent ral Europeu e a Com issão 
Europeia. Esse conjunto de m edidas integram as cham adas m edidas 
 
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Tudo isso se deu porque, na últ ima década, a Grécia cont raiu 
grandes quant ias em emprést imos para sustentar um crescim ento 
econômico de 4% por ano, em m édia, de 2001 a 2008. O problema 
foi que, quando a cr ise estourou, o país não possuía dinheiro 
disponível e, com o já estava ext rem am ente endividado, não 
conseguiu novos emprést imos com bancos, tendo de recorrer a 
organism os internacionais. 
 
Claro que esses organism os internacionais im puseram à Grécia 
um a “ receita am arga” : justam ente as m edidas de austeridade, 
incluindo a interferência direta do FMI , da Com issão Europeia 
Europeia e do Banco Cent ral Europeu. Essa receita é basicam ente a 
que fora aplicada na Am érica Lat ina no fim dos anos 1980 e durante 
os anos 1990. Por enquanto, a adoção dessas m edidas não vem se 
m ost rando capaz de ret irar a Grécia do quadro de cr ise. 
 
 No início da cr ise, a Grécia tentou dar um a resposta at iva e 
chegou a aum entar seus invest imentos em diversos setores da 
economia, porém essa est ratégia não deu os resultados desejados. 
O desem prego cont inuou crescendo e tanto a arrecadação de 
im postos quanto o consum o dim inuíram . As m edidas de austeridade 
adotadas pelo governo grego revoltaram a população, que tom ou as 
ruas em protestos violentos, em m eio a greves gerais que 
paralisaram o país. Ao m esm o tem po em que a ajuda financeira é 
concedida à Grécia graças à im plem entação de m edidas de 
austeridade, a resistência do povo ao corte de gastos perm anece. 
 
 
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Com uma taxa de desemprego alt íssim a, que em 2013 at ingiu 
26% da população at iva, necessidade de resgates financeiros e 
dificuldades econôm icas, a Espanha v ive sua pior cr ise em m ais de 
quat ro décadas. A fragilidade econôm ica vem causando um a rápida 
m udança social na Espanha, em purrando de volta para a pobreza 
pessoas que vinham ascendendo econôm ica e socialm ente.  
 
A crise no sistem a bancário espanhol ocorreu devido à 
expansão desenfreada do crédito, logo após a cr iação do euro. Os 
bancos em prestaram dinheiro a juros baixos para clientes com 
cont ratos de hipotecas para a aquisição de im óveis. Porém , com o 
desem prego e a desaceleração econômica ocasionados pela cr ise 
financeira de 2008, os cont ratos de hipotecas deixaram de ser 
pagos pelos clientes, fazendo com que os bancos t ivessem de 
reaver os im óveis, que se desvalorizavam rapidam ente. 
 
Um ponto im portante no quadro espanhol é que a cr ise 
econôm ica está est im ulando a cam panha pela independência da 
Catalunha, um a das m ais im portantes regiões autônom as do país, 
que responde por um quinto da econom ia nacional e tem um a 
população de cerca de 7,5 m ilhões. A m aioria das pesquisas de 
opinião já realizadas na região sugerem que, no caso da realização 
de um referendo sobre a independência da região, a m aioria catalã 
votaria a favor da independência. 
 
I nteressante notar que a Catalunha tem seu próprio idiom a e 
cultura, com diferenças claras em relação ao resto da Espanha, que 
convive com out ras regiões que buscam autonom ia. No entanto, a 
 
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Catalunha ainda parece longe de se t ransform ar no próxim o país 
independente da Europa. Apesar das m anifestações e declarações 
do presidente da Catalunha, o governo cent ral da Espanha se recusa 
a discut ir a ideia e acredita que qualquer tentat iva da região se 
t ransform ar em um país independente é inconst itucional. A questão 
t raz de volta um problem a da época da violenta guerra civil 
espanhola: o tem or da desintegração do país. 
 
A cr ise da Espanha é ainda uma cr ise de m oradia , pois, em 
m eio à cr ise econôm ica que assolou o país, centenas de fam ílias 
foram despejadas e a situação não se normalizou, em razão da falta 
de pagam ento de aluguel ou prestações de financiam ento 
im obiliár io, já que a população não tem a m esm a renda de antes. 
Desde 2008, quando estourou a cr ise, já se ult rapassou o núm ero 
de 400 m il execuções hipotecárias. A Catalunha é um a das 
com unidades autônom as m ais at ingidas pela cr ise im obiliár ia, onde 
foram realizados 20% do total de despejos do país. 
 
A Espanha assist iu tam bém a diversas m anifestações que 
tomaram as praças de Madri, sobretudo a part ir de m eados de 
2011, quando as pessoas perm aneceram acam padas na Praça do 
Sol por diversas sem anas seguidas. Essas m anifestações se 
estendem e ocorrem até hoje. Os indignados , com o ficaram 
conhecidos, protestaram cont ra as diversas m edidas de austeridade, 
os despejos e o alto nível de desem prego.  
 
Em junho de 2014, Juan Carlos, rei da Espanha desde 1975, 
abdicou do t rono espanhol, fazendo de seu filho, Felipe, o novo rei. 
 
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Juan Carlos esteve à frente do t rono espanhol durante um período 
de retom ada da dem ocracia, após décadas de ditadura franquista. 
Ele foi um dos m onarcas m ais populares da histór ia espanhola, 
todavia, recentem ente, sua popularidade ficou m anchada por um 
escândalo de corrupção envolvendo sua filha e por out ro no qual 
apareceu caçando elefantes, em Botsuana, em meio à cr ise 
financeira espanhola. Ent re os principais desafios de Felipe está o de 
unir um país divido após a crescente desigualdade e o acirramento 
dos ânim os na Catalunha. Ele tam bém terá papel im portante para 
salvar as inst ituições espanholas de um a crise de representat ividade 
sem precedentes. 
 
Durante uma década a I r landa foi apresentada pelos 
defensores do m odelo capitalism o neoliberal com o o m odelo a ser 
seguido pelos dem ais países. O t igre celta , com o a I r landa era 
chamada, ostentava uma taxa de crescim ento m ais elevada do que 
a m édia europeia. O taxa de t r ibutação das em presas havia sido 
reduzida e a taxa efet ivamente paga pelas num erosas 
t ransnacionais que ali t inham se instalado era m enor do que a 
m édia de out ros países europeus. 
 
Acontece que, na I r landa, a desregulam entação financeira 
encorajou uma explosão dos em prést im os às fam ílias (o 
endividam ento fam iliar havia at ingido 190% do PI B na véspera da 
cr ise) , pr incipalmente no setor im obiliár io, o que est imulou a 
econom ia ( indúst r ia da const rução, at ividades financeiras, etc) . O 
setor bancário inchou de um a form a exponencial com a instalação 
 
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de num erosas sociedades est rangeiras e o aum ento dos at ivos dos 
bancos ir landeses. Com isso, formaram -se bolhas imobiliár ias que 
poster iorm ente estourariam , levando o país à cr ise. 
 
Assim como nos demais países, na I r landa as medidas de 
austeridade im plem entadas t rouxeram prejuízos sociais. Medidas de 
ajuste estão sendo tom adas desde 2008, quando a cr ise estorou, 
m as seus resultados são t ím idos e a população sofre as 
consequências da paralisação do desenvolvim ento no país. Apesar 
disso, a I r landa com eça a ver algum a luz no fim do túnel e já 
percebe suas taxas de desem prego, ainda m uito altas, dim inuírem . 
 
 Por sua vez, Portugal , diante de um baixo crescim ento 
econôm ico, encont rou grandes dificuldades para obter a 
arrecadação necessária para arcar com os gastos públicos. Para 
piorar os portugueses ainda convivem com problem as de 
infraest rutura, o que dificulta a produt ividade do país. 
 
Os gastos do governo português estavam altos, quando se 
iniciou a cr ise mundial em 2008, devido em parte a um a sucessão 
de projetos caros – especialm ente na tentat iva de se m elhorar no 
setor de t ransportes. Assim , quando estourou a cr ise financeira 
global, Portugal passou a enfrentar um a grande dívida pública, que 
ficou cada vez mais difícil de ser financiada, já que os bancos e os 
dem ais países passaram a enfrentar sérios problem as financeiros. 
 
 
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 A escassez de crédito e a cr ise da dívida soberana acabaram 
obrigando o país a pedir um resgate financeiro da ordem de 78 
m ilhões de euros, concedido pela t roika. Em cont rapart ida, o 
governo português se com prom eteu a cum prir um plano de 
austeridade para reduzir o seu déficit orçam entário, com reduções 
de salár ios e aum ento de im postos, além de out ras reform as 
est ruturais que levaram m ilhões de portugueses a protestar nas 
ruas cont ra o aum ento de custo de vida e o desem prego que at inge 
cerca de 15% da população at iva. 
 
 O ex-prim eiro-m inist ro italiano, Silvio Berlusconi, renunciou ao 
cargo de pr im eiro-m inist ro da I tá lia , em novem bro de 2011, depois 
que a Câm ara Baixa aprovou m edidas de austeridade reivindicadas 
pela União Europeia, colocando fim a 17 anos de um a era polít ica e 
abrindo espaço para um a t ransição cujo objet ivo é t irar a I tália da 
cr ise econôm ica. A Era Berlusconi foi m arcada pelo aum ento da 
dívida pública italiana, por casos de corrupção – inclusive denúncias 
de ligações de Berlusconi com a m áfia – e dezenas de escândalos, 
ent re os quais a acusação de que Berlusconi ter ia casos sexuais com 
adolescentes. 
 
 O FMI , o Banco Europeu e diversos analistas avaliam com 
pessim ism o situação da econom ia italiana. Desem prego, dívida 
pública e recessão são os desafios para nova coalizão de governo. 
Além disso, o excesso de burocracia agrava o problem a. 
Principalm ente nos níveis regional e local, há um a adm inist ração 
pública que nem sempre funciona sat isfator iam ente, o que dificulta 
 
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as possibilidades italianas de responder a cr ise. Anote-se, ainda, 
que o sistem a t r ibutár io italiano é bastante encarecedor, o que 
esfr ia as chances de retom ada econôm ica. 
 
 Em junho de 2014, o governo italiano anunciou que incluirá, 
no cálculo do PIB, o faturam ento de at ividades ilegais, como t ráfico 
de drogas, prost ituição, cont rabando e cont ravenções. Essa m edida 
fará com que num ericam ente a econom ia italiana cresça m ais do 
que o previsto. Todavia, será prat icam ente im possível est im ar 
corretam ente o faturam ento dessas at ividades, um a vez que não há 
regist ro confiável delas. A ideia seria fazer o PI B crescer para ficar 
dent ro do lim ite de endividamento imposto pela União Europeia. 
Out ros países da União Europeia poderão fazer o m esm o. 
 
 Na realidade, pessoal, de m odo geral, os países que estão na 
zona do euro, ou seja, aqueles que adotaram o euro com o m oeda, 
ainda se encont ram em situação de dificuldade econôm ica e o 
desem prego cont inua em alta. Nesse contexto, além dos PI I GS, 
sobre os quais conversam os há pouco, out ro país que teve a 
situação econôm ica destacada foi o pequeno Chipre . 
 
 O Chipre fica em um a ilha no m ar Mediterrâneo, próxim o à 
Grécia e à Turquia. Com um histór ico de ocupações desde a 
Ant iguidade, a região ainda permanece foco de disputas. A ilha 
atualm ente está dividida em , de um lado, a República do Chipre, 
que faz parte da União Europeia e, de out ro, a República Turca do 
 
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Norte do Chipre, que é cont rolada pela Turquia e que não possui o 
reconhecim ento internacional. 
 
 O Chipre, desde a sua integração à União Europeia, em 2004, 
vinha sendo considerado um paraíso para invest idores, devido à 
m anutenção da fraca fiscalização em relação à origem dos capitais e 
dando taxas de retorno bem acim a do prat icado pelo m ercado. Com 
a cr ise m undial e, consequentem ente, a cr ise europeia, o cenário do 
país foi alterado, com aum ento da dívida pública e do desem prego – 
além da ret irada de invest im entos. A cr ise do Chipre esteve 
diretamente relacionada à cr ise da Grécia, que levou por m eio do 
sistem a bancários seus problem as para o país insular. 
 
 Acontece que a Grécia tem grande im portância no sistem a 
financeiro do Chipre, pois este país possui considerável parte dos 
t ítulos do governo daquele. Com a situação de cr ise, a Grécia ficou 
sem condições de perm anecer pagando os t ítulos, o que fez com 
que as inst ituições financeiras do Chipre sofressem considerável 
abalo. 
 
 Diante desse panorama, a t roixa disponibilizou 10 bilhões de 
dólares para auxiliar o Chipre na estabilização de sua econom ia. 
Todavia, a quant ia se m ost rou insuficiente, sobretudo em razão das 
garant ias que foram exigidas ao país por ela. Surgiu até m esm o, 
com o possibilidade para cum prir tais garant ias, que o dinheiro decorrent istas e invest idores fosse confiscados nos bancos do Chipre, 
 
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o que levou revoltas à população, que saiu às ruas e protestou 
cont ra a possibilidade. Os bancos acabaram fechados por doze dias. 
 
 Essa possibilidade acabou perdendo fôlego diante dos 
protestos populares. O Banco Laiki, segundo m aior do país e com 
altas dívidas, foi fechado. Os depósitos bancários abaixo de 100 m il 
euros ficaram garant idos, m as os superiores a esse valor foram 
congelados e parte deles foram usadas para sanar as dívidas 
daquela inst ituição. Os russos foram os que m ais perderam dinheiro 
em razão desse congelam ento, o que vem significando, para o 
Chipre, um a queda vert iginosa de sua econom ia nacional. 
  
 
 Gostar ia de destacar que, em 2013, faleceu um sím bolo do 
neoliberalismo: a ex-pr imeira-m inist ra do Reino Unido Margaret 
Thatcher, conhecida com o “dam a de ferro” , term o cunhado pela 
im prensa soviét ica diante da firm eza com a qual Thatcher se 
cont rapunha ao socialism o. A sua m orte causou vaias e aplausos, ou 
seja, m anifestações diam et ralm ente opostas por todo o m undo. Tal 
repercussão dem onst ra a im portância de Thatcher, que deixou o 
poder há duas décadas, para a polít ica e economia m undial. 
 
 Nos anos 1980, o ideário neoliberal foi im plem entado no Reino 
Unido por Thatcher, causando desindust r ialização, m as tam bém 
aum ento dos ganhos para os setores de serviço e financeiro 
( terceiro setor) . Em seu período de governo, com dim inuição da 
presença do Estado na econom ia, redução dos gastos públicos e 
flexibilização das leis t rabalhistas, houve o aumento da pobreza e do 
 
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desemprego na I nglaterra, causando grande insat isfação na m assa 
de t rabalhadores – os sindicatos se opunham ardorosam ente a 
essas polít icas - , ao m esm o tem po que os setores m ais altos 
ganharam m ais dinheiro. Thatcher pr ivat izou setores com o gás, 
telefonia, siderurgia e pet róleo. 
 
 Antes do período de Thatcher como chefe de governo, os 
t rabalhadores estavam com andando o país em um quadro de cr ise. 
Após um a série de m anifestações populares, os conservadores 
ganharam força e, em m aio de 1979, Thatcher conseguiu ser eleita. 
A part ir de 1983, com a ent rada de novas receitas derivadas da 
exploração pet rolífera, o que perm it iu a volta do crescim ento 
econôm ico, e a disputa cont ra a Argent ina pelas ilhas Fauklands 
(Malvinas) , o que deu a ela o sent im ento popular de defesa do 
pat r iot ism o, Thatcher passou a desenvolver ainda m ais am plam ente 
suas polít icas neoliberais, que naquele contexto ficaram conhecidas 
com o “ thatcherism o” . 
 
 Destaca-se que Margaret Thatcher desem penhou papel 
fundam ental na polít ica externa do período, possuindo o ex-
presidente norte-am ericano, Ronald Reagan, com o grande aliado. 
Tanto ela quanto ele defenderam a adoção de medidas neoliberais e 
de defesa do capitalism o. Os dois adotaram polít icas externas 
completamente cont rárias a URSS, pressionando este e os dem ais 
países com unistas a posteriorm ente im plem entarem m edidas 
favoráveis ao capitalism o. Thatcher est imulou que o líder russo, 
Mikhail Gorbachev, adota-se m edidas de abertura polít ica e 
 
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econôm ica, conhecidas, respect ivam ente, com o glasnot e 
perest roika. 
 
Margaret Thatcher morreu em abril de 2013 aos 87 anos de 
idade e perm anece com o a única m ulher a ter governado a 
I nglaterra e, ainda por cim a, durante t rês m andatos consecut ivos. 
 
2 . Cr ise na Cr im eia 
 
 O m undo vem assist indo a um a das m ais graves cr ises 
recentes. Desde novem bro de 2013, as praças e ruas ucranianas, 
pr incipalm ente as de Kiev, se tornaram palco de m anifestações e de 
confrontos violentos, os m ais violentos no país desde a cam panha 
pela independência em 1991. O estopim das m anifestações foi a 
decisão do então presidente Viktor Yanukovich de rejeitar um 
acordo com a União Europeia, m ost rando claram ente sua posição 
pró-Rússia. 
 
 Prim eiram ente, devem os com preender que o que está 
acontecendo agora tem relação com a Guerra Fria. I sso porque, 
durante este período, marcado pela bipolar idade ent re as duas 
potências m undiais (EUA e URSS) , a região da Crim eia ( foco das 
atuais tensões) pertencia à URSS e, quando teve fim a Guerra Fria, 
aquela acabou anexada, não pela Rússia, m as pela Ucrânia, que 
tam bém fazia parte da URSS.  
 
 Assim , a Crim eia se tornou um a região parte da Ucrânia, 
apesar de possuir certa autonom ia. É interessante que notem os que 
 
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a Crim eia, que fica ao sul do país, tem , na realidade, sua população 
m ajoritar iam ente ligada à Rússia e não a Kiev – o que faz com que 
esses russos ou descendentes deles queiram anexar-se à Rússia, 
deixando de fazer parte da Ucrânia. Mas por que som ente agora 
esse conflito eclodiu? Devem os perceber que a região da Crim eia 
tem grande im portância est ratégica tanto para a Rússia quanto para 
a Ucrânia, m as há questões adicionais.  
  
 Para entenderm os m elhor tudo o que envolve essa cr ise 
ucraniana, devemos ter em mente que há em jogo uma disputa 
ent re Rússia e União Europeia envolvendo gás natural, um a vez que 
o gás russo, que passa pelo terr itór io ucraniano, abastece quase 
25% do terr itór io da Europa. I sso dá aos russos um a grande 
vantagem est ratégica, pois várias vezes eles se ut ilizam dessa 
situação, am eaçando cortar o fornecim ento ou aum entar o preço. 
Ademais, com o fim da Guerra Fr ia e com sua independência, a 
Ucrânia passou a se interessar pelas possibilidades de negociações 
com a União Europeia, tendo em vista o m odelo adotado por países 
com o Polônia e Eslováquia.  
 
 A Ucrânia sofre com um a divisão interna em sua socidade: de 
um lado, estão os pró-Ocidente, que enxergam , na possibilidade de 
acordo com a União Europeia, um a grande possibilidade para o 
desenvolvim ento do país; de out ro lado, estão os pró-Oriente, ou 
seja, os pró-Rússia, que entendem que o m elhor seria a 
aproxim ação com a Rússia ou m esm o a independência de 
determ inadas regiões da Ucrânia.  
 
 
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 Já no fim de 2013, uma grande onda de m anifestações tom ou 
a Ucrânia, depois de o governo de Viktor Yanukovich não assinar um 
acordo de livre com ércio com a União Europeia, atendendo aos 
apelos de Moscou. Diante dessa recusa do governo em se aproxim ar 
da União Europeia, m antendo-se aliado à Rússia, a parte da 
população pró-ocidente saiu às ruas, em violentas m anifestações, 
nas quais os em bates com as t ropas do governo levaram à m orte de 
dezenas de civis, o que fez com que Yanukovich deixasse o governo, 
sendo dest ituído pelo Parlam ento ucraniano. A Rússia chegou a 
oferecer ajuda financeira à Ucrânia, inclusive com redução nopreço 
do gás, a fim de evitar que os ucranianos se aproximassem da 
Europa. 
 
 Nesse vácuo de poder, a oposição ucraniana assum iu o 
governo indo de encont ro aos interesses russos. A deposição de 
Yanukovich foi vista com o “golpe de Estado” pela Rússia, o que 
aum entou as tensões. Vladim ir Put in acusou, então, os m ediadores 
ocidentais de t raição e disse não considerar o novo governo 
ucraniano legít im o. Diante dessas situações, na Crim eia, 
m anifestantes e m ilicianos favoráveis à Rússia tom ariam a região. 
 
 No m esm o dia que Yanukovich deixava o poder, a líder da 
oposição e ex-prim eira-m inist ra ucraniana, Yulia Tym oshenko, que 
estava presa desde 2011, foi libertada, o que era um pré- requisito 
para a assinatura do acordo ent re Ucrânia e União Europeia. I sso 
elevou ainda m ais os ânim os russos que viram nesse ato um claro 
interesse em favor do Ocidente. De acordo com a Rússia, a 
 
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m ediação feita pelo Ocidente nas questões ucranianas visa à 
obtenção de vantagens sobre a questão do com ércio de gás. 
 
 Com o podem os perceber, a saída de Yanukovich, aliado de 
Moscou, que agradava à população da Crimeia, intensificou a cr ise 
nesta região. Manifestações em favor da Rússia se recrudesceram e 
a população, querendo anexar-se ao terr itór io russo, passou a 
reivindicar a realização de um plebiscito que resolvesse a questão. 
Foi assim que, em m arço de 2014, um referendo realizado na 
Crim eia teve com o resultado que mais de 95% dos votantes foram 
favoráveis à separação da Ucrânia e, consequentem ente, à 
anexação pela Rússia.  
 
 Apesar da forte resistência da ONU em relação à realização 
dele, o referendo acabou sendo realizado. Todavia, tanto a ONU 
quanto potências ocidentais acusam a Rússia de ter m anipulado 
referendo, além de acusá- lo de ilegal, segundo t ratados 
internacionais em vigor. Após o referendo, a Rússia anunciou que 
considerá a Crimeia como parte de seu terr itór io, ent retanto essa 
decisão ainda não encont ra respaldo nos órgãos internacionais, o 
que torna a situação ainda bastante tensa. 
 
 Além da região da Crim eia, os conflitos se espalharam tam bém 
para o leste do país, onde avança um m ovim ento separat ista. O 
leste abriga cidades indust r ializadas e com grande populações 
russas, o que t raz forte instabilidade para a região. Algum as cidades 
inclusive foram tom adas por m ilicianos pró-Rússia em situação 
bastante sem elhante àquela ocorr ida na Crim eia. 
 
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 Foi nesse cenário que, em m aio de 2014, foram realizadas as 
eleições nacionais na Ucrânia, declarando Pet ro Poroshenko, um 
m agnata do setor de doces, o novo presidente do país. Ele obteve 
54% dos votos, enquanto que sua adversária, Yulia Tim oshenko, 
conseguiu apenas 13% , ficando em segundo lugar. Poroshenko é 
favorável à aproxim ação com a União Europeia. Após a eleição de 
Poroshenko, a Rússia suspendeu o fornecim ento de gás à Ucrânia, 
intensificando as divergências ent re os dois países. 
 
3 . Am ér ica Lat ina 
 
 A part ir dos anos 1990, a Am érica Lat ina assist iu ao fenôm eno 
da chamada “onda verm elha” , com a eleição de governos de 
esquerda em diversos países. Porém , m uitas das vezes, esses 
governos est iveram m ais próximos de prát icas populistas e 
clientelistas do que propriam ente de prát icas socialistas. 
 
 Segundo alguns especialistas, a eleição de part idos e 
candidatos que se colocavam com o candidatos de esquerda está 
relacionada a um a espécie de reação das populações lat ino-
americanas a projetos neoliberais, que foram acusados de terem 
agravado a im ensa desigualdade social e a concent ração de renda 
existente na região. A Venezuela, a part ir de Chávez, aparece se 
opondo ao m odelo norte-am ericano do Big St ick (Grande Porrete) , 
que pressupunha o cont role e a influência dos EUA na região. Não 
 
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nos esqueçamos de que os EUA t iveram grande part icipação nas 
ditaduras lat ino-am ericanas do século XX. 
 
 Em alguns países, o discurso verm elho chegou a ser m ais 
agressivo e houve quest ionamentos m ais contundentes aos 
interesses dos Estados Unidos na região. Nesse sent ido, Hugo 
Chávez ut ilizou-se de um posicionam ento radical, ganhando o apoio 
da população venezuelana e grande destaque nos veículos de 
com unicação. O fenôm eno da onda verm elha teve com o principais 
m arcos a eleição de Hugo Chávez, em 1998, e de Lula, em 2002. 
 
Analistas apontam cont radição ent re o discurso e a prát ica 
econômicas desses governos, pois de m odo geral os EUA 
perm aneceram com o grande parceiro com ercial desses países. No 
caso venezuelano, por exem plo, o pr incipal comprador de seu 
pet róleo eram justam ente os EUA. Ent retanto, devem os lem brar que 
houve de m odo geral m aior part icipação dos Estados lat ino-
am ericanos na econom ia e aum ento das polít icas sociais, o que vai 
de encont ro ao neoliberalism o. 
 
 Out ro ponto interessante de notar é que o discurso 
ant iam ericano prat icado por Chávez irradiou-se por quase toda a 
região. Em pouco tem po, out ros candidatos – que posteriorm ente 
seriam eleitos , tornando-se presidentes de suas nações – adotaram 
o m esm o discurso. Essa situação se deu de m aneira m uito forte 
pr incipalm ente no governo Bush, que era um republicano, ou seja, 
um polít ico norte-am ericano conservador. Polít icos com o Daniel 
 
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Ortega (Nicarágua) , Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia) 
foram eleitos exatam ente com esse m esm o discurso. 
Posteriorm ente, os Kirchner (Argent ina) , histor icam ente m ais 
conservadores, passaram a adotar o m esm o discurso e a aproveitar 
a m aré gerada. 
 
No Brasil, Lula e o Part ido dos Trabalhadores possuem um 
histór ico avesso aos Estados Unidos, porém , nesse período de 
governo pet ista, as relações ent re EUA e Brasil são boas de modo 
geral, ainda que possuam problem as com o no caso de espionagem 
e na questão do protecionism o com ercial. Não houve, em nenhum 
m om ento, um rom pim ento brusco ent re EUA e Brasil, m esm o diante 
de im passes com o a Rodada Doha e questão da possibilidade de 
ent rada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. 
 
De qualquer modo, mesmo com Obama na presidência, os 
discursos ant iam ericanistas perm anecem e este presidente tem sido 
acusado de não ter cum prido importantes prom essas de cam panha, 
com o em relação à base m ilitar de Guantánam o. Os Estados Unidos 
são acusados de prender sem julgam ento pessoas suspeitas de 
terror ism o, inclusive há denúncias de haver tortura. Acontece que 
Obam a não possui base parlam entar realm ente forte, nem m esm o 
unanim idade em seu part ido, para aprovar o fim da base m ilitar 
norte-am ericana em solo cubano. Os EUA fizeram um acordo com 
Cuba no início do século XX e desde então cont rolam a base. Fidel 
Cast ro, desde a Revolução Cubana, se opõe fortem ente a essa 
situação, m as nada pôde fazer. 
 
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Obam a prom eteu que fecharia a base m ilitar, situada em 
Cuba, mas ainda não conseguiu e sequer sabem os se de fato 
conseguirá. O analista polít ico Néstor García I turbe lem bra que o 
presidente estadunidense não só descum priu sua prom essa de 
fecham ento da prisão, com o assinou a Lei da Autorização de Defesa 
Nacional, quando aprovou um a proibição perm anente sobre a 
t ransferência dos det idos nesta pr isão para os Estados Unidos. Há 
receio de que os presos de Guantánam o possam irradiar seu 
pensam ento radical nos presídios. 
 
 A relação do governo Obam a com Cuba é bastante dúbia. Após 
tom ar posse, Obam a renovou o embargo econômico à ilha. Mesm o 
com a ONU condenando a m edida pelo 22º ano consecut ivo em 
2013, o governo norte-americano confirm ou que m anteria a polít ica 
de bloqueio comercial a Cuba. Apesar disso, após chegar à Casa 
Branca, em 2009, o presidente Barack Obam a suspendeu algum as 
rest r ições a Cuba, com o o envio de dinheiro ou viagens à ilha por 
razões esport ivas, educat ivas ou religiosas, mas destacou que 
out ros passos dependerão da abertura do governo cubano para a 
dem ocracia. Nesse cenário, Cuba, que é um m em bro fundador da 
Organização dos Estados Am ericanos (OEA) , vem negociando sua 
volta à organização. 
 
Muitos analistas acreditam que essas ações diplom át icas 
norte-americanas visaram a uma mudança no regime econôm ico 
cubano, e, paralelam ente, a colocar fim no regim e ditator ial de 
 
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Venezuela. Foi justam ente o dinheiro decorrente da venda do 
Pet róleo que financiou as polít icas sociais de Chávez. 
 
Out ro ponto de tensão ent re esses dois países é a rejeição 
venezuelana à cr iação da Área de Livre Comércio das Américas 
(Alca) . A cr iação da Alca foi duramente cr it icada por diversos países 
lat inos que entendiam que sua cr iação seria um m ecanism o de 
expansão econôm ica e polít ica dos Estados Unidos na região. 
Cam inhando em sent ido cont rário à cr iação da Alca, Chávez 
estabeleceu diversos acordos econômicos e polít icos, avançando no 
seu projeto bolivariano de integração regional. Ent re esses acordos, 
um dos que m ais se destacou foi a possibilidade de com ercializar 
pet róleo em condições m ais favoráveis, em bora não reduza o preço 
do pet róleo frente aos prat icados pelo m ercado. 
 
Cuba é exatam ente um dos países que m ais se beneficiou 
desses acordos, com prando pet róleo em vantajosas condições de 
parcelam ento e juros. Em cont rapart ida, Cuba ofereceu à Venezuela 
prestação de serviços de saúde. Basta lem brar que Chávez foi 
internado em um hospital em Havana para t ratar de problemas com 
câncer e infecções. 
 
 Em outubro de 2012, Chávez venceu as eleições 
venezuelanas, derrotando o candidato da oposição Henrique 
Capriles. Naquele m om ento, Chávez conquistava o direito de 
governar a Venezuela até 2019. O problem a era que com o ele 
estava internado em Cuba, sem que se soubesse ao certo seu 
 
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estado de saúde, ele não poderia tom ar posse. Com isso abriu-se 
espaço para um a crise, já que haveria possibilidade de m ais de um a 
interpretação const itucional. 
 
Segundo os part idários de Chávez, o vice-presidente, Nicolas 
Maduro, deveria assum ir o governo e depois ent regá- lo à Chávez. 
Para a oposição, com o o presidente não tom ou posse, novas 
eleições deveriam ser realizadas. Porém , para evitar a cr ise 
const itucional, a Suprem a Corte da Venezuela decidiu que a 
prorrogação da posse do presidente Hugo Chávez para seu quarto 
m andato era legal. A decisão foi anunciada depois que a Assem bleia 
Nacional votou para conceder ao líder venezuelano tem po indefinido 
para que ele se recuperasse da cirurgia cont ra um câncer. A 
Suprema Corte decidiu também que enquanto Chávez se 
recuperasse, caberia ao vice-presidente governar o país. 
Posteriorm ente, as eleições presidenciais foram realizadas e Maduro 
saiu vencedor. 
 
 Contudo, a decisão da Suprem a Corte gerou crít icas de muitos 
analistas por todo o m undo. Alguns deles chegaram a afirm ar que 
por m enos o Paraguai foi suspenso do Mercosul, portanto a 
Venezuela tam bém deveria sê- lo – o que não aconteceu. Segundo 
esses analistas, o im peachm ent paraguaio possuía previsão na 
Const ituição do país, enquanto que a prorrogação para posse da 
presidência na Venezuela não. 
 
 
 
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 A Venezuela vem sofrendo com graves disputas ent re o 
governo e oposição. Com um a das piores cr ises financeiras de sua 
histór ia, aliadas a escassez de alimentos e aum ento da violência, o 
governo Maduro tem reprim ido com força as manifestações 
populares. O governo venezuelano chegou a prender o líder da 
oposição, Leopoldo López, acusando-o de incent ivar a violência dos 
protestantes. Na realidade, m ais do que um a disputa ent re governo 
e oposição, há, nas ruas venezuelanas, grande insat isfação com a 
penosa situação econôm ica do país. A atual onda de m anifestações 
tem com o m arco o dia 12 de fevereiro de 2014, quando diversos 
m anifestantes, sobretudo estudantes, foram presos e torturados 
pela polít ica venezuelana, gerando ainda m ais revolta. 
 
 
Out ro fato que envolve a Venezuela é que, em julho de 2012, 
o Mercosul decidiu suspender tem porariam ente o Paraguai até as 
eleições presidenciais do país em 2013. As m edidas cont ra o 
Paraguai ocorreram em resposta ao processo de im peachm ent do 
presidente Fernando Lugo, ocorr ido tam bém em julho de 2012 e 
que foi repudiado pelos países sul-am ericanos. O Paraguai era 
cont ra a ent rada da Venezuela no bloco. 
 
O processo cont ra Lugo teve com o estopim um conflito agrário 
envolvendo brasiguaios e ligas cam ponesas que term inou com 17 
m ortos paraguaios no inter ior do país. A oposição acusou Lugo de 
ter agido m al no caso e de estar governando de m aneira " im própria, 
negligente e irresponsável" . Ele tam bém foi acusado por out ros 
 
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incidentes ocorr idos durante o seu governo, com o ter apoiado um 
m ot im de jovens socialistas em um com plexo das Forças Arm adas e 
não ter atuado de form a decisiva no com bate ao pequeno grupo 
arm ado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e 
sequest ros durante a últ im a década, a maior parte deles antes 
m esm o de Lugo tom ar posse. 
 
O processo de im peachm ent de Fernando Lugo aconteceu 
rapidam ente, depois que o Part ido Liberal Radical Autênt ico, do 
então vice-presidente Franco, ret irou seu apoio à coalizão do 
presidente socialista. Foi então que o Senado do Paraguai afastou 
Fernando Lugo da presidência com um placar de 39 senadores 
favoráveis ao im peachm ent do socialista e 4 senadores cont rár ios, 
além de 2 abstenções. Federico Franco assum iu a presidência pouco 
m ais de um a hora e m eia depois do im peachm ent de Lugo. 
 
No Paraguai ocorre um problema diretam ente ligado ao Brasil, 
que é o problem a dos cham ados brasiguaios. Os brasiguaios ou 
brasilguaios são brasileiros (e seus descendentes) estabelecidos em 
terr itór io da República do Paraguai, em áreas fronteir iças com o 
Brasil, pr incipalm ente nas regiões cham adas Canindeyú e Alto 
Paraná, no sudeste do Paraguai. Est imados em 350.000, são, em 
sua m aioria, agricultores falantes do idiom a português. Esses 
brasiguaios investem no agronegócio e enfrentam m ovim entos 
sociais cam poneses, que não aceitam est rangeiros com posse de 
lucrat ivas terras em seus terr itór ios. Fernando Lugo tam bém t inha 
posição cont rár ia aos brasiguaios, acusando-os de terem com prado 
 
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terras decorrentes da reform a agrária. Essa posição fez com que a 
população se colocasse cont ra os brasiguaios. 
 
Nesse sent ido, a presença dos brasiguaios, apesar de t razer 
crescim ento econôm ico à região, provocou sent im entos 
nacionalistas e xenófobos ent re os paraguaios. Os paraguaios 
preocupam -se com o enfraquecim ento de sua ident idade nacional 
na região fronteir iça, já que os est rangeiros mantêm sua própria 
língua, usam sua própria m oeda, hasteiam sua própria bandeira e 
são donos das terras m ais produt ivas. Out ra queixa é que seus 
filhos crescem falando português como segunda língua, em vez do 
guarani. 
 
Tam bém é fonte de at r ito a questão racial, um a vez que a 
m aioria dos brasiguaios tem pele clara e feições europeias, 
enquanto a m aior parte dos paraguaios é de origem hispano-
guarani. Transm issões de rádio em guarani exortam os cam poneses 
sem terra a atacarem os brasiguaios, incendiando suas casas ou 
invadindo suas lojas, o que levou a im prensa brasileira a falar sobre 
um a espécie de lim peza étnica. 
 
Os brasiguaios se queixam da discr im inação cont ra seus filhos 
nas escolas locais e a int im idação das autor idades de im igração, já 
que grande parte deles nunca recebeu docum entos de ident idade 
paraguaios. Ao m esm o tem po, m uitos brasiguaios nascidos no 
Paraguai não conseguem docum entos brasileiros, o que im pede 
algum as fam ílias host ilizadas de voltar ao Brasil. 
 
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No fim de 2012, o governo do Paraguai am pliou sua cam panha 
para regular izar m ilhares de im igrantes ilegais, pr incipalm ente 
brasileiros que at ravessam diariam ente a fronteira os brasiguaios, a 
m enos de um m ês do fim da vigência da " lei da anist ia m igratór ia" , 
que facilitou os t râm ites necessários. Apesar da suspensão do país 
do Mercosul em junho passado, o governo Federico Franco, que não 
era reconhecido por Dilm a Rousseff, t rabalhou junto a diplom atas 
brasileiros na questão. 
 
 Em abril deste ano, Horácio Cartes, em presário conservador, 
foi eleito para a presidência do Paraguai, em um a vitór ia do Part ido 
Colorado, o que significou a volta dos conservadores ao poder. Tal 
part ido já havia governado o país ininterruptam ente de 1947 a 
2008, inclusive durante um a violenta ditadura m ilitar. A eleição de 
Cartes perm it iu que o Paraguai voltasse a atuar norm alm ente no 
Mercosul e tam bém na Unasul. O Paraguai estava suspenso desde o 
caso de im peachm ent de Fernando Lugo, considerado por aqueles 
organismos inconst itucional. No início de 2014, o Paraguai voltou ao 
bloco. 
 
 Por sua vez, a Argent ina, bem como a Bolívia, segue no 
cam inho da onda verm elha e, desde 2012, aum enta suas 
estat izações. Durante o pr im eiro sem est re de 2012, tanto um 
quanto o out ro país estat izaram o setor de energét ico. A presidente 
argent ina chegou a dar início a uma crise, estat izando a pet roleira 
 
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YPF, que antes estava sob cont role da Repsol, que é de origem 
espanhola. 
 
Já o boliviano Evo Morales estat izou a Transportadora de 
Elet r icidad S.A, que tam bém é espanhola. Apesar de am bos os 
países terem nacionalizado com panhias espanholas, a tensão com a 
Espanha foi m aior na Argent ina, devido a grande part icipação da 
YPF na produção de pet róleo e gás para a Argent ina – o que dava 
grandes lucros à em presa. O governo argent ino e suas províncias 
produtoras de pet róleo responsabilizaram a em presa YPF por não 
cum prir com prom issos de invest im ento e disseram que isso obriga o 
país a im portar grandes volum es de hidrocarbonetos. 
 
Out ra polêm ica, essa envolvendo o governo boliviano de Evo 
Morales, foi quando este estat izou as refinarias brasileiras da 
Pet robrás na Bolívia. I sso ocorreu em 2006 e t ratava-se de umas 
das suas principais propostas de sua cam panha polít ica para as 
eleições presidenciais. Essa estat ização foi apoiada pela população 
boliviana, pr incipalm ente por m ovim entos populares, sindicatos e os 
“cocaleiros” , que são os produtores de coca no país. Desde de 
então, as relações polít icas ent re Estados Unidos e Bolívia ficaram 
abaladas, já que os norte-am ericanos repudiaram essa m edida. Em 
2008, a Bolívia expulsou diplom atas norte-am ericanos do país e a 
diplom acia norte-am ericana acusou o venezuelano Hugo Chávez de 
influenciar e incent ivar a estat ização. 
 
 
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Outro ponto de m uita polêm ica envolvendo Morales e os 
Estados Unidos ocorreu quando o avião do presidente boliviano 
sobrevoava o espaço aéreo europeu e não conseguiu perm issão 
para fazê- lo. Havia a suspeita de que o ex-analista da CI A, Edward 
Snowden, est ivesse no avião fugindo para a Bolívia ou m esm o para 
a Venezuela. O avião acabou aterr issando na Áust r ia, onde ter ia 
sido inspecionado por autoridades locais. A situação gerou 
const rangim ento diplom át ico e revolta nos países lat ino-am ericanos, 
que por m eio da Unasul fizeram um a nota de repúdio aos norte-
am ericanos. A situação, ent retanto, não se m ost rou capaz de causar 
sanções m aiores. 
 
Há ainda que se destacar dois ponto em relação à Argent ina: a 
cr ise na qual o país se encont ra e a relação do governo argent ino 
com a im prensa nacional. 
 
A Argent ina at ravessa um período com plicado do ponto de 
vista econôm ico, com sua m oeda, o peso, sofrendo desvalor izações 
frequentes. As desvalor izações do peso estão sendo acom panhadas 
por altas nos preços, com o, por exemplo, nos preços de 
com bust íveis e alim entos. Por sua vez, os salár ios não acompanham 
a alta inflacionária, o que torna a renda dos argent inos cada vez 
m ais defasada. Som ado a isso, é cada vez m aior a insat isfação com 
os cam inhos polít icos adotados pelo governo de Crist ina Kirchner. 
Por fim , com a gradual recuperação da econom ia norte-americana, 
m uitos invest idores ret iram seus capitais de países em ergentes e 
voltam a invest ir nos EUA, levando a um a fuga de capitais – essa 
 
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situação tem ocorr ido na Argent ina, dificultando a economia deste 
país. 
 
A relação ent re ogoverno argent ino e a im prensa tam bém 
vem se deteriorando ao longo dos anos. A Lei da Mídia argent ina, 
declarada const itucional pela Suprem a Corte deste país, possibilita 
que grupos cont rár ios ao governo, com o o Clarín, sejam at ingidos. 
O governo apresenta a Lei da Mídia com o a “batalha das batalhas” e 
a considera uma grande arm a cont ra as oligarquias do país, 
ent retanto m uitos analistas acusam o governo de norm at izar uns 
inst rum ento de censura a grupos opositores. Com a aprovação da 
lei, o governo conseguiu fazer com que o Clarín se desfizesse de 
várias em issoras de rádio e TV, enfraquecendo bastante este grupo 
de com unicação. Com o perdeu em últ im a instância, o Clarín am eaça 
recorrer a Cortes internacionais, acusando o governo de Crist ina de 
cercear o direito à livre imprensa no país. 
 
I m portante ressaltar que, a despeito da onda verm elha, alguns 
países são considerados aliados norte-am ericanos, com o a 
Colôm bia, México e m esm o o Brasil. Em 2009, ocorreu um fato que 
gerou m uita polêm ica, pr incipalm ente ent re os grupos da onda 
verm elha. Nesse ano, os Estados Unidos anunciaram a const rução 
de bases m ilitares na Colôm bia e tal situação gerou duras crít icas 
tanto ao im perialism o norte-americano quanto à subserviência 
colom biana. A Venezuela foi um dos países que m ais cr it icou essa 
m edida. Aliás, em razão do est reitam ente nas relações ent re Brasil 
 
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e Venezuela, a Colôm bia se distanciou polit icam ente do Brasil 
naquele m om ento. 
 
Os Estados Unidos argum entam que o mot ivo da const rução 
da base é apoiar o combate ao narcot ráfico e à guerr ilha no país. 
Contudo, os crít icos discordam e dizem que, na realidade, os 
Estados Unidos pretendem aum entar sua capacidade m ilitar na 
região, expandindo seu poderio bélico. Ou seja, o interesse seria 
geopolít ico. O fato é que os EUA mantêm bases m ilitares no solo de 
seu principal aliado na Am érica do Sul. Lem bro que a Colôm bia é 
atualm ente considerada a segunda m aior produtora de cocaína no 
mundo (em primeiro lugar, está o Peru) e que ela é o país com 
m aior núm ero de refugiados internos no m undo, em razão da fuga 
de pessoas de áreas cont roladas pelas FARC. 
 
O ex-presidente colom biano Álvaro Uribe era um grande aliado 
dos Estados Unidos e foi um dos líderes mais populares da histór ia 
colom biana, exatam ente por causa de suas polít icas de com bate ao 
narcot ráfico. Os progressos alcançados pela Colômbia no com bate 
ao narcot ráfico foram resultantes, em grande parte, do apoio dado 
pelos norte-am ericanos. Na guerra civil colom biana, est im a-se que 
m ais de 200 m il pessoas já tenham sido m ortas. 
 
As Forças Arm adas Revolucionárias Colôm bia – Exército do 
Povo, tam bém conhecidas pelo acrônim o FARC ou FARC-EP, são 
um a organização de inspiração com unista, autoproclam ada 
guerr ilha revolucionária, que opera m ediante tát icas de guerr ilha. 
 
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Eles lutam , em tese, pela im plantação do socialismo na Colômbia, 
mas é notório que atualmente são apenas um grupo ligado ao 
narcot ráfico. 
 
As FARC são consideradas um a organização terror ista pelo 
governo da Colôm bia, pelo governo dos Estados Unidos, Canadá e 
pela União Europeia. Os governos de Equador, Bolívia, Brasil, 
Argent ina e Chile não lhes aplicam esta classificação. Hugo Chávez 
rejeitou publicamente esta classificação em Janeiro de 2008 e 
apelou à Colôm bia com o out ros governos a um reconhecimento 
diplomát ico das guerr ilhas enquanto " força beligerante", 
argum entando que elas estariam assim obrigadas a renunciar ao 
sequest ro e atos de terror a fim de respeitar a Convenção de 
Genebra. Por sua vez, Cuba e Venezuela adotam o term o 
“ insurgente” para as FARC. 
 
Parte considerável dos colom bianos tem em as Farc, m uitos 
destes por considerá- las com o grupo terror ista e ela não tem apoio 
popular. Esse fato proporcionava alta popular idade ao então 
presidente da Colôm bia, Álvaro Uribe. Uribe invest iu na tarefa de 
recuperar o cont role de seu país, não dos com unistas, m as de 
narcot raficantes por m eio de um m odelo m ais com bat ivo do que o 
do atual presidente, Juan Manoel dos Santos. Em junho de 2014, 
Juan Manoel dos Santos, que está em penhado nas negociações de 
paz com a FARC, conseguiu ser reeleito, vencendo um candidato 
apoiado justam ente por Uribe. O pleito foi polar izado em razão do 
m odelo repressivo de Uribe contra o negociador de Santos. A 
 
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reeleição de Santos significa a rat ificação do m odelo de negociações 
pela paz. 
 
 Recentem ente as negociações ent re o governo colom biano e 
as FARC t iveram im portantes avanços. Desde de 2012, as FARC e o 
governo avançaram no sent ido de um cessar fogo e negociações 
para paz se desenvolvem . Segundo acordos, o governo fará 
invest im entos no desenvolvim ento de áreas rurais e dist r ibuição de 
terras a fam ílias de baixa renda. Além da reform a agrária, tam bém 
houve avanços em relação à part icipação de m em bros da guerr ilha 
na polít ica colom biana. 
 
Enquanto as FARC dão sinais do fim do conflito, out ra 
guerr ilha, do Exército da Libertação Nacional (ELN) , ainda não 
possui diálogo para a paz. Ent retanto, a reeleição de Santos abre 
possibilidades para que futuram ente os acordos sejam estendidos a 
este grupo. Além , das FARC e do ELN, que em tese são de 
esquerda, a Colôm bia enfrenta problem as com o grupo dos 
param ilitares (m ilícia) , que se form ou para com bates os out ros dois 
grupos. A m ilícia possuía apoio da burguesia e da oligarquia rural, 
mas acabou se envolvendo com o t ráfico e se tornando m ais um 
ator no com plexo cenário de conflitos colom bianos. 
 
 Mais um ponto de destaque no atual contexto lat ino-am ericano 
é a crescente liberalização em relação a questões polêm icas no 
Uruguai. Depois de legalizar o aborto e equiparar o casam ento 
hom ossexual ao heterossexual, sendo a segundo país da Am érica do 
 
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Sul a fazê- lo, já que a Argent ina o precedera, o país agora 
regulamentou a produção, a venda e o consum o de m aconha. De 
acordo com a nova legislação, farm ácias autorizadas poderão 
com ercializar m ensalm ente até 40 gram as para cada usuário 
uruguaio. Adem ais, será possível até m esm o cult ivar a m aconha em 
casa, com um lim ite de seis plantas. 
 
 De acordo com o José Muj ica, presidente do país, a legalização 
da m aconha é um a m edida cont ra o narcot ráfico. Ele, que se 
declara pessoalm ente cont rár io às drogas, entende que dar ao 
Estado o cont role sobre o processo de venda e consum o im plicará a 
dim inuição do lucro para os narcot raficantes, que 
consequentem ente se enfraquecerão. Para Muj ica, legalizar a 
maconha possibilitará aos usuários da droga adquir i- la em locais 
com est rutura e form alizados, inclusive subm et idos à vigilância do 
Estado, em vez de financiar t raficantes, que vendem a droga 
m isturada a produtos quím icos nocivos. 
 
 Em 2014, com pletam-se 10 anos de presença brasileira no 
Hait i. Em 2004, o Brasil assum ia a liderança da força da ONU no 
país, objet ivando, na realidade, am pliar suas possibilidades de 
conseguir um a cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Com a 
saída do então presidente do Hait i, Jean-Bert rand Arist ide, após 
um a intervenção norte-am ericana, grupos arm ados dom inavam 
várias partes do país e foi, nesse vácuo de poder, que a ONU 
m andou um a m issão m ilitar para o país. 
 
 
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 Apesar do invest im ento de m ais de um bilhão na m issão 
m ilitar, contesta-se m uito os ganhos do esforço brasileiro. O país 
não conseguiu um assento permanente no Conselho de Segurança e 
viu out ros países, com o a Í ndia, que conta com apoio dos EUA para 
um a vaga no Conselho, tam bém se destacarem . É verdade que o 
Brasil aum entou seu núm ero de m issões internacionais da ONU na 
últ im a década, m as isso não parece suficiente para que se consiga o 
tão alm ejado assento no Conselho. 
 
 Com a presença de forças externas e a devastação ocasionada 
pelo furacão Sandy, além de terremotos e epidem ias de cólera, o 
Hait i segue em situação caót ica. Para nós, é im portante ressaltar 
que m ilhares de hait ianos têm ent rado de form a ilegal no país, com 
a ajuda dos cham ados coiotes. O Acre se tornou um a porte de 
ent rada para esses hait ianos que depois seguem para out ros 
estados, pr incipalm ente São Paulo. A situação é com plexa, pois 
envolve direitos hum anos e internacionais, mas agrava, de certo 
m odo, a situação das cidades que recebem os hait ianos. 
 
4 . Estados Unidos 
 
 Após um a votação acirrada, o Presidente dos Estados Unidos, 
o dem ocrata Barack Obam a, conquistou, em novem bro de 2012, 
sua reeleição ao derrotar o candidato republicano, o ex-governador 
de Massachuset ts, Mit t Rom ney. Obam a conseguiu obter m ais do 
que os 270 delegados necessários para vencer o Colégio Eleitoral. 
 
 
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O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obam a, está 
tendo nesse segundo m andato a difícil m issão de unir um país 
prat icamente dividido após a longa e bastante custosa cam panha. 
Tem -se notado, na polít ica norte-am ericana, um a cisão cada vez 
m ais forte ent re dem ocratas e republicanos, o que quase levou o 
país a um grave problem a fiscal. 
 
Barack Obam a conseguiu ser reeleito em um cenário no qual a 
economia do país enfrentou, depois de 2008, sua pior recessão 
desde a Grande Depressão dos anos 30. Essa é a pr im eira vez 
desde Franklin Roosevelt (1933-1945) que um presidente conseguiu 
ser reeleito com um a taxa de desem prego tão alta quanto à de 
então. 
 
Em julho de 2012, Obam a conseguiu um a grande vitór ia ao ter 
o seu plano de reform a da saúde aprovado pela Suprem a Corte do 
país. A Lei de Proteção ao Paciente e Serviços de Saúde Acessíveis 
( “The Pat ient Protect ion and Affordable Care Act ” , em inglês) , 
tam bém conhecida com o Obam acare, cr iou um sistem a abrangente 
de saúde nos Estados Unidos. 
 
Basicam ente, a reform a estabelece que todo mundo que vive 
nos EUA está obrigado a ter um seguro de saúde. As pessoas com 
renda fam iliar m ensal abaixo do equivalente a R$ 2.390 terão uma 
ajuda parcial do governo para os custos. Calcula-se que o plano vai 
incluir no sistem a 30 m ilhões de am ericanos que não t inham 
 
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nenhum a cobertura de saúde. A ideia é universalizar essa cobertura 
e tam bém incent ivar a cr iação de um m ercado de seguradoras. 
 
Diferentem ente do Brasil, os EUA não t inham um sistem a 
público e universal com o o SUS (Sistem a Único de Saúde) , cr iado a 
part ir do texto da Const ituição de 1988 que definia a saúde com o 
“direito de todos e dever do Estado” , e com essa nova lei os norte-
am ericanos se aproxim am desse m odelo. Segundo o histor iador 
Daniel Sim ões, “nos Estados Unidos, ou você paga um plano de 
saúde ou precisará ter dinheiro para pagar cada consulta e exam e - 
o que não sai nada barato” . Por lei, no entanto, os hospitais norte-
am ericanos estão obrigados a atender qualquer pessoa durante 
em ergências. Out ro problem a no sistema de saúde americano é que 
as seguradoras não são fiscalizadas pelo governo – o que significa 
que elas podem alterar preços ou vetar serviços ao usuário sem 
precisarem prestar contas. 
 
A reform a de saúde não vai cr iar um sistem a público igual ao 
brasileiro, m as torna o acesso à assistência m édica no país um 
pouco m ais igualitár io. “O SUS é considerado um exem plo no 
m undo inteiro. É claro que há m uitos problem as, m as ele de fato 
acaba por atender todo mundo” , diz Simões. 
 
Essa foi um a das principais bandeiras polít icas de Barack 
Obam a durante as eleições presidenciais e tem provocado fortes 
reações tanto cont ra quanto a favor. Seus pr incipais opositores do 
conservador Part ido Republicano dizem que o presidente deveria ter 
 
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dado m ais atenção a out ros setores e cr it icam os supostos gastos 
excessivos que o plano pode t razer, além de afirm arem que essa é 
um a tentat iva de cont rolar dem ais a vida privada de cada um , em 
uma visão ext remamente liberal. A batalha ent re Republicanos e 
Dem ocratas paralisa parte das ações de Obam a. Todo esse cenário 
de disputa é fortem ente m arcado pela cr ise da dívida europeia, pela 
desaceleração do m ercado chinês, pelo desem prego e por tensões 
com o governo russo que recrudesceram com as questões sír ia e 
ucraniana. 
 
Segundo os dem ocratas, a debilidade da econom ia norte-
am ericana não perm ite que haja grandes reduções nos gastos 
públicos, e, assim sendo, é necessário que o governo cont inue 
invest indo a fim de fazer com que o país cresça m ais e gere m ais 
em pregos, m antendo o m odelo neokeynesiano adotado após a cr ise 
de 2008. Os democratas entendem ainda que os benefícios sociais, 
pagos às parcelas m ais pobres da população, são fundam entais para 
a recuperação econôm ica e social do país.  
 
O governo Obam a m odificou, ainda, as m edidas relat ivas ao 
terror ism o – já que os altos custos financeiros se tornaram 
im populares em um contexto de crise econôm ica. Os Estados Unidos 
ter iam gasto aproxim adam ente 1,5 t r ilhão de dólares nas 
cam panhas do I raque e do Afeganistão, além de ter deslocado cerca 
de 350 m il soldados para essas regiões e para out ros países da Ásia 
Cent ral e do Oriente Médio. 
 
 
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Durante a campanha eleitoral para seu prim eiro m andato, 
Obam a prom etera que ret irar ia as t ropas norte-am ericanas do 
I raque, o que de fato ele conseguiu realizar. Porém , houve um a 
declaração polêm ica e bastante cont raditór ia por parte do 
presidente norte-am ericano, quando as t ropas dos Estados Unidos 
deixavam o I raque. Ele declarou que as t ropas norte-am ericanas 
deixavamum I raque estabilizado; contudo, a realidade é que as 
t ropas norte-am ericanas não foram capazes de t razer estabilidade 
para a região e o I raque perm anece em crise econôm ica e polít ica. 
 
Em 2011, Obam a ganhou m uitos pontos com o eleitorado 
norte-am ericano, quando o terror ista Osam a Bin Laden foi m orto 
por soldados norte-am ericanos. Com a m orte de Osam a, Obam a 
pôde dar início à redução do cont ingente norte-am ericano no 
Afeganistão, país no qual a Al Qaeda (grupo terror ista do qual 
Osam a Bin Laden fazia parte) possui grande influência. Apesar da 
morte de Bin Laden, o Afeganistão está longe de resolver seus 
com plexos problem as polít icos. O Taliban cont inua atuando na 
região, m as, com a cr ise e a necessidade de gastar m enos em ações 
m ilitares, Obam a viu-se obrigado a dim inuir a presença dos Estados 
Unidos na região. Aliás, desde a m orte de Bin Laden, esse grupo 
terror ista tem atuado cada vez m ais de form a heterogênea, o que 
dificulta inclusive o com bate a ele. 
 
Lem bro- lhes de que foi justamente o episódio de 11 de 
setem bro de 2001, com o atentado terrorista cont ra os Estados 
Unidos, quando houve o choque de aviões com as torres do World 
 
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Trade Center, com andado por Bin Laden, que fez com que os 
Estados Unidos am pliassem suas ações m ilitares e seu com bate ao 
terror ism o. Na época dos atentados, quem estava no poder era 
George W. Bush, que definiu o terror ism o com o a pior am eaça aos 
Estados Unidos e à paz m undial. A part ir daí, Bush inaugurou um a 
nova época na geopolít ica que ficaria, então, conhecida com o a 
Dout r ina Bush. 
 
Em 2002, o presidente George Bush divulgou o docum ento "A 
est ratégia de segurança nacional dos Estados Unidos", que ficou 
justam ente conhecido com o "Dout r ina Bush". Este docum ento 
apresentava as est ratégias polít ico-m ilitares que passaram a ser 
adotadas pelo país em nome da defesa nacional, frente às am eaças 
a que poderiam estar sujeitos o terr itór io e o povo norte-
am ericanos. O docum ento declarava a intenção dos Estados Unidos 
em agir m ilitarm ente por conta própria e por decisão unilateral, em 
nom e do direito de autodefesa e de m aneira prevent iva. Dessa 
form a, os Estados Unidos, em nom e do ant iterror ism o e do com bate 
a países considerados e avaliados com o am eaçadores aos seus 
interesses, just ificaram as suas ações e procuraram torná- las 
legít im as diante da opinião pública norte-am ericana e internacional. 
 
A guerra e a ocupação do I raque, em bora fizessem parte das 
ações da Dout r ina Bush de guerra prevent iva, não foram apoiadas 
em provas de que este país desenvolvesse arm as de dest ruição em 
m assa ( just ificat iva para a sua invasão) ou financiasse o terror. 
Depois de os Estados Unidos declararem a vitór ia sobre o I raque, de 
 
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terem conseguido a pr isão e m orte de Saddan Hussein e o 
estabelecimento de um governo provisório, a situação do I raque 
perm aneceu incont rolável. 
 
Ao cont rár io do que propunha a Dout r ina Bush, os ataques 
terror istas, a insurreição de grupos arm ados cont ra a ocupação 
est rangeira e os conflitos ent re as principais etnias am eaçam a 
estabilidade do país e apontavam para um a perspect iva de total 
descont role da situação. Na verdade, os norte-am ericanos usaram 
seu poderio m ilitar para favorecer suas em presas do setor 
pet rolífero e da const rução civil e am pliarem sua influência no 
Oriente Médio. 
 
Foi baseado nessa dout r ina – que, repito, previa o 
unilateralism o e os ataques prevent ivos, m esm o sem aprovação da 
ONU ou da OTAN – que os Estados Unidos e o Reino Unido 
invadiram o I raque. As alegações de que o I raque possuía arm as 
nucleares feitas por Bush não tardariam a se m ost rarem falsas. 
Após a intervenção norte-am ericana, o I raque se afundou num a 
com plexa cr ise polít ica e os Estados Unidos passaram a ser 
acusados de ter invadido o país por razões puram ente econôm icas, 
sobretudo por causa do setor pet rolífero – com o disse. 
 
 Um dos principais fatos envolvendo os EUA recentemente foi o 
da espionagem e vazam ento de inform ações secretas. A revelação 
de que o governo norte-am ericano vigia a at ividade de governos e 
de cidadãos caiu com o um a bomba na imprensa, gerando reação 
 
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internacional. Os jornais The Washington Post e The Guardian 
publicaram que o governo dos Estados Unidos, ut ilizando-se de um 
software cham ado Prism o, espiona o uso da internet por cidadãos e 
por governos. Diversos provedores, tais com o Microsoft , Yahoo, 
Apple, AOL, Facebook e Google, foram espionados pelo governo 
norte-am ericano. Para o governo norte-am ericano essa m edida se 
faz necessária em razão da prevenção cont ra ataques terror istas. O 
Brasil tam bém foi espionado, inclusive, com a revelação de que os 
EUA m anteriam bases secretas de espionagem em Brasília. 
 
 Edward Snowden, ex-analista da CI A, foi a pr incipal figura 
desses acontecim entos, após ter vazados diversos docum entos 
secretos para a im prensa. Depois de ele ter revelado esses 
docum entos, descobriu-se que ele estava em Hong Kong e, em 
seguida, ele fugiu para a Rússia em busca de asilo. Além desses 
documentos, Snowden ainda revelou que a Verizon, grande 
em presa de telecom unicações, fornece à Agência Nacional de 
Segurança (NSA) dados telefônicos, com o pretexto de defender o 
país. 
 
 As revelações feitas por Snowden causaram a indignação de 
internautas e governos, e ele acabou recebendo o apoio de diversas 
organizações, pr incipalm ente do Wikeleaks. Há, nos EUA, um a lei, 
cham ada de Ato Nacional dos EUA, que fora aprovada em 2001, 
logo após os ataques de 11 de setem bro, que dá m argem a 
possibilidade de espionagem legal em razão de defesa nacional, 
todavia essa lei não guarda proteção no Direito I nternacional. Os 
 
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EUA são acusados de violar os direitos fundam entais de privacidade 
de cidadãos no m undo todo e a soberania dos países espionados. 
 
 Em 2014, o Brasil aprovou o Marco Civil da I nternet com o 
objet ivo de regulam entar a vida vir tual, preocupação que vem 
aum ento. Após o caso Snowden, o governo brasileiro defendeu que 
os EUA e as em presas envolvidas dessem sat isfações aos 
brasileiros, m as nenhum a m edida m ais severa deverá ser adotada. 
O I tam araty chegou a pedir esclarecim entos ao governo am ericano 
e ao embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, quanto à 
denúncia de que pessoas e em presas no Brasil ter iam sido alvo de 
espionagem por parte da NSA (agência nacional de segurança dos 
EUA) . Snowden pediu asilo polít ico a vários países, inclusive ao 
Brasil, de quem não obteve resposta. Ele teve o pedido de asilo 
concedido pela Rússia, onde se encont ra atualm ente. 
 
 Em outubro de 2013, pela pr im eira vez em quase 20 anos, os 
EUA ficaram im pedidos de prestar serviços públicos não essenciais 
em razão de não ter havido naquele m om ento autorização 
orçam entária.Essa situação é simbólica dent ro da forte disputa 
ent re dem ocratas e republicanos no Parlam ento norte-am ericano. 
Enquanto os dem ocratas possuem a m aioria no Senado, os 
republicanos a m antêm na Câm ara, dificultando que o processo 
legislat ivo siga um fluxo t ranquilo. Poster iormente a questão 
avançou e os EUA aprovaram seu orçam ento, todavia a tensão 
perm anece e o acirram ento dos ânimos polít icos podem t razer 
danos ao país. 
 
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 Por fim , cabe ressaltar que os estados de Washington e do 
Colorado liberaram o consum o recreat ivo de m aconha, 
acom panhando o m ovim ento para liberalização da m aconha. Essas 
m edidas têm ganhado força diante da ineficiência do m odelo de 
repressão adotado prat icam ente no m undo todo. Muitos países têm 
passado a discut ir cam inhos alternat ivos, sobretudo em razão da 
violência associada ao t ráfico ilegal de drogas. Além destes dois 
estados, há out ros, nos Estados Unidos, que já perm item o uso 
m edicinal da m aconha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 . Questões com entadas 
 
1 ) ( CESPE - 2 0 1 2 - TCU - Técnico de Cont role Externo) 
Apenas dois par t idos, o Repub licano e o Libera l, a tuam na 
cena polít ica nor te- am er icana; nas e le ições de 2 0 1 2 , os 
libera is apostam na reconduç ão de Barack Obam a ao 
Capitólio. 
 
Muita gente se confundiu nessa questão, por isso atenção 
redobrada. É errado dizer que apenas dois part idos atuam na cena 
polít ica norte-am ericana. Há sim out ros part idos, em bora apenas 
estes dois apontados no enunciado tenham relevância e por isso os 
cient istas polít icos se referem aos EUA com o possuindo um sistem a 
bipart idar ista. Os liberais (Dem ocratas) realm ente apoiaram Obam a, 
enquanto os conservadores (Republicanos) apoiaram Rom ney. E 
Capitólio é sinônim o para Congresso Nacional dos Estados Unidos, 
no qual os eleitos para a presidência prestam juram ento. 
 
Questão errada. 
 
2 ) ( CESPE - 2 0 1 2 - TCU - Técnico de Cont role Externo) 
Obam a notabilizou- se por ser o pr im eiro negro a chegar à 
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presidência dos Estados Unidos da Am ér ica, fe ito 
p ar t icularm ente signif icat ivo, ha ja vista a for te m arca da 
escravidão afr icana na histór ia do país e da discr im inação 
racia l, que custou a se r legalm ente abolida. 
 
 Obam a foi de fato o pr im eiro negro a chegar à presidência 
norte-am ericana. Podem surgir duas dúvidas em relação ao restante 
do enunciado. A primeira é se houve forte m arca da escravidão 
afr icana no país. Houve sim , pessoal. Assim com o no Brasil, os 
Estados Unidos foram m arcados por um forte regim e escravocrata. 
 
A out ra dúvida é se a discr im inação racial custou a ser 
legalm ente abolida. De fato, a discr im inação racial dem orou a ser 
legalm ente abolida, fato que só aconteceu em 1965 – quando ainda 
havia bebedouros, assentos, banheiros dist intos para negros e 
brancos. 
 
Questão correta. 
 
3 ) ( Cespe - Antaq - 2 0 0 9 ) A crescente im portância do Brasil 
e da Venezuela no cenár io sul- am er icano, inclusive no que se 
refere à m ediação ent re par tes em cr ises regionais, em ana 
da m odernização econôm ica, da t ranquilidade polít ica e da 
projeção internacional de que go zam os dois países, em igual 
proporção e legit im idade internacional. 
 
 
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 Que Brasil e Venezuela am pliaram sua im portância na região 
não há dúvidas. Contudo, percebam que a Venezuela está longe de 
ter a m esm a m odernização econôm ica, a t ranquilidade polít ica e a 
projeção internacional de que goza o Brasil. Sobre “ t ranquilidade 
polít ica” , esse term o não está relacionado à falta de disputas 
internas, m as sim à solidez das inst ituições. O Brasil possui, 
certam ente, inst ituições m ais sólidas do que a Venezuela. Assim , 
questão errada. 
 
4 ) ( Cespe – Antaq - 2 0 0 9 ) Na atua lidade, os países la t ino-
am er icanos que m elhor se re la cionam com os EUA são Cuba e 
Venezuela. 
 
 Essa só pode ser br incadeira ... com o assim , gente!??!?!?! !? 
Óbvio que essa está errada! Os países lat ino-am ericanos que pior se 
relacionam com os EUA são exatamente Cuba e Venezuela. Questão 
errada. 
 
5 ) ( FCC - Escr iturár io- Banco do Brasil - 2 0 1 1 ) “Os 
exportadores brasile iros de geladeiras, fogões e m áquinas de 
lavar roupa voltaram a enfrenta r barre iras no m ercado ( ...) . 
Conform e o “Estado” apurou, 3 5 cam inhões estão parados 
nos depósitos a lfandegár ios à espera de autor ização para 
circular no país”. ( O Estado de S. Paulo, 1 3 / 0 5 / 2 0 1 1 , p. B3 ) 
 
O texto acim a destaca um a nova cr ise com ercia l provocada 
pelo protecionism o com ercia l 
 
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( A) do Paraguai. 
( B) da Venezuela. 
( C) do Peru. 
( D) da Argent ina 
( E) da Bolívia . 
 
 Vocês lem bram de quem eu falei ao m encionar protecionism o? 
Justam ente da Argent ina. A Argent ina, a part ir de 2011, am pliou os 
produtos que não possuem licença autom át ica de ent rada no país. A 
Argent ina fez isso em um a tentat iva de proteger sua indúst r ia dos 
produtos est rangeiros, sobretudo dos brasileiros. Essa situação 
gerou um a certa cr ise ent re a Argent ina e o Brasil. Let ra “d” . 
 
6 ) ( FMP - Auditor Público Externo – TCE- RS - 2 0 1 1 ) 
Econom istas e analistas de m ercado cr iaram o term o 
“BRI CS” para se refer ir a a lguns países que se destacaram 
no cenár io m undia l pe lo rápido crescim ento das suas 
econom ias em desenvolvim ento. Os países que com põe esta 
expressão são: 
 
( A) Brasil, Rússia , I ndonésia, China e Coréia do Sul. 
 
( B) Bulgár ia , Reino Unido, Í ndia e Coréia do Sul. 
 
( C) Brasil, Rússia , Í ndia , China e Áfr ica do Sul. 
 
 
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( D) Brasil, Rússia , Í ndia e Co lôm bia e Áfr ica do Sul. 
 
( E) Brasil, República da China, I ndonésia , Chile e Coréia do 
Sul. 
 
 Qual a dificuldade? Nenhum a, não é verdade!? E vejam o nível 
do cargo ein... O term o BRI CS refere-se a Brasil, Rússia, Í ndica, 
China e Áfr ica do Sul. Essa foi nível faixa branca. Let ra “c” . 
 
7 ) ( FCC - Analista Legisla t ivo - 2 0 0 8 ) Um dos pr incipa is itens 
da pla taform a ele itora l de Fernando Lugo, ex- bispo católico 
e le ito presidente da República do Paraguai em abr il de 2 0 0 8 , 
foi a revisão do Tratado de I ta ipu, ce lebrado com o Brasil em 
2 6 de abr il de 1 9 7 3 . Ent re out ras cláusulas, o t ra tado prevê 
que: 
 
a) o Paraguai não receberá a com pensação f inanceira dos 
roya lt ies, pois seu terr itór

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