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SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO 
 
 
Ana Paula Oliveira Cardoso 
Prof. Regiane da Silva Branco 
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI 
Serviço Social (SES 1016) - Seminário Interdisciplinar: Reconhecimento dos Espaços de Atuação 
do Assistente Social 
 29/06/2020 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo refere-se a uma pesquisa intitulada "O reconhecimento dos espaços de atuação 
do Assistente Social", tendo como foco a prática desse profissional na área da Educação no Brasil. 
Primeiramente irá abordar um breve contexto da origem do Serviço Social e sua profissão. 
Realizou-se uma análise em relação ao papel do Assistente Social na escola e seus instrumentos 
técnicos operativos e, por fim, o Serviço Social na Educação. Como metodologia usou-se pesquisas 
em diversos artigos, livros e sites incontestáveis, realizou-se uma entrevista evidentemente em 
apêndice com a Assistente Social Magali Sampaio de Castro, graduada pela UFPI (Universidade 
Federal de Piauí) que atua como Assistente Social na Secretaria de Educação - SEMEC, no Piauí, 
que através de sua competência obtive melhor absorvição sobre o assunto abordado. 
 
 
Palavra-chave: ​Assistente Social, Política Educacional, Educação. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo tem como intuito de pesquisa do contexto história do Serviço Social, na 
sua origem desde os primórdios se iniciando no exterior até sua chegada no Brasil, a partir daí 
começa suas mudanças na profissão deixando de ser conservadora e dominada pela Igreja Católica e 
se tornando mais técnica operativa no campo de trabalho ampliando uma visão mais crítica sobre as 
expressões sociais trazidas pelos indivíduos na época e se solidificando uma profissão mais 
coerente contendo o código de ética e compromisso com os usuários. Em seguida vamos ver o papel 
do Serviço Social na escola e suas demandas e questionamentos sobre suas expressões sociais que 
crianças e adolescentes trazem de suas casas, surgindo a questão social nesse campo que nos 
mostra a grande importância da intervenção do assistente social no âmbito escolar. 
2 
E, por fim, vamos ver o Serviço Social na área da Educação e sua evolução no processo de 
mudança legislativa no Brasil. Nesse sentido vale ressaltar os avanços e conquistas do Serviço 
Social na área da educação com a nova Lei 13.935, que dispõe sobre prestação de serviços de 
Psicologia e de Serviço Social, nessa mesma perspectiva será identificado em vários fragmentos o 
Estatuto da criança e do adolescente (ECA), as formas de proteção a esses indivíduos. 
Em virtude disso, utilizou-se um prévio contato com a entrevistada acima citada, para uma 
apresentação de proposta de pesquisa, os objetivos, os instrumentos aplicados e quais os benefícios 
que resultaria o trabalho do Assistente Social no âmbito escolar junto aos órgãos de proteção à 
criança e adolescente. 
 
2. ORIGEM DA PROFISSÃO 
 
O Serviço Social teve como base sua origem histórica dentro da igreja católica, seus 
fundamentos foram estruturados no final do século XIX que por sua vez acompanhou o início do 
processo de industrialização e do crescimento da população urbana. 
No Brasil o Serviço Social surge na década de 1930, num momento onde o país passava por 
turbulências com diversas manifestações da classe trabalhadora que reivindicavam por melhores 
condições de trabalho e justiça social. Com essa pressão, o governo decide controlar essa população 
revoltada criando órgãos normalizadores disciplinares nas relações de trabalho, como o Ministério 
do Trabalho, Indústria e Comércio. 
Então, segundo Iamamoto e Carvalho (1988,p.135), se “as Leis Sociais são, em última 
instância, resultados da pressão do proletariado pelo reconhecimento de sua cidadania social, o 
Serviço Social origina-se numa demanda diametralmente oposta.” 
A partir desse contexto, o Serviço Social começa suas pequenas evoluções ao passar do 
tempo, com influência norte-americana sendo muito marcado pelo tecnicismo, destaca-se uma base 
positivista, funcionalista e sistêmica com fonte na psicanálise e na sociologia. 
Segundo Iamamoto (2012), a gênese do Serviço Social no Brasil, enquanto profissão 
inscrita na divisão social do trabalho está relacionada ao contexto das grandes mobilizações 
da classe operária nas duas primeiras décadas do século XX, pois o debate acerca da “questão 
social”, que atravessa a sociedade nesse período, exige um posicionamento do Estado, das frações 
dominantes e da Igreja. 
Na década de 60 e 70 começa o movimento de renovação da profissão uma ruptura com o 
conservadorismo deixando para traz aquela idéia com base doutrinadora da Igreja. No final da 
3 
década de 1979 ocorre o Congresso da Virada, um grande marco para o Serviço Social no Brasil e 
foi nesse evento que a profissão se tornou laica e passou a fazer parte das Ciências Sociais. O 
Serviço Social reaparece modificado, dentro do aparelho de Estado e grandes instituições 
assistenciais, guardando, contudo, suas características fundamentais. 
Nos anos 90 o Serviço Social começa tomar outras dimensões no mundo e no Brasil 
trazendo a questão social a que se refere aos direitos a cidadania, moral e ética. 
O Serviço Social passou a ampliar seu campo de atuação, ele passou a atuar no chamado 
terceiro setor, nos conselhos de direito e lá ocupar funções de assessoria. Nesse sentido, o processo 
de institucionalização do Serviço Social será também o processo de profissionalização dos 
Assistentes Sociais formados nas Escolas especializadas. 
 
O Serviço Social mantém sua ação educativa e doutrinária de “enquadramento” da 
população cliente. Não se tratará mais, no entanto,do apostolado doutrinário, da 
salvação e recristianização das massas populares, de exorcizar o conteúdo liberal da 
sociedade burguesa. (IAMAMOTO e CARVALHO, 2014, p. 328). 
 
Nessa mesma época, devido às mudanças ocorridas tanto na sociedade, quanto e na 
categoria, a profissão foi regulamentada. “De acordo com a Lei 8.662, de 7 de junho de 1993, que 
legitima o Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais.” (Brasil,1993). 
Nessa perspectiva, o Serviço Social é uma profissão especializada nas relações sociais que 
fundam a sociedade do capital. 
 
2.1. O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NA ESCOLA 
 
O Serviço Social é uma profissão de caráter Sócio-Político, crítico, investigativo e 
interventivo que tem como objeto de trabalho a questão social, além de intervir de forma a mediar 
os conflitos presentes nas escolas. 
Através do trabalho do assistente social, vem a busca por um desenvolvimento de suma 
importância dentro da estrutura do projeto pedagógico e escolar e suas atribuições no ambiente 
escolar, deve promover o encontro da realidade social do aluno, da escola, da família e da 
sociedade, no qual o aluno esteja introduzido. 
E é nessa rede que o assistente social trabalha a política educacional dando uma série de 
medidas pedagógicas promovendo a inclusão social. 
A partir desse contexto, o objeto de trabalho do assistente social é a questão social, algumas 
expressões da questão social como exclusão social, evasão escolar, abuso de substâncias, trabalho 
4 
infantil, abuso sexual, economiadaquela família, entre outras expressões que o assistente social 
consegue identificar fazendo sua investigação e pesquisa para ter meios em lidar com cada 
indivíduo. 
Nesse sentido percebemos que o Serviço Social junto com a rede de educação básica 
promove relações sociais, segundo CFESS: 
 
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais; Defesa intransigente dos direitos humanos […]; 
Ampliação e consolidação da cidadania […]; Posicionamento em favor da 
equidade de justiça social […]; Empenho na eliminação de todas as formas 
de preconceitos […] e Exercício do Serviço Social sem discriminar, nem 
discriminar por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, 
religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física. 
(CFESS,1993, p. 23) 
 
A partir dessa explanação compreendesse que o profissional de Serviço Social estabelece 
critérios e caminhos a serem seguidos que são necessários para as escolas, fazendo o intermédio 
com estratégias com o intuito de desenvolver nos alunos habilidades para que os mesmos possam 
enfrentar conflitos que eles vivenciam. 
Depois de um longo período quase duas décadas para a PL Educação (Projeto de Lei 
3688/2000) virasse uma grande conquista para educação básica foi a “Lei 13.935/2019, que dispõe 
sobre prestação de serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de educação 
básica.” (Brasil, 2019) 
 
3. SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO 
 
Em 1930, o Serviço Social passa a ser inserido nas escolas, sendo assim, o Serviço Social é 
uma profissão regulamentada no Brasil pela Lei n°, 3252/1957, posteriormente revogada pela Lei n° 
8.662/1993. Em 1940 já existia Assistentes Sociais no mercado de trabalho. 
Naquela época, as Fundações Católicas em que a igreja assumia as questões sociais ligada à 
profissão do assistente social tinha um contexto profissional que era condicionado a trabalhar 
somente nas demandas inerentes ao Estado ou pelas organizações ligada à igreja Católica. 
Enquanto na Europa o Estado do Bem-Estar Social sofre grandes críticas por conta de uma 
crise profunda dos desequilíbrios sociais, se mantia um grande debate sobre os direitos daqueles 
cidadãos, já no Brasil, nesse mesmo período, acontece o movimento voltado a garantias sociais, 
onde o Serviço Social rompe com o conservadorismo de sua origem. 
5 
O direito à educação, como o direito ao acesso à Escola está garantido legalmente na 
Constituição Federal (1988). 
 
De acordo com o art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente, (Lei n.8.069, de 
13 de julho de 1990): “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de 
idade.” (BRASIL, 1990) 
 
A atuação do assistente social no âmbito da educação tem uma grande importância na 
realização das políticas de assistência social baseado nos direitos presentes no Código de Ética 
Profissional, nesse sentido reconhece-se que o objetivo desse profissional é o social. 
O assistente social tem uma importância dado a complexidade da realidade social no âmbito 
escolar, o baixo rendimento, desinteresse pelo aprendizado e da evasão escolar, problemas com 
disciplina e vulnerabilidade às drogas. É de extrema importância o profissional do Serviço Social 
inserido na escola articulando com os membros da instituição e as famílias dessas crianças e 
adolescentes. 
 
Proporcionar articulação entre educação e as demais políticas sociais e organizações 
do terceiro setor, estabelecendo parcerias, facilitando o acesso da comunidade 
escolar aos seus direitos. (MARTINS, 1999, p.60) 
 
O enfrentamento desses problemas constitui de um grande desafio no sistema de ensino 
público brasileiro e é dever do Estado garantir o acesso e a permanência do aluno na escola. 
O Serviço Social no campo escolar possibilitou que os profissionais pudessem realizar 
diagnóstico sociais, isto é, indicando meios mais eficazes de amenizar problemas sociais que muitas 
crianças e adolescentes vivem, [...] a intervenção do assistente social é uma atividade veiculadora de 
informações, trabalhando em consciências, com a linguagem que é relação social (MARTINELLI, 
1998). 
As crianças e adolescentes que vão à escola trazem uma demanda que muitos professores 
não têm treinamento adequado para lidar com demandas vindo dessas crianças e adolescentes que 
trazem de seus lares. 
A questão social nas escolas é uma manifestação complexa e inerente e que requer 
conhecimento específico para compreendê-las e respondê-las. O assistente social é o interlocutor 
nesse processo de política pública educacional e outras políticas sociais, fazendo assim uma ponte 
entre escola e família, ajudando a entender a questão social que essas crianças e adolescentes 
trazem para o campo escolar. 
6 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, no qual defendem o direito ao acesso e 
permanência do estudante à escola reforçam novamente o papel do Estado e da família para 
concretização dos tais direitos que está no artigo 4°: 
 
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público 
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
(ECA, 1990) 
 
O Serviço Social é uma profissão interventiva, busca através das políticas sociais a defesa e 
a ampliação dos direitos sociais. E a política educacional também faz parte das categorias de 
preocupações, tendo em vista que apenas no ano de 2019 que realmente foi aprovado Assistentes 
Sociais e Psicólogos nas redes públicas de educação, a Lei 13.935, que dispõe sobre a prestação de 
serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de educação básica. Por ser uma 
profissão de caráter interventivo, o Serviço Social passa a usar ferramentas multidisciplinares em 
caráter crítico e analitico nas questões sociais. 
Segundo Iamamoto e Carvalho (2014 p. 259) “o Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial - SENAI é um marco na atuação do assistente social na escola e o profissional de Serviço 
Social contribuiu desde o início de sua criação em 1942 (...)”. 
Num contexto geral o assistente social na área da educação podem variar conforme a 
unidade escolar, não devendo seguir uma regra geral, por sua vez que a demanda produz a 
intervenção, sendo assim o atendimento e acompanhamento sistemáticos dessas famílias e alunos 
garantindo o direito ao acesso e permanência do educando na escola, fazendo a elaboração de plano 
de trabalho, ações e projetos da comunidade escolar, monitorando e acompanhando os estudantes 
em situação de não frequência e evasão. 
O assistente social também faz a elaboração de relatórios de análises qualitativas e 
quantitativas fazendo a articulação com a Rede Intersetorial, realizando esses estudos para poder 
identificar o perfil socioeconômico - cultural da população atendidae suas demandas. Enfim, o 
Serviço Social no âmbito escolar tem uma grande importância realizando de estudos temáticos, 
oficinas, estudos de caso juntamente com professores, pedagogos e direção da unidade escolar, 
assim tendo uma participação conjunta com os espaços de proteção à criança e adolescente 
fortalecendo a parceria com equipes de Conselhos Tutelares, CRAS,CREAS e unidades de saúde. 
7 
A assistente social Magali Sampaio de Castro do Estado do Piauí, atuante há dez anos na 
área da educação ficou disponível nesta entrevista onde ela relata suas diversidades como assistente 
social na educação mostrando seu ponto de vista e suas ferramentas utilizadas para esse trabalho. 
Segundo Castro (2020), o planejamento social é importante na atuação do assistente social, 
pois este tem necessidade de conhecer e compreender a realidade do planejamento para que o 
profissional consiga realizar a intervenção com qualidade. 
Deste modo, entende-se que a luta do Assistente Social precisa estar mais presente nos 
espaços políticos uma maior representatividade a inclusão do assistente social nas escolas se faz 
fundamental. 
 
4. CONCLUSÃO 
 
O seguinte artigo apresentado possibilitou uma sucinta compreensão da gênese do Serviço 
Social na Educação, assim como a inserção nas escolas. 
A Entrevistada deixou o campo de estudo mais amplo para uma visão mais crítica sobre o 
profissional do Serviço Social na área da educação. 
Em síntese, compreende-se uma avaliação do assistente social perante as expressões sociais 
vinda de crianças e adolescente. Essa pesquisa mostra que o Assistente Social age dentro dos seus 
princípios éticos no CFESS, tendo também como respaldo legal o ECA e a Constituição Federal. 
Por fim, os objetivos foram atingidos e novas reflexões e ações permanecem demandado 
entendimento que não existem respostas prontas e definitivas quando se trata da questão social e 
suas expressões, esses questionamentos impulsionam enquanto acadêmica a aperfeiçoar cada vez 
mais, buscando conhecimento, para futuramente na qualidade de Assistente Social contribuir para a 
efetivação do projeto ético político da profissão. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL, Artigo 4 da Lei 8.069, de julho de 1990. CFESS 
 
BRASIL, Artigo 12 da Lei 8.662,de 7 de junho de 1993. CFESS 
 
BRASIL, Código de Ética do Assistente Social, Brasília- CFESS,1993 
 
CASTRO, MAGALI SAMPAIO, Serviço Social na Educação. Entrevista concedida a Ana Paula 
Oliveira Cardoso. Viamão 24 de maio de 2020.[ A entrevista se encontra na Apêndice deste Artigo] 
 
8 
CFESS. Serviço Social na Educação. Grupo de estudos sobre o Serviço Social na ​Educação. 
Brasília:2001 
 
IAMAMOTO, M.; CARVALHO, R de. Relações sociais e Serviço Social no Brasil. 41º ed. São 
Paulo: Cortez, 2014 
 
IAMAMOTO, M.V. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche: Capital Financeiro,Trabalho e 
Questão Social. 7ºed. São Paulo: Cortez,2012. 
 
Lei 8.069/90. Estatuto da Criança e do Adolescente. ECA. Porto BRASIL Alegre:CRESS,2000. 
 
MARTINELLI, M.L. O Serviço Social na transição para o próximo milênio: desafios e 
perspectivas. In: Serviço Social e Sociedade, nº 57. São Paulo: Cortez, 1998. 
 
9 
APÊNDICE A - ENTREVISTA 
 
ENTREVISTA COM A ASSISTENTE SOCIAL MAGALI SAMPAIO DE 
CASTRO 
 
Ocupação: Assistente Social na Secretaria Municipal de Educação - SEMEC, cargo de 
Coordenadora de Articulação Comunitária. 
Tempo de atuação na área da Educação:​ ​10 anos. 
Data da entrevista: 24/05/2020 
Local: Entrevista a distância via redes sociais em virtude da situação no país relacionado ao 
COVID-19. 
 ​ ​Questionário: 
 ​ ​Se referindo ao Estado do Piauí… 
 
1. Quais são suas atribuições na Secretaria da Educação? 
 
A Secretaria Municipal de Educação é Órgão da Administração direta, subordinado 
diretamente ao Chefe do Poder Executivo Municipal, é responsável pelo planejamento, coordenação 
e avaliação das políticas educacionais, pelo ensino fundamental e educação infantil, pela assistência 
ao educando e administração escolar, pela pesquisa educacional e educação em geral e pela 
integração do esporte e cultura à política educacional, no âmbito do Sistema Municipal de Ensino. 
Em seu regimento interno, encontra-se a Gerência de Assistência ao Educando – GAE é 
responsável pela formulação, acompanhamento e avaliação de planos, programas e projetos que 
possibilitem o acesso e permanência do aluno na escola, bem como a formação da consciência 
10 
crítica do educando, apoiando-o na construção do seu processo educativo e do pleno exercício para 
uma postura de cidadania. 
A Divisão de Assistência ao Educando – DAE, diretamente subordinada a GAE, é 
responsável pela elaboração e coordenação de planos, programas e projetos que contribuam com o 
aprendizado do aluno, por meio do fortalecimento da relação escola-família. 
São nestes setores é onde atualmente se encontram as assistentes sociais intervindo, em 
conformidade com as suas competências e atribuições de cada Gerência/Divisão, etc. 
Neste sentido, dentre suas atribuições na SEMEC podemos citar: colabora na formulação, 
avaliação, revisão e execução do Projeto Político-Pedagógico, assegurando consonância com as 
normativas de garantia dos direitos; Pesquisas socioeconômica e familiar para a caracterização da 
população escolar; Elaboração e execução de programas de orientação sócio familiar, visando 
prevenir a evasão escolar e melhorar o desempenho e rendimento do aluno em sua formação para o 
exercício da cidadania; Participação em equipe multidisciplinar na elaboração de programas que 
visem prevenir a violência, ou uso de drogas e o alcoolismo, bem como visem prestar 
esclarecimentos e informações sobre doenças infecto contagiosas e demais questões de saúde 
pública; Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias, 
com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades; Realização 
de visitas domiciliares, com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio 
familiar do aluno e melhor assistí-lo e encaminhá-lo adequadamente à rede de serviços disponíveis; 
Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas para a efetiva inclusão da 
educação especial em sua cultura, projeto político-pedagógico e cotidiano. 
Além disso, há o acolhimento à pais e alunos pelo assistente social para intervenção em 
grupo ou individual, atendendo às famílias que procuram vagas nas escolas, bem como 
orientando-as da importância da interação entre família e escola para um bom desenvolvimento 
educacional e resultados satisfatórios dos alunos, acompanhar nas visitas domiciliares, participar 
nas reuniões do conselho escolar, agir com competência técnica nas atividades desenvolvidas 
durante o processo de realização do estágio supervisionado. 
Dentre as técnicas de intervenção temos: a entrevista, abordagem individual e grupal, 
palestras, encaminhamentos, acolhimento, observação, busca ativa, visita domiciliar e registros em 
11 
seus atendimentos fazendo o diagnóstico da população (professores, pais e alunos), com intuito de 
analisar as demandas, intervenções e acompanhamento. 
 
2. Qual o papel do Assistente Social na Educação? 
 
Garantia do direitoà educação. Amplia a percepção em torno do público atendido, considera o 
contexto social mais amplo, que ultrapassa os muros das escolas e observa as vulnerabilidades a que 
estão submetidas as famílias. A atuação profissional do/a assistente social no âmbito da educação 
possibilita o acesso a outros direitos além do direito à educação. 
Objetiva o fortalecimento da relação entre escola, família e comunidade, a inclusão, o acesso 
e a permanência na escola, através de ações de cunho socioeducativo e da prestação de serviços 
socioassistenciais, incluindo os alunos, as famílias e a comunidade escolar. 
Para tanto realiza as mais diversas ações, projetos e participa de serviços que fomentem o 
acesso e permanência com qualidade dos nossos usuários ao seu direito à educação e outros direitos. 
Dentre as demandas para intervenção profissional, temos: baixo rendimento escolar; 
abandono e Evasão escolar; Ato indisciplinar e infracional, Vulnerabilidade às drogas; Inclusão 
educacional, Pluralidade e respeito a diversidade; situações de vulnerabilidade e risco social e 
familiar; Relação escola–comunidade; violência social na escola (intervenções preventivas tendo o 
aluno como central no processo de empoderamento). 
 
​3. Qual a importância do planejamento no trabalho do assistente social que atua na área da 
educação? 
 
 Para garantia do direito à educação temos que ter conhecimento do arcabouço 
normativo/jurídico, dentre outros que permeiam essa política, e de forma articulada com outras 
12 
políticas públicas. Estamos inseridos numa instituição que é responsável pela gestão da política de 
educação. 
O planejamento social é importante na atuação do assistente social, pois este tem 
necessidades de conhecer e compreender a realidade do planejamento para que o profissional 
consiga realizar intervenções com qualidade. 
Existe um sistema educacional, no qual devemos usar vários sistemas, plataformas, etc. A 
política de educação tem muitos programas e sistemas avaliativos, que precisam ser alimentados e 
devemos observar sistematicamente. Desta forma, exige planejamento e organização no registro e 
monitoramento das intervenções feitas. 
Trabalhamos em equipe e de forma articulada com outros serviços, nossas ações devem ser 
planejadas para que possamos visualizar os resultados e se atingirmos os objetivos esperados, que é 
garantia do direito à educação com qualidade e bom uso dos recursos públicos. Assim, como 
identificar o que precisa ser melhorado e reformulado. Nesse sentido, o planejamento é importante e 
um desafio, pois muitos profissionais precisam ter a percepção da necessidade de um trabalho 
planejado e que requer certas percepções e o desenvolvimento de habilidades, rompendo com o 
informalismo e personificação no espaço de trabalho. 
Nossas intervenções devem ser planejadas, com registro das demandas, do acompanhamento 
e dos encaminhamentos, feitos por meio de documentação oficial (memorandos, ofícios, relatórios 
sociais, estudo social, parecer social, etc). 
 
4. Quais articulações que você acredita que possa fazer junto com outros setores? 
 
Existe o trabalho interdisciplinar e intersetorial. No primeiro, é importante na própria equipe 
um trabalho conjunto, articulado, até porque, mesmo em setores diferentes, todos fazem parte da 
Secretaria de Educação, cada setor/equipe com suas atribuições, formação e cargos, mas com um 
objetivo comum que é o direito à educação. Por exemplo: há gerências que são responsáveis pelo 
ensino, outra pela formação dos professores, pela manutenção e conservação dos prédios, 
13 
financeira, jurídica, de assistência ao educando, etc. Cada uma tem as suas especificidades, mas se 
voltam para um mesmo objetivo que é a garantia de uma educação de qualidade. 
E há a necessidade de ações de articulação intersetoriais com outras políticas públicas por 
meio das suas secretarias e serviços diversos, assim como recursos comunitários outros. Por ex: na 
educação trabalhamos de forma bastante articulada, num sistema de referência e contra referência, 
com o Ministério Público, 1ª Vara da Infância e da Juventude, Conselhos tutelares, CRAS, CREAS, 
Sdu, sistema de saúde (UBS, ESF, CAPS, etc), ONG’s na comunidade, dentre outros. Nossos 
usuários são os mesmos nas diversas políticas, e devemos perceber o sujeito como um ser integral. 
A política de educação é responsável pelo ensino, mas o aluno precisa de moradia, 
alimentação, saúde, e acesso a tantas outras demandas para que possa ter um bom desenvolvimento 
biopsicossocial e consequentemente educacional. 
Para essas articulações é preciso que o profissional de serviço social tenha conhecimento da 
rede de serviços que existe e do perfil dos usuários, demandas que atende. Percebo como um 
desafio para muitos, pois tem que conhecer os serviços/políticas não somente empiricamente, mas a 
legislação que o subsidia, como funciona na sua realidade. Ou seja, além da parte normativa, visitar, 
ter contato com os outros profissionais das equipes..etc tudo isso contribui para que as intervenções 
e encaminhamentos sejam feitas de tal forma que as famílias tenham os seus direitos atendidos. 
 
5. Quais os maiores desafios encontrados trabalhando na área da Educação? 
 
Há limites institucionais, profissionais e relacionados às demandas: 
- Número de profissionais na equipe; 
- Planejamento das ações; sistematização do processo de trabalho pelo próprio assistente social; 
nossas ações tem que ser planejadas, registradas, formalizadas; 
- Trabalho articulado, planejado internamente e com outras políticas públicas; 
- Reconhecimento do trabalho do/a assistente social na educação; 
14 
- Visão mais ampla pelos profissionais da educação sobre família, vulnerabilidade, etc...ainda existe 
uma visão conservadora de família. Hoje temos vários perfis de família, os alunos/as apresentam 
demandas diversas que impactam o processo de educação. 
 
6. Quais são os principais instrumentos técnicos-operativos utilizados na área da Educação? 
 
Novais (2001) afirma que o assistente social, ao se inserir no universo da educação pública, 
desenvolve as seguintes atividades: 
· Pesquisa de natureza socioeconômica e familiar para a caracterização da população escolar; 
· Elaboração e execução de programas de orientação sócio familiar, visando prevenir a evasão 
escolar e melhor o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o exercício da 
cidadania; 
· Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem prevenir a 
violência; 
· o uso de drogas e o alcoolismo, bem como visam prestar esclarecimento e informações sobre 
doenças infectocontagiosas e demais questões de saúde pública; 
· Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias 
locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades; 
· Somente com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio familiar do 
aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo adequadamente; 
· Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existem classes 
especiais. 
Isto porque sua intervenção pode materializar-se atravésde diferentes ações, a destacar: o 
atendimento e acompanhamento direto às famílias; reuniões com professores, pais e responsáveis; 
articulação com a rede de serviços socioassistenciais e intersetoriais; elaboração e execução de 
projetos sociais; realização de campanhas informativas e de orientações específicas; além de outras 
possibilidades (SCHNEIDER, et al, 2012). 
Atuando como assistente social na Secretaria de Educação nossa intervenção faz uso de 
todos os instrumentais técnicos-operativos, segundo a particularidade de cada demanda: 
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Acolhimento; Observação; Orientações; Entrevistas, Reuniões com abordagem individual e grupal; 
Encaminhamentos; Articulação com o sistema de garantia de direitos (CRAS,CREAS,CT,Postos 
de Saúde, Juizados, Delegacias especializadas, Organizações da sociedade civil, etc); Palestras 
sócio-educativas; Visitas domiciliares e institucionais; Reuniões intersetoriais; Reunião; 
Participação (audiência, conselhos de direitos, grupos de trabalho, comitês gestores, comissões,etc), 
Estudo de casos, acompanhamento, Elaboração e execução de projetos; Monitoramento de 
convênios (projetos); Documentação (Elaboração de relatórios sociais; registros,etc), Supervisão de 
estágio em serviço social. 
 
7. Considerando sua experiência e tempo de exercício profissional como você avalia a 
evolução da atuação do assistente social neste espaço? 
 
Avalio de forma positiva, uma vez que se faz necessário esse profissional neste espaço, 
importante, dado às demandas que a educação nos coloca, no sentido não só de compreender, 
analisar, mas sobretudo das intervenções necessárias diante das vulnerabilidades observadas no 
espaço escolar, vividas por estas famílias, crianças. 
Há avanços, mas ainda é um movimento tímido. E desconhecimento de gestores da sua 
importância. Em Teresina os assistentes sociais estão inseridos em alguns locais: IFPi, Uespi, UFpi 
(assistência estudantil), Secretaria de Educação do município e do estado, escolas privadas, escolas 
filantrópicas, etc 
Há o reconhecimento da profissão pelas escolas, famílias, secretaria, do coletivo de 
assistente sociais inseridos em outros espaços sócio-ocupacionais, de demandas diversas que 
perpassam à educação, porém percebemos que voltada para situações específicas e imediatistas e 
não há um trabalho mais estratégico. 
O número de assistentes sociais na educação é mínimo, nos conhecemos, reivindicamos 
direitos profissionais, porém é importante que o coletivo reconhecesse e reivindicar 
junto/coletivamente a regulamentação do serviço social na educação. Da mesma forma ocorre com 
os diretores, professores, etc. reconhecem a necessidade deste profissional, mas precisamos que 
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reivindiquem junto conosco a regulamentação da inserção do/a assistente social na educação, uma 
vez que há décadas já nos encontramos inseridos na educação, mas falta a regulamentação. 
Na educação ainda percebemos dificuldades de uma visão mais ampla do que denominamos 
social, da percepção de família, do contexto em que estão inseridas, é contraditório, uma vez que os 
educadores convivem diariamente com as famílias, os alunos, porém ainda tem posturas 
dissonantes. O/a assistente social em algumas escolas, na articulação com alguns 
gestores/professores tem dificuldades nas intervenções. Às vezes, dentro do espaço de trabalho, na 
articulação com os profissionais de outras formações/setores há dificuldades no encaminhamento de 
algumas intervenções. 
 
8. Qual a importância do assistente social na educação nesse período pandêmico? 
 
Em todas as políticas públicas os/as assistentes sociais são necessários, na pandemia, 
especialmente a área da assistência social e saúde. No tocante ao serviço social na educação, tem se 
sobressaído a Gerência de Assistência ao Educando, o setor do Bolsa Família e a Divisão de 
Nutrição. Com a redistribuição da alimentação escolar, por meio de um processo transparente, 
envolvendo a participação dos conselhos escolares, elaboração de atas, atendimento às famílias por 
meio do telefone, plataformas e outras ferramentas.

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