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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÂNIA KEYLA FERREIRA DOS REIS ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO HOPITALAR NO PACIENTE COM COVID-19 GOIÂNIA 2020 KEYLA FERREIRA DOS REIS ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO HOPITALAR NO PACIENTE COM COVID-19 Trabalho para obtenção de nota para a disciplina de Estágio Curricular apresentado ao Centro Universitário de Goiânia – UNICEUG. Curso Fisioterapia. Orientador: Prof. Me. Gean Carlos de Moraes GOIÂNIA 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................04 2. PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS..............................................07 2.1 Mobilização Precoce........................................................................................08 2.2 Suplementação de Oxigênio.............................................................................08 2.3 Ventilação não-Invasiva....................................................................................09 2.4 4Recomendações para ventilação mecânica invasiva.......................................09 2.5 Manobras de recrutamento alveolar com aumento da PEEP.............................10 2.6 Posição Prona....................................................................................................10 3. Reanimação Cardiopulmonar no paciente com COVID-19..........................12 3.1 Ventilação de resgate........................................................................................13 3.2 Equipamentos de proteção individual (EPI)......................................................13 3.3 RCP em posição prona......................................................................................14 3.4 Higienização pós RCP.......................................................................................14 4. REFERÊNCIAS.................................................................................................15 4 1. INTRODUÇÃO As infecções respiratórias agudas (IRA) têm como agente etiológico predominante os vírus, sendo importantes causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, sejam como patógenos principais, ou predispondo indivíduos a infecções bacterianas secundárias. (NOBRE et al., 2014) As patologias infecciosas emergentes e reemergentes tornam-se problemas constantes para a saúde pública mundial. As espécies de Coronavírus conhecidas causam doenças em humanos, em outros mamíferos e aves. Porém quatro dessas espécies (229E, OC43, NL63 e HKU1) ocasionam manifestações de sintomas comuns de gripe em pessoas imunocompetentes e as espécies (SARS-CoV e MERS-CoV) proporcionam síndrome respiratória aguda grave com um grande número de mortalidade. (BELASCO et al., 2020) Em dezembro de 2019, surgiu vários casos de uma pneumonia, de etiologia desconhecida, em Wuhan, Província de Hubei, China. O agente patológico foi definido como um novo RNA envelopado betacoronavirus, atualmente intitulado como síndrome respiratória aguda grave coronavírus (SARS-CoV-2), que possui semelhança filogenética com SARS-CoV. Houve históricos documentados de que os pacientes estavam infectados tanto nos hospitais quanto em ambientes familiares. (GUAN et al., 2020) Foi declarado através da Organização Mundial de Saúde (OMS), que doença coronavírus (COVID-19) é uma emergência de saúde de relevância internacional, pois em fevereiro de 2020 os casos atestados em laboratórios foram documentados globalmente em um total de 81,109 casos confirmados. (GUAN et al., 2020) Em março, a OMS declarou a doença como sendo uma pandemia. (reabilitação) O Covid-19 é a terceira patologia manifestada pelo coronavíros zoonótico, após a SARS e a síndrome respiratória do Oriente médio (MERS). (Sun et al., 2020 ) A patologia causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, manifesta-se em quadros clínicos que variam de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% dos pacientes podem ser assintomáticos e cerca de 20% dos casos podem desenvolver síndrome respiratória aguda grave e necessitar de atendimento hospital e 5 % pode requerer de suporte ventilatório. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) https://onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorStored=Sun%2C+Pengfei 5 A transmissão do COVID-19 ocorre de uma pessoa doente para outra principalmente por meio de gotículas respiratórias produzidas por tosse ou espirro, transmitido através do contato direto como aperto de mão e abraços, a contaminação também acontece em tocar em objetos contaminados e em seguida levar as mãos a boca, nariz ou olhos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) Os sintomas da doença apresentam-se após um período de incubação que podem variar entre 4 dias ou se estender por até 14 dias. (MENDES et al., 2020) Esse intervalo de tempo depende da idade do paciente e do estado em que seu sistema imunológico se encontra. Os sintomas mais comuns que os pacientes podem apresentar são tosse, febre e dispneia, podendo manifestar outros sintomas como produção de escarro, dor de cabeça, hemoptise, diarreia e linfopenia. (ROTHAN et al., 2020) As manifestações clinicas podem variar de um resfriado comum a uma pneumonia severa. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) Os estágios clínicos do COVID-19 podem ser divididos em 3 fases diferentes. A fase 1 é o estado assintomático que se inicia entre 1 ou 2 dias de infecção, que ocorre quando o vírus é inspirado e possivelmente se liga as células epiteliais na cavidade nasal e começa a se replicar, apesar de possuir carga viral baixa é possível infectar outras pessoas. A fase 2 a via aérea superior e a via de condução gera uma resposta, o vírus se dissemina e desloca-se através do trato respiratório até a via de condução o que desencadeia uma resposta imune, essa resposta irá determinar o curso da doença. Na fase 3 irá ocorrer hipóxia, infiltração de vidro fosco e progressão para síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), o vírus irá atingir as vias de troca gasosa do pulmão, infectando as células alveolares do tipo 2 (Figura 1), preferencialmente os alvéolos periféricos e subpleurais, gerando um dano alveolar difuso com membranas hialinas ricas em fibrina e algumas células gigantes multinucleadas, levando a cicatrizes e fibroses do alvéolo. (MASON, 2020) A maior parte dos casos publicados tem apresentado achados tomográficos semelhantes (Figura 2), predominando alterações alveolares, como opacidades em vidro fosco, consolidações focais e opacidades mistas (incluindo opacidades com halo invertido), geralmente com acometimento bilateral e multifocal, distribuição periférica e predomínio nos campos pulmonares médios, inferiores e posteriores. Espessamento septal e alterações reticulares sobrepostas às alterações alveolares também foram descritas e refletem o acometimento intersticial concomitante, sobretudo em pacientes em fase avançada (8-14 dias após o aparecimento dos sintomas). Alterações cicatriciais pulmonares incipientes (estrias https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0896841120300469?via%3Dihub#! 6 fibróticas) e derrame pleural também foram mais frequentes na fase avançada da doença em comparação às fases iniciais, quando preponderam as alterações alveolares, sobretudo as opacidades em vidro fosco. (ARAUJO FILHO et al., 2020) As recomendações do Ministério da Saúde para a prevenção do COVID-19 são: Lavar bem as mãos com água e sabão, ou higienizar com álcool em gel 70%. Ao tossir ou espirrar, cobrir a boca com um lenço ou com o braço e não com as mãos. Evitar tocar os olhos, nariz e boca. Manter um distancia de 2 metros de qualquer pessoa que estiver tossindo ou espirrando. Evitarcontato social, como abraços e aperto de mãos. Se possível realizar quarentena. Utilizar máscaras em casos de se ausentar de sua residência. Higienizar com frequência e não compartilhar objetos pessoais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) Figura 1- Células alveolares humanas tipo II infectadas com SARS-CoV. Células humanas tipo II foram isoladas, cultivadas in vitro e depois infectadas com SARS-CoV. Partículas virais são vistas em vesículas de membrana dupla nas células do tipo II. 7 Figura 2 - Imagens de TCAR de tórax (cortes axiais) demonstrando opacidades em vidro fosco multifocais e bilaterais, com predomínio periférico e posterior, que são achados pulmonares típicos da infecção por COVID-19. 2. PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS As intervenções fisioterapêuticas respiratórias nas enfermarias ou UTI pode ser determinada para pacientes assintomáticos e sintomáticos que posteriormente venha desenvolver sintomas mais graves, como consolidações pulmonares exsudativas, hipersecreção mucosa e/ou dificuldade para remoção de secreções de vias aéreas. O fisioterapeuta possui um papel importante no tratamento das afecções e reabilitação desse paciente. (MATOS et al., 2020) O tratamento se inicia com a prevenção da contaminação de outras pessoas e da equipe de saúde. Deve-se utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) e ter precauções de contato. (ASSOBRAFIR, 2020) 8 2.1 Mobilização Precoce Nesta pandemia da doença COVID-19 é necessário a atuação da Fisioterapia em Terapia Intensiva na manutenção da ventilação, oxigenação e suporte à vida, em unidades possivelmente lotadas. Por isso recomenda-se que a utilização de protocolos de mobilização e/ou exercícios terapêuticos precoces seja direcionada para todos os pacientes sob ventilação mecânica, com diagnóstico de insuficiência respiratória aguda (IRpA) secundária à COVID- 19, como procedimento de rotina. (ASSOBRAFIR, 2020) Um protocolo sistemático de mobilização e/ou exercícios terapêuticos precoces, compreende todos os exercícios e estratégias de mobilização realizadas por Fisioterapeutas, destinados aos pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Dentre as intervenções estão a cinesioterapia (passiva, assistida, ativa livre, resistida), alongamento muscular, eletroestimulação elétrica neuromuscular (EENM), treino de sedestação e controle de tronco, treino de mobilidade para transferências no leito, cicloergometria em membros superiores e inferiores (MMSS e MMII), ortostatismo em prancha ortostática ou assistida, e marcha. (ASSOBRAFIR, 2020) A importância de se realizar um protocolo e devido ao paciente crítico ser exposto a diversos fatores de risco para FMA-UTI e declínio funcional (sedação, inatividade, desnutrição, comorbidades, medicações etc) que levam a perda progressiva da sua mobilidade, impactando diretamente na sua qualidade de vida pós alta da UTI e aumentando seu risco de óbito no primeiro ano após a alta hospitalar. Neste sentido, esses protocolos são empregados para minimizar essas perdas ao longo da hospitalização, para que no momento da alta hospitalar, o nível de funcionalidade do indivíduo esteja o mais próximo possível da condição pré-internação. O fisioterapeuta devera realizar o diagnistico funcional e avaliar as comorbidades do paciente para que seja realizado a mobilização e/ou exercícios terapêuticos precoces. Visando o ganho de amplitude de movimento, ganho de força e massa muscular periférica, condicionamento cardiorrespiratório, mobilidade e independência funcional. (ASSOBRAFIR, 2020) 2.2 Suplementação de Oxigênio O acompanhamento contínuo da SpO2 é critério crucial. A SpO2 deve ser mantida acima de 94% para os pacientes previamente saudáveis, ou acima de 90% nos pacientes com 9 doença crônica prévia. A administração de oxigênio suplementar com cateter de oxigênio, ou máscara de baixo fluxo com reservatório, são recomendadas. (ASSOBRAFIR, 2020) (MATOS et al., 2020) Se esses pacientes evoluírem com necessidade de O2 nasal maior que 5 litros/minuto para manter SpO2 > 93% e ou apresentarem frequência respiratória > 28 incursões respiratórias por minuto ou retenção de CO2 (PaCO2 >50 mmHg e ou pH < 7,25) deverão ser prontamente intubados e ventilados mecanicamente. Deve-se evitar o uso de máscaras do tipo VENTURI ou tipo “tenda”, devido a aerossolização. (AMIB, 2020) 2.3 Ventilação não-Invasiva É contraindicado o uso de cateter nasal de alto fluxo e ventilação não invasiva para evitar a disseminação e contaminação dos profissionais com o vírus e aumentar a segurança do paciente, pois a pulverização do vírus é maior devido ao jato de ar da pressão positiva. (ASSOBRAFIR, 2020) O vírus possui alta capacidade infectante e capacidade de permanência no ambiente de 2 até 48 horas (tendo sido descritos casos de permanência nos ambientes, principalmente em temperaturas bem baixas, de até 9 dias). (AMIB, 2020) 2.4 Recomendações para ventilação mecânica invasiva Pacientes com piora da hipóxia, hipercapnia, acidemia, fadiga respiratória, instabilidade hemodinâmica ou com estado mental alterado devem ser considerados para ventilação mecânica invasiva precoce. O risco de transmissão do aerossol é reduzido quando o paciente é intubado com um circuito fechado do ventilador. (ASSOBRAFIR, 2020) Após ter instalada a ventilação mecânica invasiva, os parâmetros ventilatórios devem ser pautados na ventilação pulmonar protetora: • O paciente pode ser ventilado no modo VCV (ventilação controlada a volume) ou PCV (ventilação controlada a pressão). • VC entre 3-6 ml/kg previsto; • Pressão platô <28 cmH2O; • pH 7,15 – 7,30; 10 • PEEP: considerar a estratégia de triagem de acordo com a menor FiO2. (ASSOBRAFIR, 2020) É recomendada a utilização de filtro trocador de calor e umidade quando o paciente está em ventilação mecânica invasiva. O uso de filtro de barreira na extremidade distal do ramo expiratório do circuito ventilatório, antes da válvula exalatória do ventilador mecânico é recomendado para evitar liberação de vírus para ambiente da terapia intensiva. O procedimento de aspiração traqueal deve ser feito pelo sistema fechado, para evitar desconexão do circuito de ventilação mecânica e, assim, a dispersão de vírus para o ambiente. (ASSOBRAFIR, 2020) 2.5 Manobras de recrutamento alveolar com aumento da PEEP Embora as evidências atuais não apoiem o uso rotineiro de manobras de recrutamento na SDRA não COVID-19, elas podem ser consideradas em pacientes com COVID-19, caso a caso. Podem ser aplicadas em casos de hipoxemia refratária, não responsiva a outras intervenções (PaO260%). Caso não haja uma estimativa do potencial de recrutamento, melhor não executar. (MATOS et al., 2020) Quando o paciente evoluir com alta resistência de vias aéreas: • Quantificar auto-PEEP; • Considerar ventilação controlada a pressão; • Avaliar redução de PEEP; • Considerar diminuir FR; • Considerar aumentar a relação I:E > 1:3. (MATOS et al., 2020) 2.6 Posição Prona No tratamento de pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), uma técnica que se sobressai é a posição prona. Esta técnica compreende em colocar o paciente em decúbito ventral, tornando a distribuição mais uniforme do estresse e da tensão pulmonar, melhora da relação ventilação/perfusão, da mecânica pulmonar e da parede torácica5, favorecendo redução da duração da VM e da taxa de mortalidade. (ASSOBRAFIR, 2020) 11 A posição prona deve ser utilizada precocemente (até nas primeiras 48 horas, de preferência nas primeiras 24 horas), em pacientes que apresentem SDRA e alteração grave da troca gasosa. Quando adotada, deve ser mantida por pelo menos 16 horas (podendo atingir 20 horas), antes de retornar o paciente para posição supina. Deve-se verificar a gasometria após1 hora de prono, caso ocorra uma boa resposta do paciente (com o aumento de 20 mmHg na relação PaO2/FiO2 ou de 10 mmHg na PaO2), o posicionamento deve ser mantido. Avaliar novamente com um período de 6 horas. Se não houver melhora deve retornar o paciente a posição de supino. (ASSOBRAFIR, 2020) As principais contraindicações para realização da posição prona são: Absolutas • Arritmias graves agudas; • Fraturas pélvicas; • Pressão intracraniana não monitorada ou significativamente aumentada; • Fraturas vertebrais instáveis; • Esternotomia recente; • Peritoneostomia; (ASSOBRAFIR, 2020) Relativas • Difícil manejo das vias aéreas; • Cirurgia traqueal ou esternotomia nos últimos 15 dias; • Traqueostomia há menos de 24 horas; • Dreno torácico anterior com vazamento de ar; • Trauma ou ferimentos faciais graves ou cirurgia facial nos últimos 15 dias; • Cirurgia oftalmológica ou pressão intraocular aumentada; • Instabilidade hemodinâmica ou parada cardiorrespiratória recente; • Marcapasso cardíaco inserido nos últimos 2 dias; • Dispositivo de assistência ventricular; • Balão intra-aórtico Trombose venosa profunda tratada por menos de 2 dias; 12 • Hemoptise maciça ou hemorragia pulmonar que requer um procedimento cirúrgico ou intervencionista imediata; • Lesões graves da parede torácica ou fraturas de costelas; • Cirurgia cardiotorácica recente ou tórax instável e etc; (ASSOBRAFIR, 2020) O posicionamento em prona é um procedimento que não está isento de riscos e as principais complicações associadas estão listadas abaixo: • Edema (facial, vias aéreas, membros, tórax); • Lesões por pressão; • Hemorragia conjuntival; • Compressão de nervos e vasos retinianos; • Obstrução, pinçamento ou deslocamento (intubação seletiva ou extubação não- programada) do tubo endotraqueal; • Dificuldade para aspiração das vias aéreas; • Hipotensão transitória ou queda da saturação periférica de oxigênio; • Piora das trocas gasosas; • Pneumotórax; • Obstrução ou pinçamento de drenos torácicos ou cateteres vasculares; • Eventos cardíacos; • Deslocamento inadvertido do cateter de Swan-Ganz; • Trombose venosa profunda; • Deslocamento de sonda vesical ou nasoentérica; • Intolerância à nutrição enteral; vômito; complicações alimentares; • Necessidade de maior sedação ou bloqueio neuromuscular; • Dificuldade em instituir ressuscitação cardiopulmonar; (ASSOBRAFIR, 2020) 3. Reanimação Cardiopulmonar no paciente com COVID-19 A Reanimação Cardiopulmonar (RCP), em casos suspeitos ou confirmados de COVID-19, deve seguir os protocolos da American Heart Association (AHA) com algumas recomendações específicas. (ASSOBRAFIR, 2020) 13 3.1 Ventilação de resgate As ventilações manuais devem ser realizadas somente em casos de extrema necessidade. Nesses casos, use máscara facial, filtro HEPA, bolsa válvula máscara (BVM) e cânula de Guedel. O procedimento deve ser realizado por dois profissionais, não permitindo escape de ar. A intubação orotraqueal (IOT) deve ocorrer o mais rápido possível, sendo realizada pelo profissional (médico) mais experiente. (ASSOBRAFIR, 2020) Se o paciente já estiver em ventilação mecânica invasiva, utilize a ventilação manual do próprio ventilador, evitando a desconexão. No ventilador sugere-se os seguintes ajustes: • FR = 10-12 ipm; • FiO2 = 100%; • Relação I:E = 1:2; • Tempo inspiratório = 1 segundo; • PEEP = 5 cmH2O. Na literatura, observa-se sugestões para utilização de ZEEP; (PEEP = 0 cmH2O) para favorecer as compressões torácicas; • Sensibilidade inspiratória ajustada a fim de evitar disparos adicionais (off ou o menos sensível possível), devido às compressões torácicas realizadas durante a RCP; • Alarme de pressão máxima de vias aéreas (pressão de pico) ajustado em torno de 60cmH2O; (ASSOBRAFIR, 2020) 3.2 Equipamentos de proteção individual (EPI) Os EPIs atualmente sugeridos são: gorro, máscaras N95 ou FFP2, luvas, avental impermeável, capote, óculos de proteção e/ou protetor facial. A paramentação adequada do profissional deve ser realizada antes de qualquer procedimento, mesmo que isso atrase o início da RCP. A segurança da equipe é fundamental. A paramentação deve ser realizada antes da entrada do profissional no quarto/box/leito do paciente e os equipamentos devem estar dispostos nos carrinhos de emergência do setor. As compressões torácicas só podem ser iniciadas se todos estiverem devidamente paramentados. (ASSOBRAFIR, 2020) 14 3.3 RCP em posição prona Nos casos de parada cardiorrespiratória durante posicionamento em prona, sem possibilidade de mudança imediata para posição de decúbito dorsal, recomenda-se a realização das compressões torácicas em posição prona, mantendo as mãos entre as escápulas. Se necessário, a manobra de contrapressão pode ser realizada por outro profissional. O retorno à posição supina deve ocorrer caso a intervenção não esteja surtindo efeito ou após recuperação do paciente. (ASSOBRAFIR, 2020) Nos casos em que se utilizar o aspirador de secreção, a extremidade da mangueira deve ser protegida e não deve ser colocada sobre a cama do paciente ou outras superfícies próximas. No caso de pacientes com vias aéreas artificiais, deve ser utilizado o sistema fechado de aspiração. Para evitar auto contaminação, remova os EPIs de acordo com as orientações e descarte-os em local adequado. (ASSOBRAFIR, 2020) 3.4 Higienização pós RCP A equipe deve realizar o descarte e/ou higienização de todos os equipamentos e recursos utilizados durante a RCP. No caso de higienização, deve realizar com as paramentações devidas e utilizar os produtos de acordo com protocolo do fabricante ou do serviço de saúde. (ASSOBRAFIR, 2020) 15 4. REFERÊNCIAS 1. Associação de Medicina Intensiva Brasileira-AMIB. Orientações sobre o manuseio do paciente com pneumonia e insuficiência respiratória devido a infecção pelo Coronavírus (SARS-CoV-2) Disponível em: http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/20/1_Orientacoes _sobre_o_manuseio_do_paciente_com_pneumonia_e_insuficiencia_respiratoria_de vido_a_infeccao_pelo_Coronavirus_ai.pdf Acesso em: 13 de Maio de 2020. 2. Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiopulmonar e Fisioterapia em Terapia Intensiva-ASSOBRAFIR. Aspectos epidemiológicos e atuação do fisioterapeuta na prevenção e tratamento da covid-19 na população infantil em ambiente hospitalar. Disponível em: https://assobrafir.com.br/wp- content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_Pediatria.pdf Acesso em: 13 de Maio de 2020. 3. Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiopulmonar e Fisioterapia em Terapia Intensiva-ASSOBRAFIR. Recomendações para a atuação dos fisioterapeutas na reanimação cardiopulmonar. Disponível em: https://assobrafir.com.br/wp- content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_RCP_V2-1.pdf Acesso em: 13 de Maio de 2020. 4. Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiopulmonar e Fisioterapia em Terapia Intensiva-ASSOBRAFIR. Posição prona no tratamento da insuficiência respiratória aguda na covid-19. Disponível em: https://assobrafir.com.br/wp- content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_PRONA.v3-1.pdf Acesso em: 13 de Maio de 2020. 5. Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiopulmonar e Fisioterapia em Terapia Intensiva-ASSOBRAFIR. Estratégias de mobilização e exercícios terapêuticos precoces para pacientes em ventilação mecânica por insuficiência respiratória aguda secundária à covid-19. Disponível em: https://assobrafir.com.br/wp- content/uploads/2020/04/ASSOBRAFIR_COVID- 19_Mobiliza%C3%A7%C3%A3o_2020.04.01-1.pdf Acesso em: 13 de Maio de 2020. http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/20/1_Orientacoes_sobre_o_manuseio_do_paciente_com_pneumonia_e_insuficiencia_respiratoria_devido_a_infeccao_pelo_Coronavirus_ai.pdfhttp://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/20/1_Orientacoes_sobre_o_manuseio_do_paciente_com_pneumonia_e_insuficiencia_respiratoria_devido_a_infeccao_pelo_Coronavirus_ai.pdf http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/20/1_Orientacoes_sobre_o_manuseio_do_paciente_com_pneumonia_e_insuficiencia_respiratoria_devido_a_infeccao_pelo_Coronavirus_ai.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_Pediatria.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_Pediatria.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_RCP_V2-1.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_RCP_V2-1.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_PRONA.v3-1.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_PRONA.v3-1.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/04/ASSOBRAFIR_COVID-19_Mobiliza%C3%A7%C3%A3o_2020.04.01-1.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/04/ASSOBRAFIR_COVID-19_Mobiliza%C3%A7%C3%A3o_2020.04.01-1.pdf https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/04/ASSOBRAFIR_COVID-19_Mobiliza%C3%A7%C3%A3o_2020.04.01-1.pdf 16 6. BELASCO, A. G. S.; FONSECA, C. D. Coronavírus 2020. Revista Brasileira de Enfermagem. São Paulo, Brasil, 73, 2, 1-2, 2020. 7. ARAUJO FILHO, J. A. B. A.; SAWAMURA, M. V. Y.; COSTA, A. N.; CERRI, G. G.; NOMURA, C. H. COVID-19 pneumonia: what is the role of imaging in diagnosis. J Bras Pneumol, São Paulo, Brasil, 46, 2, e20200114, 2020. 8. GUAN, W.; NI, Z.; HU, Y.; LIANG, W.; OU, C.; HE, J.; LIU, L.; SHAN, H.; LEI, C.; HUI, D. S. C.; DU, B.; LI, L.; ZENG, G.; YUEN, K. Y.; CHEN, R.; TANG, C.; WANG, T.; CHEN, P.; XIANG, J.; LI, S.; WANG, J.; LIANG, Z.; PENG, Y.; WEI, L.; LIU, Y.; HU, Y.; PENG, P.; WANG, J.; LIU, J.; CHEN, Z.; LI, G.; ZHENG, Z.; QIU, S.; LUO, J.; YE, C.; ZHU, S.; ZHONG, N. Clinical Characteristics of Coronavirus Disease 2019 in China. The New England Journal of Medicine. Guangzhou, Guangdong, China, 382, 18, 2020. 9. MASON, R. J. Pathogenesis of COVID-19 from a cell biology perspective. The European Respiratory Journal, Denver, EUA, 55, 4, 9–11, 2020. 10. MATOS, C. M. P.; SCHAPER, F. C. Manejo fisioterapêutico para covid-19 em ambiente hospitalar para casos agudos: recomendações para guiar a prática clínica. Associação de Medicina Intensiva Brasileira-AMIB, Minas Gerais, Brasil, 2020. 11. Mendes, J. J.; Mergulhão, P.; Froes, F.; Paiva, J. A.; Gouveia, J. (2020). Recommendations from the Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos and Infection & Sepsis Group for intensive care approach to COVID-19. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Portugal, 32, 1, 2–10, 2020. 12. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sobre a doença - Coronavírus. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca. Acesso em: 13 de maio de 2020. 13. NOBRE, A. F. S.; SOUSA, R. C. M.; SANTOS, M. C.; BARBAGELATA, L. S.; COSTA JÚNIOR, E.; LIMA, D. F.; SOUZA, E. M. A.; MELLO, W. A. Primeira detecção de coronavírus humano associado à infecção respiratória aguda na Região Norte do Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, Ananindeua, Para, 5, 2, 37–41, 2014. 14. ROTHAN, H. 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