Resumo - Linguistica - Fonética

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UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO (ICSC) 
CURSO: LETRAS 
 
 
 
 
Disciplina: Linguística 
1º semestre de 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTEÚDO - FONÉTICA – CONCEITUAÇÃO E ELEMENTOS GERAIS 
 
Texto para estudo: SILVA, Thaís Cristófaro. Fonética. In: Fonética e 
fonologia do português. São Paulo: Contexto, 2008, pp. 23-47. 
 
Texto para estudo: Souza, Paulo Chagas de; Santos, Raquel Santana. 
“Fonética”. In: Fiorin, José Luiz (org.) Introdução à Linguística. Vol. 2. São 
Paulo: Contexto, 2008, pp. 9-27. 
 
Tópicos: O aparelho fonador; A produção dos sons da fala: respiração, voz, 
vozeamento/ desvozeamento, articulação; classificação articulatória; modo 
de articulação; zona de articulação 
_____________________________________________________________________ 
FONÉTICA é a ciência responsável pelo ESTUDO DOS SONS utilizados 
na linguagem humana. 
A FONÉTICA ARTICULATÓRIA é um dos principais ramos da 
FONÉTICA. 
A fonética articulatória tem como ponto de vista de análise os aspectos 
fisiólogicos e articulatórios da produção da fala. 
A fonética articulatória se encarrega da observação, descrição, classificação 
e transcrição dos sons produzidos. 
Classificação fonética dos sons 
De acordo com a fonética articulatória, os sons produzidos na 
linguagem humana são chamados FONES OU SEGMENTOS. 
Esses sons podem ser divididos basicamente em três grupos: 
consoantes, vogais e semivogais (ou glides). 
As transcrições fonéticas são feitas entre colchetes [ ] 
Ocupar-nos-emos com a descrição dos SONS DO PORTUGUÊS 
BRASILEIRO. 
 
APARELHO FONADOR 
É a parte do corpo humano com que produzimos os sons da fala. 
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Não tem como função primária a articulação de sons. Ele tem como funções 
primárias: engolir, mastigar, respirar, cheirar. 
 
Órgãos do corpo humano que participam da produção dos sons da fala: 
• Sistema articulatório: faringe, língua, dentes, lábios, nariz e palato. 
• Sistema fonatório: laringe (onde está a glote), com as cordas vocais. 
• Sistema respiratório: pulmões, músculos pulmonares, brônquios e a 
traqueia. 
 
No sistema fonatório, as cordas vocais são os músculos estriados, 
localizados na laringe, que podem obstruir a passagem da corrente de ar. 
Glote: espaço decorrente da não-obstrução das cordas vocais 
(músculos laríngeos ou pregas vocais). 
 
Segmentos consonantais 
As consoantes, ou segmentos consonantais, são sons produzidos com algum 
tipo de obstrução no trato vocal, de forma que há impedimento total ou 
parcial da passagem de ar. Esses sons são classificados de acordo com os 
seguintes critérios: 
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1. Modo de articulação 
2. Lugar de articulação 
3. Vozeamento 
4. Nasalidade / Oralidade 
 
A notação dos segmentos consonantais é feita do seguinte modo: 
 
Modo de articulação + Lugar de articulação + Vozeamento + Nasalidade 
/ Oralidade 
ESTADO DA GLOTE 
• Segmento consonantal DESVOZEADO (surdo): SEM vibração das 
cordas vocais durante a produção de um som. 
• Segmento consonantal VOZEADO (sonoro): COM vibração das 
cordas vocais durante a produção de um som. 
___________________________________________________________ 
POSIÇÃO DO VÉU PALATINO 
Sua posição determina a produção de sons ORAIS ou NASAIS. Observar a 
posição da úvula (campainha, sininho) 
LÁ: úvula levantada, o ar não passa para a cavidade nasal. Som oral. 
LÃ: úvula abaixada, o ar penetra na cavidade nasal, produz-se ressonância. 
Som nasal. 
M e N: véu palatino abaixado (consoantes nasais) // P e L : véu palatino 
levantado (consoantes orais) 
ARTICULADORES ATIVOS 
Papel ativo na articulação consonantal: 
Lábio inferior, língua, cordas vocais, véu palatino. 
ARTICULADORES PASSIVOS 
Papel passivo na articulação consonantal: 
Lábio superior, dentes superiores, palato duro, véu palatino, úvula. 
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Divisão do céu da boca: alvéolos, palato duro, palato mole (ou véu palatino) 
e úvula. 
A partir da posição do articulador ativo em relação ao passivo podemos 
definir: 
 
O LUGAR DE ARTICULAÇÃO dos segmentos consonantais 
1. BILABIAL 
2. LABIODENTAL 
3. DENTAL OU ALVEOLAR 
4. ALVEOPALATAL 
5. PALATAL 
6. VELAR 
7. GLOTAL 
 
MODOS DE ARTICULAÇÃO dos segmentos consonantais 
Relacionam-se ao tipo de obstrução da corrente de ar causada pelos 
articuladores durante a produção de um segmento. 
1. OCLUSIVAS: obstrução completa da passagem da corrente de ar, o 
véu palatino está levantado: pá, bar, tá, dá, cá, gol. 
 
2. AFRICADAS: fase inicial da produção do som: oclusão total, véu 
palatino levantado. Fase final: ocorre uma fricção decorrente da 
passagem central da corrente de ar. São consoantes orais: tia (tchia), 
dia (djia) 
 
3. FRICATIVAS: ocorre fricção decorrente da obstrução parcial da 
passagem da corrente de ar: fé, vá, sala, Zapata, chá, já, rata. 
 
4. NASAIS: o ar dirige-se às cavidades nasais, o véu palatino está 
abaixado: mar, nuvem, banho. 
 
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5. VIBRANTE SIMPLES OU TEPE: rápida obstrução da passagem da 
corrente de ar: cara, brava 
 
6. VIBRANTE MÚLTIPLA: o articulador ativo toca algumas vezes o 
articulador passivo causando vibração: marra, corra. 
 
7. RETROFLEXA: levantamento da língua em direção ao palato duro: 
bar, carta, porta. 
 
8. LATERAIS ou LÍQUIDAS: saída lateral da corrente de ar: lá, calha, 
mal. 
 
 
A notação dos segmentos consonantais é feita do seguinte modo: 
 
Modo de articulação + Lugar de articulação + Vozeamento + Nasalidade 
/ Oralidade 
Exemplo: [b] consoante oclusiva bilabial desvozeada oral 
 
SEGMENTOS VOCÁLICOS 
As vogais, ou segmentos vocálicos, são sons produzidos sem obstrução no 
trato vocal, de forma que a passagem de ar não é interrompida. Esses sons 
são classificados de acordo com os seguintes critérios: 
 
1. Altura da língua 
2. Anterioridade / Posterioridade da língua 
3. Arredondamento/Não arrendondamento dos lábios 
4. Nasalidade / Oralidade 
___________________________________________________________ 
 
> Aspectos para a descrição dos segmentos vocálicos 
1. Altura da língua: refere-se à posição vertical da língua durante a produção 
do segmento vocálico. 
 
 
 
 
 
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Vogais orais 
 
Altas i u 
Médias-altas ê ô 
Médias-baixas é ó 
Baixa a 
 
Vogais nasais 
Altas ĩ ũ 
Médias ẽ õ 
Baixa ã 
___________________________________________________________ 
2. Anterioridade/posterioridade da língua: refere-se à posição do corpo da 
língua na dimensão horizontal durante a articulação do segmento vocálico. 
 
Anteriores i , ê, é (parte da frente da cavidade bucal, vi, dê, é) 
Central a (parte central da cavidade bucal) 
Posteriores ó, ô, u (parte final da cavidade bucal, pó, avô, tu) 
____________________________________________________________ 
3. Arredondamento dos lábios 
Arredondadas: ó, ô, u (lábios arredondados) 
Não-arredondadas: é, ê, i, a (lábios estendidos) 
___________________________________________________________ 
4. Nasalidade / Oralidade 
Durante a articulação, o véu palatino se abaixa e parte do fluxo de ar penetra 
na cavidade nasal. O ar é, então, expelido pelas narinas e produz uma 
qualidade vocálica nasalizada. 
 
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Quanto ao papel das cavidades oral e nasal as vogais podem ser orais ou 
nasais: 
Segmentos vocálicos orais: a] [ɛ ] [ e ] [ i ] [ o ] [ɔ] [ u ] 
 
Segmentos vocálicos nasais: [ ã ] [ẽ ] [ĩ ] [ õ ] [ũ] 
 
Exemplos de palavras com segmentos vocálicos nasais: fã, lã, canto, 
campina, lâmpada, lento, limpo, vizinhança, bonde, pronunciamos, conde. 
____________________________________________________________ 
5. Quanto à intensidade 
 
Átonas: avó (pretônica), paga, tímido (postônica) 
A vogal átona é aquela que não recebe acento tônico. 
 
Tônicas: avó, paga, tímido 
A vogal tônica é aquela em que recai o acento tônico da palavra, com maior 
elevação da voz. 
 
PRETÔNICA:é a vogal que se encontra antes da sílaba tônica. 
POSTÔNICA: é a vogal que se encontra depois da sílaba tônica. 
 
SUBTÔNICA: em vocábulos de maior extensão fonética pode haver, além 
da tônica, uma vogal de grande intensidade: POLIDAMENTE, 
CEGAMENTE, LOUVAR-TE-EI 
 
A notação dos segmentos vocálicos é feita do seguinte modo: 
Altura da língua + Anteriodade / Posterioridade da língua + 
Arredondamento dos lábios 
 
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 [ i ] vogal alta anterior não arredondada oral 
 [ ĩ ] vogal alta anterior não arredondada nasal 
 [ e ] vogal média alta anterior não arredondada oral 
 [ ẽ ] vogal média anterior não arredondada nasal 
 [ ɛ ] vogal média baixa anterior não arredondada oral 
 [ a ] vogal baixa central não arredondada oral 
 [ ã ] vogal baixa central não arredondada nasal 
 [ ɔ ] vogal média baixa posterior arredondada oral 
 [ o ] vogal média alta posterior arredondada oral 
 [ õ ] vogal média posterior arredondada nasal 
 [ u ] vogal alta posterior arredondada oral 
 [ ũ] vogal alta posterior arredondada nasal 
 
___________________________________________________________ 
GLIDES OU SEMIVOGAIS 
 
Segmentos consonantais: obstrução total ou parcial da corrente de ar. 
Segmentos vocálicos: não há obstrução na passagem da corrente de ar. 
 
Glides ou semivogais: podem apresentar características fonéticas de 
segmentos vocálicos ou consonantais. É a função dos segmentos na estrutura 
sonora que justifica a análise mais adequada para os glides em cada língua 
em particular. Em português, classificam-se os glides como segmentos 
vocálicos. Vogais sem proeminência acentual nos ditongos. 
 
Ditongo: é o encontro de uma vogal e de uma semivogal, ou vice-versa, na 
mesma sílaba. 
 
VOGAL + SEMIVOGAL (OU GLIDE): há um movimento contínuo e 
gradual da língua entre duas posições articulatórias vocálicas: de [a] até [i] 
 
EX.: PAI, LEI, CÁRIE, ÁGUA. 
 
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• pAi : segmento [ a ] > o núcleo da sílaba 
 [ j ] > glide ou semivogal 
 
Ditongo x sequência de vogais 
Um ditongo distingue-se de uma sequência de vogais pelo fato de o ditongo 
ocorrer em uma única sílaba enquanto, na sequência de vogais, cada vogal 
ocorre em sílaba diferente. 
PAIS X PAÍS 
 
Para caracterizar o glide nos ditongos utilizamos os símbolos [ j ] ou [ w ] 
 
[ j ] ou [ w ] distinguem-se de [ i ] e [ u ] 
pelo menor esforço muscular na produção dos sons. 
 
Ditongo crescente: proeminência acentual na segunda vogal [ ] 
A SEMIVOGAL VEM ANTES DA VOGAL: ÁGUA, CÁRIE, MÁGOA, 
PÁTRIA, MÉDIO. 
 
Ditongo decrescente: proeminência acentual na primeira vogal [ ] 
A SEMIVOGAL VEM DEPOIS DA VOGAL: PAI, MÃE, REI, TRAIDOR, 
JEITO. 
 
	UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
	INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO (ICSC)
	CURSO: LETRAS
	Disciplina: Linguística
	1º semestre de 2018
	FONÉTICA é a ciência responsável pelo ESTUDO DOS SONS utilizados na linguagem humana.
	Classificação fonética dos sons
	De acordo com a fonética articulatória, os sons produzidos na linguagem humana são chamados FONES OU SEGMENTOS.
	Esses sons podem ser divididos basicamente em três grupos: consoantes, vogais e semivogais (ou glides).
	Segmentos consonantais
	POSIÇÃO DO VÉU PALATINO
	Sua posição determina a produção de sons ORAIS ou NASAIS. Observar a posição da úvula (campainha, sininho)
	LÁ: úvula levantada, o ar não passa para a cavidade nasal. Som oral.
	LÃ: úvula abaixada, o ar penetra na cavidade nasal, produz-se ressonância. Som nasal.
	M e N: véu palatino abaixado (consoantes nasais) // P e L : véu palatino levantado (consoantes orais)
	ARTICULADORES ATIVOS
	Papel ativo na articulação consonantal:
	Lábio inferior, língua, cordas vocais, véu palatino.
	ARTICULADORES PASSIVOS
	Papel passivo na articulação consonantal:
	Lábio superior, dentes superiores, palato duro, véu palatino, úvula.
	Divisão do céu da boca: alvéolos, palato duro, palato mole (ou véu palatino) e úvula.
	A partir da posição do articulador ativo em relação ao passivo podemos definir:
	O LUGAR DE ARTICULAÇÃO dos segmentos consonantais
	1. BILABIAL
	2. LABIODENTAL
	3. DENTAL OU ALVEOLAR
	4. ALVEOPALATAL
	5. PALATAL
	6. VELAR
	MODOS DE ARTICULAÇÃO dos segmentos consonantais
	Relacionam-se ao tipo de obstrução da corrente de ar causada pelos articuladores durante a produção de um segmento.
	SEGMENTOS VOCÁLICOS