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EXAME NO CADÁVER OU AUTÓPSIA3

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EXAME NO CADÁVER OU AUTÓPSIA
Macanze 
Etimologicamente, autópsia provem do grego autos=mesmo e ophis=ver, isto é, exame com os próprios olhos, comprovar pessoalmente.
Autópsia ou Necrópsia é estudo minucioso dum cadáver com o fim conhecer a causa da morte ou estudo das lesões orgânicas.
O progresso técnico-científico, a evolução sócio antropológica das sociedades levou a alteração do ponto de vista filosófico-académico e conceptual da autópsia, existindo actualmente quatro tipos:
- Autopsia psicológica
- Autopsia virtual
- Autopsia Anatomo patológica ou clinica
- Autopsia Médico Legal ou judicial
Autópsia Psicológica 
É feita com objectivo de conhecer a causa jurídica de morte, o móbil de um crime ou motivações de um suicídio e outros quesitos colocados pelas autoridades policiais ou judiciais, por meio de entrevistas com familiares, testemunhas ou declarantes constantes no processo ou autos da vítima em que se suspeita de morte violenta. 
Estes devem descrever os sinais de morte, provável causa básica de morte ou lesões traumáticas que o cadáver apresentava ou ainda o meio empregue, provável causa jurídica de morte, antecedentes de doença, etc. 
Foi inicialmente concebido para obter dados sobre o perfil ou personalidade das vítimas de suicídio. 
 
Autópsia Virtual: É feita com objectivo de estudar a causa de morte por meio de imagiologia, usando meios tecnológicos da última geração tais como a Ressonância Magnética Nuclear ou Tomografia Axial Computarizada.
 
Autópsia Clínica ou Anátomo Patológica: É o estudo minucioso de um cadáver com o objectivo de: 
 (1)- Determinar ou confirmar a causa de morte de um processo mórbido já diagnosticado, sua confirmação clínica. (2)- Estudar as alterações anátomo-patológicas e histo-patológicas nos diversos órgãos e tecidos provocados por um processo mórbido ou por sintomas funcionais. 
Nas mortes naturais não há nenhuma regulamentação que dá permissão ou amparo legal ao médico para a prática deste tipo de autópsia. 
 Em termos de Direito Médico é prática comum os hospitais exigirem aos familiares ou representantes legais um termo de permissão, para que nos casos de morte dos pacientes se possa realizar a autópsia clínica. 
Se o médico proceder o exame sem permissão, pensamos que não há fundamentação legal para imputar-lhe um crime, a não ser eventualmente a responsabilidade civil que pode ser arguida. 
Por imperativos da Ciência, há situações em que o médico tem dúvidas quanto ao diagnóstico de morte, assiste-se nesta situação a necessidade do direito de necropsiar, mesmo sem o consentimento da família tendo em vista o interesse indiscutível da ciência em contribuir para o bem estar colectivo. 
Autópsia Médico Legal ou Judicial: 
 Compreende a colheita dos sinais relativos à identificação, dos sinais de morte ou fenómenos cadavéricos, o exame do hábito externo e o exame do hábito interno. 
Necessidade da autópsia - Preceitua o Regulamento “nos casos de morte, ou consecutiva a ferimentos e ofensas corporais, ou suspeita de envenenamento, ou qualquer outro género que não seja verificado como natural terá lugar a autópsia”.
Estabelece o art. 226º do Código de Registo Civil que “havendo indícios de morte violenta ou qualquer suspeita de crime ou declarando o médico ignorar a causa de morte, deve o funcionário do registo civil, a quem o óbito for declarado, abster-se de lavrar o assento e comunicar imediatamente o facto às autoridades judiciais ou policiais a fim de estas promoverem a autópsia do cadáver e as demais diligências necessárias à averiguação da causa da morte e das circunstâncias em que terá ocorrido.”
Determina o artigo 244 do mesmo Código que “em caso de morte violenta, a inceneração só poderá ser autorizada, depois de realizada a autópsia e com o parecer favorável do agente do Ministério Público”. A necessidade da necrópsia nas mortes precedidas de acidentes de viação e de trabalho ou ocorridas na sua ocasião, é manifesta para estabelecer a independência do acidente ou, pelo contrário, confirmar a natureza acidental da morte.
Nos casos de agressão, a autópsia indica, umas vezes, que a morte resultou como efeito necessário da ofensa, demonstra, noutras, a existência de concausas (diminuindo a responsabilidade do agressor) Código Penal. 
Contribui ainda para se poder presumir se houve ou não intenção de matar. Estabelece n.º 2 do art.6º do Decreto-Lei n.º42216 de 15 de Abril de 1959, que “nos demais casos de morte violenta ou de causa ignorada dispensar-se-á a autópsia desde que no processo instaurado nos termos do art.226 do Código de Registo Civil não levante a hipótese da existência de crime”.
Objectivos de Autópsia Médico Lega ou Judicial
(1)- Determinar o tipo de morte, se a morte foi natural ou violenta, investigando a sua causa. 
(2)- Se a morte for violenta, determinar a causa jurídica de morte, se a morte resultou de acidente, suicídio, homicídio ou infanticídio. 
(3)- Determinar a causa básica de morte, isto é, qual foi o instrumento ou objecto que produziu as lesões, ou ainda o meio empregue. 
(4)- Determinar nos homicídios se as lesões foram a causa necessária de morte ou somente causa ocasional. 
(5)- Determinar nos homicídios se as lesões fazem ou não presumir intenção médico legal de matar. 
(6)- Identificação do cadáver. 
(7)- Determinar a data da morte.
Outros quesitos dependendo dos casos em particular e das autoridades judiciais ou policiais para determinar: 
(8)- Se a morte foi rápida ou precedida de agonia. 
(9)- Se houve deslocação do cadáver, e qual a sua situação ou posição primitiva. 
(10)- Se as lesões observadas na autópsia foram produzidas antes ou depois da morte.
(11)- Qual a lesão mortal , no caso de múltiplas lesões. 
(12)- Determinar a cronologia das lesões, número de agressores, a posição dos agressores e da vítima, identificação dos agressores, etc. 
(13)- Solicitar o exame toxicológico. 
(14)- Por exemplo, a que distância foi disparado o projectil de arma de fogo, etc… 
Tempos de Autópsia Médico Legal ou Autopsia Judicial
Informação
Exame do local de facto
Exame do Vestuário
Autópsia ou Necrópsia
Informação
Diz o Regulamento “das informações que colherem farão os mesmos peritos uso discreto, nunca se prevalecendo delas para se pouparem ao encargo de uma autópsia mais minuciosa e completa, mas sim de modo que as informações havidas só venham a completá-las e a confirmá-las”. 
Exame do local de facto: 
 Segundo o Regulamento os peritos “antes de dar princípio à autópsia poderão requerer para examinar o local onde o cadáver foi encontrado”. Locard diz “observar é proceder a uma investigação metódica, segundo plano previamente aprendido, e não olhar aoacaso e anotar apenas o que impressiona a vista.” 
O ideal seria se o exame do local de facto fosse efectuado antes da remoção do cadáver, e a maior parte dos autores são unanimes em afirmar que 90% ou mais da autópsia médico legal está feita quando se examina o cadáver no lugar de facto. 
Este procedimento de exame no local de facto antes da remoção do cadáver por uma equipe de peritos multi-sectorial composta por: médico legista, criminalistas (dactiloscopista, biólogos forense, balística, fotografo,etc), procurador da república e inspector da P.I.C. denomina-se de levantamento cadavérico. 
A autópsia médico legal começa com o exame do cadáver no local de facto ou onde foi encontrado o cadáver. 
Este acto é uma Diligência Judicial ( auto de levantamento cadavérico), que tem os seguintes objectivos: 
(1)- Certificar efectivamente a morte, requisito fundamental para transladar o corpo para a morgue e posterior necrópsia.
(2)- Determinar a data de morte com base nos fenómenos cadavéricos ou sinais de morte, porque quando mais cedo maior é a probabilidade de se determinar com exatidão a hora/data do exitus ou da morte. 
 
(3)- Precisar o mecanismo de morte, descrevendo - o tipo e localização das lesões traumáticas; atitude do cadáver (gestos que o individuo fazia na ocasião da morte); posição do cadáver em relação com os objectos do local, armas, manchas de sangue ou de outro tipo sinais; examinar o estado da roupa (o seu desalinho, manchas, rasgaduras, etc.); indícios de luta; estado em que se encontra o local arrumado ou desarrumado; etc., para se efectuar o diagnóstico diferencial médico-legal entre homicídio, suicídio e acidente. 
(4)- Documentar por meio de fotografia métrica judiciária, filmagem e esquemas (desenho). 
O artigo 175º do Código do Processo Penal diz: “Nos corpos de delito verificar-se-ão, por meio de exames, plantas devidamente conferidas, decalques, fotografias ou quaisquer outros processos, os vestígios que possa ter deixado a infracção, o estado do lugar em que foi cometido e todos os indícios relativos ao modo como foi praticado e às pessoas que a cometeram”. 
(5)- Ditar o Auto de Levantamento Cadavérico para o escrivão. 
(6)- Efectuar a recolha de todos os vestígios ou indícios, objectos ou armas para se proceder os exames de biologia forense, toxicologia e de criminalística. 
(7)- Mandar proceder a transladação do cadáver para o Serviço de Medicina Legal a fim de se efectuar a necrópsia. 
Exame do Vestuário
Estabelece o Regulamento que os peritos podem requerer para examinar a roupa que trazia vestido o individuo cujo cadáver vão autopsiar. Se os peritos dirigirem ou presenciarem o levantamento cadavérico, devem começar por atender ao estado de compostura ou desalinho da roupa, à relação entre a posição do corpo e a situação de manchas (sangue ou de outro tipo ou género) ou de dobras do vestuário; nos casos de morte por armas brancas ou de fogo, se os ferimentos estiveram localizados em regiões habitualmente cobertas pela roupa, é necessário se esta foi ou não interessada e, no caso negativo, procurar ver se teria sido propositadamente afastada ou se foi poupada por mera disposição casual, etc.
Autópsia ou Necrópsia
O estudo minucioso do cadáver com vista a determinar as causas de morte e as circunstâncias em que ela ocorreu. 
 É uma operação de imediato interesse social, compreende a descrição dos sinais relativos a identificação, sinais de morte ou dos fenómenos cadavéricos, peças de vestuário que acompanham o corpo, exame do hábito externo em que se deve descrever a constituição esquelética e estado nutricional, as lesões traumáticas ou patológicas em cada região do corpo; exame do hábito interno com a descrição das lesões traumáticas ou anátomo-patológicos encontradas em todas as regiões, vísceras e tecidos. 
Principais técnicas de autópsias:
Técnica de autópsia: é um conjunto de procedimentos operatórios que tem como objectivo facilitar a exteriorização e exame dos órgãos e tecidos que integram o corpo humano ou organismo animal. 
Ao longo da história, evolucionaram diferentes técnicas e métodos de autópsia, das quais se destacam: 
(1)- Método de Morgagni:é um procedimento clássico ou primitivo, descrito pelo autor em 1761. 
(2)- Método de Rokitansky (1842): da Escola Veneza de Anatomia Patológica, é o primeiro método ordenado e completo de autópsia, que se fundamenta no exame e dissecção in situ das vísceras. 
(3)- Método de Gohn (1890): modificou a técnica de Rokitansky, introduzindo a extração dos órgãos em bloco. 
(4)- Método de Letulle (1900): introduziu a técnica de abertura das faces anteriores do torax e do abdomen por meio de uma grande incisão oval, para conseguir uma visão mais ampla do conjunto das vísceras. A extração das vísceras era em massa e seu exame fora do cadáver. 
(5)- Método de Virchow (1893): é a aplicação especifica dos métodos anteriores a prática forense. Caracteriza-se pelo reconhecimento global das vísceras in situ e seu estudo separado, uma vez extraídas do cadáver, descrevendo minuciosamente a técnica de exame de cada uma das vísceras. É o método mais universalmente conhecido. 
Exame do hábito externo: 
 Nas autópsias médico-legais é importante o exame do hábito externo, tem valor de mais alta significação. 
 Este exame compreende a inspecção ou exame do conjunto e exame dos grandes segmentos. 
Exame do conjunto: 
 (1)-descreve-se os caracteres humanos somatoscópicos e somatométricos para a identificação do cadáver tais como: sexo, idade aparente, grupo étnico-rácico, côr dos cabelos, côr da íris, fómula dentária, anomalias, cicatrizes, tatuagens, sinais profissionais, peso, altura ou estatura, impressões digitais, o biótipo ou constituição esquelética e estado nutricional.
 (2)- descreve-se os sinais de morte ou fenómenos cadavéricos. 
 (3)- descreve-se o vestuário e peças que acompanham o cadáver.
Exame do hábito externo
Biótipo (brevíleneo, normolíneo e longíleneo).
Malfomações congénitas.
Estado de hidratação dos tecidos superficias.
Coloração das mucosas.
Caracteristicas da pele.
Observação da cabeça.
Estudo do pescoço.
Estudo do tórax.
Estudo do abdomen.
Estudo dos genitais e períneo.
Estudo dos membros superiores e inferiores.
Estudo das regiões posteriores.
Exame do hábito interno:
Exame da cavidade craniana
Exame do pescoço e das cavidades toráxica e abdominal
Exame da cavidade vertebral
Exame das cavidades acessórias da cabeça
Reconhecimento cadavérico 
É quando o perito decide não efectuar o exame do hábito interno porque o corpo apresenta lesões traumáticas vitais no hábito externo que justificam a morte. 
Exumação
É o desenterramento dum cadáver com a finalidade de atender as solicitações das autoridades policiais ou judiciais para averiguar uma causa exacta da morte, esclarecimento ou confirmação de um detalhe, identificação do corpo ou ainda dependendo dos quesitos como por exemplo numa grave contradição das informações constantes nos autos ou ainda a confirmação deum diagnóstico. Também pode ser efectuado para atender às necessidades sanitárias ou familiares para a transladação do corpo. 
Procedimentos: 
(1)- Certificar junto da administração do cemitério a hora e data da realização do exame. 
(2)- Convidar as autoridades policiais, familiares do decujo e testemunhas constantes nos autos para efectuarem a identificação da sepultura. 
(3)- Confirmado a sepultara os peritos devem na presença das autoridades policiais e judiciais começar o ditame para o escrivão com auxilio de fotografias e filmagem. 
(4)- O exame cadavérico é efectuado com a mesma técnica das necrópsias , descrever com detalhes a sepultura, o caixão, o vestuário, aspecto do cadáver e evolução da putrefação. Deve-se recolher um pouco da terra que se encontra sobre o caixão ou sobre o cadáver, fragmentos do caixão e retalhos do vestuário para posterior exame, em particular nos casos em que há suspeita de envenenamento.

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