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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

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Fontes do Direito Internacional Privado
As fontes do direito Internacional se dividem em dois grupos, fontes materiais e as formais. As fontes materiais pertencem ao ramo da Política do Direito, pois se referem ao exame de fatores sociológicos, econômicos, ecológicos, psicológicos e culturais que condiciona a decisão do poder no ato de edição e formalização das diversas fontes do Direito. Essas normas então são o resultado das relações entre os Estados e das organizações internacionais. 
Já as fontes formais são consideradas os métodos ou processos de criação das normas jurídicas, assim como todas as técnicas que as fazem ser normas e como vinculam os atores do direito internacional. Elas indicam as formas que o direito internacional tem de se impor perante as várias nações que usam dele em seu contexto jurídico. 
Enquanto o Direito Internacional Público baseia-se em regras produzidas por fontes supranacionais, no Direito Internacional Privado preponderam as regras das fontes internas, quais sejam, pela ordem de importância:
1. Lei
No estado atual da Ciência Jurídica, o Direito Internacional Privado é Direito Privado, é Direito Nacional de cada país. Suas normas, seus princípios estão formulados na legislação positiva de cada Estado. Portanto, a lei interna é a grande fonte do Direito Internacional Privado.
Portanto, as normas de Direito Internacional Privado são normas locais, são regras de Direito Interno, e constituem por assim dizer, verdadeiros sistemas nacionais de Direito Internacional Privado.
A codificação das regras do Direito Internacional Privado teve início no século XIX, destacando-se o Código de Napoleão (1804), o qual estabeleceu regras sobre a aplicação das leis no espaço.
Seguindo o Código de Napoleão, surgiram vários outros como o Código Civil do Chile, o Código Civil da Itália, o Código Civil do Canadá, o Código Civil da Espanha, entre outros. Dentre eles, o que mais se destacou foi o italiano, por sua forma mais sistemática dos dispositivos de Direito Internacional Privado.
Nos seus arts. 6º ao 12 das "Disposições Gerais", relativas à publicação, interpretação e aplicação das leis, encontramos normas interessantes sobre leis pessoais; situação dos bens móveis e imóveis; contratos, competência e formas do processo; execução de sentença estrangeira e as limitações de ordem pública e bons costumes.
No Brasil, o panorama jurídico não é diverso. Antes do Código Civil tínhamos regras dispersas.
Em 1916, foi promulgado o Código Civil, em cuja "Introdução", nos arts. 8º a 21, foram determinadas regras de direito interno sobre o Direito Internacional Privado. E, finalmente, na última "Lei de Introdução", de 04 de setembro de 1942, consagrou-se o nosso sistema local, pelo qual devemos resolver os conflitos de leis entre a lei brasileira e a lei estrangeira.
Os Estados prescrevem suas regras de solução de conflitos de leis da maneira que lhes parece melhor, independentemente das regras adotadas por outros povos. Daí podemos concluir que a lei interna é a grande fonte de Direito, pela qual suas regras se manifestam no corpo da ciência jurídica.
1. Tratados Internacionais
Estes são acordos internacionais apenas poderão existir de forma escrita, devendo conter instrumento público como está previsto no artigo 2°, I, a da Convenção de Viena sobre o Direitos dos tratados de 1969. Podendo ter dois ou mais instrumentos conexos classificando-se dessas formas:
a) Em função do número de partes: poder ser bilateral que significa dois Estados ou Estado e Organização, ou multilaterais como o próprio nome expõe, este tergiversa sobre dois ou mais Estados ou Organizações.
b) Para que se conclua um tratado é necessário que o mesmo seja ratificado, como forma de garantir que os Estados que estabeleceram tal tratado fiquem comprometidos juridicamente.
c) O conteúdo pode versar de acordo com a natureza que diz respeito a contrato ou norma, e até mesmo pela matéria como por exemplo direitos humanos ou tratados gerais
A competência para assinar os tratados é dos Chefes de Estado que tem competência extraordinária, Ministro das Relações exteriores tendo a competência derivada ou por meio de “carta de plenos poderes” onde se outorga delegações para participarem da fase negocial dos tratados (a carta de plenos poderes poderá ser dispensada se a pessoa indicada já é presumida representante como por exemplo o embaixador no território de sua representação vai no lugar do Chefe de Estado).
Para que seja ratificado é necessário que o ato seja formal e unilateral de consentimento, onde o país assume definitivamente a vontade de obrigar-se, diferentemente da assinatura, a competência para ratificar um tratado varia de acordo com a ordem constitucional de cada país, não tendo prazo máximo para ratificação.
O corpo do tratado é composto por preâmbulo, parte dispositiva e anexos. O preâmbulo é responsável pela introdução do tratado inserindo inclusive quais são os participantes e motivos que o levaram a fazer tal acordo; a parte dispositiva encerra normas jurídicas, traz a linguagem apropriada incluindo neste as obrigações assumidas pelos signatários; por último os anexos que são compostos por tabelas, gráficos, listas de produtos etc... 
Para mera ilustração trarei o nome de dois tratados:
i) Convenção da ONU sobre prestação de alimentos no Estrangeiro, aprovada pelo Brasil pelo Decreto n° 56.826/65.
ii) Convenção sobre Condição dos Estrangeiros em Havana em1928, promulgada no Brasil pelo Decreto n° 1856/29 (este regulamenta os tratados)
A extinção dos tratados se dá por vontade comum, isso significa que pode ser por predeterminação ab-rogatória que é quanto o próprio tratado tem um tempo de vigência, por decisão ab-rogatória superveniente de modo total ou por denúncia que se difere por ser unilateral onde é exprimido uma notificação carta ou instrumento.
1.1 Código de Bustamante
Considerado um dos mais importantes tratados ratificados pelo Brasil, o código de Bustamante, surgi em 20 de fevereiro de 1928 em (Havana, Cuba), ratificado por 15(quinze) países Sul-Americano, no Brasil foi promulgado pelo decreto 18.871 de 13 de agosto de 1929. 
Contendo 427 artigos distribuídos por matérias e assuntos, tratando preliminarmente de suas regras gerais existentes.
O surgimento do código de Bustamante tem como principal objetivo normatizar relações quase que exclusivamente privadas ou subjetivas, visando pacificar relações entre Estados ou para regular o comercio internacional.
O legislador busca uniformizar conceitos e entendimentos que versam sobre o contrato internacional, como por exemplo; nas matérias de Direito Civil e Direito Comercial 
Como um dos seus princípios gerais, está a possibilidade das partes tacitamente ou expressamente submeterem-se a várias jurisdições, ou seja, desde que havendo previamente elementos de fixação de competência a jurisdição possa ser determinada pelas partes.
A polêmica surge ao criar essa faculdade, levanta controvérsias sobre o tema, pois tal autonomia sobre a escolha da lei aplicável, acaba-se por esbarrar na legislação pátria, não exercendo efetivamente aplicação prática nos contratos internacionais, exemplo disso o Brasil que apesar de ter ratificado o código de Bustamante demoraram a aceitar a matéria, resolvendo após a súmula 335 do STF.
Por fim o código de Bustamante tratam de matérias que se referem ao direito civil internacional, direito comercial internacional, direito penal internacional e direito processual internacional.
2. Jurisprudência.
A jurisprudência é reconhecida como fonte do direito internacional privado, principalmente nos países europeus, onde é intensa a circulação de bens, pessoas e serviços, obrigando os tribunais a se depararem frequentemente com conflitos de direito privado com conexão internacional, em que dois ou mais ordenamentos jurídicos encontram-se restringidos.
A jurisprudência, na visão de Espínola, concordada por Maristela Basso que, diz que na falta de leis internas e costumes, recorrerão a jurisprudência, daí, observará o juiz as regras hermenêuticas.Segundo Jean, ante a essa falta de leis internas chamadas de lacunas da lei, a obra jurisprudencial é imensa, cobrindo a totalidade da vida negocial internacional. Os tribunais nacionais europeus, portanto, tem rica experiencia em matéria de solução de conflitos de jurisdições, de leis e em decisões sobre nacionalidade e sobre direitos do estrangeiro.
Segundo Jacob “no Brasil, como nos demais países sul-americanos, é muito reduzida a atividade internacional. Dai a falta da produção jurisprudencial, fenômeno este que faz atribuir a doutrina um papel de importância maior do que o prevalecente no continente europeu. A jurisprudência brasileira se limita praticamente a decisões sobre homologação de sentenças estrangeiras e “exquatur” em cartas rogatórias, matérias atinentes ao direito processual internacional, a processo de expulsão e de extradição, sujeitos ao estatuto do estrangeiro e ao direito penal internacional e a decisões no campo fiscal de caráter internacional”. Quis com isso dizer, que raríssimos são os casos em que nossos Tribunais aplicam na prática o direito estrangeiro.
Enquanto alguns consideram a jurisprudência como importantíssima fonte de Direito Internacional Privado, cujas normas legisladas, em geral, são poucas, outros acreditam que o mais correto seria considerá-los como parâmetros, ou referências, para interpretação das leis, dos tratados ou convenções internacionais.
3. Doutrina
Trata-se de mais uma fonte reconhecida do Direito Internacional Privado, tendo muito influenciado nessa disciplina. Funciona como um sistema de regras jurídicas, mostrando sempre as posições mais aceitáveis para uma melhor interpretação das leis, tratados ou convenções internacionais. 
Assim como nos demais ramos do Direito, a doutrina exerce um grande papel tanto na formação dos textos legislativos, quanto nas decisões judiciais e é justamente na disciplina do Direito Internacional Privado que se percebe as lacunas existentes nas normas positivas.
Não possui força de obrigatoriedade, mas pode incluir-se nas decisões dos tribunais, em casos de elaboração das regras de direito e tratados internacionais, portanto, tem sido guia na solução dos casos concretos.
No entanto, não se apresenta apenas em livros doutrinários, podendo também estar presente nos estudos apresentados por institutos especializados e nas convenções internacionais ainda que não ratificadas. 
Constitui exemplo doutrinário a chamada Teoria das Qualificações, desenvolvida por Etienne Bartin e Franz Kahn, a referida teoria diz que quando surgir qualquer dificuldade referente à qualificação em relação a uma causa de direito privado com conexão internacional, o juiz consultará diretamente as fontes doutrinárias.
Essa qualificação que a teoria menciona trata-se de um processo técnico-jurídico, pelo qual se classificam ordenadamente os fatos relacionados às instituições criadas pela lei ou pelo costume, a fim de enquadrar uma na outra, encontrando a solução mais adequada para os diversos conflitos que ocorrerem nas relações humanas.
4. Direito costumeiro
O Direito costumeiro é reconhecido como fonte do direito internacional privado, porem o valor que lhe é retribuído varia nos diferentes Estados.
O costume é pratica reiterada, tida como direito de. Hoje, no Direito Internacional ele é mais considerado como uma fonte jurídica e está previsto no Estatuto da Corte Internacional de Justiça no Artigo 38 onde determina que “O costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito”.
O costume pode vir a se tornar um tratado, se o mesmo for reconhecido pelos Estados, e é importante destacar que não há uma hierarquia entre tratado e costume como salienta Resek.
Para que o costume possa ser considerado como tal, é preciso que seja identificado nele alguns elementos e esses elementos são objetivo ou material, subjetivo ou espacial.
De acordo com a doutrina, o elemento objetivo é aquele do qual os Estados tenham determinado como uma pratica corriqueira, ou habitual, durante um determinado tempo. 
O elemento subjetivo é caracterizado pela aceitação dos Estados àquela pratica, uma vez que não há costume se o ato ou ação é pouco relevante ou se a prática for imposta por meio de força. A ausência da aceitação dos Estados perante determinado ato, não permite que o mesmo seja considerado ou aceito como costume. 
O último, e não menos importante elemento, é o espacial, que determina que o costume pode ser regional ou universal, sendo ele regional quando apenas um grupo de Estados o reconhece, e universal quando for reconhecido pela comunidade internacional. 
A prova de que alguma ação entre Estados é um costume, pode ser por meio de atos estatais, não só por aqueles que compõem a pratica diplomática, mas também nos textos legais em decisões judiciarias que discorram sobre temas de interesse de direito.
O costume é criticado por ser considerado uma forma de manutenção do status quo contra a vontade dos Estados minoritários. Os Estados desejosos de mudar o direito internacional ficam de fato paralisados pelos costumes tradicionais. Devem manter relações internacionais com moldes de regras antigas, consolidadas pelos costumes, que se manterão inalteráveis, enquanto os demais Estados negam a realização de tratados contrários aos costumes consolidados 
Até mesmo os novos Estados acabam sendo submetidos aos costumes antigos pois, é imposto á eles pelo Direito Internacional a aceitação desses costumes. Com isso, novos Estados têm que seguir costumes antigos e isso faz com que haja um freio no movimento de renovação do Direito Internacional. Isso faz com que o interesse em mudar o direito aplicável para que ele possa evoluir diminuem. Essa é a grande crítica sobre a norma costumeira. 
Deixar de ser praticado pelos sujeitos de Direito Internacional, durante um razoável tempo, é uma das formas pelas quais o costume pode ser extinguido, quando a pratica não acontece mais corriqueiramente ou quando é substituída por oura prática que pode chegar a se tornar um novo costume.
Outra maneira de se extinguir um costume é quando o Estado decide revoga-lo, por meio de um tratado.
O costume, é uma fonte não convencional que fortalece as relações entre os Estado de Direito Internacional e em alguns casos aproximam os Estados politicamente, por isso a importância do reconhecimento dessa prática, e da utilização da mesma.

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