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Módulo 8 - Modernismo e Tendências Contemporâneas

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19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/26
MODERNISMO
 
Texto 1- Contexto histórico e artístico
 O início do século XX foi marcado por mudanças profundas, de cunho
social, cultural e político , que já germinavam há algum tempo. Em 1914, temos a
eclosão da Primeira Guerra Mundial que modificou o mapa político e econômico
mundial. Surgem grupos de anarquistas, organizam-se sindicatos de
trabalhadores. Em 1917 ocorre a Revolução Russa e o fortalecimento do
comunismo que contestaria o capitalismo ocidental. Em 1939, mais uma guerra
abala o mundo, a Segunda Guerra Mundial.
 Paralelamente a momentos tão turbulentos, principalmente entre guerras,
surgiram as vanguardas artísticas europeias, movimentos inovadores que
mudaram o panorama das artes em todo o mundo. Esses movimentos eram
diferentes entre si, mas em comum carregavam o desejo de romper com a
herança cultural , com as tradições e os padrões acadêmicos já envelhecidos.
 Estudar as vanguardas europeias é fundamental para entendermos a
literatura modernista, não só em Portugal, mas também no Brasil.Existem várias,
mas as que, diretamente influenciam a obra de Fernando Pessoa são o Cubismo e
o Futurismo.
Cubismo
 Surge em 1907 e designava, nas artes plásticas, um modo de expressão que
revirava, através de planos geométricos, elementos da realidade. Na literatura,
caracteriza-se pelo ilogismo(falta de lógica), pelo humor e pela simultaneidade. O
maior mestre do Cubismo foi Pablo Picasso.
Futurismo
 Idealizado por Fillippo Marinetti, o futurismo surge 1909, com uma sequência de
manifestos que valorizavam as transformações tecnológicas, como os automóveis
e aviões , e promoviam a aniquilação de museus e bibliotecas, representantes do
passado cultural. Infelizmente, demonstravam também um louco fascínio pelas
guerras.
Questão 1: Observe os quadros a seguir. Qual pode ser considerado
cubista? Qual é Futurista ?
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/26
 
 
 FONTE:
http://www.brasilescola.com/artes
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u484306.shtml
 
Resposta: O primeiro quadro é futurista, pois apresenta uma imagem
disforme, representando uma máquina, valorizando o progresso. O
segundo quadro é cubista e pertence ao pintor Pablo Picasso. Podemos
observar as imagens geométricas e a superposição de planos, ordenados
de maneira ilógica.
 
Texto 2: Orfismo (1915 – 1927)
 O modernismo português possui 3 fases: Orfismo , Presencismo e
Neorrealismo. Contudo, alguns teóricos já consideram o Neorrealismo como parte
do Pósmodernismo. Vale lembrar que no Presencismo pregava-se a “arte pela
arte”, mais preocupa com os aspectos estéticos, já o Neorrealismo defendia uma
literatura engajada, com preocupações sociais
 O modernismo inicia-se em Portugal com a publicação da revista Orpheu
em 1915, fundada por Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Luís de Montalvor,
entre outros, por isso, essa primeira fase é conhecida por Orfismo (1915-1927).
Inicialmente, os modernistas tinham como objetivo romper com a literatura
tradicional e com a formas convencionais, através do escândalo e da irreverência,
contudo não possuíam um programa estético-literário definido. A grande
http://www.brasilescola.com/artes
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u484306.shtml
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/26
revolução cultural que pretendiam não alcançou os resultados que esperavam e
passaram quase desapercebidos pelo grande público em sua época.
 Um dos grandes poetas modernistas portugueses foi Mário de Sá-
Carneiro (1890-1916).Em 1912, ingressou no curso de Direito em Paris, mas em
1914 volta para Lisboa de férias e abanda seus estudos para se dedicar
exclusivamente à literatura, lançando com Fernando Pessoa a Revista Orpheu em
1915, dando início ao Modernismo em Portugal. Em 1916, com apenas 26 anos,
em depressão, suicidou-se em um hotel de Paris.
Obras poéticas: Dispersão (1914), Indícios de Oiro (1937). Obras de ficção: A
Confissão de Lúcio (1914) e Céu em Fogo (1915).
 Alguns de seus poemas são bastante melancólicos, subjetivos, centrados
no “EU”, apresentando ainda características decadentes-simbolistas. Veja um
trecho de Dispersão:
 
Dispersão
 
PERDI-ME dentro de mim 
Porque eu era labirinto, 
E hoje, quando me sinto, 
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
 Na ânsia de ultrapassar, 
Nem dei pela minha vida...
 
Questão 2 - Identifique, nas alternativas abaixo, uma das temáticas de
Mário de Sá-Carneiro:
1. Luta entre a realidade e o sonho;
2. Angústia existencial e a busca de si mesmo;
3. Amor platônico e busca de si mesmo;
4. Angústia existencial e idealização amorosa
5. Busca de si mesmo e idealização amorosa.
 
Resposta B- A temática de Mário de Sá Carneiro concentra-se no egocentrismo e na busca
de si mesmo, em um clima decadente.
 
Texto 3- Fernando Pessoa ele mesmo
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (1888-1935), considerado por muitos como o
maior poeta português, nasceu em Lisboa, mas , após o falecimento de seu pai,
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https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/26
mudou-se com a mãe e o padrasto para Durban, África do Sul, onde passou sua
infância e parte da adolescência. Freqüentou várias escolas, recebendo uma
educação inglesa. Regressou a Portugal em 1905 fixando-se em Lisboa, onde
iniciou uma intensa atividade literária. Esforçou-se por renovar a literatura
portuguesa através da criação da revista Orpheu, veículo de novas ideias e novas
estéticas. Colaborou em várias revistas e, em 1934, ganhou segundo lugar do
concurso literário promovido pelo Secretariado de Propaganda Nacional, categoria
B, com a obra Mensagem, que publicou no mesmo ano. Faleceu em 1935,com 47
anos. A maior parte de suas obras foi publicada após sua morte.
 ( fonte: Projecto Vercialhttp://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/pessoa.htm)
 
Para termos a dimensão do impacto da obra pessoana a Literatura Portuguesa,
basta dizer que esta pode ser dividida em três grandes blocos:
1-Antes de Camões
2- Após Camões
3- Após Fernando Pessoa
 
Assim, a produção literária de Fernando Pessoa é riquíssima e redimensionou a
cultura portuguesa. Ele incorporou as formas tradicionais da lírica portuguesa e 
conseguiu ultrapassá-las de forma extremamente criativa. Participou inicialmente
do Saudosismo (movimento que visava resgatar as tradições portuguesas),
superou-o e difundiu outras tendências vanguardistas como o Paulismo,
Interseccionismo e Sensacionismo.
Em sua poesia experimental, criou diversas “personalidades poéticas”, “máscaras”,
como personagens em uma peça teatral, os chamados heterônimos, cada um com
seu estilo e personalidade. Por isso também é considerado um grande poeta
dramático.
O próprio autor nos apresenta sua obra dividida em poesia ortônima, em que
assina com seu próprio nome, Fernando Pessoa “ele mesmo” ; e a poesia
heterônima, para qual criou vários heterônimos como os famosos Alberto Caeiro,
Álvaro de Campos, Ricardo Reis e , os menos conhecidos, como Bernardo Soares,
Alexandre Search, Antônio Mora, C Pacheco e Vicente Guedes.
Podemos ainda observar na obra pessoana influências do realismo expressionista
de Cesário Verde, da dor existencial de Camilo Pessanha, do Cubismo e do
Futurismo, vanguardas artísticas europeias. Com Pessoa, vários mitos são
derrubados e um novo mito surge : o fazer poético.
Há a consciência do poder da palavra poética e uma constante tentativa de
emocionalizar o racional e de racionalizar a emoção, ou seja, um intercâmbioentre o pensamento e a emoção.
Leia o texto: "Gênese da heteronímia"
http://arquivopessoa.net/textos/3007
Poesia ortônima- Fernando Pessoa “ ele mesmo”.
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/pessoa.htm
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/26
Como já dissemos, Fernando Pessoa foi capaz de incorporar a tradição da lírica
portuguesa e superá-la. Assimilou o passado lírico e a ele acrescentou as
inquietações do homem do século XX. Esse aspecto encontra-se nítido em sua
poesia ortônima. No poema Ela canta, pobre ceifeira podemos identificar esse
resgate da mais bela lírica ao estilo dos Cancioneiros medievais e de Camões ,
assim como um posicionamento estético que o autor irá sempre reiterar, o fato de
que o poema é construído pela razão, e não pelo sentimento: “ o que em mim
sente ,’sta pensando”. Assim, o amor não costuma ser um tema comum e
quando aparece é pouco romântico.
 
O poema a seguir representa muito bem a perspectiva ideológica de Fernando
Pessoa, inclusive na criação de seus heterônimos, a poesia como ficção, como
fingimento e uso da razão.
 
Autopsicografia
 
O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente.
 
E os que leem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm.
 
E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama coração.
 Observe no trocadilho: finge+dor=fingidor, como a poesia é mera ficção.
Nos versos finais, o eu-lírico valoriza a razão e considera o sentimento,
metaforizado pelo coração, como um brinquedo, um comboio de corda ( um
trenzinho).
 Mensagem
 
Sugestão: Antes de ler o poema Mensagem por completo, veja o Roteiro de
Leitura: Mensagem de Fernando Pessoa de Carlos Felipe Moisés da Editora
Ática (MOISÉS, Carlos Felipe. Roteiro de leitura: Mensagem de Fernando Pessoa.
São Paulo, Ática, 1996.)
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/26
 Ao falarmos da poesia ortônima de Pessoa, não podemos deixar de lado a
Mensagem, única obra publicada em vida pelo autor em 1934. O livro é
composto por diversos poemas, com estruturas diferenciadas, sem um padrão
fixo. Nela encontramos desde características do saudosismo, como forma de
resgatar valores portugueses, até exemplos de inovação e vanguardismo. Os
poemas foram escritos em épocas diferentes e não estão ordenados
cronologicamente. Há, por exemplo, poemas iniciais de 1928 e outros finais de
1918.
O poeta refere-se a vários episódios da história de Portugal, principalmente à
figura de D. Sebastião, resgatando o mito sebastianista, e às grandes
navegações.
 Contudo, não é um épico como Os Lusíadas, não é um poema narrativo.
Apesar de se referir a Portugal, os poemas de a Mensagem correspondem a 
toda humanidade, a todos nós. É um livro por vezes misterioso e bastante
complexo, mas sobretudo fascinante.
 
Trecho do poema Mensagem
 
 QUINTA / D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL
 
Louco, sim, louco, porque quis grandeza 
Qual a Sorte a não dá. 
Não coube em mim minha certeza; 
Por isso onde o areal está 
 
Ficou meu ser que houve, não o que há. 
Minha loucura, outros que me a tomem 
Com o que nela ia. 
Sem a loucura que é o homem
 Mais que a besta sadia, 
Cadáver adiado que procria?
 
 Nesse poema, temos a voz de D. Sebastião. Veja como é vangloriado os
feitos do rei, a coragem e a audácia. Não haveria conquistas se o homem se
contentasse em esperar pelo destino, ao invés de inventá-lo.
Veja a obra " Mensagem" na íntegra:
http://arquivopessoa.net/textos/2405
 
 
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https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/26
Questão 3: Em uma das alternativas há informações incorretas sobre
Fernando Pessoa “ele mesmo”. Identifique-a:
1. A poesia dita ortônima de Fernando Pessoa inicia-se com uma fase
vanguardista, que culminaria no lançamento de Orpheu. São dessa
fase poemas como “Impressões do Crepúsculo” e “Chuva Oblíqua”,
nos quais ele ensaia novas poéticas.
2. As poéticas experimentais de Pessoa são claramente pós -
simbolistas; elas consistem no programa já defendido por Pessoa nos
artigos que marcaram sua estreia literária: uma poesia que busca
captar o vago (o indefinido, não dito, o que foge à consciência),
através da expressão sutil e complexa das sensações.
3. Em Fernando Pessoa ortônimo (“ele mesmo”), o mundo interior e o
exterior se cruzam, substituem-se um ao outro, exprimindo, como no
Simbolismo, a intersecção de sujeito e objeto. Uma das teorias
poéticas que Pessoa então formulou foi chamada por ele
preciosamente de “interseccionismo”.
4. O tema amoroso não é comum na obra de Pessoa e nas poucas vezes
em que aparece é tratado de forma incomum e muito pouco
romântica
5. Fernando Pessoa “ele mesmo” firma-se no seu estilo mais
característico: poemas sem estrofes rimadas, com alguns versos
redondilhos ocasionalmente e totalmente voltados para a
objetividade, ignorando a musicalidade de sua primeira influência,
Antero de Quental, poeta simbolista.
 
Resposta: Alternativa E.
Todas as informações estão corretas, exceto a E, pois Antero de Quental é um
poeta Realista. O simbolista que influencia Fernando Pessoa é Camilo Pessanha.
 
Texto 4: Poesia Heterônima
 No livro Alguma Prosa de Fernando Pessoa, editora Nova Fronteira,
encontramos o texto “ Gênese e justificação da heterôminia” , em que o autor nos
dá mais detalhes sobre seus heterônimos.
 Há também textos atribuídos a Caeiro, Reis e Campos, em que um
poeta analisa a obra do outro.
Ao criar seus heterônimos, Fernando Pessoa não lhes concebe somente um estilo,
mas uma biografia. Cada heterônimo possui data de nascimento, uma profissão,
uma formação , uma história. Os poetas se conhecem e trocam experiências
estéticas entre si.
 
Alberto Caeiro
 Segundo Fernando Pessoa, Alberto Caeiro nasceu em 16 de abril de 1914.
É o mestre de todos os heterônimos, inclusive do próprio Pessoa, pois divulga a
essência do Sensacionismo. Caeiro é um homem de formação rudimentar que
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https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/26
abandonou tudo para viver no campo como um simples poeta e nada mais. É o
mais objetivo de todos e almejava registrar as sensações, sem a mediação do
pensamento. É pagão e anti-espiritualista.
Para definir o Sensacionismo, que aparece em vários poemas de Fernando Pessoa
e de seus heterônimos, não somente em Caeiro, usaremos as palavras do próprio
Fernando Pessoa:
 
Sensacionismo
 
“1- A única realidade da vida é a sensação. A única realidade em arte é a
consciência da sensação.
2- Não há filosofia, ética ou estética, mesmo na arte, seja qual for a parcela que
delas haja na vida. Na arte existem apenas sensações e a consciência que dela
temos.[...]
3- A arte, na sua definição plena, é a expressão harmônica da nossa consciência
das sensações, ou seja, as nossas sensações devem ser expressas de tal modo
que criem um objeto que seja uma sensação para os outros. [...]
4- Os três princípios da arte são: 1) cada sensação deve ser plenamente expressa
[...]; 2) a sensação deve ser expressa de tal modo que tenha a capacidade de
evocar - como um halo em torno de uma manifestação central definida - o maior
número possível de outras sensações; 3) o todo assim produzido deve ter a maior
parecença possível com um ser organizado, por ser essa a condição da vitalidade.
Chamo a estes três princípios 1) o da Sensação, 2) o da Sugestão, 3) o da
Construção.”
(PESSOA, Fernando. Alguma Prosa.Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p.37 ) 
 
O mais famoso poema de AlbertoCaeiro é o Guardador de Rebanhos. Veja a
seguir alguns trechos, nos quais podemos observar os conceitos do Sensacionismo
sendo colocados em prática.
 
O Guardador de Rebanhos
 
 
 (1911-1912)
 
 v
 
 
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/26
Há metafísica bastante em não pensar em nada.
 
 
O que penso eu do mundo? 
Sei lá o que penso do mundo! 
 Se eu adoecesse pensaria nisso.
 Que ideia tenho eu das cousas?
 
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos 
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
 
IX
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos.
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos.
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
 Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
 E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
 Por isso quando um dia de calma
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
 E me deito ao comprido na erva,
 
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/26
E fecho os olhos quentes,
 
 
 
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
 
 
 Sei a verdade e sou feliz.
Veja o poema completo:
http://arquivopessoa.net/textos/1456
 
 Nesses dois poemas , podemos observar a linguagem simples e objetiva
de Caeiro. Os versos são livres e brancos, sem rimas, como uma poesia em prosa.
O sentir é colocado acima do pensar e a sensação é a essência.
 Pelo uso constante de termos da natureza, podemos dizer que Caeiro era
um poeta bucólico
 
Ricardo Reis
 
Ricardo Reis nasceu em 19 de setembro de 1887, era médico e recebeu uma
educação clássica. Contrário à proclamação da República, migra para o Brasil.
Tinha uma forma humanística de ver o mundo. Também valoriza as sensações
como o mestre Alberto Caeiro, mas coloca o pensamento como fator inerente à
criação artística, ou seja, sem a razão não é possível criar. Pode ser considerado
um poeta neoclássico pois resgata o espírito da Antiguidade Clássica, contudo
prega um paganismo da decadência.
 
Lídia
 
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio. 
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos 
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
 
(Enlacemos as mãos.)
 
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/26
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida 
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, 
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
 
Mais longe que os deuses.
 
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. 
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio. 
Mais vale saber passar silenciosamente
 
 
E sem desassossegos grandes.
 
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, 
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, 
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
 E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
 
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias, 
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
 
 Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
 
No colo, e que o seu perfume suavize o momento - 
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
 
 Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
 
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova, 
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
 
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/26
 Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
 
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti. 
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
 
 Pagã triste e com flores no regaço.
 12-6-1914
 
 Este poema de Ricardo Reis, à primeira vista, parece-nos um poema
árcade, voltado para os clichês do pastorialismo e do locus amoenus.
 Contudo, percebe-se a modernidade pela estrutura dos versos e pelo tom
de alienação e desesperança do eu –lírico. Como se dissesse: “não vale a pena
sentir”
 
Álvaro de Campos
 
Campos nasceu em 15 de outubro de 1890, era engenheiro. É o mais moderno,
mais sincero e o mais irreverente. Extrai sua razão de ser de um imenso
desespero. Tem uma primeira fase decadente-simbolista, que pode ser observada
no poema Opiário :
 
É antes do ópio que a minha alma é doente.
 
 Sentir a vida convalesce e estiola
 E eu vou buscar ao ópio que consola
 Um Oriente ao oriente do Oriente
Estiolar- enfraquecer, definhar
 
 Possui uma segunda fase, a futurista. É uma fase intensa, de energia
explosiva. Inspira-se na poética reformista do escritor norte-americano Walt
Whitman ( 1819-1892).Os poemas dessa fase são Ode triunfal, Ode marítima,
Saudação a Walt Whitman
A seguir, um trecho de Ode triunfal, no qual a modernidade e as máquinas são
idealizadas. É um poema tipicamente moderno, que rompe com as estruturas
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/26
tradicionais, utilizando inclusive onomatopeias:
 
ODE TRIUNFAL
 
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica 
Tenho febre e escrevo. 
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, 
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
 
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! 
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! 
Em fúria fora e dentro de mim, 
Por todos os meus nervos dissecados fora, 
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 
 
Veja o poema completo:
 
 A terceira fase de Álvaro de Campos é mais pessoal. É bastante agressiva,
expressa revolta contra si e contra os outros. Há uma sede de libertação total.
São poemas intensos com os quais muitas gerações se identificaram.
Veja a seguir, trechos dos poemas Tabacaria, Poema em linha reta e Lisbon
revisited, de conteúdo intenso, vibrante que conquistaram tantas gerações e só
comprovam que Fernando Pessoa é um dos maiores poetas da Língua Portuguesa:
 
TABACARIA
 
Não sou nada. 
Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
 Janelas do meu quarto, 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
(E se soubessem quem é, o que saberiam?), 
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, 
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, 
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, 
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
 
19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, 
E não tivesse mais irmandade com as coisas 
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua 
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada 
De dentro da minha cabeça, 
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
(.....) 15/01/1928
 
POEMA EM LINHA RETA
 
Nunca conheci quem tivesse levado porrada. 
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, 
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, 
Indesculpavelmente sujo, 
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, 
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, 
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, 
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, 
Que tenho sofrido enxovalhos e calado, 
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; 
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, 
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, 
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, 
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado 
Para fora da possibilidade do soco; 
 (......)
 
(sem data)
 
LISBON REVISITED(l923)
 
NÃO: Não quero nada. 
Já disse que não quero nada. 
 
Não me venham com conclusões! 
A única conclusão é morrer. 
 
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Não me tragam estéticas! 
Não me falem em moral! 
 
Tirem-me daqui a metafísica! 
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas 
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — 
Das ciências, das artes, da civilização moderna! 
 
Que mal fiz eu aos deuses todos? 
 
Se têm a verdade, guardem-na! 
 
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. 
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. 
Com todo o direito a sê-lo, ouviram? 
 
Não me macem, por amor de Deus! 
 
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? 
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? 
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. 
Assim, como sou, tenham paciência! 
Vão para o diabo sem mim, 
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! 
Para que havemos de ir juntos? 
 
Não me peguem no braço! 
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. 
Já disse que sou sozinho! 
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! 
 
Ó céu azul — o mesmo da minha infância — 
Eterna verdade vazia e perfeita! 
Ó macio Tejo ancestral e mudo, 
Pequena verdade onde o céu se reflete! 
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! 
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta. 
 
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Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... 
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
 
http://www.casafernandopessoa.com/
 
Questão 4 : As afirmações a seguir referem-se a obra de Fernando
Pessoa e de seus heterônimos. Algumas são falsas e outras verdadeiras.
Aponte a alternativa que demonstra a sequência correta:
 
( ) O “ Guardador de rebanhos”, de Alberto Caeiro, é um exemplo de
simplicidade e de sensacionismo.
( ) Álvaro de Campos é o mais erudito, resgata o espírito da
Antigüidade clássica.
( ) Ricardo Reis simboliza uma forma humanística de ver o mundo. É o
“pagão inocente da decadência”
( )Fernando Pessoa “ele mesmo” ignorou a musicalidade dos poemas
simbolistas, tendo como principal influência Almeida Garret.
( ) As poéticas experimentais de Pessoa são o sensacionismo, o
paulismo e o interseccionismo.
 
a) V-F-F-V-V
b) V-V-V-F-F
c) V-F-V-F-V
d) F-V-V-F-V
e) F-V-F-F-V
 
Resposta: Alternativa C
 
O heterônimo mais erudito e que resgata a antiguidade clássica é Ricardo Reis, e
não Álvaro de Campos. Em sua obra ortônima, Fernando Pessoa resgata a
musicalidade dos simbolistas, tendo como influência os poemas de Camilo
Pessanha.
 
Veja o documentário a seguir:
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http://www.youtube.com/watch?
v=3b2Q_DJDMho&feature=share&list=FLlFlGl7EyT4izPPIYBrqjRg
Para saber mais sobre Fernando Pessoa e o Modernismo em Portugal, consulte os
seguintes sites:
http://www.revista.agulha.nom.br/pessoa.html
http://www.casafernandopessoa.com/
http://www.portalpessoa.org/ 
http://www.instituto-camoes.pt/cvc/literatura/modernismo.htm
 POEMAS COMPLETOS:
http://arquivopessoa.net/textos
 
 
 
 
Exercício 1:
Indique a alternativa que contém informações incorretas sobre o heterônimo
Álvaro de Campos:
A)
Influenciado por Caeiro, Campos passa por uma fase de grande entusiasmo com o
mundo moderno e, como os futuristas, celebra a máquina, a velocidade, a
simultaneidade das sensações.É desse período a "Ode Triunfal", poema que canta
os maquinismos em movimento numa fábrica moderna.
B)
O poema " Ode marítima" também é de Álvaro de Campos e expressa um quadro
apaixonado da vida do mar e da grande aventura da viagem, que o mundo
moderno (com o navio a vapor) ampliou e acelerou.
C)
Álvaro de Campos é um poeta nascido em 1890 ( dois anos, portanto, mais novo
do que Fernando Pessoa) e formou-se em engenharia naval na Escócia e depois
fez uma viagem ao Oriente. Nessa viagem, a bordo de um navio no Canal de
Suez, escreve um de seus primeiros poemas, o "Opiário" (1914).
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D)
A poesia de Álvaro Campos é de força e não de contemplação. Muitos de seus
versos seguem a perspectiva poética do poeta norte-americano Walt Whitman
(1819 – 1892).
E)
Álvaro de Campos é extremamente objetivo em seus poemas, principalmente na
fase influenciada por Ricardo Reis e leva o sentimento de "coletividade" de
Fernando Pessoa ao extremo, perspectiva que vai ser, mais tarde, exaltada pelo
grupo da revista "Presença".
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Exercício 2:
Procure localizar a alternativa que contém informações incorretas a respeito de
Fernando Pessoa.
A)
Pessoa não só assimilou o passado lírico do seu povo, como refletiu em si as
grandes inquietações humanas.
B)
A "Tabacaria", de Alberto Caeiro, mostra seu desejo de deixar o grande centro em
busca da simplicidade do campo.
C)
Ricardo Reis simboliza uma forma humanística de ver o mundo através do espírito
da antiguidade clássica.
D)
Junto com Mário de Sá Carneiro, Pessoa dirige a publicação do segundo número
da revista Orpheu em 1916.
E)
Os heterônimos são meios de conhecer a complexidade cósmica que seria
impossível para uma só pessoa.
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Exercício 3:
Identifique em qual das alternativas abaixo encontram-se informações incorretas
sobre Ricardo Reis:
A)
Pessoa situou em 1889 a data de nascimento de Ricardo Reis. Ele é, portanto, um
pouco mais novo do que Pessoa, mas é o seu mestre, como é o mestre dos
demais heterônimos.
B)
A poesia de Ricardo Reis distancia-se enormemente da poesia de Alberto Caeiro,
por ser neoclássica, hiperculta. Sua linguagem é densa, de sintaxe latinizante
(isto é, com grandes inversões, enorme liberdade na ordem das palavras,
regências fora de uso).
C)
Os temas presentes nas poesias de Ricardo Reis são lugares comuns clássicos: a
brevidade da vida, a necessidade de gozar o presente, que é a única realidade
acessível, diante da fatalidade da morte que ronda todos os nossos momentos.
D)
Ricardo Reis tem no poeta latino Horácio (século I a.C) seu modelo literário; seus
poemas são odes à maneiraantiga, de grande rigor de construção, com estrofes
que alternam versos longos e breves, de métrica perfeita e sem rimas.
E)
Muitos poemas de Ricardo Reis constituem variações em torno do lugar comum
antigo que Horácio formulou na expressão famosa – carpe diem, "colhe o dia".
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Exercício 4:
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Em uma das alternativas há informações incorretas sobre Fernando Pessoa "ele
mesmo". Identifique-a:
A)
A poesia dita ortônima de Fernando Pessoa inicia-se com uma fase vanguardista,
que culminaria no lançamento de Orpheu. São dessa fase poemas como
"Impressões do Crepúsculo" e "Hora absurda", nos quais ele ensaia novas
poéticas.
B)
As poéticas experimentais de Pessoa são claramente pós - simbolistas; elas
consistem no programa já defendido por Pessoa nos artigos que marcaram sua
estréia literária: uma poesia que busca captar o vago (o indefinido, não dito, o
que foge à consciência), através da expressão sutil e complexa das sensações.
C)
Em Fernando Pessoa ortônimo ("ele mesmo"), o mundo interior e o exterior se
cruzam, substituem-se um ao outro, exprimindo, como no Simbolismo, a
intersecção de sujeito e objeto. Uma das teorias poéticas que Pessoa então
formulou foi chamada por ele preciosamente de "interseccionismo".
D)
Fernando Pessoa "ele mesmo" firma-se no seu estilo mais característico: poemas
sem estrofes rimadas, com alguns versos redondilhos ocasionalmente e
totalmente voltados para a objetividade, ignorando a musicalidade de sua
primeira influência, Antônio Nobre, poeta simbolista.
E)
O tema amoroso não é comum na obra de Pessoa e nas poucas vezes em que
aparece é tratado de forma incomum e muito pouco romântica.
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Exercício 5:
Alberto Caeiro é o heterônimo de Fernando Pessoa considerado mestre de todos
os outros. Após a leitura atenta do poema que segue, aponte a alternativa que
melhor corresponde à visão de mundo desse heterônimo.:
"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
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Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vivi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque
nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um
acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes
umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais."
A)
 O mundo interior e egoísta é o centro de suas preocupações
 
B)
 O mundo é um lugar no qual ele não se adapta
 
C)
 O mundo que o interessa é o metafísico
 
D)
 O mundo é só o real-sensível, que percebemos pelos sentidos 
 
E)
O mundo é lugar de desterro e desolação
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Exercício 6:
Assinale a alternativa correta a respeito das três afirmações abaixo.
I-Os heterônimos de Fernando Pessoa nascem de um múltiplo desdobramento de
sua personalidade
II-Ricardo Reis é o poeta que se volta para o campo, o mestre de todos.
III-Álvaro de Campos é um poeta moderno, que do desespero extrai a própria
razão de ser.
 
A)
Todas estão corretas
 
B)
 Apenas I e II estão corretas
 
C)
Apenas I e III estão corretas 
 
D)
Apenas I está correta.
 
E)
Apenas II e III estão corretas
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Exercício 7:
Leia com atenção:
" Contemplo o lago mundo
Que uma brisa estremece
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Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.
lago nada me diz
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.
Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?”
O poema acima transcrito é de Fernando Pessoa, e pode ser considerado como
um dos melhores exemplos do processo poético de seu autor. Qual das
alternativas abaixo indicadas corresponde a esse processo utilizado no poema?
A)
Descrição perfeita dos vincos na água adormecida do lago.
 
B)
A certeza de que a vida é feita de sonhos.
 
C)
 O colorido das imagens e a riqueza das metáforas.
 
D)
A animização do lago como motivação poética
 
E)
 A relação entre o ver, o sentir e o pensar.
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Exercício 8:
Relacione as colunas abaixo, levando em conta as características de cada
heterônimo e de " Fernando Pessoa ele-mesmo" e assinale a alternativa que
contém a ordem correta:
Fernando Pessoa ele-mesmo(1)
Alberto Caeiro(2)
Ricardo Reis(3)
Álvaro de Campos(4)
( ) assimilou o passado lírico do seu povo e refletiu em si as grandes
inquietações humanas.
( ) simboliza uma forma humanística de ver o mundo através do espírito da
Antiguidade clássica.
( ) foi o mais moderno e irreverente. Acreditava que se devia sentir tudo de
todas as maneiras.
( ) foi o poeta que se voltou para o campo, procurando viver em simplicidade.
A)
1-4-3-2
B)
1-3-4-2
C)
2-3-4-1
D)
3-4-1-2
E)
1-2-3-4
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Exercício 9:
O tema do texto seguinte, de Mário de Sá Carneiro, ocorre freqüentemente na poesia de Fernando
Pessoa "ele mesmo". Qual é esse Tema?
"Eu não sou eu nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio:
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Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro."
A)
O tema da efemeridade da vida, da passagem de tudo.
B)
O tema do esgotamento desiludido.
C)
O tema do questionamento do eu, visto como múltiplo e, ao mesmo tempo, como mesmo e como
outro.
D)
O tema do tédio, que liga o eu e o outro.
E)
O tema do desconsolo existencial.
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Exercício 10:
Leia o extrato abaixo, do poema Amar, de Florbela Espanca e aponte, dentre as características de
sua obra, aquela que melhor se reporta a ele:
"Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a agente...
Amar! Amar! E não mar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É Mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!"
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(Sonetos completos, 1952)
A)
O lirismo oscila entre auto-enternecimento e explosão erótica que tudo avassala
B)
Há a negação do amor único como recusa de pertencer a alguém
C)
Preocupa-se em poder expressar com justeza a própria dor
D)
Revela a busca do outro, a espera do príncipe encantado
E)
Tendência a se dispersar em tudo e se reconhecer sob diferentes aparências
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