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Tecido Adiposo

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J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 - 2 0 1 9 . 2 | 13 
 
HISTOLOGIA I 
Tecido Adiposo 
 
 INTRODUÇÃO 
O tecido adiposo é um tipo especial de tecido 
conjuntivo, no qual predominam adipócitos. 
Os adipócitos são células que armazenam 
moléculas de triglicerídeos (TAG), os quais são 
constituídos pela ligação de uma molécula de glicerol 
e três moléculas de ácidos graxos. 
A quantidade de tecido adiposo e o seu local de 
armazenamento em um organismo depende da faixa 
etária, sexo e constituição genética do indivíduo. 
 
 TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR 
Também chamado de tecido adiposo comum ou 
amerelo, o tecido adiposo unilocular constitui a maior 
parte do tecido adiposo encontrado em indivíduos 
adultos. 
Possui uma coloração que varia do branco ao 
amarelo escuro devido ao acúmulo de carotenos, um 
tipo de pigmento orgânico. 
As células adiposas uniloculares são produzidas a 
partir de lipoblastos derivados de células 
mesenquimais. Essas células se assemelham aos 
fibroblastos, no entanto acumulam gordura, a qual é 
inicialmente isolada mas que se funde formando uma 
única goticula lipídica. 
O adipócito unilocular é grande e têm um núcleo 
pequeno e alongado, deslocado para a periferia, 
devido a única gotícula de gordura que ele possui. 
Apresenta uma parte de tecido conjuntivo, que 
contêm vasos e nervos, além de fibras reticulares para 
sustentação dos adipócitos. 
As terminações nervosas são enconstradas na 
parede dos vasos sanguíneos e apenas alguns 
adipócitos são inervados. 
Na lâmina histológica a gotícula lípidica é 
removida pelos solventes ôrganicos. Logo, podemos 
ver um espaço deixado por ela cercado por uma fina 
camada de células. 
 
 
 
 
 
 
FUNÇÕES 
 Amazena energia, sendo a principal reserva 
energética do organismo, pois fornecem maior 
energia. 
 Panículo adiposo, é uma camada armazenada sob 
a pele que modela a superfície corporal. 
 Coxins absorventes de impacto. 
 Isolamento térmico. 
 Atividade secretora. 
 Preenche espaços, ajudando a manter 
determinados órgãos em suas posições normais. 
 
ADIPOGÊNESE 
Os TAG para síntese de adipócitos podem ser 
adquiridos de três formas: 
 Alimentação: São absorvidos dos alimentos no 
intestino delgado e levados até as células adiposas 
pelos quilomícrons. 
 Fígado: São produzidos pelo fígado e 
transportados através do VLDL. 
 Lipogênse Síntese de triglicerídios nas próprias 
células adiposas através da glicose. 
Inicialmente, os quilomícros saem do intestino 
delgado pela corrente linfática até chegarem a 
corrente sanguínea, que os distribui pelo organismo. 
O adipócito unilocular possui um receptor para 
hormônios do crescimento, no qual a insulina age 
ativando a síntese da enzima lipoproteína lipase. 
Essa enzima faz a hidrólise dos quilomicrons e 
dos VLDL, liberando ácidos graxos e glicerol. As 
vesículas de pinocitose dos adipócitos internalizam 
essas substâncias para o seu citoplasma, onde eles se 
recombinam formando novas moléculas de TAG. 
 
LIPÓLISE 
A norepinefrina é liberada no tecido adiposo 
pelos nervos simpáticos que o inervam e é captada por 
receptores da membrana dos adipócitos. 
Como resposta, ocorre a ativação da enzima 
lipase sensível a hormônio, promovendo a liberação 
de ácidos graxos e glicerol para fora da célula em 
direção aos capilares. 
Após penetrarem na corrente sanguínea, os 
ácidos graxos ligam-se as moléculas de albumina do 
plasma e são tranportados para outros tecidos, para 
serem utilizados como fonte de energia. 
No caso do glicerol, ele é captado pelas células do 
fígado e reaproveitado para produção de outros TAG. 
 
 
 
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SECREÇÃO 
 Leptina: Hormônio proteico sintetizado pelos 
adipócitos uniloculares, tem como função a 
regulação da quantidade de tecido adiposo no 
corpo e da ingestão de alimentos. 
 Adiponectina: Abundante no tecido adiposo 
visceral e tem como função diminuir o nível 
plasmático de ácidos graxos livres e de glicose. 
 
 TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR 
Também chamado de tecido adiposo pardo ou 
marrom, o tecido adiposo multilocular é encontrado 
em partes específicas do corpo, como no pescoço, na 
cintura escapular e na cintura pélvica. 
É um tecido abundante em animais que hibernam, 
no feto humano e em recém-nascidos. Ele não cresce, 
tendo sua quantidade reduzida em adultos. 
Possui uma coloração amarronzada devido a 
vascularização abundante e as inúmeras 
mitrocôndrias ricas em citocromos. 
As terminações nervosas alcançam tanto os vasos 
sanguíneos como todas as células adiposas. 
As células adiposas multiloculares são produzidas 
também a partir dos lipoblastos. Porém, eles se 
dispõem em um arranjo cordonal, semelhante a uma 
glândula endócrina, e não fazem a fusão de suas 
gotículas lipídicas. 
O adipócito multilocular é menor, tem um núcleo 
esférico e centralizado, apresenta gotículas de 
gordura de diversos tamanhos e muitas 
mitocôndrias. 
 
 
FUNÇÃO 
 Produção de calor. 
 
PRODUÇÃO DE CALOR 
As mitocôndrias dos adipócitos multiloculares 
possuem uma proteína transmembranar em suas 
membranas internas, chamada de termogenina ou 
UCP-1. 
Essa proteína, faz com que os prótons 
transportados para o espaço instramembranoso 
voltem para a matriz mitocondrial sem que passem 
pela ATP sintase. Com isso, em vez de produzir ATP, 
ela usa a energia gerada pelo fluxo dos prótons 
para dissipar calor. 
O calor aquece o sangue dos inúmeros capilares 
do tecido adiposo multilocular e é distribuído por todo 
o corpo. 
 
 
 
 
TUMORES 
Os adipócitos uniloculares podem formar 
tumores benignos, chamados de lipomas, e tumores 
malignos menos frenquentes e que facilmente 
formam metástases, chamados de lipossarcomas. 
 
 
OBESIDADE 
É um desequílibrio dos sistemas reguladores do 
peso corpóreo. Ocorre quando o consumo de 
calorias é superior ao gasto energético. 
Considera-se obesa a pessoa com 25% de 
gordura ou mais de proporção em relação ao peso 
corporal ou com um índice acime de IMC acima de 
30. 
Geralmente, se deve ao aumento na quantidade 
de TAG depositados em cada adipócito unilocular, 
sem o aumento do número de adipócitos. 
Causa maior risco de resistência a insulina, 
alteração nos níveis de gordura sanguínea e doenças 
cardiovasculares.

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