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PRINCIPAIS CUIDADOS DE ENFERMAGEM A PACIENTES EM PÓS PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA 
 
 
VITÓRIA DA SILVA MALAQUIAS 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS CUIDADOS DE ENFERMAGEM A 
PACIENTES EM PÓS PARADA 
CARDIORRESPIRATÓRIA: UMA REVISÃO 
BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília DF 
 2020 
2 
 
VITÓRIA DA SILVA MALAQUIAS 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS CUIDADOS DE ENFERMAGEM A 
PACIENTES EM PÓS PARADA 
CARDIORRESPIRATÓRIA: UMA REVISÃO 
BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
Artigo apresentado como requisito parcial 
para obtenção do título de Emergencista 
pelo Curso de Enfermagem, Faculdade 
LS Educacional 
Orientador: Prof. Dr. Éder Alves Marques 
 
 
 
 
 
 
Brasília DF 
2020 
3 
 
 
PRINCIPAIS CUIDADOS DE ENFERMAGEM A 
PACIENTES EM PÓS PARADA 
CARDIORRESPIRATÓRIA: UMA REVISÃO 
BIBLIOGRÁFICA 
 
MAIN NURSING CARES FOR PATIENTS IN 
POST-CARDIORRESPIRATORY STOP: A 
BIBLIOGRAPHIC REVIEW 
 
 
Vitória da Silva Malaquias* 
Prof. Dr. Éder Alves Marques** 
 
Resumo: ​Após a Parada Cardiorrespiratória o comprometimento neurológico e outras 
disfunções orgânicas são as principais causas de morbimortalidade, surgindo, em 
consequência, a síndrome pós-parada cardiorrespiratória. O cuidado pós-parada 
cardiorrespiratória então se inicia. Assim, os cuidados ofertados a um paciente nessas 
condições são indispensáveis e extremamente necessárias. Está pesquisa é de revisão 
bibliográfica de caráter qualitativa, realizada considerando os artigos publicados na Biblioteca 
Virtual de Saúde (BVS). Conclui-se que de uma maneira geral, a PCR é um evento comum em 
todo o âmbito extra e intra-hospitalar, o trabalha realizado trás medidas essenciais para a 
diminuição dos danos causados por esse evento, o entendimento da equipe diante dessas 
medidas fazem grande diferença no destino de uma pessoa acometida por esse episódio. 
Palavras chaves​: Enfermagem. Pós parada. Cardiorrespiratória. Urgência. Emergência. 
 
Abstract​: After cardiopulmonary arrest, neurological impairment and other organic disorders 
are the main causes of morbidity and mortality, with the consequence of the post-cardiac arrest 
syndrome. Post-cardiac arrest care then begins. Thus, the care offered to a patient in these 
conditions is indispensable and extremely necessary. This research is a qualitative bibliographic 
review, carried out considering the articles published in the Virtual Health Library (VHL). It is 
concluded that, in general, CRP is a common event throughout the extra and intra-hospital 
scope, the work carried out behind essential measures to reduce the damage caused by this 
event, the team's understanding of these measures makes it great difference in the fate of a 
person affected by this episode. ​Keywords​: Nursing. Post stop. Cardiorespiratory. Urgency. 
Emergency. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como interrupção da 
atividade elétrica cardíaca e das atividades do sistema respiratório. Definida 
4 
 
por 4 ritmos cardíacos, taquicardia ventricular sem pulso (TVSP), fibrilação 
ventricular sem pulso (FVSP), atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia. 
A ausência da circulação sanguínea causa hipoperfusão cerebral sendo então 
sujeito a isquemia e edema cerebral (OLIVEIRA, SMM. 2014). 
Segundo o American Heart Association AHA (2015) durante a PCR é 
realizado a reanimação do paciente com compressões cardíacas e análise de 
ritmo cardíaco, nessas condições é tomado a conduta necessária, como o uso 
de drogas, utilização do desfibrilador, ventilação manual com o auxílio do BVM 
(bolsa valva máscara) e se necessário intervenções mais invasivas, como 
intubação e uso o TOT (tubo orotraqueal). 
Os cuidados pós PCR podem reduzir a taxa mortalidade devido à 
instabilidade hemodinâmica e disfunção orgânica múltipla, e a tardia devido ao 
dano cerebral. A maioria das mortes pós PCR ocorrem nas primeiras 24 horas, 
solicitando então na maioria das vezes um leito de UTI, onde o paciente ficará 
com a assistência mais especializada ​(RASIA MA, 2016). 
Analisa-se algumas ações, intervenções da equipe de enfermagem no 
cuidado do paciente em pós parada cardiorrespiratória, que visam reduzir a 
taxa de morte e diminuir a porcentagem de sequelas que podem aparecer 
devido a intercorrência. Entende-se que a equipe de enfermagem deve ter uma 
preparação técnica e científica adequada para prestar assistência a um 
paciente nessas condições, visando o tratamento e o aumento da taxa de 
sobrevida deste paciente (​GISMONDI, Ronaldo. 2017). 
 
1.1 O PROBLEMA 
Mediante as ações da equipe de enfermagem em desenvolver um 
tratamento para o cuidado de um paciente em pós parada cardiorrespiratória, 
quais são as medidas principais para o tratamento de um ser humano nessas 
condições? 
 
2 MATERIAIS E METODOLOGIA 
 
5 
 
A revisão bibliográfica é a pesquisa de trabalhos literários já publicados, 
que tem como objetivo reunir estudos de caráter acadêmico, com diversas 
versões de autores diferentes. 
Está pesquisa é de revisão bibliográfica de caráter qualitativa, realizada 
considerando os artigos publicados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), e 
sites sobre o assunto abordado, artigos encontrados nas bases de dados 
LILACS e SciELO, com critério de utilização de 9 artigos dos últimos 13 anos 
(2008 a 2020). 
Utilizando como principais autores da pesquisa a American Heart 
Association (2015), Gismondi (2017), Oliveira (2014), Machado e Silva (2013), 
Miyadahira et al (2008), Rasia (2016), Tallo (2012) e Pereira (2008) por meio 
de palavras chaves: enfermagem, pós parada, cardiorrespiratória, urgência e 
emergência. 
 
3 RESULTADOS 
 
Os cuidados principais na pós-PCR que implicam diretamente no destino 
do paciente inclui o controle de temperatura rigoroso, acompanhamento de 
exames laboratoriais (incluindo eletrólitos, gasometria com lactato e troponina), 
utilização de drogas (antiarrítmicos e sedativos) e exames de imagem 
(tomografia e EEG). 
O bom estado neurológico e à investigação das causas da PCR. O bom 
desempenho da equipe de enfermagem e multidisciplinar estabelecendo 
condutas essenciais nas primeiras horas após a PCR, aumenta a chance de 
sobrevida do paciente e a diminuição de possíveis lesões originadas da 
complicação. 
 
4 DISCUSSÃO 
 
 ​ Oliveira SMM (2014) afirma que as doenças cardiovasculares por 
causas externas apresentam grande avanço nos últimos anos, sendo 
6 
 
responsáveis por utilização de recursos públicos e internações hospitalares em 
tempo prolongado. Definida pela interrupção da atividade cardíaca e 
respiratória, a parada cardiorrespiratória (PCR) encontra-se em quatro ritmos 
cardíacos: assistolia, fibrilação ventricular sem pulso (FVSP), taquicardia 
ventricular sem pulso (TVSP) e atividade elétrica sem pulso (AESP). 
Os enfermeiros devem estar preparados tecnicamente para enfrentar as 
intercorrências e eventos graves, com a necessidade do diagnóstico prévio e 
intervenção efetiva, considerando que o prognóstico do paciente está 
diretamente relacionado a rapidez e eficácia das intervenções. (MACHADO RC 
e SILVA AB. 2013). 
No pós-PCR, devido a todas as instabilidades e das situações agudas 
em que se encontra o paciente, é necessário portanto, suporte clínico 
intermitente. A UTI neste caso, é a melhor unidade paraa internação deste 
paciente. O enfermeiro, independente do diagnóstico ou do contexto clínico, 
deve estar apto a cuidar de todos os pacientes. (RASIA. MA, 2016). 
O manuseio do paciente pós-parada cardíaca é complexo e deve tratar 
vários problemas importantes simultaneamente: a otimização da função 
cardiopulmonar e perfusão órgãos vitais após o RCE; remoção para 
estabelecimento de assistência à saúde apropriada; identificação e tratamento 
da síndrome coronariana aguda; controle da temperatura para otimizar a 
recuperação neurológica e prevenção e tratamento da falência múltipla de 
órgãos (American Heart Association, 2015). 
A AHA (2015) afirma que a sobrevivência destas vítimas de PCR um 
sistema abrangente, estruturado, integrado e multidisciplinar de cuidados 
pós-PCR deve ser implementado de maneira consistente. O tratamento deve 
incluir suporte cardiopulmonar e neurológico, hipotermia terapêutica e 
intervenções coronárias percutâneas devem ser executadas, quando indicadas. 
Como convulsões são comuns após a PCR, deve-se realizar um 
eletroencefalograma (EEG) para o diagnóstico das mesmas, com pronta 
interpretação tão logo quanto possível e monitorização contínua em pacientes 
comatosos após o RCE. 
7 
 
Deve-se instituir a manutenção de fármaco antiarrítmico adequado, caso 
a PCR tenha sido em fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) 
sem pulso. Todo os tipos de exames laboratoriais, incluindo eletrólitos e 
marcadores, enzimas de necrose miocárdica devem ser solicitados, 
preservando as funções orgânicas (em particular a cerebral), evitando a 
progressão da lesão e mantendo adequada a pressão de perfusão nos 
diversos territórios vasculares, viabilizado pela hipotermia terapêutica. 
(PEREIRA, 2008). 
Na edição de 2010, a American Heart Association decidiu incluir os 
cuidados pós-parada cardíaca (PCR) como uma das etapas do atendimento no 
ACLS (Advanced Cardiac Life Support). Podemos citar alguns motivos para 
essa iniciativa. Primeiro, os primeiros minutos após o retorno da circulação 
espontânea (RCE) são de alto risco para uma nova parada. O paciente com 
frequência está comatoso, ventilando mal e hipotenso, com necessidade de 
intervenção imediata. 
O primeiro passo após o RCE é a estabilização dos sinais vitais, com 
determinação do nível de consciência/capacidade de proteção da via aérea, 
oxigenação e pressão arterial. A seguir, são indicados procedimentos que 
visam determinar a causa da PCR (“5H5T”) e reduzir o risco tanto de recidiva 
como de sequelas. O estudo feito pelo Portal PEB MED (2017) trazem algumas 
ações fundamentais para o benefício de uma pessoa reanimada, e​ ​reduzir o 
risco tanto de recidiva como de sequelas​.​ Tais como: 
 
AÇÕES BENEFÍCIOS 
Exames 
laboratoriais 
Eletrólitos, gasometria (principalmente a avaliação do 
lactato) e troponina (marcador químico); 
Coronariografia 
(CAT) 
É a visualização radiográfica dos vasos coronários após a 
injeção de um meio de contraste radiopaco, em especial 
quando o ritmo inicial da parada é FV/TV; 
Controle de 
temperatura 
Não deixar a temperatura subir > 36,0°C seja tão ou mais 
importante que o resfriamento em si. A hipotermia deve 
ser iniciada em ambiente hospitalar tão logo seja possível e 
mantida por 24h; 
8 
 
Antiarrítmicos A indicação formal é apenas no caso do paciente manter 
arritmias após RCE; 
Sedação Se as condições hemodinâmicas/cardiogênicas permitirem, 
o agente de escolha é o propofol, pois sua meia-vida curta 
permite reavaliação neurológica intermitente, bem como 
melhor análise no EEG; 
Prognóstico 
neurológico 
A avaliação clínica, o aspecto tomográfico e o EEG são as 
principais ferramentas para estimar o prognóstico de 
recuperação; 
Glicemia É recomendado o controle “tradicional” como é feito em 
outros cenários, com teto 140-180 mg/dl. 
 
São medidas que podem e devem ser adotadas pela equipe 
multidisciplinar para o tratamento de uma pessoa em pós parada 
cardiorrespiratória, são ações que vão aumentar a taxa de sobrevida e diminuir 
as chances de sequelas permanentes. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
O conhecimento da equipe de enfermagem ao atendimento ao paciente 
em pós PCR, inclui o controle de temperatura, realização de exames 
laboratoriais, utilização de drogas conforme prescrição médica, avaliação 
neurológica de forma rigorosa e controle de temperatura são de extrema 
importância, implicando diretamente no prognóstico do paciente. O enfermeiro 
é um profissional qualificado e capacitado para treinar, instruir e 
desenvolver ações de planejamento e execução durante o atendimento a pós 
PCR. 
Um dos problemas de pesquisa encontrado foi a escassez de materiais 
atualizados nos últimos anos e tempo disponível para produção do material. 
Sugere-se que para pesquisas futuras uma pesquisa mais detalhada do tema 
abordado, inclusive disponibilizados em outros idiomas, levando em 
consideração que pesquisas disponíveis na língua portuguesa tem uma maior 
limitação de conteúdo atualizado. 
9 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Heart Association para RCP e ACE​. Greenville Avenue Dallas, Texas, EUA 
2015. Disponível em: 
<​https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guideli
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GISMONDI, Ronaldo​. Cuidados pós-parada cardíaca: o que você não pode 
deixar de saber​. ​Cardiologia​, ​Colunistas atualizado em ​12 de Março de 2017. 
Disponível em: 
<​https://pebmed.com.br/cuidados-pos-parada-cardiaca-o-que-voce-nao-pode-d
eixar-de-saber/​>. Acesso em 17 de Abril de 2020. 
MACHADO RC, SILVA AB​. ELABORAÇÃO DE GUIA TEÓRICO DE 
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MIYADAHIRA AMK. et al. ​Ressuscitação cardiopulmonar com a 
utilização do desfibrilador externo semi- automático: avaliação do 
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OLIVEIRA, SMM. ​ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA 
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<​https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/fundamen
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Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n2/13.pdf.> Acesso em 15 de 
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RASIA MA. ​CUIDADOS DE ENFERMAGEM A PACIENTES EM PÓSPARADA 
CARDIORRESPIRATÓRIA INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA 
INTENSIVA: CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO​. Florianópolis- 
SC, 2016. 
TALLO, F.S. et al. ​Atualização em reanimação cardiopulmonar: uma 
revisão para o clínico​. Revista Brasileira Clinica Medica. São Paulo, v. 10, n. 
3, p. 194-200, 2012. 
 
https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf
https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf
https://pebmed.com.br/category/cardiologia/
https://pebmed.com.br/category/colunistas/
https://pebmed.com.br/cuidados-pos-parada-cardiaca-o-que-voce-nao-pode-deixar-de-saber/https://pebmed.com.br/cuidados-pos-parada-cardiaca-o-que-voce-nao-pode-deixar-de-saber/
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