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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
ELEITORAL
Alistamento Eleitoral
Livro Eletrônico
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral . ..............................................................................................................4
1. Conceito e Natureza Jurídica . ................................................................................................4
2. Requisitos. ..............................................................................................................................5
3. Espécies . ................................................................................................................................5
3.1. Alistamento Obrigatório . ..................................................................................................6
3.2. Alistamento Facultativo . ..................................................................................................8
3.3. Alistamento Vedado ......................................................................................................... 11
4. Qualificação e Inscrição do Eleitor.................................................................................... 13
4.1. Procedimento.................................................................................................................... 13
5. Transferência Eleitoral . .................................................................................................... 20
5.1. Requisitos Legais para Requerer a Transferência Eleitoral . .......................................22
6. Comprovação da Quitação Eleitoral e Apresentação do Título Eleitoral . ...................25
6.1. Quitação Eleitoral . ...........................................................................................................25
6.2. Procedimento da Transferência Eleitoral . ....................................................................29
6.3. Cancelamento da Inscrição Eleitoral . ...........................................................................29
6.4. Infração aos Artigos 5º e 42 do Código Eleitoral ....................................................... 30
6.5. Ausência de Voto em Três Eleições Consecutivas . ......................................................36
6.6. Procedimento de Exclusão/Cancelamento do Eleitor do Cadastro . .........................37
7. Revisão de Eleitorado . ........................................................................................................38
7.1. Aspectos Gerais . ..............................................................................................................39
7.2. Revisão de Eleitorado de Ofício ..................................................................................... 41
7.3. Revisão de Eleitorado Mediante Provocação . ...............................................................42
***
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https://bit.ly/2YPHtuM
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Resumo . .................................................................................................................................. 48
Questões de Concurso . ...........................................................................................................52
Gabarito ....................................................................................................................................70
Gabarito Comentado .................................................................................................................71
Referências ............................................................................................................................ 105
***
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
ALISTAMENTO ELEITORAL
Na aula de hoje, estudaremos, com detalhes, o procedimento denominado Alistamen-
to eleitoral.
Ao longo das aulas anteriores, pincelamos alguns dos tópicos que hoje estudaremos. To-
davia, esta aula será específica e vamos aprofundar o assunto.
O texto base de nosso estudo é a Res.-TSE n. 21.538/2003, sem embargo de incursões ao 
texto constitucional e ao Código Eleitoral.
Sem demoras, vamos lá!
1. ConCeito e natureza JurídiCa
Para José Jairo Gomes (2015, p. 31) alistamento eleitoral é:
O procedimento administrativo-eleitoral pelo qual se qualificam e se inscrevem os eleitores. Nele 
se verifica o preenchimento de requisitos constitucionais e legais indispensáveis à inscrição do 
eleitor. Uma vez deferido, o indivíduo é integrado ao corpo de eleitores, podendo exercer direitos 
políticos (...). Em outras palavras, adquire cidadania.
Consoante dispõe o art. 42 do CE o alistamento “se faz mediante a qualificação e inscrição 
do eleitor” no cadastro da Justiça Eleitoral.
Assim, ao se inscrever no cadastro de eleitores, o indivíduo passa a existir para a Justi-
ça Eleitoral, sendo a partir do alistamento considerado cidadão. Cumpre requisito essencial 
para aquisição da capacidade eleitoral ativa (direito de votar) e passiva (direito de ser vo-
tado). Evidentemente que o efetivo exercício dessas capacidades depende ainda de outros 
requisitos legais. Saiba, contudo, que para usufruir desses direitos o alistamento eleitoral 
é passo fundamental, porquanto constitui-se em procedimento de caráter constitutivo da 
qualidade de cidadão.
Visto sob o enfoque da aquisição da capacidade eleitoral ativa, o alistamento eleitoral é 
requisito essencial para o exercício do voto. Já sob o prisma da capacidade eleitoral passi-
va, se constitui em uma das condições de elegibilidade e, por conseguinte, pode ser definido 
como um procedimento administrativo cartorário, realizado pela própria Justiça Eleitoral com 
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
o objetivo de atualizar o Cadastro Eleitoral, de caráter sigiloso, que serve de base à aferição 
dessa condição de elegibilidade por ocasião do pedido de registro de candidatura (REspe n. 
0601248-48/CE, rel. Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, DJe de 11/12/2018).
2. requisitos
A Constituição Federal, em seu art. 14, § 1º enumera os requisitos necessários para o alis-
tamento eleitoral quais sejam: nacionalidade brasileira e idade mínima, que atualmente é de 
16 anos. Basta preencher esses dois requisitos e a pessoa poderá requerer seu alistamento, 
ou seja, ter o seu nome inscrito no cadastro de eleitores e adquirir a qualidade de cidadão.
No que se refere à idade mínima, para aqueles que tiverem entre 16 e 18 anos e para os 
maiores de 70 anos, o requerimento para se alistar é facultativo.
Já em relação à nacionalidade, sublinhamos que não há distinção entre brasileiro nato e 
naturalizado para fins de alistamento eleitoral.
Além disso, nos termos do art. 12, § 1º, da CF/1988, aos portugueses com residência per-
manente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos 
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição, incluindo nesse rol o direito 
ao alistamento eleitoral. Note, portanto, que o português é o único estrangeiro que poderá, 
preenchidas as demais condições, se inscrever no cadastro eleitoral.
A residênciapermanente a que alude o artigo constitucional se encontra regulamentada 
no art. 17, do Dec. 3.927/2001, que promulgou o Tratado de Amizade entre Brasil e Portugal. 
Segundo esse dispositivo, o gozo dos direitos políticos por portugueses no Brasil só será 
reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à 
autoridade competente.
Para finalizar, lembre-se que o gozo de direitos políticos no Estado de residência importa 
na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade, ou seja, se um 
brasileiro adquirir o direito de votar em Portugal, ele não poderá, durante esse período, votar 
no Brasil. Esse mesmo raciocínio é válido para os cidadãos portugueses.
3. espéCies
De acordo com o art. 14, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal, o alistamento eleitoral pode 
ser classificado em: obrigatório, facultativo e vedado.
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
3.1. alistamento obrigatório
Nos termos do art. 14 da CF/1988, o alistamento e o voto serão obrigatórios desde que 
preenchidos os seguintes requisitos cumulativos:
• ser brasileiro;
• ter idade entre 18 e 70 anos;
• ser alfabetizado.
O brasileiro nato deve requerer seu alistamento até os 19 anos e o naturalizado, até um 
ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira.
Caso não o façam nos prazos legais, ficam sujeitos à multa prevista no art. 8º do CE, cuja 
cobrança no valor de 3 a 10 por cento do salário mínimo, será realizada no ato da inscrição.
Essa multa, todavia, não será aplicada ao não alistado que requerer sua inscrição eleitoral 
até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que 
completar 19 anos, consoante dispõe o parágrafo único do art. 15 da Res.-TSE n. 21.538/2004.
Apresentamos um exemplo para espancar qualquer dúvida sobre esse ponto:
Exemplo: imagine que Antônio, brasileiro nato, morador do Distrito Federal, completou 19 anos 
em 01.02.2015, vindo a solicitar sua inscrição eleitoral somente em 01.02.2018. Pela regra do 
art. 8º do CE, o brasileiro nato deve se alistar até os 19 anos, sob pena de multa. Porém, nesse 
caso, a Antônio não deve ser cominada nenhuma multa, visto que ele solicitou sua inscrição 
antes do centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição presidencial de 2018, que 
é a subsequente ao seu aniversário, já que no DF não houve eleições em 2016 por se tratar de 
uma eleição para cargos municipais e o DF não ter municípios. Se Antônio morasse em qual-
quer outra unidade da Federação, ele poderia se alistar, sem o pagamento de multa, somente 
até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleições municipais de 2016.
Não realizado o ato de se inscrever como eleitor no prazo legal, além da multa aplicada, 
a pessoa não adquire a qualidade de cidadão. Fica privada de exercer seus direitos políticos e 
todos aqueles deles decorrentes, notadamente o direito ao voto. O não exercício do voto, por 
sua vez, impede a obtenção da certidão de quitação eleitoral, documento imprescindível para 
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
o exercício de vários direitos cíveis. Assim, aquele que não se alistar também ficará sujeito às 
restrições listadas no art. 7º, § 1º, do CE:
I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles;
II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, au-
tárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades 
de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público 
delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição;
III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do 
Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas fede-
rais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabe-
lecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas 
entidades celebrar contratos;
V – obter passaporte ou carteira de identidade;
VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda.
O alistamento e a obrigatoriedade do voto se estendem, em regra, às pessoas com defi-
ciência ou mobilidade reduzida. Contudo, dada a condição especial dessas pessoas, o juiz 
eleitoral poderá, nos termos do art. 2º, caput, da Res.-TSE n. 21.920/2004, flexibilizar a regra 
e expedir, a pedido, certidão de quitação eleitoral com prazo de validade indeterminado, desde 
que comprovado que o alistamento e o voto são por demais onerosos em razão da limitação 
que acomete a pessoa. Noutro falar, nessas condições especialíssimas, essas pessoas não 
precisaram se alistar.
Também para os militares, à exceção dos conscritos, o alistamento eleitoral é obrigatório.
No que concerne aos indígenas integrados, dúvida não há quanto à obrigatoriedade do 
alistamento eleitoral, considerados neste grupo aqueles índios que, nos termos do art. 4º, III, 
da Lei n. 6.001/1973, estejam incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no pleno 
exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e tradições característicos 
da sua cultura.
Quanto àqueles ainda não integrados, que se submetem ao regime tutelar, sob responsa-
bilidade da União, na prática exercido pela Fundação Nacional do Índio (Funai), o TSE assegu-
rou-lhes, em caráter facultativo, o direito ao alistamento e ao exercício do voto, observadas 
apenas as exigências de natureza constitucional e eleitoral pertinentes à matéria (PA n. 1806-
81/PR, rel. Min. Nancy Andrighi, DJe de 8/3/2012).
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
3.2. alistamento FaCultativo
Consoante dispõe o art. 14 da CF/1988, o alistamento será facultativo para pessoas nas 
seguintes situações:
• maior de 16 anos e menor de 18 anos;
• maior de 70 anos;
• analfabeto.
Note, de pronto, que o art. 6º, I, a e c, do CE, que dispunha ser facultativo o alistamen-
to para os inválidos e para os que se encontrassem fora do País, não foi recepcionado pela 
CF/1988.
Nos termos da Lei n. 13.146/2015, às pessoas com deficiência serão garantidos o direito 
de votar e de serem votadas. Conforme já expusemos nesta aula, o alistamento e o voto são 
obrigatórios para essas pessoas. Apenas em casos excepcionalíssimos quando a incapacida-
de torne impossível a pessoa exprimir sua vontade é que deve ser dispensado o alistamento.
Para os maiores de 70 anos, o alistamento e o voto são facultativos. A respeito, Gilmar 
Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco afirmam que:
[...] o legislador constitucional, ao facultar [o alistamento e] o voto aos maiores de 70 anos, atentou, 
certamente, para as prováveis limitações físicas decorrentes da sua idade, de modo a não trans-
formar o exercício do voto em transtorno ao seu bem-estar.
No mesmo compasso, a fundamentação da Res.-TSE n. 21.920/2004 consigna que “o 
texto constitucional faculta aos maiores de 70 anos [o alistamento e] o exercício do voto, cer-
tamente com a finalidade de não causar transtorno ao seu bem-estar (CF, art. 14, § 1º, II, b).
Entretanto, há necessidade de avaliar a razãopela qual a Constituição Federal considera 
o alistamento eleitoral facultativo para os maiores de 70 anos de idade. Com efeito, qual a 
circunstância que singulariza essa classe de pessoas para que recebam um tratamento nor-
mativo diferenciado? Para Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco,
[...] o legislador constitucional, ao facultar o voto aos maiores de 70 anos, atentou, certamente, para 
as prováveis limitações físicas decorrentes da sua idade, de modo a não transformar o exercício do 
voto em transtorno ao seu bem-estar.
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Você deve estar pensando que existe outra classe de pessoas que também possui li-
mitações físicas que podem tornar oneroso o exercício dos direitos políticos: as pessoas 
com necessidades especiais (PNEs). O alistamento eleitoral é facultativo ou obrigatório 
para as PNEs?
Os próprios autores Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco respondem a essa 
pergunta, baseados em um julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, nos seguintes moldes:
Argumentou-se que algumas pessoas apresentam deficiências que praticamente tornam impos-
sível o exercício de suas obrigações eleitorais, tais como os tetraplégicos e os deficientes visuais 
inabilitados para a leitura em braile. Todos eles poderiam, assim, encontrar-se em situação até 
mais onerosa do que a dos idosos. Ressalte-se que nem todas as salas de seções de votação têm 
acesso adequado para deficientes. Cuidar-se-ia de ‘lacuna’ suscetível de ser superada com base 
nos próprios princípios estruturantes do sistema constitucional, suficientes a legitimar uma cláu-
sula implícita que justificasse outras exceções ao alistamento obrigatório, desde que compatível 
com o ‘projeto’ fixado pelo texto constitucional. No caso, o próprio art. 5º, § 2º, da Constituição 
Federal auto- rizaria a interpretação que legitimava a extensão do direito reconhecido aos idosos 
às portadoras de deficiência grave.
Por sua vez, ao regulamentar a matéria, o TSE, na edição da Resolução-TSE n. 21.920/2004, 
dispôs que o alistamento e o voto são obrigatórios para as pessoas com deficiência. Nada 
obstante, as pessoas com deficiência para quem o exercício das obrigações eleitorais seja 
excessivamente oneroso não estarão sujeitas às sanções decorrentes de não o praticarem. 
Ou seja, para esta última classe de pessoas, o alistamento e o voto serão facultativos.
Aliás, a extensão da facultatividade do voto para os maiores de 70 anos foi expressa-
mente consignada na fundamentação dada pelo TSE para a edição da Resolução-TSE n. 
21.920/2004. Senão vejamos:
Considerando a necessidade de garantia do princípio da dignidade da pessoa humana, princípio 
fundamental do Estado democrático de direito,
Considerando que o texto constitucional faculta aos maiores de 70 anos o exercício do voto, certa-
mente com a finalidade de não causar transtorno ao seu bem-estar (CF, art. 14, § 1º, II, b),
Considerando que algumas pessoas apresentam deficiências que praticamente tornam impossível 
ou extremamente oneroso o exercício de suas obrigações eleitorais,
Considerando que o art. 5º, § 2º, da Constituição Federal, legitima a extensão do direito assegurado 
aos maiores de 70 anos às pessoas portadoras de deficiência nas condições referidas,
Considerando não haver razão para se aplicarem as sanções legais àqueles que se encontram na 
situação acima descrita e que, por isso, deixam de exercer suas obrigações eleitorais,
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Veja o teor da disposição normativa dessa referida Resolução-TSE n. 21.920/2004:
Art. 1º O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todas as pessoas portadoras de de-
ficiência.
Parágrafo único. Não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossí-
vel ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento 
e ao exercício do voto.
Já em relação aos que se encontram fora do Brasil, o alistamento deverá ser realizado 
pessoalmente no consulado ou na sede da embaixada brasileira, por meio do Requerimento 
de Alistamento Eleitoral (RAE). O requerimento é, então, encaminhado ao Cartório Eleitoral 
do Exterior, situado em Brasília, para apreciação do juiz eleitoral. Deferido, o título eleitoral é 
encaminhado ao local do pedido e somente pode ser retirado por quem o requereu.
Voltando ao texto atual, temos que, a partir dos 16 anos, é facultado ao menor o direito de 
expressar sua vontade política pelo exercício do voto.
A idade para votar é aferida na data do pleito. Logo, o art. 14 da Res.-TSE n. 21.538/2003 
faculta o alistamento no ano em que se realizarem eleições do menor que completar 16 anos 
até a data do pleito, inclusive. O requerimento de inscrição eleitoral deverá ser realizado até o 
encerramento do prazo fixado no art. 91 da Lei n. 9.504/1997. Confira:
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 
cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
O título emitido nessas condições somente surtirá efeitos com o implemento da idade 
de 16 anos.
Confira um exemplo de aplicação desse dispositivo regulamentar:
Exemplo: João nasceu em 3.10.2004 e pretende votar nas eleições de 2020, que será realiza-
da em 4.10.2020.
Para tanto, deverá no ano de 2020, mesmo sem ter ainda completado 16 anos, requerer seu 
alistamento no prazo legal estabelecido no art. 91 da Lei n. 9.504/1997.
Deferido o alistamento, o título emitido não surtirá efeito algum até a data em que completar 
16 anos, ou seja, em 3.10.2020.
***
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
No dia seguinte ao seu aniversário, João poderá, então, votar no pleito que realizar-se-á 
em 4.10.2020.
Para os analfabetos, o alistamento é facultativo, consoante dispõe o art. 14 da CF/1988, 
regulamentado pela Res.-TSE n. 21.538/2004. Contudo, tão logo a pessoa se alfabetize surge 
a obrigação de se inscrever como eleitor, não ficando, contudo, sujeita à multa de 3 a 10 por 
cento do salário mínimo, prevista no art. 8º do CE.
Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo (Constituição Federal, art. 14, § 1º, II, a).
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá reque rer sua inscrição eleitoral, não fican-
do sujeito à multa prevista no art. 15 (Código Eleitoral, art. 8º).
3.3. alistamento vedado
A Constituição Federal proíbe o alistamento eleitoral para as seguintes pessoas:
Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório (art. 14, § 2º, da CF/1988)
Os estrangeiros, com exceção do português e desde que haja reciprocidade em Portugal 
do direito aqui concedido (art. 14, § 2º, da CF/1988)
Na doutrina de Jorge, Liberato e Rodrigues (2017, p. 96) conscrito é:
[...] é termo utilizado para se referir àqueles sujeitos que encontram prestando serviço militar 
obrigatório [...].
O conscrito é inalistável. Não poderá ele requerer seu alistamento durante o período em 
que estiver prestando serviço às forças armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica –, que 
ocorre em regra no ano em que o indivíduo completa 18 anos.
Para fins de impedimento de alistamento eleitoral, a jurisprudência do TSE considera 
“conscritos” (Cta n. 10.471, rel. Min. Roberto Ferreira Rosas, DJ de 21.11.1989):
Os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que não prestaram o serviço militar 
obrigatório em virtude de adiamento de incorporação para a realizaçãodos respectivos 
cursos superiores e, uma vez concluídos os seus cursos de graduação, venham a pres-
tar o serviço militar obrigatório; alunos dos órgãos de formação de reserva, tais como o 
Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e o Núcleo de Preparação de Ofi-
ciais da Reserva (NPOR).
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Contudo, em razão desse requerimento ser permitido para aquele que completa 16 anos 
até a data do pleito, é possível que, ao prestar o serviço militar obrigatório, o indivíduo já tenha 
sido inscrito eleitor. Neste caso, sua inscrição permanecerá ativa no cadastro de eleitores, 
ficando impedido de votar. Nesse sentido, confira a jurisprudência do TSE:
Alistamento eleitoral – impossibilidade de ser efetuado por aqueles que prestam o ser-
viço militar obrigatório – manutenção do impedimento ao exercício do voto pelos cons-
critos anteriormente alistados perante a Justiça Eleitoral, durante o período da conscri-
ção. (PA n. 1331-43/GO, rel. Min. Nilson Naves, DJ de 14.5.1998).
Sublinha-se que essa regra não alcança os demais militares. Assim, são alistáveis aque-
les que, uma vez cumprido o período militar obrigatório, decidiram continuar nas forças ar-
madas, além dos oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, 
sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.
A CF/1988 estabelece também que os estrangeiros são inalistáveis, ou seja, aqueles que 
não forem brasileiros natos ou naturalizados, à exceção dos portugueses nos casos de reci-
procidade, não podem requerer o ingresso no cadastro de eleitores. Na verdade, o português 
é o único estrangeiro, que, enquanto estrangeiro, pode se alistar no Brasil. A nenhum outro 
estrangeiro, ainda que oriundo de países de língua portuguesa, será admissível o alistamento 
eleitoral e o exercício de direitos políticos no Brasil.
O CE, em seu art. 5º, inciso II, prescreve ainda que o alistamento é vedado àqueles que 
não saibam exprimir-se em língua nacional. Esse inciso está revogado. Veja o seguinte 
julgado do TSE:
Consoante o § 2º do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores somente é 
imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, aos cons-
critos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe em face da incapacidade abso-
luta nos termos da lei civil.
Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada a facultati-
vidade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo 14 da CF, não há como entender recep-
cionado preceito de lei, mesmo de índole complementar à Carta Magna, que imponha 
restrição ao que a norma superior hierárquica não estabelece.
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Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja previsto na Lei Maior, 
por caracterizar restrição indevida a direito político, há que afirmar a inexigibilidade de 
fluência da língua pátria para que o indígena ainda sob tutela e o brasileiro possam alis-
tar-se eleitores.
Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela Constituição Fede-
ral de 1988. (PA n. 19.840, rel. Min. Fernando Gonçalves, DJe de 20/8/2010).
Pronto. Finalizamos a primeira parte da aula, que cuidou de temas gerais acerca do alis-
tamento eleitoral.
Doravante, vamos, com base Res.-TSE n. 21.538/2003, detalhar o procedimento de alis-
tamento eleitoral.
4. qualiFiCação e insCrição do eleitor
O alistamento se faz por meio da qualificação e inscrição do eleitor. Somente com a rea-
lização dessas duas etapas ter-se-á sua consumação (art. 42, CE).
A qualificação se consubstancia na demonstração, perante a Justiça Eleitoral,
dos dados que habilitam o eleitor a integrar o corpo eleitoral.
A inscrição, por sua vez, é a introdução do nome do eleitor no corpo de eleitores, por meio 
de decisão do juiz eleitoral após a verificação do preenchimento dos requisitos.
4.1. proCedimento
Vamos entender como se concretizam as duas etapas do alistamento eleitoral: a qualifi-
cação e a inscrição.
4.1.1. Do Pedido de Inscrição Eleitoral
Para realizar o pedido de alistamento, basta o pretenso eleitor dirigir-se ao cartório elei-
toral ou posto de alistamento de seu domicílio eleitoral, no prazo de até 151 dias anteriores à 
data da eleição, conforme estabelece o art. 91, Lei n. 9.504/1997.
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Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 
cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
Dentro dos 150 dias antes da data das eleições, haverá o chamado período de estabili-
zação do cadastro eleitoral. Essa definição do quadro de eleitores em período razoável antes 
do pleito, é condição essencial para que a Justiça Eleitoral possa, a tempo e modo, alocar 
recursos direcionados a montar a estrutura logística para a realização das eleições. Na linha 
de previsibilidade adotada, cumpre informar que nesse período também não poderá haver 
transferências eleitorais.
No momento de requerimento do alistamento eleitoral, o eleitor deverá apresentar um dos
seguintes documentos a fim de comprovar a nacionalidade brasileira, consoante dispõe o 
art. 13, Res. n. TSE 21.538/2003:
Carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controla-
dores do exercício profissional – segundo o TSE, no julgamento do PA n. 180681, facul-
ta-se aos indígenas que não disponham do documento de registro civil de nascimento a 
apresentação do congênere administrativo expedido pela FUNAI;
Certidão de nascimento ou casamento, extraída do Registro Civil;
Instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade mínima de 16 
anos e do qual constem, também, os demais elementos necessários à sua qualificação.
Certificado de quitação do serviço militar – Nos termos do parágrafo único do art. 13 da 
Res.-TSE n. 21.538/2003 é obrigatória a apresentação desse documento para os maio-
res de 18 anos do sexo masculino. Esse documento é exigido inclusive dos indígenas do 
sexo masculino maiores de 18 anos, no momento do alistamento eleitoral.
PROCESSO ADMINISTRATIVO. SOLICITAÇÃO. ALTERAÇÃO. NORMAS DE SERVIÇO. EXI-
GÊNCIA. APRESENTAÇÃO. COMPROVANTE. QUITAÇÃO MILITAR. INDÍGENAS “INTEGRA-
DOS”. GARANTIA. ALISTAMENTO ELEITORAL. DESINFLUÊNCIA. CATEGORIZAÇÃO. ATEN-
DIMENTO. PRECEITOS LEGAIS. APRESENTAÇÃO. DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA.
1. Os indígenas têm assegurado o direito de se alistar como eleitores e de votar, inde-
pendentemente de categorização prevista em legislação especial infraconstitucional, 
a partir dos dezesseis anos, desde que atendidos os preceitos legais regulamentadores 
da matéria, conforme orientação firmada por esta Corte Superior.
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2. Todo cidadão do sexo masculino, maior de dezoito anos, que comparece a unidade 
eleitoral – cartório, posto ou central de atendimento – com a finalidade de se alistar elei-
tor, deve apresentar, entre outros documentos, comprovante de quitação das obrigações 
militares, nos exatos termos do art. 44, II, do Código Eleitoral.
3. Tendo em conta a desinfluência da classificaçãoconferida ao indígena para esta Jus-
tiça especializada e a garantia constitucional relativamente a sua organização social, 
costumes, línguas, crenças e tradições (Constituição, art. 231), será solicitado, na hipó-
tese de requerer alistamento eleitoral, documento hábil obtido na unidade do serviço 
militar do qual se infira sua regularidade com as obrigações correspondentes, seja pela 
prestação, dispensa, isenção ou quaisquer outros motivos admitidos pela legislação de 
regência da matéria, em conjunto ou não com o do órgão competente de assistência que 
comprove a condição de indígena, ambos estranhos à órbita de atuação da Justiça Elei-
toral. (PA n. 1919-30/SP, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe de 10/2/2015).
Conquanto esse documento seja essencial para o alistamento eleitoral, o TSE já decidiu 
que não o é para a formalização de pedidos de transferência eleitoral, revisão de dados e de 
segunda via.
A regra é que basta apenas um dos documentos listados anteriormente. Entretanto, para 
os maiores de 18 anos do sexo masculino, é obrigatória a apresentação do certificado de qui-
tação do serviço militar. Essa exceção foi recentemente objeto de concurso público e poderá 
vir a ser, novamente, cobrada nos próximos.
Apresentada essa documentação no cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o ser-
vidor da Justiça Eleitoral preencherá, na presença do eleitor, o Requerimento de Alistamento 
Eleitoral – RAE ou digitará as informações no sistema de acordo com a documentação entre-
gue, complementando com outras informações pessoais do indivíduo, em conformidade com 
as exigências do processamento de dados.
No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua preferência sobre 
local de votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral. Não poderá, portanto, escolher 
local de votação pertencente a outra zona eleitoral.
Após o preenchimento do RAE e juntada dos documentos, encaminha-se o requerimento 
para apreciação do juiz eleitoral.
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Antes, porém, de estudarmos a fase de análise do pedido, cumpre informar que o TSE 
promoveu importantes acréscimos na Res.-TSE n. 21.538/2003, autorizando que travestis ou 
transexuais se candidatem com o chamado “nome social”. Para que isso seja possível, a in-
clusão do nome social deve ser realizada, a tempo e modo, no cadastro eleitoral, razão pela 
qual esta matéria será agora estudada.
Uso do Nome Social
O uso do nome social foi introduzido pelo TSE no PA n. 0600240-04, Dje de 2/4/2018, que 
acrescentou o art. 9-A e seus parágrafos à Res.-TSE n. 21.538/2009.
Nos termos do art. 9-A, § 1º, da citada resolução, considera-se nome social a designação 
pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida, conside-
rando que a identidade de gênero como dimensão da identidade de uma pessoa diz respeito 
à forma como a pessoa se relaciona com as representações de masculinidade e feminilidade 
e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar necessária relação com o sexo bio-
lógico atribuído ao nascimento.
Em respeito aos direitos dessas pessoas, elas podem, no momento do alistamento elei-
toral ou de atualização de seus dados no cadastro eleitoral, requerer que a inscrição eleitoral 
seja realizada com o seu nome social e a sua identidade de gênero, desde que não seja ridí-
culo e não atente contra o pudor.
Uma vez deferida a inscrição eleitoral com o uso do nome social, o título eleitoral será 
expedido com essa designação.
O nome social e a identidade de gênero constarão do cadastro eleitoral em campos pró-
prios, preservados os dados do registro civil.
Entretanto, apesar da manutenção dos dados do registro civil no cadastro eleitoral do ci-
dadão que tenha requerido a inscrição com o uso do nome social e da identidade de gênero, 
a Justiça Eleitoral restringirá o acesso à divulgação dessas informações, com a finalidade de 
preservar a intimidade e a vida privada da pessoa.
Nesse caso, no âmbito do registro de um cidadão que se habilita ao uso do nome social, 
ter-se-á a seguinte situação:
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• internamente – nos sistemas internos da Justiça Eleitoral, haverá o registro do nome 
civil e do nome social do cidadão;
• externamente – esse cidadão será reconhecido e denominado apenas pelo seu 
nome social.
4.1.2. Da Análise do Pedido de Inscrição Eleitoral
Ao apreciar o requerimento de alistamento eleitoral, o juiz, se tiver dúvida quanto à iden-
tidade do requerente, comprovação de domicílio eleitoral na circunscrição ou sobre qualquer 
outro requisito para o alistamento, poderá converter o requerimento em diligência para que o 
solicitante esclareça ou complete a prova, fixando prazo razoável para tanto.
Esgotado o prazo da diligência, se houver, o juiz eleitoral decidirá sobre o pedido. Em se-
guida, viabilizará a publicidade dessa decisão por meio de edital publicado quinzenalmente 
(dias 1º e 15º de cada mês). No edital constarão os pedidos deferidos, os indeferidos e os 
convertidos em diligência.
Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição, caberá recurso interposto pelo 
alistando no prazo de cinco dias.
Do despacho que deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político no prazo 
de dez dias.
Ambos os prazos serão contados da colocação da mencionada listagem publicada por 
meio de edital, nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham 
sido exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem.
Deferido o pedido, ao eleitor será atribuído um número de inscrição eleitoral composto por 
12 dígitos, dentre os quais, parte dessa numeração, indica a unidade da federação em que foi 
realizado o alistamento eleitoral.
Resta, então, entregar ao eleitor o documento que materializa a inscrição eleitoral: o 
título eleitoral.
4.1.3. Da Entrega do Título Eleitoral
O título eleitoral é o documento oficial que comprova a cidadania brasileira. Todos os cida-
dãos, após serem inscritos, por determinação do juiz eleitoral, receberão esse título eleitoral.
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Em 2017, o TSE mudou as normas sobre a forma desse documento. Antes a Resolução-T-
SE n. 21.538/2003, de forma expressa, estabelecia os parâmetros a serem observados para a 
impressão e produção desse comprovante da cidadania brasileira.
Não obstante, atualmente, segundo o art. 22 da Resolução do Alistamento Eleitoral, o tí-
tulo eleitoral será confeccionado com informações, características, formas e especificações 
estabelecidas em um anexo da referida Resolução. Veja o novo modelo do Título Eleitoral:
Segundo o art. 4º da Resolução n. 23.562/2018, o modelo de título eleitoral impresso 
com base nas regras anteriores às alterações promovidas por esta resolução e pela Res.-TSE 
23538/2017 permanece válido e pode ser emitido enquanto houver disponibilidade de mate-
rial nas unidades da Justiça Eleitoral.
A data da emissão do título eleitoral não é a data de sua impressão, mas o dia em que o 
eleitor fez o requerimento (preencheu o RAE), nos seguintes casos: alistamento, transferên-
cia, revisão e segunda via.
Em regra, os títulos eleitorais são emitidos sob a coordenação das zonas eleitorais e, nes-
sa situação, serão assinados pelo juiz eleitoral. Contudo, os TRE’s podem autorizar a emissãoonline de títulos e, em situações excepcionais (revisão de eleitorado), recadastramento ou 
rezoneamento, desde que haja um rígido controle, com a impressão da assinatura do presi-
dente do Órgão.
Só é possível a emissão de título eleitoral por computador. Essa é uma determinação legal.
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Após a impressão do título, deve-se proceder a sua entrega ao eleitor. Essa entrega será 
sempre pessoal e, ainda, não é admitida a interferência de pessoas estranhas à Justiça Eleitoral.
Para a formalização da entrega, será emitido, juntamente com o título eleitoral, o Protoco-
lo de Entrega do Título Eleitoral – PETE. O PETE é um canhoto que, no ato da entrega, é desta-
cado pelo servidor da Justiça Eleitoral e deve ser assinado ou aposto com a digital do eleitor.
Finalizando o tema, dispõe o art. 26 da Res. TSE n. 21.538/2003 que o título eleitoral prova 
a quitação para com a Justiça Eleitoral até a data de sua emissão. Isso quer dizer que o título 
eleitoral só será emitido para o eleitor que estiver em dia com suas obrigações eleitorais. Caso 
o cidadão não esteja quite, o Juiz Eleitoral abrirá a oportunidade para a solução da pendência.
4.1.4. Fiscalização dos Partidos Políticos do Procedimento de Inscrição 
Eleitoral
Aos partidos políticos é dada a permissão legal de participar ativamente do processo de 
inscrição eleitoral de eleitores (art. 66, CE).
Além da possibilidade de apresentar recurso aos pedidos deferidos de alistamento elei-
toral, os partidos políticos, por meio dos seus delegados, podem, nos termos do art. 27 da 
Res.-TSE n. 21.538/2003, atuar ainda no início do processo de alistamento. Isso em face da 
permissão dada a eles de acompanhar todos os processos de inscrição e examinar, sem per-
turbação, os documentos relativos ao alistamento eleitoral, podendo deles tirar cópias.
Esse acesso aos dados do solicitante permite aos partidos políticos comunicar irregula-
ridades e omissões no momento em que se procede ao pedido de alistamento, solicitando o 
indeferimento de plano ou após realização de diligência que venha a confirmar eventual irre-
gularidade. Trata-se aqui de uma autêntica impugnação ao pedido de alistamento eleitoral.
Há, ainda, a possibilidade de os partidos políticos, por meio dos seus delegados, assumi-
rem a defesa do eleitor cuja inscrição esteja sendo questionada.
Para os fins do art. 27, os partidos políticos poderão manter até dois delegados perante 
o TRE e até três delegados em cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a 
atuação simultânea de mais de um delegado de cada partido.
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Na zona eleitoral, os delegados serão credenciados pelo juiz eleitoral. Os delegados creden-
ciados no TRE poderão representar o partido, na circunscrição, perante qualquer juízo eleitoral.
4.1.5. Segunda Via do Título Eleitoral
No caso de perda ou extravio do título, bem assim de sua inutilização ou dilaceração, 
o eleitor deverá requerer pessoalmente ao juiz de seu domicílio eleitoral que lhe expeça se-
gunda via, consoante dispõe o art. 19 da Res.-TSE n. 21.538/2003.
Na hipótese de inutilização ou dilaceração, o requerimento será instruído com a primeira 
via do título.
Em qualquer hipótese, no pedido de segunda via, o eleitor deverá apor a assinatura ou a 
impressão digital do polegar, se não souber assinar, na presença do servidor da Justiça Eleito-
ral, que deverá atestar a satisfação dessa exigência, após comprovada a identidade do eleitor.
Em ano eleitoral, admite-se a apresentação de pedido de emissão de segunda via do título 
eleitoral, desde que observados os seguintes prazos:
a) Até 10 dias antes do 1º turno da eleição, no Cartório Eleitoral da inscrição.
b) Até 60 dias antes do 1º turno da eleição, em qualquer Cartório Eleitoral, se o eleitor es-
tiver fora do seu domicílio.
5. transFerênCia eleitoral
A transferência eleitoral consiste na renovação do procedimento de inscrição do eleitor a 
ser realizado perante o juiz eleitoral de seu novo domicílio.
A ideia da transferência eleitoral é facilitar o exercício dos direitos políticos do cidadão, em 
razão da mudança/aquisição de um novo domicílio eleitoral, muito embora nada o obrigue a 
requerer a transferência. Não é incomum que o cidadão mude sua residência para outra cidade 
de forma definitiva, mas, em razão dos laços familiares, econômicos etc., mantenha sua ins-
crição eleitoral na antiga localidade e, nas eleições, retorne a ela para votar. Esse procedimento 
tem amparo legal, tendo em vista que é possível ter a possibilidade de escolha entre vários 
domicílios eleitorais ao mesmo tempo, seja por motivos familiares, econômicos, políticos etc. 
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De qualquer forma, uma vez definido o domicílio eleitoral, torna-se único e somente por meio 
do procedimento da transferência eleitoral será possível a mudança do domicílio eleitoral.
Para fins de alistamento eleitoral, a definição legal de domicílio eleitoral está hospedada 
no art. 42, parágrafo único, do CE:
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia 
do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
Muito embora a legislação faça referência a residência ou moradia, a jurisprudência cui-
dou de alargar bastante esse conceito.
No âmbito eleitoral, está assentado que esse conceito “é mais elástico do que no Direito 
Civil e se satisfaz com a demonstração de vínculos políticos, econômicos, sociais ou fami-
liares” (REspe 374-81, rel. Min. Marco Aurélio, red. para o acórdão Ministro Dias Toffoli, DJe 
de 4/8/2014).
Nesse sentido, confira um julgado que reconheceu o domicílio eleitoral com base em la-
ços políticos do cidadão:
RECURSO ESPECIAL. TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL. VÍNCULO POLÍTICO. 
SUFICIÊNCIA. PROVIMENTO.
1. A jurisprudência desta Corte se fixou no sentido de que a demonstração do vínculo 
político é suficiente, por si só, para atrair o domicílio eleitoral, cujo conceito é mais elás-
tico que o domicílio no Direito Civil
2. Recurso especial provido. (REspe n. 85-51/CE, rel. Min. Luciana Lóssio, Dje de 
7/5/2014).
No mesmo sentido, confira julgado em que reconhecido o domicílio eleitoral decorrente de 
vínculo familiar:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DOMICÍLIO ELEITORAL. CONCEITO 
ELÁSTICO. TRANSFERÊNCIA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 
55, § 1º, III, DO CÓDIGO ELEITORAL. NÃO PROVIMENTO.
1. Na espécie, a declaração subscrita por delegado de polícia constitui requisito sufi-
ciente para comprovação da residência do agravado e autoriza a transferência de seu 
domicílio eleitoral, nos termos do art. 55, § 1º, III, do CE.
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2. O TSE já decidiu que o conceito de domicílio no Direito Eleitoral é mais elástico do que 
no Direito Civil e satisfaz-se com a demonstração de vínculo político, social ou afetivo. 
No caso, o agravado demonstrou vínculo familiar com o Município de Barra de Santana/
PB, pois seu filho reside naquele município. (AgR/AI n. 72-86/PB, rel. Min. Nancy Andri-
ghi, DJe de 14/3/2013).
Conquantose possa ter vários domicílios eleitorais, somente é admitida uma única inscri-
ção eleitoral ativa, devendo o cidadão escolher, entre eles, qual se inscreverá.
A transferência pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
• de um local de votação para outro, em município diverso do seu, mesmo que dentro da 
mesma zona eleitoral;
• de um município para outro dentro do mesmo Estado;
• de um estado para outro dentro do país;
• do exterior para o Brasil;
• do Brasil para o exterior (sob a responsabilidade da 1ª Zona do Distrito Federal);
• de uma zona do exterior para outra também no exterior (sob a responsabilidade da 1ª 
Zona do distrito Federal).
5.1. requisitos legais para requerer a transFerênCia eleitoral
A transferência somente será admitida se satisfeitas as exigências contidas no art. 18 da 
Res.-TSE n. 21.538/2003:
• recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido 
pela legislação vigente;
• residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as penas da lei, pelo 
próprio eleitor;
• transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;
• prova de quitação eleitoral.
5.1.1. Recebimento do Pedido de Transferência Eleitoral no Cartório do Novo 
Domicílio no Prazo Legal
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O primeiro requisito diz respeito à necessidade de o pedido ser dirigido ao juiz eleitoral do 
novo domicílio, no prazo de até 151 dias anteriores à data da eleição, conforme estabelece o
art. 91, Lei n. 9.504/1997.), estando revogado o prazo de até 100 dias, constante no art. 55, 
§ 1º, I, CE.
5.1.2. Domicílio Mínimo de Três Meses no Local
Muito embora a lei remeta à necessidade de o cidadão possuir residência mínima de 3 
meses no novo domicílio, a exigência se refere ao domicílio eleitoral que, como já vimos, pode 
ser obtido mesmo que o cidadão não resida na localidade.
O art. 53, § 1º, III, do CE dispõe que o cumprimento dessa exigência pode ser atestado pela 
autoridade policial ou provada por outros meios convincentes.
Logo, para comprovar esse requisito é aceita, dentre outras provas, a declaração firma-
da pelo próprio interessado, conforme autoriza o art. 1º da Lei n. 7.115/1983. Segundo esse 
dispositivo legal a declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza, depen-
dência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo próprio inte-
ressado ou por procurador bastante, e sob as penas da lei, presume-se verdadeira. O TSE 
afastou qualquer dúvida a respeito da aplicação desta lei, ao apreciar o PA n. 107-46/CE. 
No acórdão assentou que as regras de direito probatório da Lei n. 7.115/1983 se aplicam ao 
processo eleitoral.
Malgrado seja aceita a declaração de próprio punho, o juiz eleitoral, na dúvida, pode re-
querer prova documental ou mesmo determinar que sejam feitas diligências por oficial de 
justiça para se certificar da veracidade das informações prestadas à Justiça Eleitoral.
Consoante dispõe o art. 18, § 1º, da Res.-TSE, a exigência de residência por, pelo menos, 
3 meses no novo domicílio não se aplica à transferência de título eleitoral de servidor público 
civil, militar, autárquico ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência, 
no interesse da Administração.
Exemplo: imagine que Antônio, servidor público federal, seja removido, no interesse da Admi-
nistração, da cidade de Brasília para a cidade de Belo Horizonte. Em razão disso, Antônio e 
sua esposa, Maria, providenciam sua mudança para a nova cidade.
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
Passados um mês da mudança, Maria se dirige ao cartório eleitoral em Belo Horizonte e requer 
a transferência eleitoral do seu título de eleitor.
Mesmo não sendo servidora pública, o juiz eleitoral deferirá o pedido, sob o fundamento de 
que a mudança de domicílio de Maria decorreu da remoção de seu marido para Brasília, na 
condição de servidor público.
Sublinho que não se aplica essa exceção se a transferência do servidor público ocorrer 
por ato de vontade própria, devendo neste caso serem observados os prazos mínimos para 
requerer a transferência da inscrição eleitoral. Nesse sentido:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. NULIDADE DA DECISÃO 
MONOCRÁTICA. INOCORRÊNCIA. ALISTAMENTO ELEITORAL. TRANSFERÊNCIA DE 
DOMICÍLIO ELEITORAL. ART. 55, § 2º, DO CÓDIGO ELEITORAL. SERVIDOR PÚBLICO. 
REMOÇÃO. EXCEÇÃO NÃO CARACTERIZADA. INAPLICABILIDADE. DECISÃO MANTIDA 
PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. DESPROVIMENTO.
1. O servidor público transferido para outro domicílio eleitoral, por ato de sua vontade 
própria, não o isenta do preenchimento dos requisitos previstos no art. 55, I, II e III, do 
Código Eleitoral, sob pena de grave ofensa ao princípio da isonomia, por conceder a uma 
categoria de trabalhadores benesses não oferecidas aos demais eleitores.
3. In casu, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, ao examinar o conjunto probató-
rio dos autos, assentou que “o recorrente não comprovou que a sua transferência tenha 
sido determinada no interesse da Administração, pressuposto para ser beneficiário da 
benesse legal”. (REspe n. 124-17/AM, rel. Min. Luiz Fux, Dje de 8/9/2016).
5.1.3. Decurso de Prazo de Pelo Menos Um Ano do Alistamento ou da Última 
Transferência
O terceiro requisito se refere à necessidade de ser observado o decurso de prazo de pelo 
menos 1 ano do alistamento ou da última transferência do solicitante.
Esse requisito também não é exigido do servidor público civil, militar, autárquico ou de 
membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência, no interesse da Administra-
ção. Se a transferência ocorrer por vontade própria do servidor, ele terá que observar o prazo 
mínimo estabelecido.
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Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
6. Comprovação da quitação eleitoral e apresentação do título 
eleitoral
O quarto e último requisito exige a necessidade de o cidadão, o ato do requerimento de 
transferência, comprovar que está quite com a Justiça Eleitoral, entregando seu título de elei-
tor e provando está quite com a Justiça Eleitoral.
6.1. quitação eleitoral
A quitação eleitoral é comprovada com a apresentação da certidão de quitação eleitoral. 
O conteúdo dessa certidão está descrito no art. 11, § 7º, da Lei n. 9.504/1997:
Art. 11, § 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos di-
reitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para 
auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, 
pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de contas de campanha eleitoral.
Não terá direito à certidão de quitação eleitoral aquele que não comprovar o regular exer-
cício do voto, que, como se sabe, é obrigatório no Brasil, bem como, aquele que não atender à 
convocação da Justiça eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, como, por exem-
plo, ser mesário no dia das eleições.
De igual modo, deverá ser negada a entrega do documento para aquele que tiver em aber-
to multas eleitorais/administrativas aplicadas pela Justiça Eleitoral.
No que concerne à apresentação de contas de campanha como requisito para obtenção 
da certidão de quitação eleitoral, temos que antes da edição da Lei n. 12.034/2009, que alte-
rou o art. 11, § 7º, da Lei n. 9.504/1997, somente estava quite coma Justiça Eleitoral aquele 
que candidato que tinha as suas contas aprovadas.
Com a novel legislação, basta o candidato apresentar as contas de campanha para estar 
quite com a Justiça Eleitoral, ainda que elas venham a ser julgadas desaprovadas. Nesse sen-
tido, confira a Súmula 57 do TSE:
Súmula n. 57
A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da quitação elei-
toral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei n. 9.504/1997, pela 
Lei n. 12.034/2009.
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Quando o candidato não apresentar suas contas, ficará impedido de obter a certidão de 
quitação eleitoral pelo período correspondente ao mandato pelo qual concorreu, persistindo 
esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresentação das contas. É o teor da Súmula 
n. 42 do TSE:
Súmula n. 42 
A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato de obter a 
certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual concorreu, persistindo 
esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresentação das contas.
Saliento que, uma vez assentado o trânsito em julgado da decisão de não prestação de 
contas, o candidato ficará impedido de obter a certidão de quitação eleitoral durante todo o 
mandato pelo qual concorreu, ainda que entre o trânsito em julgado das contas e o final do 
mandato apresente as contas.
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDA-
TURA. VEREADOR. QUITAÇÃO ELEITORAL. AUSÊNCIA. CONTAS DE CAMPANHA NÃO 
PRESTADAS.
1. A conclusão do Tribunal Regional Eleitoral, ao manter o indeferimento do registro do 
candidato, está em consonância com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral no 
sentido de que a apresentação das contas de campanha após o trânsito em julgado da 
decisão que as julgou não prestadas não afasta a ausência da condição de elegibilidade 
referente à quitação eleitoral, pois a apresentação somente será considerada no final da 
legislatura, para a regularização do cadastro eleitoral.
2. A Súmula 42 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que “a decisão que julga não presta-
das as contas de campanha impede o candidato de obter a certidão de quitação eleito-
ral durante o curso do mandato ao qual concorreu, persistindo esses efeitos, após esse 
período, até a efetiva apresentação das contas”.
Agravo regimental a que se nega provimento. (REspe n. 459-96/, rel. Min. Henrique Neves 
da Silva, DJe de 18/10/2016).
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DIREITO ELEITORAL
Por evidente, se o candidato apresentar suas contas, ainda que após o trânsito em julga-
do da decisão de não apresentação de contas, ao final do mandato estará, em relação a este 
item, quite com a Justiça Eleitoral.
Contudo, se o candidato persistir no desinteresse em apresentar as contas, a vedação à 
obtenção da certidão de quitação eleitoral irá persistir pelo tempo correspondente à omissão. 
É o que afirma a parte final da Súmula 42 do TSE.
Para não restar qualquer dúvida, vamos a um exemplo:
Exemplo: se um candidato a deputado federal participou das eleições de 2018 e não prestou 
contas, tendo essa decisão transitada em julgado, ficará sem quitação eleitoral até o fim do 
ano de 2022.
Se após o trânsito em julgado da decisão que assentou a não prestação de contas, ele tenha 
apresentado as contas, ficará sem quitação até o final de 2022, momento em que, automati-
camente, estará autorizado a obter a certidão de quitação eleitoral.
Se após o trânsito em julgado da decisão que assentou a não prestação de contas permane-
ceu omisso, a vedação à obtenção da certidão de quitação eleitoral não findará com o término 
do mandato pelo qual concorreu, ou seja, em 2022. A omissão continuará produzindo seus 
efeitos até que ele apresente as contas.
Por último, não fará jus ao documento de quitação eleitoral aquele que estiver tiver perdi-
do ou suspenso seus direitos políticos.
Haverá a perda ou a suspensão dos direitos políticos, nas hipóteses estão listadas no 
art. 15 da CF/1988:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos ca-
sos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do 
art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
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Segundo a doutrina majoritária, ocorre a suspensão dos direitos políticos nas seguintes 
hipóteses:
• incapacidade civil absoluta;
• condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
• improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, da CF/1988;
• recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação social alternativa.
Entre as hipóteses elencadas no art. 15 da CF/1988, a doutrina majoritária elenca como 
causa de perda dos direitos políticos o cancelamento da naturalização por sentença transi-
tada em julgado.
Nos termos do art. 51 da Res.-TSE n. 21.538/2003, tomando conhecimento de fato en-
sejador de inelegibilidade ou de suspensão de inscrição por motivo de suspensão de direitos 
políticos ou de impedimento ao exercício do voto, a autoridade judiciária eleitoral determinará 
a imediata atualização do cadastro, ou sendo a notícia referente a eleitor inscrito em zona 
eleitoral diversa, comunicará o fato ao juiz eleitoral responsável pela zona eleitoral do inscrito 
para assim proceder.
Quando se tratar de pessoa não inscrita perante a Justiça Eleitoral ou com inscrição can-
celada no cadastro, o registro será feito diretamente na base de perda e suspensão de direitos 
políticos pela Corregedoria Regional Eleitoral que primeiro tomar conhecimento do fato.
Comunicada a perda de direitos políticos pelo Ministério da Justiça, a Corregedoria-Geral 
providenciará a imediata atualização da situação das inscrições no cadastro e na base de 
perda e suspensão de direitos políticos.
Já no art. 52 da multicitada resolução do TSE, a regularização de situação eleitoral de 
pessoa com restrição de direitos políticos somente será possível mediante com provação de 
haver cessado o impedimento.
São considerados pelo texto regulamentar documentos comprobatórios de reaquisição 
ou restabelecimento de direitos políticos:
I – Nos casos de perda:
decreto ou portaria;
comunicação do Ministério da Justiça.
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II – Nos casos de suspensão:
para interditos ou condenados: sentença judicial, certidão do juízo competente ou outro documento;
para conscritos ou pessoas que se recusaram à prestação do serviço militar obrigatório: Certifica-
do de Reservista, Certificado de Isenção, Certificado de Dispensa de Incorporação, Certificado do 
Cumprimento de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obri gatório, Certificado de Conclusão do 
Curso de Formação de Sar gentos, Certificado de Conclusão de Curso em Órgão de Formação da 
Reserva ou similares;
para beneficiários do Estatuto da Igualdade: comunicação do Ministério da Justiça ou de reparti-
ção consular ou missão diplomática competente, a respeito da cessação do gozo de direitos polí-
ticos em Portugal, na forma da lei.
Por fim, para fechar esse tópico, cumpre informar que não comprovada a condição de elei-
tor, com a entrega do título eleitoral, ou a quitação para com a Justiça Eleitoral, o juiz eleitoral 
arbitrará, desde logo, o valor da multa a ser paga.
6.2. proCedimento da transFerênCia eleitoral
Após a entrega a comprovação dos requisitos e entrega da documentação da documen-
tação exigida, o juiz eleitoral despachará o pedido de transferência eleitoral. Na sequência, 
o cartório colocará à disposição dos partidos políticos, nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no 
primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao requerente antes dessas datas 
e mesmo que os partidos não as consultem, relação de inscrições atualizadas no cadastro, 
com os respectivos endereços, para fins de impugnação.
Do despacho que indeferir o requerimento de transferência, caberá recurso interposto pelo 
eleitor no prazo de cinco dias e, do que deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido 
político no prazo de dez dias, contados da publicação pelo cartório eleitoral da mencionada 
relação de inscrições atualizadas no cadastro eleitoral, consoante disposto no art. 18, §§ 4º 
e 5º, da Res.-TSE n. 21.538/2003.
6.3. CanCelamento da insCrição eleitoral
As inscrições eleitorais têm caráter de definitividade. Não obstante, existem algumas si-
tuações que podem ensejar o cancelamento da inscrição do eleitor. Essas hipóteses estão 
previstas no art. 71 do Código Eleitoral.
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6.4. inFração aos artigos 5º e 42 do Código eleitoral
Essa hipótese de cancelamento da inscrição eleitoral, inscrita no art. 71, I, do CE, alcan-
ça o eleitor que se alistou fora do seu domicílio (art. 42, CE), bem como aquele que violou o 
art. 5º do CE.
O art. 5º do CE estabelece:
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
I – os analfabetos; (Vide art. 14, § 1º, II, “a”, da Constituição/1988)
II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
III – os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.
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Lembro que os incisos I e II deste artigo não foram recepcionados pela CF/1988. Quanto 
ao primeiro inciso, relativo aos analfabetos, cito a ementa do leading case:
Agravo regimental. Candidata. Analfabetismo. Inelegibilidade. Adoção. Procedimento. 
Previsão.
Art. 28, § 4º, da Res.-TSE n. 21.608. Impossibilidade. Reexame de prova. Não-recepção. 
Art. 5º, inciso I, do Código Eleitoral. Alistamento e voto. Facultativo. Analfabeto. Art. 14, 
§ 1º, inciso II, alínea a, da CF/1988.
1- O art. 5º, inciso I, do Código Eleitoral não foi recepcionado pela Constituição Federal 
de 1988, na medida em que resta consagrado no art. 14, § 1º, inciso II, alínea a, do texto 
constitucional, que o alistamento e o voto dos analfabetos são facultativos.
Agravo regimental desprovido. (REspe n. 23291/GO, rel. Min. Caputo Bastos, PSESS DE 
4.10.2004).
Já em relação ao inciso II, sobre os que não saibam exprimir-se em língua nacional, eis o 
precedente do TSE:
CONSULTA. RECEBIDA COMO PROCESSO ADMINISTRATIVO. JUIZ ELEITORAL. TRE/AM. 
RECEPÇÃO. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARTIGO 5º, INCISO II, DO CÓDIGO ELEITORAL.
- Consoante o § 2º do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores somente é 
imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, aos cons-
critos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe em face da incapacidade abso-
luta nos termos da lei civil.
- Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada a faculta-
tividade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo 14 da CF, não há como entender recep-
cionado preceito de lei, mesmo de índole complementar à Carta Magna, que imponha 
restrição ao que a norma superior hierárquica não estabelece.
- Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja previsto na 
Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que afirmar a inexigi-
bilidade de fluência da língua pátria para que o indígena ainda sob tutela e o brasileiro 
possam alistar-se eleitores.
- Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela Constituição 
Federal de 1988.
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Em relação à hipótese do inciso III do art. 5º do CE, atinente aos os que estejam privados, 
temporária ou definitivamente dos direitos políticos, tal situação já está contemplada expres-
samente, como causa de cancelamento de inscrição eleitoral, no art. 71, II do CE.
Com efeito, neste tópico, temos como causa de cancelamento: i) o alistamento fora do 
domicílio eleitoral (art. 42 do CE) e ii) ainda que sobreposta com o art. 71, II, do CE, a perda ou 
suspensão dos direitos políticos (art. 5º do CE).
6.4.1. Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos
A segunda hipótese de cancelamento de inscrição eleitoral se relaciona com os casos de 
perda ou suspensão dos direitos políticos, elencados no art. 15 da CF/1988, tais como a inca-
pacidade civil absoluta (art. 15, II, CF), a condenação criminal transitada em julgado (art. 15, 
III, CF), a recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (art. 15, IV, 
CF) e a condenação por ato de improbidade administrativa (art. 15, V, CF). Em havendo perda 
ou suspensão de direitos políticos, têm-se, como consequência jurídica, o cancelamento da 
inscrição (art. 71, CE).
Neste ponto, faz-se oportuno uma observação. A doutrina majoritária e até mesmo a Res. 
n. TSE 21.538/2003, no seu art. 51, entende que, nos casos de suspensão de direitos, opera-se 
a suspensão da inscrição eleitoral e não o seu cancelamento. Todavia, as bancas de concurso, 
como CESPE, FCC e outras, vêm cobrando a literalidade do art. 71 do Código Eleitoral. Assim, 
nesses casos, para fins de concurso público, opera-se o cancelamento da inscrição eleitoral.
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6.4.2. Pluralidade de Inscrições Eleitorais
Outra hipótese de cancelamento da inscrição do eleitor ocorre quando se verifica que este 
possui mais de uma inscrição eleitoral.
A verificação dessa irregularidade com o objetivo de expurgar possíveis duplicidades ou 
pluralidades de inscrição se dá por meio do procedimento de batimento ou cruzamento das 
informações cadastrais, realizado pelo TSE, em âmbito nacional, nos termos do art. 33, Res. 
TSE n. 21.538/2003:
Art. 33. O batimento ou cruzamento das informações constantes do cadastro eleitoral terá como 
objetivos expurgar possíveis duplicidades ou pluralidades de inscrições eleitorais e identificar situ-
ações que exijam averiguação e será realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral, em âmbito nacional.
§ 1º As operações de alistamento, transferência e revisão somente serão incluídas no cadastro ou 
efetivadas após submetidas a batimento.
§ 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou pluralidade ficará sujeita a apreciação e de- cisão de 
autoridade judiciária.
§ 3º Em um mesmo grupo, serão sempre consideradas não liberadas as inscrições mais recentes,excetuadas as inscrições atribuídas a gêmeos, que serão identificadas em situação liberada.
§ 4º Em caso de agrupamento de inscrição de gêmeo com inscrição para a qual não foi indicada 
aquela condição, essa última será considerada não liberada.
Como produto desse procedimento de conferência, podem ser reveladas situações de du-
plicidade ou pluralidade de inscrições. A competência administrativa para regularização des-
sas pendências tem previsão legal no art. 41 da Res.-TSE n. 51.538/2003.
Nos termos desse dispositivo, detectada uma duplicidade de inscrição eleitoral, a com-
petência para a solução da irregularidade, na esfera administrativa, é do juiz eleitoral da zona 
em que efetuada a inscrição mais recente.
Se o caso for de pluralidade de inscrições, a competência, na esfera administrativa, é de-
finida da seguinte forma:
• detectada a pluralidade de inscrições em uma mesma zona eleitoral, a competência 
para solucionar a pendência, na esfera administrativa, é do juiz eleitoral da respectiva 
Zona. Aliás, não afasta a competência do juiz eleitoral para processar e julgar requeri-
mento de cancelamento de inscrição eleitoral o fato de, no curso da ação, ser requerida 
a transferência da inscrição para outra circunscrição. (AG n. 7179/SP, rel. Min. Caputo 
Bastos, DJ de 31.10.2006);
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• detectada a pluralidade em inscrições de zonas eleitorais diversas de uma mesma circuns-
crição (mesmo Estado), a competência desloca-se para a Corregedoria Regional Eleitoral;
• detectada a pluralidade em zonas eleitorais de circunscrições diversas (Estados dife-
rentes), a competência é da Corregedoria-Geral Eleitoral.
No procedimento de regularização de duplicidades/pluralidades de inscrição eleitoral, 
a autoridade competente realizará o cancelamento de uma ou mais delas, na seguinte ordem 
de preferência, estabelecida no art. 40, da Res.-TSE n. 21.538/2003:
A primeira inscrição a ser cancelada não é a mais antiga. Ao contrário, cancela-se a ins-
crição mais recente, efetuada em afronta às normas do alistamento.
Da decisão da autoridade competente acerca das duplicidades/pluralidades de inscrição 
eleitoral caberá, no prazo de 3 dias, recurso para as corregedorias regional e nacional, obser-
vado o seguinte:
DECISÃO RECURSO
JUIZ ELEITORAL DE SUA CIRCUNSCRIÇÃO AO CORREGEDOR REGIONAL ELEITORAL
CORREGEDOR REGIONAL ELEITORAL AO CORREGEDOR-GERAL ELEITORAL
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Confirmada ao final a existência de duas ou mais inscrições a um mesmo eleitor, além da 
correção administrativa, os autos deverão ser remetidos pela autoridade judiciária competen-
te ao Ministério Público Eleitoral, para averiguação de ilícito na esfera penal, excetuados os 
casos de evidente falha dos serviços eleitorais.
Não sendo cogitada a ocorrência de ilícito penal eleitoral a ser apurado, os autos deverão 
ser arquivados na zona eleitoral onde o eleitor possui inscrição regular.
Manifestando-se o Ministério Público Eleitoral pela existência de indício de ilícito penal 
eleitoral a ser apurado, o processo deverá ser remetido à Polícia Federal – autoridade compe-
tente para investigação de crimes eleitorais – para instauração de inquérito policial.
Concluído o inquérito policial, este deverá ser encaminhado, pela autoridade policial que o 
presidir, ao juiz eleitoral da zona eleitoral onde foi efetuada a inscrição mais recente, que é a 
autoridade competente para decidir o caso, nos termos do art. 44 da Res. n. TSE 21.538/2003.
Art. 44. A competência para decidir a respeito das duplicidades e pluralidades, na esfera penal, será 
sempre do juiz eleitoral da zona onde foi efetuada a inscrição mais recente.
6.4.3. Falecimento do Eleitor
Ainda sobre as hipóteses de cancelamento da inscrição eleitoral, temos o falecimento do 
eleitor, cuja ocorrência importa, por óbvio, no cancelamento da sua inscrição eleitoral.
Na prática, os oficiais de Registro Civil, sob pena de cometer o crime de perturbar ou im-
pedir de qualquer forma o alistamento, que tem pena de detenção de 15 dias a seis meses ou 
pagamento de 30 a 60 dias-multa, enviarão, até o dia 15 de cada mês, ao juiz eleitoral da zona 
em que oficiarem, comunicação dos óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, 
para cancelamento das inscrições.
A depuração do cadastro, com a finalidade de excluir inscrições atribuídas a pessoas fale-
cidas, deverá ser promovida em procedimentos específicos a partir das comunicações men-
sais de óbitos a que estão obrigados os cartórios de registro civil ou deflagrada de ofício pela 
Corregedoria-Geral, observados, em qualquer caso, o contraditório e a ampla defesa (RP n. 
649/RS, rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 18.3.2005).
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6.5. ausênCia de voto em três eleições ConseCutivas
Por fim, trazemos a hipótese de cancelamento relacionada à situação em que o eleitor 
deixar de votar em três eleições consecutivas.
O Código Eleitoral prevê, em seu art. 71, que o eleitor que deixar de votar em três eleições 
consecutivas terá a sua inscrição eleitoral cancelada. Trata-se de hipótese de cancelamento 
que tem a finalidade de manter atualizado o cadastro de eleitores da Justiça Eleitoral.
Na linha do que propugnado no art. 2º da Res.-TSE n. 23.594/2018, para fins de cômputo 
das eleições, serão consideradas as eleições com data fixada pela Constituição, ou seja, as elei-
ções ordinárias, bem como aquelas suplementares marcada pela Justiça Eleitoral ou mesmo 
referendos e plebiscitos. Exclui-se, contudo, aqueles pleitos que tenham sido anulados.
Essa hipótese de cancelamento não se aplica às inscrições atribuídas a eleitores cujo exercí-
cio do voto, por prerrogativa constitucional, é facultativo, consoante estabelece o art. 1º, §1º, da 
Res.-TSE n. 23.594/2018 (RP n. 649/RS, rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 18.3.2005).
Também não serão canceladas as inscrições atribuídas a pessoas portadoras de defici-
ência que torne impossível ou extremamente oneroso o cumprimento das obrigações eleito-
rais, no § 2º do art. 1º da mencionada resolução do TSE.
Outra forma de evitar o cancelamento da inscrição eleitoral por ausência do exercício do 
voto nas em três eleições consecutivas é justificar a ausência ocorrida ou, não realizando 
esse procedimento, pagar a multa correspondente.
Considerando a importância do procedimento de justificação para fins de concurso públi-
co, vamos estudá-lo com mais detalhes.
6.5.1. Procedimento de Justificação Eleitoral e da Multa
O procedimento de justificação eleitoral consiste basicamente na apresentação de ele-
mentos de prova que fundamentem o não exercício do voto pelo eleitor, podendo ser realizado 
quantas vezes for necessário.
Para os eleitores que estiverem no país na data das eleições, a justificação deverá ocorrer 
até 60 dias após a realização do pleito. Para os que estiverem no exterior, o prazo é de 30 dias 
contados do seu retorno ao país.
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Alistamento Eleitoral
DIREITO ELEITORAL
O procedimento de justificação está detalhado nos artigos 80 e seguintes da Res.-TSE n. 
21.538/2003, observando a sequência a seguir.
A justificação será

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