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Citologia Vegetal

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CÉLULA VEGETAL 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As células são universalmente consideradas as unidades estruturais e funcionais da vida, pela 
capacidade de vida própria e pela capacidade de autoduplicação, como no caso dos organismos 
unicelulares ou ainda artificialmente, quando em cultura nos laboratórios. Podem existir isoladamente, 
como seres unicelulares ou constituir 
arranjos ordenados de células - os 
tecidos - que formam o corpo dos 
animais e plantas pluricelulares. 
A célula vegetal é semelhante à 
da célula animal, e vários processos 
metabólicos são comuns as duas. No 
entanto, as células vegetais têm 
algumas características exclusivas, tais 
como: presença de uma parede celular 
constituída, principalmente, de celulose, 
a presença de plasmodesmas, dos 
vacúolos, dos plastos e a ocorrência de 
substâncias ergásticas (Fig. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
2. PAREDE CELULAR 
 
A parede celular é um componente típico da célula vegetal e a diferença mais marcante entre a 
célula vegetal e a animal. Ela é produzida pela célula e depositada externamente da membrana 
plasmática ou plasmalema . Nas plantas vasculares, apenas os gametas e as primeiras células 
resultantes da divisão do zigoto não apresentam 
parede celular. Cada célula possui a sua própria 
parede, que está cimentada à parede da célula 
vizinha pela lamela mediana (Fig. 2), composta 
principalmente de substâncias pécticas. 
A presença da parede celular restringe 
ou limita a distensão do protoplasto e, o tamanho 
e a forma da célula tornam-se fixos na 
maturidade. Esta parede também protege o 
citoplasma contra agressões mecânicas e contra 
a sua ruptura quando acontece um desequilíbrio 
osmótico. 
 Figura 2. Esquema da parede celular. 
 
2.1 Componentes Macromoleculares e a sua Organização na Parede Celular 
 
O principal componente da parede celular é a celulose, um polissacarídeo, formado por 
moléculas de glicose, cuja fórmula empírica é (C6H10O5)n. Associada à celulose aparece outros 
carboidratos como a hemicelulose, pectinas e também, proteínas estruturais chamadas 
glicoproteínas. Devemos considerar ainda, a ocorrência de outras substâncias orgânicas tais como: 
lignina, compostos graxos (cutina, suberina e as ceras), tanino, resinas, etc., além de substâncias 
minerais (sílica, carbonato de cálcio, etc.) e água. A proporção com que cada um destes componentes 
Fig. 1 Esquema de uma célula vegetal, 
mostrando vários dos seus componentes 
característicos. 
 
aparece, varia bastante nas paredes celulares de diferentes espécies, tecidos e mesmo nas diferentes 
camadas da parede de uma única célula. 
A arquitetura da parede celular é determinada, principalmente, pela celulose (polissacarídeo 
cristalino) que forma um sistema de fibrilas entrelaçadas, embebidas por uma matriz amorfa, composta 
de polissacarídeos não celulósicos, tais como, hemiceluloses, pectinas, proteínas (proteínas estruturais e 
enzimas). Substâncias incrustantes, tais como a lignina e a suberina são depositadas nesta matriz. 
A síntese das microfibrilas de celulose é realizada por enzimas situadas na membrana 
plasmática. As fibrilas de celulose são de diferentes tamanhos. Moléculas lineares de celulose unem-se 
paralelamente por pontes de H formando as microfibrilas, que podem apresentar de 30 a 100 moléculas 
de celulose. As microfibrilas por sua vez, enrolam-se umas sobre as outras para formar as macrofibrilas 
(Fig. 3). As microfibrilas 
apresentam certas regiões com 
um arranjo ordenado das 
moléculas de celulose - estrutura 
micelar - (Fig. 3), que confere a 
celulose propriedades cristalinas 
e birrefringência, o que a torna 
brilhante, quando vista sob 
microscópio de luz polarizada. 
 
Figura 3. Esquema 
mostrando a organização da 
celulose na parede celular. Raven, et al. (Biologia Vegetal, 2007). 
 
A lignina, um polímeros de alto teor de carbono, é o componente de parede mais abundante 
depois da celulose e aparece impregnando as paredes celulares de certos tecidos, como por exemplo, as 
células do xilema e do esclerênquima, conferindo-lhes rigidez e resistência à compressão. 
Os compostos graxos, especialmente cutina, suberina e as ceras, são encontradas 
principalmente, nas paredes celulares dos tecidos de revestimento: epiderme e periderme e têm a 
importante função de reduzir a perda de água das plantas. Dentre as substâncias inorgânicas da parede 
celular podem ser citados a sílica e o carbonato de cálcio. 
 
2.2 Origem e Crescimento da Parede Celular 
A parede celular começa a se formar no final da mitose, durante a telófase, quando os dois 
grupos de cromossomos estão se separando, e é bem evidente a presença de um fuso de aspecto 
fibroso - o fragmoplasto (Fig. 4a) entre eles. Na região mediana do fragmoplasto começa a formação da 
placa celular (Fig. 4b), que é considerada a primeira evidência da parede celular e inicia-se como um 
disco, formado pela fusão das vesículas originadas dos dictiossomos (Complexo de Golgi) suspenso no 
fragmoplasto. Esta placa vai crescendo para a periferia, até se fundir com a parede da célula-mãe. Até o 
contato da placa celular com as paredes da célula mãe, o fragmoplasto vai desaparecendo e a placa vai 
sofrendo modificações graduais para formar a lamela mediana entre as células filhas. 
A seguir, o protoplasma das células 
filhas começa a produzir e a depositar sobre a 
placa celular, uma parede contendo celulose, 
hemicelulose e substâncias pécticas. Ao 
mesmo tempo, há deposição de material celular 
sobre a antiga parede da célula-mãe, visto que 
as células filhas estão crescendo rapidamente. 
Assim, cada célula-filha forma a Figura 4. Esquema mostrando a origem da parede 
sua parede primária completa. celular. Raven, et al. (Biologia Vegetal, 2007). 
 
2.3 Camadas da Parede Celular 
As paredes celulares espessadas mostram certa lamelação, que é conseqüência do modo e grau 
de crescimento dessa parede e do arranjo apresentado pelas microfibrilas nas sucessivas camadas. 
Cada célula forma sua parede de fora para dentro, de tal modo, que a camada mais antiga, ou seja, a 
parede primária ocupa uma posição externa, e a camada mais recente ocupa posição interna, junto ao 
protoplasto (Fig. 5). 
A parede que se forma primeiro, durante o crescimento da célula é denominada parede primária 
e sobre ela poderá ou não se formar a parede secundária. 
 
A união das paredes primárias de duas células vizinhas é feita pela lamela mediana (LM), que 
forma uma camada delicada composta principalmente de substâncias pécticas. 
A PAREDE PRIMÁRIA (Fig. 1, 2 e 5), produzida e depositada durante o crescimento da célula 
vegetal, é constituída principalmente de celulose, hemicelulose, substâncias pécticas, proteínas 
(glicoproteínas – proteínas estruturais - e enzimas) e água. Geralmente, ela é delgada nas células que 
formam parede secundária e também naquelas células que apresentam metabolismo intenso. 
Em muitas células, internamente à parede primária, se forma a PAREDE SECUNDÁRIA (Fig. 5), após 
ter cessado o crescimento da célula. Freqüentemente, ela é composta de camadas, designadas 
respectivamente: S1, S2 e S3, sendo que esta última (S3) pode ser ausente. Esta separação da parede 
secundária em camadas deve-se a diferenças no arranjo das fibrilas de celulose em cada uma delas 
(Fig. 5). 
Nas células com paredes secundárias, as duas paredes vizinhas e a lamela mediana entre elas, 
aparecem fortemente unidas entre si, e em microscopia, aparecem como se fossem uma única camada, 
denominada lamela mediana composta (Fig. 5B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A B C 
Figura 5. Esquemas e microscopia eletrônica de transmissão mostrando uma parede 
celular completa. www.ualr.edu/botany/botimages.html 
 
As células com paredes secundárias, geralmente, são células mortas, logo as mudanças que 
nela ocorrem são de caráter irreversível. A parede secundária também apresenta celulose como 
componente principal, acompanhado de hemicelulose e, geralmente, não apresenta substâncias 
pécticas.A lignina é um componente freqüente na parede secundária de tecidos como o xilema e o 
esclerênquima. A lignina aparece incrustando a matriz da parede e a produção de lignina e a lignificação 
da parede se inicia na lamela mediana, progredindo até atingir a parede secundária, onde ocorre com 
maior intensidade. 
 
2.4 Diferenciações da Parede: Pontoações Primordiais, Pontoações e Plasmodesmos 
Durante a formação da placa celular, elementos tubulares do retículo endoplasmático ficam 
retidos entre as vesículas que estão se fundindo, originando os futuros plasmodesmos que são 
continuidades protoplasmáticas entre células vizinhas (Fig. 2, 6). Quando acontece a deposição da 
parede primária, estas regiões que contêm os plasmodesmos, geralmente, formam pequenas 
depressões, onde a parede deposita-se em 
menor quantidade. Essas regiões são conhecidas 
como campos de pontoação primária ou 
pontoações primordiais. 
Posteriormente, durante a deposição da 
parede secundária, geralmente, nenhum material 
de parede é depositado sobre o campo de 
pontoação primário, formando as pontoações 
(Fig. 7). 
 
Figura 6. Esquema de um trecho da parede 
primária atravessada por plasmodesmos. 
As pontoações variam em tamanho e 
detalhes estruturais. Dentre os vários tipos de pontoações os mais comuns são: pontoação simples 
 
(Fig. 7A) e pontoação areolada (Fig. 7B). A pontoação simples (Fig. 7A) é apenas uma interrupção da 
parede secundária, sobre a parede primária. O espaço em que a parede primária não é recoberta pela 
secundária constitui a chamada cavidade da pontoação (Fig. 7B). Entre as paredes das duas células 
vizinhas podem existir pontoações que se correspondem e constituem um par de pontoações (Fig. 7A, 
7B). Neste caso, além das cavidades de pontoação, existe a membrana de pontoação (Fig. 7A), 
formada pelas paredes primárias de ambas as células do par, mais a lamela mediana entre elas. 
A pontoação areolada (Fig. 7B) recebe este nome porque em vista frontal se mostra como uma 
aréola, ou seja, apresenta uma saliência de contorno circular e no centro desta encontra-se uma 
abertura, também circular (Fig. 7B-D). Neste tipo de pontoação a parede secundária forma a aréola e a 
interrupção desta parede, corresponde à abertura da aréola. Como a parede secundária apresenta-se 
bem separada da parede primária, delimita-se internamente uma câmara de pontoação (Fig. 7B). 
Pontoações areoladas, deste tipo, são encontradas em células como as traqueídes e os elementos de 
vaso do xilema. 
Nas paredes das traqueídes (célula condutora do xilema de coníferas e de algumas 
angiospermas primitivas), a membrana da pontoação areolada, apresenta espessamento especial 
denominado toro (Fig. 7C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 Esquemas dos diferentes tipos de 
pontoação da parede secundária. Anatomia 
Vegetal 2007 (EUFV). 
 
 
Espaços Intercelulares 
 
Um grande volume no corpo do vegetal é ocupado por um sistema de espaços 
intercelulares. Geralmente, apenas o tecido meristemático não apresenta espaços intercelulares. 
Exemplos de tecidos com espaços intercelulares bem desenvolvidos são encontrados nas folhas 
e em órgãos submersos de plantas aquáticas. 
O modo mais comum de desenvolvimento de espaços intercelulares é pela separação 
das paredes primárias, através da lamela mediana. A separação inicia-se nos cantos, onde mais 
de duas células estão unidas, seguindo para as outras áreas da parede. Os espaços 
intercelulares assim formados são denominados esquizógenos e a sua origem envolve apenas 
a cisão da lamela mediana. Exemplos muito comuns de espaços intercelulares de origem 
esquizógena são os denominados meatos e os canais resiníferos dos pinheiros de um modo 
geral. 
Um segundo tipo de espaço intercelular é o lisígeno, quando células inteiras são 
destruídas durante a sua formação. As cavidades secretoras visíveis em folhas de laranjeiras e 
de eucalipto são exemplos deste tipo de espaço intercelular. Existem ainda os espaços 
intercelulares de origem mista, ou seja, esquizo-lisígenos. 
 
 
 
 
Proplastídeo 
Leucoplasto Etioplasto 
Cloroplasto Amiloplasto Cromoplasto 
3. CONTEÚDO CELULAR 
 
3.1 Plastos ou Plastídios 
Uma das principais características das células vegetais é a presença dos plastos ou plastídios, 
organelas extremamente dinâmicas, capazes de se dividir, crescer e diferenciar em uma variedade de 
formas, cada uma delas com estrutura e metabolismo próprio. São organelas semiautônomas e acredita-
se que tenham tido origem a partir da simbiose entre um organismo eucarioto e um procarioto 
fotossintetizante. O eucarioto teria fagocitado o procarioto, e ao longo da evolução ambos tornaram-se 
independentes. São várias as evidências que dão suporte a esta hipótese, como a presença de DNA 
circular, típico das bactérias, a estrutura gênica também similar a de bactérias, o tipo de ribossomos e 
divisão por fissão binária, como as bactérias 
Os plastos são delimitados por um envelope formado por duas unidades de membrana e 
internamente apresentam uma matriz 
protéica incolor denominada estroma e 
um sistema de membranas, que 
consiste de sacos achatados 
denominados tilacóides. O grau de 
desenvolvimento destes tilacóides varia 
de acordo com o tipo de plastídios em 
questão. 
Os plastídios contêm ainda DNA 
e ribossomos o que lhes permitem ser 
organelas geneticamente autônomas. 
Os plastos são classificados de 
acordo com a presença ou ausência de 
pigmentos e com o tipo de pigmentos 
apresentados, e podem passar de um 
tipo para o outro, dependendo de 
condições ambientais e fisiológicas 
(Fig.8). 
 
 
Figura 8. Tipos de Plastos e as inter-relações entre eles. 
 
3.1.1 Proplastídeos 
Os proplastos são os precursores de todos os tipos de plastos. São organelas presentes, no 
zigoto e em células meristemáticas. são muito pequenas, sem coloração ou verde claro e apresentam 
apenas uma pequena quantidade de membranas internamente. 
Na presença de luz os proplastos se desenvolvem em cloroplastos, formando um sistema 
lamelar característico, bem desenvolvido, como acontece, por exemplo, nas células parenquimáticas do 
mesofilo das folhas. Na ausência de luz, os proplastídeos formam um ou mais “corpos prolamelares” 
(estruturas semi-cristralinas, formados de membranas tubulares) e se desenvolvem em etioplastos. 
Quando expostos à luz, rapidamente se transformam em cloroplastos. 
 Os plastos maduros são geralmente classificados com base nos pigmentos que apresentam em: 
cloroplastos e cromoplastos. 
 
3.1.2 CLOROPLASTOS 
São os plastos verdes, devido à predominância da clorofila e estão associados à fotossíntese, 
ocorrendo em todas as partes verdes da planta, sendo mais numerosos e mais diferenciados nas folhas. 
Nos vegetais superiores, o sistema de membranas dos cloroplastos forma um conjunto de 
vesículas achatadas, os tilacóides, que se acredita que formem um único sistema de lamelas 
interconectadas. Os cloroplastos caracterizam-se pela presença de unidades portadoras de clorofila, os 
grana, mergulhados ordenadamente em uma matriz protéica, incolor ou estroma, sendo toda esta 
estrutura envolvida por uma membrana dupla (Fig. 9). 
Cada granum (plural - grana) consiste de vários tilacóides - estruturas semelhantes a pequenas 
moedas empilhadas, de modo a formar um cilindro curto (Fig. 9). Os grana são interligados uns aos 
outros pelas lamelas intergranais. A clorofila e os carotenóides (que também estão presentes nos 
 
cloroplastos) localizam-se nas membranas dos tilacóides; tal sistema é, portanto, a sede das reações 
fotoquímicas responsáveis pela captação e transformação da energia luminosa em energia química. 
Na matriz ou estroma estão localizadas as enzimas responsáveis pela captação do CO2, e a 
conseqüente produção de glicose, além de outras substâncias derivadas do processo fotossintético, tais 
como: aminoácidos, ácidos orgânicos e ácidos graxos. 
Em certas condições, como por exemplo, numa longa exposição à luz, o cloroplasto forma e 
acumulaamido (amido de assimilação), que posteriormente é despolimerizado e transportado para fora 
do cloroplasto. 
Os cloroplastos diferenciam-se a partir dos proplastídios das células meristemáticas. Estes 
proplastídios sofrem grandes transformações estruturais durante o processo de ontogênese dos 
cloroplastos, que são iniciadas a partir de sua exposição à luz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. Cloroplasto: Esquema e Microscopia Eletrônica de Transmissão. 
http://www.wellesley.edu/Biology/Courses/Plant/images/ 
 
 
3.1.3 CROMOPLASTOS 
Estes plastos apresentam pigmentos carotenóides (amarelos, vermelhos, alaranjados, etc.) e, 
usualmente, não apresentam clorofila ou outros componentes 
da fotossíntese. São encontrados nas pétalas e outras partes 
coloridas de flores, nos frutos maduros e em algumas raízes. 
Os cromoplastos, geralmente, diferenciam-se a partir de 
transformações dos cloroplastos, que sofrem modificações 
diversas, ou mesmo, quebra dos tilacóides e acúmulo de 
glóbulos lipídicos. Os cromoplastos sintetizam e acumulam 
pigmentos sob a forma de glóbulos lipídicos, fibrilas de 
proteína ou cristalóides. Na cenoura (Daucus carota) os 
cromoplastos acumulam caroteno e no tomate (Lycopersicum 
esculentum) acumulam o licopeno. Os cromoplastos que se 
desenvolvem a partir de cloroplastos podem retornar à forma 
original, perdendo o caroteno e desenvolvendo um novo sistema de tilacóides e clorofila. 
 
 Figura 10 - Cromoplastos do fruto de Rose sp. 
 
3.1.4 LEUCOPLASTOS 
São os plastos incolores que não possuem pigmentos e podem armazenar várias substâncias. 
Aqueles que armazenam amido são os amiloplastos, ocorrendo, por exemplo, em tubérculos de 
batatinha inglesa (Solanum tuberosum). Os que reservam proteínas são chamados de proteinoplastos 
e, os que reservam lipídios elaioplastos (abacate Persea americana). Nos amiloplastos pode se formar 
Membrana 
interna 
Membrana 
externa 
Espaço do 
tilacóide 
Membrana 
do tilacóide 
Granum 
Estroma 
 
um ou vários grãos de amido e o seu sistema de tilacóides é pouco desenvolvido. Expostos à luz os 
leucoplastos, podem se transformar em cloroplastos novamente. 
 
 
4. VACÚOLO 
O vacúolo é uma estrutura característica da célula vegetal (Fig. 1, 2 e 5A). Nas células de tecidos 
vivos, pode chegar ocupar a maior parte do volume celular, reduzindo o citoplasma funcional a uma 
delgada faixa próximo à parede celular. Os vacúolos são limitados por uma membrana única denominada 
tonoplasto. 
O conteúdo vacuolar é formado por água e uma variedade de substâncias inorgânicas (íons de 
cálcio, potássio, cloro, sódio etc.) e orgânicas (açucares, ácidos orgânicos, proteínas, pigmentos, etc.), 
que podem ou não estar dissolvidas na água. 
Os vacúolos se originam do sistema de membranas do complexo de Golgi. Nas células 
meristemáticas são pequenos e nas células completamente diferenciadas, é comum a ocorrência de um 
único vacúolo, que pode ocupar um considerável volume celular. Nas células parenquimáticas podem 
ocupar até 90% do volume celular 
Os vacúolos participam ativamente de vários processos celulares e suas funções e propriedades 
dependem do tipo de célula onde aparecem. Dentre essas funções podemos citar: 
 
4.1. Vacúolos como compartimentos osmoticamente ativos 
Os vacúolos desempenham um papel dinâmico no crescimento e desenvolvimento das células. 
Os solutos orgânicos e inorgânicos presentes no seu interior originam a pressão osmótica que é 
responsável pela pressão de turgor, essencial para o alongamento celular; 
 
4.2 Vacúolos como lisossomo 
Os vacúolos possuem enzimas que hidrolisam proteínas, ácidos nucléicos, etc., e a sua ação 
hidrolítica faz com que sejam considerados como parte do sistema lisossômico da célula vegetal. Neste 
processo, o tonoplasto forma invaginações que englobam e carregam para o interior do vacúolo materiais 
citoplasmáticos, como cloroplastos, mitocôndrias e outros. No interior do vacúolo ocorre a lise desses 
materiais. 
 
4.3 Vacúolos como estruturas de armazenagem 
Os vacúolos podem ser locais de armazenamento de substâncias, tais como carboidratos, 
proteínas e outros metabólitos para serem utilizados posteriormente. Um exemplo a ser citado é o que 
ocorre nas células do endosperma das sementes de Ricinus communis (mamona), cujos microvacúolos 
contêm proteína e são conhecidos como grãos de aleurona 
 
4.4. Vacúolos como locais de depósitos de produtos do metabolismo secundário. 
Os vacúolos podem acumular substâncias do 
metabolismo secundário e produtos a serem descartados da 
célula. Muitas plantam apresentam em suas células pigmentos 
solúveis em água que são acumulados nos vacúolos como, por 
exemplo, a betalaína, pigmento encontrado na raiz da beterraba 
(Beta vulgaris). Outros produtos secundários, como o alcalóide 
nicotina, que é sintetizada pelas células da raiz do tabaco 
(Nicotiana tabacum) e transportada para o caule, onde se 
acumula nos vacúolos das células. 
Os vacúolos podem ainda acumular sais sob a forma de 
cristais, como o oxalato de cálcio, que se apresentam sob a 
forma de cristais prismáticos, drusas (Fig. 11), rafídeos, etc. Os 
depósitos de ácido oxálico e cálcio sob a forma de cristais 
geralmente não retornam ao citoplasma, assim os vacúolos 
poderiam ser vistos como um substituto para o sistema excretor 
dos animais. Recentemente têm surgido algumas evidências de 
que o oxalato pode ser remobilizado, caso haja uma deficiência 
aguda de cálcio na planta. Vale a pena lembrar ainda, que os 
cristais de oxalato de cálcio podem também atuar como agentes 
defensivos para a planta. 
 Figura 11. Drusas (setas) na folha de Larix (Pinaceae) 
 
5. SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS 
 
Estas são produtos do metabolismo celular, materiais de reserva e/ou produtos descartados pelo 
metabolismo, podendo aparecer e desaparecer em diferentes estágios da vida das células. São 
encontradas na parede celular, no citoplasma, nos vacúolos ou associadas a vários outros componentes 
protoplasmáticos. 
Dentre as substâncias ergásticas orgânicas mais conhecidas destacam-se: celulose, amido, , 
corpos de proteína, lipídios, substâncias fenólicas, resina, gomas, borracha, alcalóides, e entre as 
substâncias inorgânicas podemos citar os cristais de oxalato de cálcio sob a forma de ráfides, drusas 
(Fig. 11), estilóides, carbonato de cálcio - cistólitos e a sílica. 
Geralmente, as células que contêm substâncias ergásticas no seu interior são diferenciadas 
morfológica e fisiologicamente das demais células do tecido e, neste caso, recebem o nome de 
idioblastos. 
 
 
6. MICROCORPOS 
 
São organelas esféricas (0,5 a 1,5 µm) envoltas por uma unidade de membrana. Geralmente, 
contêm enzimas hidrolíticas: os peroxissomos – encontrados nas folhas verdes estão associados às 
mitocôndrias e aos cloroplastos, têm um importante papel na fotorrespiração; e os glioxissomos, 
encontrados nos tecidos de reserva de sementes gordurosas, contêm as enzimas necessárias para a 
quebra dos ácidos graxos, durante a germinação de algumas sementes 
 
 
7. CITOESQUELETO 
 
Como nas demais células eucarióticas, as células dos vegetais possuem uma rede de filamentos 
protéicos que forma o seu citoesqueleto: os microtúbulos e os filamentos de actina 
(microfilamentos). 
 
7.1 MICROTÚBULOS 
 
 São estruturas cilíndricas formadas por subunidades de uma proteína denominada tubulina, 
organizadas em hélice e apresentam diversas funções. Nas células em crescimento, aparecem próximos 
da membrana plasmática e estão relacionados com o crescimento ordenado da parede celular, através 
do alinhamento das microfibrilas de celulose, que vão sendo incorporadas à parede pelo citoplasma. Os 
microtúbulos atuam ainda no direcionamento das vesículas dos dictiossomos para a parede em 
desenvolvimento. Formam as fibras do fuso nas células em divisão, desempenhando papel importante no 
deslocamento dos cromossomos e na formação da placa celular. Os microtúbulos são ainda 
componentes importantesno movimento dos cílios e flagelos.

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