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antonio mendonca
Máquina de escrever
https://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2012/01/Capacita%C3%A7%C3%A3o-B%C3%A1sica-em-Defesa-Civil-livro-texto.pdf
11 jun.2020.
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Livro-texto para Educação a Distância
Universidade Federal de Santa Catarina 
Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres 
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Livro-texto para Educação a Distância
CEPED UFSC 
Florianópolis, 2011
APRESENTAÇÃO
O maior objetivo das ações de Defesa Civil é a proteção da vida 
e a redução do risco de desastres. Para tanto, as políticas públicas 
nessa área incluem, além de ações estruturais, a preparação das 
comunidades em áreas de risco e a capacitação dos agentes de defesa 
civil.
Um dos problemas comuns em todos os níveis do Sistema Nacional 
de Defesa Civil (SINDEC) é a rotatividade entre os membros que o 
compõem. Dessa forma há sempre novos agentes, não capacitados, 
atuando em todos os níveis.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil por meio do Programa de 
Formação Continuada em Gestão de Riscos e Ações de Proteção Civil 
visa estabelecer orientações de prevenção, mitigação, preparação, 
resposta e reconstrução na busca de uma sociedade proativa para a 
redução do risco de desastres, em consonância com as entidades e 
órgãos que tratam do assunto em âmbito mundial.
Por tudo isso, um grande desafio da atualidade concentra-se no 
estabelecimento de comunidades mais resilientes, promovendo uma 
maior conscientização da importância da redução de desastres como 
um importante componente do desenvolvimento sustentável. Neste 
enfoque, a Sedec lança a Capacitação Básica em Defesa Civil para 
formar aqueles que atuam diretamente junto a estas comunidades.
Por isso, agradeço a sua participação e saúdo a sua presença no 
Sistema Nacional de Defesa Civil, em nome da equipe da Secretaria 
Nacional de Defesa Civil. Bom curso!
Rafael Schadeck
Diretor do Departamento de Minimização de Desastres
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff 
MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL 
Excelentíssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho 
SECRETÁRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL 
Excelentíssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho 
DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE MINIMIZAÇÃO DE DESASTRES 
Excelentíssimo Senhor Rafael Schadeck 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
Magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina 
Professor Álvaro Toubes Prata, Dr. 
Diretor do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina 
Professor Edson da Rosa, Dr. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES 
Diretor Geral 
Professor Antonio Edesio Jungles, Dr. 
Diretor Técnico e de Ensino 
Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr. 
Diretor de Articulação Institucional 
Professor Irapuan Paulino Leite, Msc. 
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 
Superintendente Geral 
Professor Pedro da Costa Araújo, Dr.
®Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES 
Coordenação do Projeto 
Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr. 
Coordenação de Conteúdo
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena
Textos
Alexandre Lucas Alves
Juliana Frandalozo Alves dos Santos 
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena
Entrevistados 
Márcio Luiz Alves
Werneck Martins Carvalho
Transcrição
Maria Pérola Cardoso Figueiredo
Apoio 
Pedro Paulo de Souza
ARREBOL PRODUÇÕES - SOLUÇÕES EaD 
Design Instrucional de Implementação
Carolina Borges de Andrade 
Design Instrucional de Conteúdo 
Vivian Dornelles
Acompanhamento pedagógico
Fernando Spanhol
Identidade Visual e Diagramação
André Fontana Goulart
Revisão Final
Barbara Pettres
10 11
Índice
Introdução .............................................................................................12
MÓDULO I ...........................................................................................14
Defesa civil no brasil e no mundo .........................................16
Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC ........................18
Quanto à estrutura, o SINDEC é composto por: .............19
Política Nacional de Defesa Civil ..............................................22
Diretrizes da Política Nacional de Defesa Civil: ......................22
Metas da Política Nacional de Defesa Civil – ano base 2000 .26
Classificação dos Desastres .........................................................27
CODAR – Codificação de Desastres, Riscos e Ameaças .......30
MÓDULO II ..........................................................................................34
História da legislação ..............................................................36
2011 em detalhes ..........................................................................40
Aspectos legais do sindec ...................................................... 44
Comissões e seus trabalhos ......................................................46
Comissão Especial Interna do Senado Federal - Alterações no 
Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC ............................47
Comissão Especial de Medidas Preventivas Diante de Catástrofes 
Climáticas da Câmara dos Deputados ......................................50
Grupo de trabalho da sedec sobre legislação - proposições 
e tendências ...................................................................................51
MÓDULO III ........................................................................................56
Comdecs: Aspectos Práticos de Estruturação e 
Funcionamento ............................................................................58
 Defesa Civil: Sistema, não órgão ...............................................60
Organização Institucional da COMDEC .................................62
Conhecimento permanente das ameaças e riscos ...................63
Preparação permanente para enfrentamento dos desastres ..65
Sistema de monitoramento e alerta .................................68
Gestão aproximada com instituições públicas e cidades 
vizinhas .........................................................................................71
Interação permanente com a comunidade ..............................75
Ênfase na prevenção em todas as fases de atuação .................77
Educação permanente para convivência com o risco ..............80
Visibilidade institucional ............................................................81
Conclusão .....................................................................................83
MÓDULO IV ........................................................................................86
Conceituação em Gestão de Risco e Desastre ............................88
Gestão de Riscos: Teoria e Prática ................................................97
Gestão Integrada .........................................................................99
Quadro de Ação de Hyogo .......................................................100
Decretações e liberação de recursos .......................................103
Participação técnica, científica e política ...............................103
Avaliação e Mapeamento de Risco .........................................105
Plano de Contingência ..............................................................109
Passo a passo do plano de contingência .........................112
Componentes básicos de um plano de contingência ....115
Anexos e Apêndices ..........................................................116
Monitoramento, alerta e alarme...............................................116
Referências Bibliográficas .............................................................120
antonio mendonca
Destacar
MÓDULO IV........................................................................................86
antonio mendonca
Destacar
Conceituação em Gestão de Risco e Desastre ............................88
Gestão de Riscos: Teoria ePrática ................................................97
Gestão Integrada .........................................................................99
Quadro de Ação de Hyogo .......................................................100
antonio mendonca
Sublinhar
Conceituação em Gestão de Risco e Desastre ............................88
Gestão de Riscos: Teoria e Prática ................................................97
Gestão Integrada .........................................................................99
Quadro de Ação de Hyogo .......................................................100
12 13
Não menos importante, este material didático também lhe 
proporcionará uma noção preliminar sobre o histórico da legislação 
e os aspectos legais do SINDEC, assim como a visão atual de Defesa 
Civil como Sistema e a organização-institucional das Coordenadorias 
Municipais de Defesa Civil.
Esperamos que você goste do curso e aproveite bastante esta 
oportunidade. O CEPED UFSC agradece a sua participação e espera 
que esta iniciativa vá ao encontro de suas expectativas. 
Bom curso!
Um abraço.
Prof. Antonio Edesio Jungles, Dr.
Diretor Geral do CEPED UFSC
Prof. Marcos B. L. Dalmau, Dr.
Diretor de Projetos do CEPED UFSC
Prof Irapuan P. Leite, M.Eng.
Diretor de Articulação Institucional do CEPED UFSC
Introdução
Prezado Cursista: seja bem-vindo!
Nós, do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre 
Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina – CEPED 
UFSC, em parceria com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, 
elaboramos este curso, que tem como proposta capacitar agentes de 
defesa civil e pessoas da comunidade em geral na temática da Gestão 
de Riscos e Ações de Proteção Civil. 
Para seu conhecimento, o intuito é fornecer informações 
contextualizadas a respeito do assunto Defesa Civil, assim como 
gerar subsídios para que se possa difundir a cultura de prevenção de 
riscos de desastres.
Para este curso, idealizado para ser ofertado a distância, 
considerou-se a adoção de tecnologias informatizadas, uma vez que 
o acesso deveria ser o mais amplo possível nos quatro cantos do país. 
Para tanto, pensamos em algo que pudesse ser utilizado a qualquer 
hora, em qualquer local e, não obstante, que permitisse a troca de 
informações e conhecimentos com os demais participantes. 
Acreditamos que ao final do curso, você, cursista, terá 
conhecimento de informações importantes sobre a temática já 
destacada. Dentre elas, citamos o histórico da Defesa Civil no 
Brasil e no mundo, a estrutura do Sistema Nacional de Defesa Civil 
– SINDEC, bem como as diretrizes e metas da Política Nacional 
de Defesa Civil. Tais informações, de caráter introdutório, são 
necessárias para uma devida compreensão da realidade atual de 
Defesa Civil que vivenciamos. 
14 15
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
MÓDULO I
REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC 
E POLÍTICA NACIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final desta unidade, você será capaz de compreender:
•	 Como surgiu a Defesa Civil no Brasil e no Mundo.
•	 A Defesa Civil também como instituição estratégica para 
redução de riscos e desastres. 
•	 A Política Nacional de Defesa Civil e o Sistema Nacional de 
Defesa Civil, sua estrutura e abrangência.
•	 As Diretrizes e Metas da Política Nacional que norteiam a 
Defesa Civil.
•	 As Classificações e definições de Desastres sob diferentes 
perspectivas.
Caro aluno: 
Nesta unidade do Curso de Capacitação Básica de Defesa Civil, 
iremos apresentar como surgiu a Defesa Civil no Brasil e no 
mundo, como funciona a estrutura do Sistema Nacional de Defesa 
Civil-SINDEC. Apresentaremos também as Diretrizes, Metas e 
Classificação dos Desastres da Política Nacional de Defesa Civil. 
Bom estudo!
16 17
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Defesa civil	no	brasil	e	no	
mundo 
No Brasil e no mundo, o surgimento da Defesa Civil, de suas 
estruturas e estratégias de proteção e segurança estão vinculados 
à Segunda Guerra Mundial. Na época, o confronto ultrapassou 
os limites militares, fazendo com que os ataques ocorressem 
diretamente aos civis, destruindo cidades inteiras e levando à morte 
mais de 45 milhões de cidadãos. 
Era tempo de direcionar esforços às vítimas, quase 30 milhões 
de mutilados e incontáveis milhões de traumatizados por torturas e 
cenas de guerra. A História conta que foi na Inglaterra, nos primeiros 
anos da década de 1940, que surgiu a Defesa Civil como frente aos 
ataques por bombas que afetavam cidades e indústrias. 
Também nessa época, o Brasil cria mecanismos de enfrentamento 
aos danos humanos e econômicos provocados por guerras, nominando 
assim Defesa Civil. Anteriormente, entretanto, legislações de 1824, 
1891, 1934 e 1937 já tratavam de questões como socorro público, 
calamidade pública, efeitos da seca, desastres e perigos iminentes. 
Assim, entre 1942 e 1960 foram ao menos dez diferentes atos legais 
federais tratando do tema, até que em 1966, diante de uma grande 
enchente, o então Estado da Guanabara cria a primeira legislação 
estadual dando conta de ações de resposta a catástrofes naturais. 
E então por mais 22 anos, até 1988, o Brasil teve sua Defesa Civil 
focada para ações de resposta a desastres.
No dia 19 de dezembro de 1966, o Estado da Guanabara tornou-se 
o primeiro no Brasil a ter uma Defesa Civil Estadual organizada. 
A proposta de pensar a Defesa Civil também como instituição 
estratégica para redução de riscos de desastres veio com a organização 
do Sistema Nacional de Defesa Civil, por meio do Decreto nº 97.274, 
de 16.12.1988. 
 Hoje, temos Antônio Luiz Coimbra de Castro reconhecido como 
o grande idealizador da Defesa Civil no Brasil. Autor de grande 
parte dos materiais de referência utilizados no Brasil, Castro liderou 
a construção da Política Nacional de Defesa Civil na estrutura dos 
quatro pilares: prevenção, preparação, resposta e reconstrução; 
a organização do Manual de Planejamento em Defesa Civil, e a 
definição do CODAR – Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos. 
Em continuidade ao trabalho de Castro, e diante da recorrência 
de desastres de grande porte, que atingiram populações em 
todo o território nacional nos últimos anos, as discussões para o 
fortalecimento do Sistema Nacional de Defesa Civil e modernização 
da Política Nacional de Defesa Civil tem se ampliado nos diversos 
espaços sociais. 
Há, por exemplo, o movimento nos espaços legislativos com 
a formação de comissões na Câmara dos Deputados e no Senado, 
além da formação de Grupos de Trabalho liderados pela Secretaria 
Nacional de Defesa Civil (SEDEC). Há igualmente o envolvimento 
de demais órgãos do Executivo como a organização da Semana 
Nacional para 2011 com o tema: “Mudanças climáticas, desastres 
naturais e prevenção de riscos”, realizada pelo Ministério da Ciência, 
Tecnologia e Inovação (MCT). 
Conheça o Histórico 
da Defesa Civil no 
site da SEDEC – 
http://defesacivil.
gov.br/historico/
index.asp e o artigo 
do pesquisador 
do CEPED UFSC, 
Pedro Paulo Souza - 
Ponderações sobre a 
Defesa Civil no Brasil 
e seus desdobramentos 
futuros com base na 
análise da legislação 
existente – Revista 
Com Ciência 
Ambiental, nº 38.)
 
Saiba mais sobre a 
Semana Nacional 
realizada pelo 
Ministério da Ciência, 
Tecnologia e Inovação 
acessando o link 
http://semanact.mct.
gov.br/index.php/
content/view/4293.html 
18 19
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
 Sob o aspecto dos órgãos nacionais de gestão, há o investimento 
para modernizaçãoe reestruturação do CENAD – Centro Nacional 
de Gerenciamento de Riscos e Desastres; e do CEMADEN - Centro 
de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
Por fim, há a dedicação de institutos de pesquisas, universidades 
e demais instituições ligadas à área, na avaliação do cenário 
internacional e verificação de tendências aplicáveis à realidade 
brasileira, tendo como principal referência os trabalhos da Estratégia 
Internacional para Redução de Desastres da Organização das Nações 
Unidades (UNISDR, na sigla em inglês).
Como você deve estar percebendo, os esforços para tornar a 
Defesa Civil cada vez mais preparada para reduzir riscos e 
desastres, ampliar sua atuação em ações de gestão de riscos com 
vistas à minimização de impactos e redução de perdas humanas, 
materiais e econômicas tem ganhado cada vez mais força. 
Devemos considerar, nesse contexto, que os processos de mudança, 
principalmente de cultura, exigem a contribuição de todos, e os 
resultados só podem ser vistos com o decorrer do tempo, uma vez 
fortalecidos e internalizados por toda a sociedade.
Sistema Nacional de Defesa Civil – 
SINDEC 
A Defesa Civil no Brasil está organizada sob a forma de sistema, 
o Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC, centralizado pela 
Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC, órgão do Ministério 
da Integração Nacional.
O SINDEC organiza a Defesa Civil no Brasil 
definindo seu universo de atuação como a REDUÇÃO 
DE DESASTRES, a partir do objetivo de planejar, 
articular e coordenar as ações em todo o território 
nacional. À frente do SINDEC está a Secretaria 
Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração 
Nacional, responsável pela sua articulação, 
coordenação e supervisão técnica.
Quanto à estrutura, o SINDEC é composto por: 
Órgão Superior: Conselho Nacional de Defesa Civil - CONDEC, 
que integra o SINDEC como órgão colegiado, de natureza consultiva, 
tendo como atribuição propor diretrizes para a política nacional de 
Defesa Civil.
O CONDEC é composto por representantes do: 
•	 Ministério da Integração Nacional, que o coordena;
•	 Casa Civil da Presidência da República;
•	 Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da 
República;
•	 Ministério da Defesa;
•	 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
•	 Ministério das Cidades;
•	 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
Conheça o material 
da Campanha 
Cidades Resilientes 
– idealizada pela 
UNISDR e replicada 
no Brasil pela SEDEC- 
acessando o site http://
defesacivil.gov.br/
cidadesresilientes/
index.html
Desastre: resultado 
de eventos adversos, 
sejam eles naturais 
ou provocados pelo 
homem, sobre um 
ecossistema vulnerável. 
Os desastres 
promovem danos 
humanos, materiais 
ou ambientais e 
consequentes prejuízos 
econômicos e sociais.
Saiba Mais sobre o 
Conselho Nacional 
de Defesa Civil – 
CONDEC acessando 
http://www.defesacivil.
gov.br/sindec/superior.
asp
20 21
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
•	 Ministério da Saúde;
•	 Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da 
República;
•	 Estados e Distrito Federal (dois representantes);
•	 Municípios (três representantes);
•	 Sociedade civil (três representantes).
Órgãos Regionais: as Coordenadorias Regionais de Defesa 
Civil - CORDEC, ou órgãos correspondentes, localizadas nas cinco 
macrorregiões geográficas do Brasil e responsáveis pela articulação 
e coordenação do Sistema em nível regional. 
 
Órgãos Estaduais: Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil 
- CEDEC ou órgãos correspondentes, Coordenadoria de Defesa 
Civil do Distrito Federal ou órgão correspondente, inclusive as suas 
regionais, responsáveis pela articulação e coordenação do Sistema 
em nível estadual. 
 
Órgãos Municipais: Coordenadorias Municipais de Defesa Civil 
- COMDEC ou órgãos correspondentes e Núcleos Comunitários de 
Defesa Civil - NUDEC, ou entidades correspondentes, responsáveis 
pela articulação e coordenação do Sistema em nível municipal.
Órgãos Setoriais: abrangem os órgãos e as entidades da 
Administração Pública Federal, envolvidos na ação da Defesa Civil.
Órgãos de Apoio: órgãos públicos e entidades privadas, 
associações de voluntários, clubes de serviços, organizações não-
governamentais, associações de classe e comunitárias, que apoiam 
os demais órgãos integrantes do Sistema.
Ainda na estrutura do SINDEC estão o CENAD - Centro Nacional 
de Gerenciamento de Riscos e Desastres e o GADE - Grupo de Apoio 
a Desastres. Em sua regulamentação a Medida Provisória nº 494 
fortalece o CENAD, que atua na agilidade da resposta à emergência 
e monitora riscos e ameaças de maior prevalência no país. 
O CENAD conta com o GADE, formado por uma equipe 
multidisciplinar e mobilizável a qualquer tempo para atuar nas 
diversas fases do desastre em todo o território nacional, de acordo 
com o sistema de comando unificado de operações.
Em dezembro de 2010 representantes de diferentes Estados 
brasileiros reuniram-se com o objetivo de operacionalizar a atual 
equipe do GADE, composta por 22 integrantes das cinco regiões 
do Brasil. Entre os principais conhecimentos do GADE destacam-se 
planejamento, fundamentos da organização (recursos, organograma 
e instalações), fundamentos da direção (liderança) e fundamentos 
do controle numa resposta ao desastre.
Saiba mais sobre 
as Coordenadorias 
Regionais de Defesa 
Civil – CORDEC 
acessando o site http://
www.defesacivil.gov.br/
sindec/regionais.asp 
Você pode conhecer na 
íntegra o documento 
da Política Nacional de 
Defesa Civil acessando 
http://www.defesacivil.
gov.br/politica/index.
asp
22 23
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Política	Nacional	de	Defesa	Civil			
A Política Nacional de Defesa Civil foi publicada no Diário Oficial 
da União nº 1, de 2 de janeiro de 1995, através da Resolução nº 
2, de 12 de dezembro de 1994, e orienta desde então as ações de 
Defesa Civil no Brasil. 
Aprovada pelo Conselho Nacional de Defesa Civil- CONDEC, 
trata-se de um documento de referência para todos os órgãos de 
Defesa Civil e estabelece diretrizes, planos e programas prioritários 
para o desenvolvimento de ações de redução de desastres em todo o 
País, bem como a prestação de socorro e assistência às populações 
afetadas por desastres. 
Por ter sido elaborado em 1995, o documento 
apresenta metas para o ano de 2000. É neste ponto, 
por exemplo, que se propõe a revisão e modernização 
da Política Nacional de Defesa Civil. Conhecer a 
história, compreender as relações do presente é o que 
nos possibilita pensar e planejar o futuro.
Vamos	agora	conhecer	as	Diretrizes	da	Política	
Nacional de Defesa Civil: 
Diretriz nº1: Atribuir a um único Sistema - o Sistema Nacional 
de Defesa Civil (SINDEC) a responsabilidade pelo planejamento, 
articulação, coordenação e gestão das atividades de Defesa Civil, em 
todo o território nacional.
Diretriz nº2: Implementar a organização e o funcionamento 
de Coordenadorias Municipais de Defesa Civil – COMDEC ou 
órgãos correspondentes, em todo o território nacional, enfatizando 
a necessidade e a importância da resposta, articulada e oportuna, do 
órgão local.
Diretriz nº3: Apoiar Estados e municípios na implementação 
de Planos Diretores de Defesa Civil, com a finalidade de garantir a 
redução de desastres, em seus territórios.
Diretriz nº4: Promover a ordenação do espaço urbano, 
objetivando diminuir a ocupação desordenada de áreas de riscos de 
desastres, com a finalidade de reduzir as vulnerabilidades das áreas 
urbanas aos escorregamentos, alagamentos e outros desastres.
Diretriz nº5: Estabelecer critérios relacionados com estudos e 
avaliação de riscos, com a finalidadede hierarquizar e direcionar 
o planejamento da redução de riscos de desastres para as áreas de 
maior vulnerabilidade do território nacional.
Diretriz nº6: Priorizar as ações relacionadas com a Prevenção de 
Desastres, através de atividades de avaliação e de redução de riscos 
de desastres.
24 25
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Diretriz nº7: Implementar a interação entre os órgãos do governo 
e a comunidade, especialmente por intermédio das Coordenadorias 
Municipais de Defesa Civil – COMDEC ou órgãos correspondentes 
e dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil - NUDEC, com a 
finalidade de garantir uma resposta integrada de toda a sociedade.
Diretriz nº8: Implementar programas de mudança cultural 
e de treinamento de voluntários, objetivando o engajamento de 
comunidades participativas, informadas, preparadas e conscientes 
de seus direitos e deveres relativos à segurança comunitária contra 
desastres.
Diretriz nº9: Promover a integração da Política Nacional de 
Defesa Civil com as demais políticas nacionais, especialmente com 
as políticas nacionais de desenvolvimento social e econômico e com 
as políticas de proteção ambiental.
Diretriz nº10: Implementar o Sistema de Informações sobre 
Desastres no Brasil - SINDESB e promover estudos epidemiológicos, 
relacionando as características intrínsecas dos desastres com os danos 
humanos, materiais e ambientais e com os prejuízos econômicos e 
sociais consequentes.
Diretriz nº 11: Buscar novas fontes de recursos financeiros 
para o Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC, aprimorar os 
mecanismos existentes e implementar:
•	 Os recursos relacionados com o Fundo Especial para 
Calamidades Públicas - FUNCAP; 
•	 Projetos capazes de atrair apoio tecnológico e/ou financeiro 
das agências internacionais e/ou de cooperação bilateral.
Diretriz nº 12: Implementar as atividades do Comitê Brasileiro 
do Decênio Internacional para Redução dos Desastres Naturais 
– CODERNAT (*) - e o intercâmbio internacional, objetivando 
concertar convênios de cooperação bilateral e multilateral na área 
de redução de desastres, estabelecendo caráter de permanência, a 
fim de que as ações não se esgotem com o término do Decênio. 
(*) O Decênio Internacional para Redução dos Desastres Naturais 
expirou em 2000, então as Nações Unidas criaram a Estratégia 
Internacional para Redução de Desastres (UNISDR, na sigla em 
inglês).
Diretriz nº13: Estimular estudos e pesquisas sobre desastres.
Diretriz nº14: Implementar projetos de desenvolvimento 
científico e tecnológico do interesse da Defesa Civil.
Saiba mais sobre o 
FUNCAP acessando: 
http://www.defesacivil.
gov.br/mp494/index.
asp
Decênio: período de 
dez anos.
Leia o Decreto do 
Decênio Internacional 
para Redução de 
Desastres acessando: 
http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/DNN/
Anterior%20a%20
2000/1991/Dnn348.
htm
26 27
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Diretriz nº15: Promover a inclusão de conteúdos relativos à 
redução de desastres, valorização da vida humana, primeiros 
socorros e reanimação cardiorrespiratória nos currículos escolares.
Vamos	ver	agora	as	Metas	da	Política	Nacional	de	
Defesa Civil – ano base 2000: 
Meta nº1: Implementar 2.400 Coordenadorias Municipais de 
Defesa Civil - COMDEC, com prioridade para os municípios de 
maior risco.
Meta nº2: Implementar 120 projetos de Desenvolvimento de 
Recursos Humanos, qualificando profissionais de defesa civil, em 
todos os níveis do SINDEC, permitindo a estruturação de quadros 
permanentes, altamente capacitados e motivados.
Meta nº3: Implementar 12 (doze) Centros Universitários de 
Estudos e Pesquisas sobre Desastres - CEPED, estimulando, 
inclusive, os Cursos de Especialização em Planejamento e Gestão 
em Defesa Civil.
Meta nº4: Promover o estudo aprofundado de riscos, bem como 
a organização de banco de dados e de mapas temáticos relacionados 
com ameaças, vulnerabilidades e riscos, em 80 municípios situados 
em áreas de maior risco de desastres.
Meta nº5: Promover, em todos os municípios com mais 20 
mil habitantes, estudos de riscos de desastres, objetivando o 
microzoneamento urbano, com vistas à elaboração do Plano 
Diretor de Desenvolvimento Municipal, de acordo com o previsto 
na Constituição Federal de 1988 (Art. 182, parágrafo primeiro).
Meta nº6: Implementar o Sistema de Informações sobre Desastres 
no Brasil - SINDESB, objetivando uma melhor difusão.
Classificação	dos	Desastres											
A classificação dos desastres é outro tema de constante reflexão 
na Política Nacional de Defesa Civil. O principal ponto de avaliação 
é a necessidade ou não de articularmos nosso padrão aos padrões 
internacionais, e a implicação disto nas ações locais de avaliação e 
mapeamentos de riscos, por exemplo. 
Assim sendo, a Política Nacional de Defesa Civil classifica os 
desastres da seguinte maneira:
Quanto à evolução:
•	 Desastres súbitos ou de evolução aguda, como deslizamentos, 
enxurradas, vendavais, terremotos, erupções vulcânicas, 
chuvas de granizo e outros;
Os desastres são 
produtos e processos 
decorrentes da 
transformação e 
crescimento da 
sociedade, do 
modelo global de 
desenvolvimento 
adotado, dos fatores 
socioambientais 
relacionados a modos 
de vida que produzem 
vulnerabilidades 
sociais e, portanto, 
vulnerabilidade aos 
desastres. Incluem 
aspectos como 
pobreza, ocupação 
inadequada do solo, 
ocupação de áreas de 
risco, inexistência de 
equipamentos urbanos 
e insuficiência de 
políticas que atendam 
as necessidades da 
população
28 29
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
•	 Desastres de evolução crônica ou gradual, como seca, erosão 
ou perda de solo, poluição ambiental e outros;
Quanto à intensidade: 
•	 Acidentes: Os acidentes são caracterizados quando os danos e 
prejuízos são de pouca importância para a coletividade como 
um todo, já que, na visão individual das vítimas, qualquer 
desastre é de extrema importância e gravidade.
•	 Desastres de Médio Porte: Os desastres de médio porte 
são caracterizados quando os danos e prejuízos, embora 
importantes, podem ser recuperados com os recursos 
disponíveis na própria área afetada.
•	 Desastres de Grande Porte: Os desastres de grande porte 
exigem o reforço dos recursos disponíveis na área afetada, 
através do aporte de recursos regionais, estaduais e, até mesmo, 
federais.
•	 Desastres de Muito Grande Porte: Os desastres de muito 
grande porte, para garantir uma resposta eficiente e cabal 
recuperação, exigem a intervenção coordenada dos três níveis 
do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC - e, até mesmo, 
de ajuda externa.
Quanto à origem:
•	 Desastres Naturais: São aqueles provocados por fenômenos 
e desequilíbrios da natureza. São produzidos por fatores 
de origem externa que atuam independentemente da ação 
humana.
•	 Desastres Humanos ou Antropogênicos: São aqueles 
provocados pelas ações ou omissões humanas. Relacionam-se 
com a atuação do próprio homem, enquanto agente e autor. 
Esses desastres podem produzir situações capazes de gerar 
grandes danos à natureza, ao habitat humano e ao próprio 
homem, enquanto espécie. 
•	 Desastres Mistos: Ocorrem quando as ações e/ou omissões 
humanas contribuem para intensificar, complicar ou agravar 
os desastres naturais. Além disso, também se caracterizam 
quando intercorrências de fenômenos adversos naturais, 
atuando sobre condições ambientais degradadas pelo homem, 
provocam desastres.
Para contribuir à reflexão sobre a classificação de riscos e desastres, 
apresentamos diferentes propostas. A primeira, elaborada pelo 
CENADPRED, que é o Centro Nacional de Prevenção de Desastres 
do México, classifica os riscos como de origem:
•	 Geológica 
•	 Hidrometeorológica
•	 Química
•	 Sanitária•	 Sócio-organizativa
Antropogênicos: 
Efeitos, processos, 
objetos ou materiais 
antropogênicos são 
aqueles derivados de 
atividades humanas, 
em oposição a aqueles 
que ocorrem em 
ambientes naturais sem 
influência humana. Este 
termo é muitas vezes 
utilizado no contexto 
de externalidades 
ambientais na forma 
de resíduos químicos 
ou biológicos que são 
produzidos como 
subprodutos de 
atividades humanas. 
Por exemplo, é 
largamente aceito 
que o aumento de 
dióxido de carbono 
na atmosfera com 
origem antropogênica 
é o fator principal por 
detrás das alterações 
climáticas (http://
pt.wikipedia.org/wiki/
Antropog%C3%A9nico)
30 31
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Há também a representação gráfica elaborada pela Associação 
Brasileira de Geologia e Engenharia, que abarca os riscos sob o 
guarda-chuva ambiental:
CODAR	–	Codificação	de	Desastres,	Riscos	e	Ameaças	
Ainda dentro da Política Nacional de Defesa Civil está instituída 
a Codificação de Desastres, Riscos e Ameaças, somando 158 tipos 
de desastres e considerando a classificação entre naturais, humanos 
e mistos. 
A codificação completa pode ser consultada no documento 
original. Para efeitos didáticos, inserimos a tabela geral de 
classificação:
QUADRO NO 1
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica dos 
Desastres Naturais Quanto à Natureza ou à Causa Primária.
QUADRO NO 2
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica dos 
Desastres Humanos ou Antropogênicoss Quanto à Natureza ou à 
Causa Primária.
QUADRO NO 3
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica dos 
Desastres Mistos Quanto à Natureza ou à Causa Primária. 
Desastres Naturais
Desastres Naturais de Origem Sideral
Desastres Naturais Relacionados com a Geodinâmica 
Terrestre Externa
Desastres Naturais Relacionados com a Geodinâmica 
Terrestre Interna
Desastres Naturais Relacionados com o Desequilíbrio 
da Biocenose
CODAR-N
CODAR-NS
CODAR-NE
CODAR-NI
CODAR-NB
CODAR-1
CODAR-11
CODAR-12
CODAR-13
CODAR-14
CODAR
Classificação Alfabético Numérico
Desastres Humanos
Desastres Humanos de Natureza Tecnológica
Desastres Humanos de Natureza Social
Desastres Humanos de Natureza Biológica
CODAR-H
CODAR-HT
CODAR-HS
CODAR-HB
CODAR-2
CODAR-21
CODAR-22
CODAR-23
CODAR
Classificação Alfabético Numérico
Desastres Mistos
Desastres Mistos Relacionados com a Geodinâmica
Terrestre Externa
Desastres Mistos Relacionados com a Geodinâmica
Terrestre Interna
CODAR-M
CODAR-ME
CODAR-MI
CODAR-3
CODAR-31
CODAR-32
CODAR
Classificação Alfabético Numérico
32 33
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
Você chegou ao final desta primeira unidade. 
Nesta primeira parte, você conheceu um pouco da história da 
Defesa Civil no Brasil e no mundo. Viu a estrutura e funcionamento 
do SINDEC – Sistema Nacional de Defesa Civil. Também conheceu 
a Política Nacional de Defesa Civil, sua metas e a classificação dos 
desastres.
Agora acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA 
e realize a atividade proposta. Se desejar, realize também as 
atividades complementares e opcionais na sequência.
Bons estudos!
ATIVIDADES PROPOSTAS
REFLETINDO: 
1 . Com base nos conceitos apresentados neste primeiro módulo 
quais suas considerações a respeito dos principais pontos de reflexão 
para fortalecimento e modernização da Defesa Civil no Brasil? Cite 
ao menos quatro.
 2. Que contribuições os agentes locais de Defesa Civil podem dar 
ao fortalecimento da Defesa Civil no Brasil?
34 35
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final desta unidade, você será capaz de compreender:
•	 A História da Legislação da Defesa Civil ao longo dos anos;
•	 As mudanças ocorridas no ano de 2011;
•	 Os aspectos legais que norteiam o Sistema Nacional de Defesa 
Civil – SINDEC;
•	 Um pouco mais sobre o trabalho da Comissão Especial Interna 
do Senado Federal e também da Comissão Especial de Medidas 
Preventivas Diante de Catástrofes Climáticas da Câmara dos 
Deputados;
•	 As proposições e tendências sobre legislação do Grupo de 
Trabalho da Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC.
Caro aluno:
Nesta unidade do Curso de Capacitação Básica de Defesa Civil, 
iremos apresentar a evolução ao longo dos anos da Legislação 
da Defesa Civil e as mudanças ocorridas em 2011. Veremos os 
aspectos legais do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC, 
conheceremos um pouco do trabalho da Comissão Especial 
Interna do Senado Federal e também da Comissão Especial de 
Medidas Preventivas Diante de Catástrofes Climáticas da Câmara 
dos Deputados. E veremos ainda as proposições e tendências sobre 
legislação do Grupo de Trabalho da Secretaria Nacional de Defesa 
Civil - SEDEC.
Bom estudo!
MÓDULO II
ASPECTOS LEGAIS
36 37
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Decreto-lei é um 
decreto com força 
de lei, que emana 
do Poder Executivo, 
previsto nos sistemas 
legislativos de alguns 
países. Os decretos-
leis podem aplicar-se 
à ordem econômica, 
fiscal, social, territorial 
e de segurança, com 
legitimidade efetiva 
de uma norma 
administrativa e 
poder de lei desde a 
sua edição, sanção e 
publicação no diário ou 
jornal oficial
Através do Decreto nº 
12628 de 17 de junho 
de 1943, ficou clara a 
finalidade da Defesa 
Passiva, que era o 
estabelecimento de 
métodos, precauções 
de segurança que 
garantiam não só a 
proteção da moral e 
da vida da população, 
assegurando-lhe a 
normalidade, como a 
proteção do patrimônio 
material, cultural e 
artístico da Nação.
Os Decretos, no 
sistema jurídico 
brasileiro, são 
atos meramentes 
administrativos da 
competência dos 
chefes dos poderes 
executivos (presidente, 
governadores e 
prefeitos). Um decreto 
é habitualmente 
usado pelo chefe do 
poder executivo para 
fazer nomeações e 
regulamentações de 
leis,, entre outras 
coisas.
História	da	legislação
Já vimos no Módulo I como surgiu a Defesa Civil no Brasil e os 
principais fatos que desenharam sua organização. 
Veremos a seguir um pouco da história da legislação da Defesa 
Civil através dos Decretos e Leis, a partir de 1943 até 2011. 
Vamos passar agora para um olhar mais atento ao longo dos anos:
 Decreto-Lei nº 5.861, de 30.09.1943: Modifica a denominação 
de Defesa Passiva Antiaérea, para Serviço de Defesa Civil, sob a 
supervisão da Diretoria Nacional do Serviço da Defesa Civil, do 
Ministério da Justiça e Negócios Interiores. 
Lei nº 3.742, de 04.04.1960: reconhece a necessidade de ressarcir 
prejuízos causados por desastres naturais, dispondo sobre os 
mecanismos federais para tal. 
 
Decreto 64.568, de 22.05.1969: cria um Grupo de Trabalho para 
elaborar plano de defesa permanente contra calamidades públicas.
Decreto-Lei nº 83.839, de 13.08.1979: cria a Secretaria Especial 
de Defesa Civil - SEDEC, vinculada ao Ministério do Interior.
 Decreto nº 97.274, de 16.12.1988: institui a organização do 
Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC, incluindo, pela primeira 
vez, ações de prevenção como atribuições de defesa civil. 
 Lei nº 10.954, de 29.09.2004: institui, no Programa de Resposta 
aos Desastres, o Auxílio Emergencial Financeiro.
38 39
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Medida Provisória: No 
direito constitucional 
brasileiro, Medida 
Provisória (MP) é um 
ato unipessoal do presi-
dente da República, 
com força de lei, sem a 
participação do Poder 
Legislativo, que so-
mente será chamado a 
discuti-la e aprová-la 
em momento posterior. 
O pressuposto da MP 
é urgência e relevância, 
cumulativamente.
Confira na Biblioteca 
o caderno de diretrizes 
aprovadas na 1º Con-
ferência Nacional de 
Defesa Civil e Assistên-
cia Humanitária
 Decreto nº 5.376, de 17.02.2005: atualiza a estrutura, a 
organização e cria diretrizes para o funcionamento do Sistema 
Nacionalde Defesa Civil – SINDEC e do Conselho Nacional de 
Defesa Civil - CONDEC
Decreto s/n°, de 27.10.2009: convoca a 1º Conferência Nacional 
de Defesa Civil e Assistência Humanitária. 
Medida Provisória nº 494, de 02.07.2010: dispõe sobre o SINDEC, 
sobre as transferências de recursos para ações de socorro, assistência 
às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução 
nas áreas atingidas por desastre, e sobre o Fundo Especial para 
Calamidades Públicas - FUNCAP.
Decreto nº 7.257, de 04.08.2010: regulamenta a MP 494/10 para 
dispor sobre o SINDEC, sobre o reconhecimento de situação de 
emergência e estado de calamidade pública, sobre as transferências 
de recursos para ações de socorro, assistência às vítimas, 
restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução nas áreas 
atingidas por desastres. 
Lei nº 12.340,de 01.12.2010: converte em lei a MP 494/10 sobre 
as transferências de recursos para ações de socorro, assistência às 
vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução nas 
áreas atingidas por desastres e sobre o FUNCAP. 
Decreto nº 7.505, de 27.07.11: altera o decreto 7.257/10 que 
regulamenta a MP 494/10 para dispor sobre o Cartão de Pagamento 
de Defesa Civil. 
Medida Provisória nº 547, de 11.11.2011: institui o cadastro 
nacional de municípios com áreas propícias à ocorrência de 
escorregamentos de grande impacto ou processos geológicos 
correlatos. 
40 41
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Conheça os Estados e municípios que estão testando o Cartão 
de Pagamento de Defesa Civil: 
Foi o que se passou em Santa Catarina com as inundações do 
início de setembro. O Estado foi um dos cinco selecionados para o 
projeto piloto, junto com os municípios de Blumenau, Brusque, Itajaí, 
Rio do Sul e Gaspar, sendo estes os primeiros a testar efetivamente o 
uso do Cartão de Pagamento da Defesa Civil. 
A agilidade no repasse de recursos passa a depender de dois 
fatores fundamentais, de um lado deve estar a agilidade também 
dos municípios em providenciar a documentação necessária para 
abertura de conta no Banco do Brasil e cumprir os demais requisitos 
exigidos pela Controladoria Geral da União e Ministério da 
Integração Nacional. De outro a necessidade de uma lei orçamentária 
para recursos de resposta. 
Hoje, a cada novo desastre é preciso providenciar um crédito 
extraordinário, que se dá normalmente pela emissão de uma MP. 
Em geral, a medida provisória tem duração de quatro a seis meses, 
fazendo com que desastres próximos estejam cobertos pelos 
anteriores. 
Saiba mais sobre 
o Seminário 
Internacional sobre 
Gestão Integrada de 
Risco e Desastres 
acessando o link : 
http://www.defesacivil.
gov.br/seminario/
corpo.asp?id=5828
2011 em detalhes
Decreto nº 7.505, de 27.07.2011: Institui o Cartão de Pagamento 
da Defesa Civil, ferramenta lançada em agosto de 2011 para inovar 
a forma como até então era feito o repasse de recursos emergenciais 
para Estados e municípios. 
O cartão foi apresentado no Seminário Internacional sobre Gestão 
Integrada de Riscos e Desastres, ocorrido no mês de abril em Brasília, 
e sua implantação é resultado de uma articulação entre o Ministério 
da Integração Nacional, o Banco do Brasil, a Controladoria Geral da 
União, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e 
Gestão. 
O Cartão de Pagamento de Defesa Civil destaca-se pela sua 
capacidade de dar agilidade ao repasse de recursos e transparência 
aos gastos públicos. É também um instrumento para dar poder aos 
órgãos municipais de defesa civil ao transformar as Coordenadorias 
Municipais de Defesa Civil – COMDEC em unidades de orçamento. 
A partir de 31 de agosto, cinco Estados e cinco municípios, 
de cada um desses Estados, passaram a realizar um piloto de 
operacionalização, com o objetivo de verificar os procedimentos 
e a tecnologia empregados para habilitação do Cartão. A proposta 
do Ministério da Integração Nacional é que, em situação de 
normalidade, Estados e municípios já estejam habilitados para 
receber os recursos emergenciais quando um desastre ocorrer.
Alagoas
Pernambuco
Rio de Janeiro
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Campestre, Muricy, Quebrangulo, São José da 
Lage e União dos Palmares
Água Preta, Barreiros, Catendem Maraial e 
Palmares
Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis, 
Sumidouro e Teresópolis
Blumenau, Brusque, Gaspar, Itajaí e Rio do Sul
Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo, 
Igrejinha, Taquara
42 43
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Conheça a Medida 
Provisória nº 547, de 
11.10.2011 na íntegra 
acessando o link http://
www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Mpv/547.
htm
orientações foi lançado e está sendo distribuído pela Secretaria de 
Defesa Civil - SEDEC. 
Medida Provisória nº 547, de 11.10.2011: Altera a Lei nº 6.766, de 
19 de dezembro de 1979; a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e 
a Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010.
A mais recente legislação em Defesa civil no Brasil trata da 
atuação de municípios no gerenciamento de riscos, em especial os 
relacionados à ocorrência de escorregamentos de grande impacto ou 
processos geológicos correlatos. 
Municípios incluídos em um cadastro a ser elaborado pelo 
Governo Federal terão de: 
I - elaborar mapeamento contendo as áreas propícias à ocorrência 
de escorregamentos de grande impacto ou processos geológicos 
correlatos; 
II - elaborar plano de contingência e instituir Núcleos de Defesa 
Civil, de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão 
coordenador do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC; 
III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a 
redução de riscos; 
IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a 
edificação em áreas propícias à ocorrência de escorregamentos de 
grande impacto ou processos geológicos correlatos; e 
V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, 
estabelecendo diretrizes urbanísticas voltadas para a segurança dos 
novos parcelamentos do solo urbano. 
Neste dimensionamento de recursos reside a 
importância dos municípios em repassar informações 
detalhadas sobre os danos causados pelos desastres. 
Quanto mais informações forem fornecidas ao 
Ministério da Integração Nacional melhor é sua 
avaliação. Um dos maiores desafios para implantação 
do Cartão está no processo de comunicação e 
conscientização dos municípios para sua importância, 
e na resistência de algumas administrações públicas 
locais pela transparência que o uso do cartão dará 
aos gastos públicos. Além disso, algumas discussões 
apontam para a dificuldade de utilizar cartões em 
localidades mais remotas, e para momentos em que 
serviços como fornecimento de energia elétrica, por 
exemplo, ficam comprometidos devido ao desastre, 
que serão verificados e discutidos caso a caso. 
Destaca-se ainda que a implantação do Cartão de Pagamento 
de Defesa Civil e a utilização do Portal da Transparência não 
alteram o processo de prestação de contas dos órgãos de defesa civil, 
permanecendo necessário o cumprimento de todos os trâmites legais 
e apresentação de notas fiscais à Secretaria Executiva do Ministério 
da Integração Nacional. 
Entre os principais pontos de atenção presentes na fiscalização 
do Ministério da Integração Nacional está o emprego dos recursos 
apenas para ações de socorro, assistência e restabelecimento. Obras 
de reconstrução, por exemplo, não podem ser realizadas com os 
recursos do cartão, mas há ainda muita dúvida sobre como aplicar 
os recursos de resposta. Para diminuir equívocos, um manual de 
44 45
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Veja na íntegra a 
conversão da MP nº484 
para a Lei nº 12340 
acessando o link: 
http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_
Ato2007-2010/2010/
Lei/L12340.htm
a importância do fortalecimento das instituições de Defesa Civil 
municipais.Regulamentada pelo Decreto nº 7.257, de 04 de agosto de 2010, a 
Medida Provisória 494, que foi convertida na Lei nº12340, define que 
o SINDEC será composto por órgãos e entidades da administração 
pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios 
e das entidades da sociedade civil, que atuarão de forma articulada, 
tendo a SEDEC como órgão coordenador. 
Em seu artigo 7º, o Fundo Especial para Calamidades Públicas 
- FUNCAP, criado pelo Decreto‐Lei 950/69, foi reativado. Outro 
avanço advindo da Medida Provisória é que ficam autorizados o 
Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes - DNIT e o 
Ministério da Defesa a recuperar estradas destruídas, e o Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome a doar estoques 
públicos de alimentos às populações atingidas por desastres.
Em sua regulamentação, a Medida Provisória nº 494 fortalece o 
CENAD - Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres 
da SEDEC, que atua na agilidade da resposta à emergência e monitora 
riscos e ameaças de maior prevalência no país. 
O Decreto de regulamentação também reestrutura o Conselho 
Nacional de Defesa Civil - CONDEC, o qual integra o Sistema como 
órgão colegiado, de natureza consultiva. Reduziu‐se a quantidade 
de Ministérios que faziam parte do Conselho e abriu‐se espaço para 
a participação de dois representantes dos Estados e Distrito Federal, 
três representantes dos municípios e garantiu três representantes da 
sociedade civil, outra reivindicação da maioria dos delegados da 1ª 
CNDC. 
A lei também trata de providências para redução do risco, dentre 
as quais, a execução de plano de contingência e de obras de segurança 
e, quando necessário, a remoção de edificações e o reassentamento 
dos ocupantes em local seguro. 
Destacam-se ainda alterações à Lei nº 10.257, de 2001, que 
estabelece diretrizes gerais para política urbana, e passa a ser 
acrescida pelo artigo 42, que aborda temas como a necessidade 
de municípios criarem seus Planos de Expansão Urbana em 
atendimento às diretrizes do Plano Diretor, e determina que a 
aprovação de projetos de parcelamento do solo urbano em áreas 
de expansão urbana ficará condicionada à existência do Plano de 
Expansão Urbana.
Aspectos	legais	do	sindec 
Desde o dia 1º de dezembro de 2010, o SINDEC passou a ser 
regido pela Lei nº 12340. Anteriormente estava sendo regido pela 
Medida Provisória nº 494 de 02 junho de 2010. 
A Lei nº 12340 ao dispor sobre os objetivos e ações da Defesa Civil 
no Brasil, organiza e dá agilidade à atuação do governo federal 
em apoio aos entes federados em casos de calamidade pública ou 
situação de emergência..
A Lei vai ao encontro das diretrizes aprovadas na 1ª Conferência 
Nacional de Defesa Civil e Assistência Humanitária e retrata 
uma necessidade trazida pelos 1.500 delegados representantes dos 
Estados, Distrito Federal e Municípios brasileiros, que destacaram 
46 47
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Situação de 
emergência: o 
reconhecimento pelo 
poder público de 
situação anormal, 
provocada por 
desastres, causando 
danos superáveis pela 
comunidade afetada.
Estado de 
calamidade pública: 
o reconhecimento 
pelo poder público 
de situação anormal, 
provocada por 
desastres, causando 
sérios danos à 
comunidade 
afetada, inclusive à 
incolumidade ou à vida 
de seus integrantes.
Saiba mais sobre a 
Comissão do Senado, 
acessando os links: 
http://www.senado.
gov.br/atividade/
comissoes/comissao.
asp?origem=SF 
&com=1553 e http://
www.senado.gov.br/
atividade/materia/
detalhes.asp?p_cod_
mate=99350
Uma mudança que trouxe impacto na dinâmica de atuação dos 
órgãos estaduais e municipais de Defesa Civil, foi o conceito de 
situação de emergência e estado de calamidade pública, associados 
aos novos procedimentos para o reconhecimento destas situações 
pelo Governo Federal. 
Se antes o processo estava vinculado à homologação do Estado, 
hoje basta requerimento do ente federado dirigido à SEDEC, em 
até dez dias da data do desastre, contendo informações sobre as 
características do evento, a localidade afetada e a estimativa de 
danos, para que seja realizada analise técnica e justificada ou não 
a necessidade da participação do Governo Federal.
Comissões	e	seus	trabalhos
Algumas comissões atuam hoje em âmbito legislativo federal 
tratando de assuntos correlatos a desastres e Defesa Civil, a exemplo 
da Comissão Mista Permanente Sobre Mudanças Climáticas do 
Senado Federal. 
Merecem destaque a Comissão Especial de Defesa Civil do Senado 
Federal e a Comissão Especial Medidas Preventivas Diante de 
Catástrofes Climáticas da Câmara dos Deputados. 
 Vamos agora conhecer um pouco mais sobre o trabalho dessas 
Comissões: 
Comissão Especial Interna do Senado 
Federal - Alterações no Sistema Nacional 
de Defesa Civil - SINDEC
A Comissão do Senado foi aprovada em 18 de maio de 2011 com 
o objetivo de identificar os fatores limitantes e as oportunidades 
de atuação da Defesa Civil no Brasil, propor alterações no Sistema 
Nacional de Defesa Civil e construir uma proposta de constituição 
de uma Força Nacional de Defesa Civil. Tem como presidente o 
Senador Jorge Viana e como relator o Senador Casildo Maldaner. 
Entre os principais pontos de discussão desta comissão estão:
•	 Ampliação do foco das ações de Defesa Civil para a prevenção, 
carreira profissional e fortalecimento institucional; 
•	 Reformulação do Fundo Especial para Calamidades Públicas- 
FUNCAP, com proposta de alteração para Fundo Nacional 
para a Defesa Civil - FUNDEC, e a criação de uma contribuição 
a ser cobrada dos seguros privados, com alíquota de 1% sobre 
o valor do prêmio;
•	 Mudança cultural para valorização das ações de prevenção, 
reconhecimento social e investimentos; 
•	 Agilidade em casos de catástrofes para a necessária garantia de 
recursos sem demora. 
48 49
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
que a atuação dos órgãos brasileiros pareça ineficaz e absolutamente 
improvisada. 
O objetivo desta Comissão é, nesse contexto, identificar os fatores 
limitantes da atuação da defesa civil no Brasil. Para tanto, é preciso 
entender como o sistema está estruturado, quais os meios de que dispõe 
para enfrentar situações de emergência e de calamidade pública, qual 
a eficácia das ações (em especial de prevenção), entre outras questões. 
Mostra-se imprescindível, também, pesquisar problemas e soluções 
locais para que as experiências regionais sejam compartilhadas entre 
todos os atores envolvidos com o tema em âmbito nacional. 
Espera-se que, ao final dos trabalhos da Comissão, o Senado Federal 
disponha de um conhecimento sistematizado sobre o assunto, podendo 
contribuir de maneira ainda mais abalizada para o aprimoramento 
da Defesa Civil brasileira nos aspectos legislativo, orçamentário e 
fiscalizatório. 
Estamos convictos da importância do tema não apenas para aliviar 
o sofrimento das famílias atingidas por catástrofes, mas também para 
prevenir a ocorrência de desastres, sejam eles naturais, humanos ou 
mistos.
http://www.senado.gov.br, acessado em 20.11.2011
Veremos agora a justificativa para implantação da Comissão 
Especial Interna do Senado Federal:
JUSTIFICAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DA COMISSÃO
O desastre na região serrana do Rio de Janeiro, em janeiro 
de 2011, afetou mais de 170 mil pessoas, deixando mais de 14 mil 
desabrigados, 23 mil desalojados e mais de 850 mortos. Em junho de 
2010, Alagoas e Pernambuco sofreram com inundações, que atingiram 
95 municípios, provocando 46 mortes e deixando 69 desaparecidos, 53 
mil desabrigados e mais de 100 mil desalojados. Mas não são apenas 
as enchentes que levam sofrimento à população. Secas, incêndios 
florestais e outros desastres de origem natural e/ou humana atingem 
freqüentemente todas as regiões do país, causando perdas humanas e 
graves prejuízoseconômicos. 
Para fazer frente a catástrofes como essas, é dever do Estado 
brasileiro realizar a defesa permanente contra calamidades públicas. 
Nesse sentido, cabe à Defesa Civil promover um conjunto de ações 
preventivas, de socorro e assistência às vítimas, de restabelecimento de 
serviços essenciais e de reconstrução das áreas atingidas por desastres. 
Contudo, apesar dos esforços das autoridades responsáveis, fica a 
impressão de que inexistem ações efetivas de prevenção e de que a 
resposta do Estado em situações de desastre é descoordenada e depende 
muito da capacidade de auto-organização da sociedade. Essa sensação 
é ainda mais marcante se compararmos a realidade brasileira com os 
desastres que ocorreram em 2011 na Austrália. Merece admiração o 
sistema de alerta e resposta aos desastres naquele país, que fazem com 
50 51
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Saiba mais sobre a 
Comissão da Câmara, 
acessando o link: 
http://www2.camara.
gov.br/atividade-
legislativa/comissoes/
comissoes-temporarias/
especiais/54a-
legislatura/medidas-
preventivas-diante-de-
catastrofes
Comissão Especial de Medidas 
Preventivas	Diante	de	Catástrofes	
Climáticas	da	Câmara	dos	Deputados
A Comissão da Câmara dos Deputados foi instalada em 16 
de março de 2011, tendo como presidente a deputada Perpétua 
Almeida, e como relator do grupo, o deputado Glauber Braga. 
Com a proposta de estudar e apresentar propostas para prevenir 
catástrofes climáticas, os trabalhos da comissão devem se encerrar 
em dezembro, com apresentação do relatório final. 
O relatório deve ser submetido à análise do Legislativo e do 
governo federal, e está organizado em três partes. 
A primeira parte apresenta um projeto de lei com a criação do 
Estatuto da Proteção Civil; a segunda refere-se a uma indicação de 
proposta de emenda à Constituição (PEC); e a última parte apresenta 
indicações de medidas ao Executivo para um novo marco regulatório 
para a Defesa Civil no Brasil.
 “O mote principal é virar a página de um País que investe 
maciçamente em reconstrução para investir em prevenção”, disse 
o deputado Glauber Braga à Agência Câmara de Notícias. 
Entre os principais pontos de discussão desta comissão estão:
•	 Revisão da atual legislação, proposta de emenda à constituição 
e criação de um estatuto. 
•	 Criação do Fundo Nacional da Proteção Civil (Funpec), com 
recursos advindos do Imposto de Renda, do Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI), dos prêmios de loteria e dos 
royalties do petróleo. A proposta indica que ao menos 50% dos 
recursos do fundo sejam aplicados em prevenção.
•	 Criação da carreira de agente de proteção civil.
•	 Apoio técnico e financeiro aos Estados para que criem centros 
de operação de desastres, responsáveis por ações de prevenção.
•	 Implantação do Sistema Nacional de Informações e 
Monitoramento de Desastres, identificação e mapeamento de 
áreas de risco, monitoramento de desastres, e revitalização de 
bacias hidrográficas.
Grupo	de	trabalho	da	sedec	
sobre	legislação	-	proposições	
e	tendências
Após a 1ª Conferência Nacional de Defesa Civil e Assistência 
Humanitária, concluída em março de 2010, e com a aprovação 
das 104 diretrizes ao final da etapa nacional, a SEDEC organizou 
Grupos de Trabalho (GT) para estudar e criar ferramentas de 
análise de viabilidade e implantação das proposições. 
52 53
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
 Entre os grupos de trabalho criados está o GT sobre Legislação, 
que trabalha desde o início de 2011 avaliando as legislações anteriores 
e propondo alterações na atual legislação de Defesa Civil. 
Este grupo prepara uma minuta que será apresentada ao Conselho 
Nacional de Defesa Civil (CONDEC) para ratificação e posterior 
encaminhamento à Casa Civil. 
As proposições estão principalmente voltadas para:
•	 Implantação de carreira;
•	 Uma nova política nacional de proteção civil;
•	 Uma visão ampliada do Centro Nacional de Gerenciamento de 
Riscos e Desastres (CENAD);
•	 Alterações no atual Fundo Especial para Calamidades Públicas 
(FUNCAP);
•	 Investimentos em mapeamento de risco;
•	 Divisão de responsabilidades entre União, Estados e municípios. 
Agora vamos conhecer um pouco mais algumas dessas 
proposições:
•	 Alinhamento com a terminologia da Estratégia Internacional 
para Redução de Desastres das Nações Unidas (UNISDR), 
propondo que a redução de desastres seja realizada por ações 
de (a) prevenção; (b) mitigação; (c) preparação; (d) resposta; 
(e) recuperação.
•	 Política Nacional prioritariamente destinada à garantia de 
medidas eficazes para reduzir os riscos de desastres, visando à 
proteção da população em seu território e convergente com a 
UNISDR.
•	 Criação da Escola Nacional de Proteção Civil, sendo ela parte 
integrante da estrutura do órgão central, e com a finalidade de 
expandir o conhecimento sobre gestão de riscos e desastres à 
população e aos profissionais da área.
•	 Visão ampliada do Centro Nacional de Gerenciamento 
de Riscos e Desastres (CENAD) como parte integrante da 
estrutura do órgão central, e responsável, em âmbito federal, 
pela articulação e coordenação da preparação e da resposta aos 
desastres.
•	 Normatização do GADE e formação de equipe técnica 
multidisciplinar a ser coordenada, operacionalizada e 
mobilizada pelo CENAD para desenvolver ações de preparação 
e resposta a desastres em território nacional ou internacional.
•	 Estabelecimento de ações de identificação e mapeamento 
de áreas de risco de forma mais cooperativa entre os entes 
políticos.
•	 Apoio à resposta a Estados e municípios apenas após o 
esgotamento da capacidade de resposta dos responsáveis, 
considerando que: (a) as ações de resposta e recuperação serão 
da responsabilidade do município; (b) esgotada a capacidade de 
resposta e recuperação do município, o Estado será responsável 
pela execução dessas ações; (c) esgotada a capacidade de 
54 55
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO II - ASPECTOS LEGAIS
Você chegou ao final desta segunda unidade. 
 Nesta segunda parte você conheceu um pouco da história da 
legislação da Defesa Civil, as mudanças ocorridas do ano de 1943 
até os dias de hoje. Vimos também o ano de 2011 em detalhes, 
as importantes mudanças ocorridas para agilizar os processos de 
ajuda à população em casos de desastres. Conheceu os aspectos 
legais do SINDEC, a Comissão Especial Interna do Senado 
Federal e a Comissão Especial de Medidas Preventivas Diante de 
Catástrofes Climáticas da Câmara dos Deputados. Finalizamos 
com as proposições e tendências do Grupo de Trabalho da SEDEC.
Realize a atividade proposta no Ambiente Virtual 
de Aprendizagem - AVA. Realize também as atividades 
complementares e opcionais abaixo.
Bons estudos!
ATIVIDADES PROPOSTAS
REFLETINDO:
1. Na sua opinião, ao longo dos anos e das mudanças da legislação 
da Defesa Civil, qual delas foi a mais significativa para a população 
brasileira?
2. Cite algumas das atribuições das Comissões Especiais.
3. Em que circunstâncias e com que objetivo o Grupo de Trabalho 
da SEDEC foi criado?
resposta e recuperação do município, do Estado ou do DF, o 
Governo Federal realizará o apoio complementar.
•	 Transferência de recursos financeiros pela União para a 
execução de ações de prevenção, mitigação e preparação para 
desastres, com aplicação de recursos para prevenção somente 
nas áreas identificadas como suscetíveis a desastres e seleção 
das transferências pautada pela priorização de intervenções de 
grande porte em áreas de risco iminente e de benefício amplo.
•	 Requisitos para recebimento de recursos, além das demais 
exigências da estrutura normativa que rege o tema: (a) Órgão 
local implantado e estruturado; (b) Comprovação de recursos 
alocados para ações de proteção civil no respectivo orçamento; 
(c) Comissão de elaboração do Plano de Carreira da Proteção 
Civil, previsto oprazo de 2 anos para sua implantação.
•	 Fundo Nacional de Proteção Civil - FUNPROC. Com a 
finalidade de: resposta, recuperação, prevenção, preparação 
e mitigação. Patrimônio constituído por fontes de recursos 
alternativos e cotas que serão integralizadas anualmente pela 
União, Estados, DF e municípios.
56 57
MÓDULO I - REFLEXÕES HISTÓRICAS, SINDEC E POLÍTICA NACIONAL CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final desta unidade, você será capaz de compreender:
•	 A Defesa Civil como Sistema;
•	 A organização institucional das Coordenadorias Municipais 
de Defesa Civil;
•	 O conhecimento permanente das ameaças e riscos;
•	 A preparação para enfrentamento dos desastres;
•	 Como funciona o sistema de monitoramento e alerta;
•	 A gestão aproximada com instituições públicas e cidades 
vizinhas;
•	 A interação permanente com a comunidade;
•	 A ênfase na prevenção em todas as fases de atuação;
•	 A educação permanente para a convivência com riscos;
•	 A visibilidade institucional.
Caro aluno:
Nesta unidade do Curso de Capacitação Básica de Defesa Civil 
iremos apresentar a visão de Defesa Civil como sistema. Veremos 
a organização institucional das Coordenadorias Municipais de 
Defesa Civil, o conhecimento das ameaças e riscos de desastres 
e o funcionamento do sistema e monitoramento e alerta de 
desastres. Conheceremos a importância da aproximação da 
gestão municipal com instituições públicas, cidades vizinhas e 
com a comunidade. Os benefícios que a educação permanente 
pode trazer para a convivência com os riscos e como pode se dar a 
prevenção de desastres em todas as fases de atuação.
MÓDULO III
COMDECs: ASPECTOS PRÁTICOS 
DE ESTRUTURAÇÃO E 
FUNCIONAMENTO
58 59
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO III - COMDECs: ASPECTOS PRÁTICOS DE ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Saiba mais sobre 
a Codificação de 
Ameaças, Riscos e 
Desastres – CODAR 
acessando o link http://
www.defesacivil.gov.
br/codar/desastres_
naturais.asp
Vetor: Que serve 
de veículo ou 
intermediário para os 
germes patogênicos ou 
parasitas; hospedeiro 
intermediário.
Comdecs:	Aspectos	
Práticos	de	Estruturação	e	
Funcionamento 
Todas as cidades têm riscos de desastres, desde as mais pequenas 
até as grandes metrópoles.
Desastre, na sua conceituação mais pedagógica, é o resultado 
de um evento adverso, natural ou provocado pelo homem, sob 
um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais 
além de consequentes prejuízos econômicos e ambientais. 
O perfeito entendimento desse conceito é fundamental para que 
as estruturas de Defesa Civil sejam criadas e estruturadas de modo 
a exercer com competência suas atividades.
Há na sociedade brasileira e na própria comunidade que milita 
com defesa civil uma tendência a achar que são desastres somente os 
acidentes decorrentes de chuvas, de seca ou de eventos climáticos em 
geral. Essa percepção equivocada tem levado muitas cidades que não 
sofrem com essas situações a não se organizarem para responder 
sistemicamente às inúmeras ameaças e vulnerabilidades existentes.
A codificação de desastres e ameaças brasileira, CODAR possui 
153 desastres. Todas as codificações relatam eventos adversos que 
acontecendo sob um ecossistema vulnerável, podem causar um ou 
mais desses danos: humanos, materiais, ambientais ou sociais. 
Isso implica que os gestores públicos estejam preparados para 
prevenir, responder e restaurar os eventos que potencialmente 
podem ocorrer nos domínios de cada território considerado.
Um exemplo é o desastre de CODAR HT.DLX-21.603, 
relacionado com o colapso da coleta de lixo. Qualquer cidade que 
tiver seu sistema de captação de resíduos prejudicado, seja por uma 
greve de funcionários, por encerramento de contratos ou qualquer 
outro problema, terá um grande desafio pela frente.
Se levarmos em conta que cada cidadão produz em média 1 kg 
de lixo por dia, basta imaginar, por exemplo, o caos que uma capital 
brasileira pode enfrentar no caso deste desastre.
São Paulo, por exemplo, tem 14 milhões de habitantes, em apenas 
um dia sem coleta de lixo terá um alto vetor de doenças abandonado 
em suas ruas.
As pequenas cidades também têm seus graves problemas, mesmo 
quando sua vocação tende à ocupação maior em zonas rurais.
Recentemente, órgãos da imprensa divulgaram uma importante 
infestação de insetos nas plantações de eucalipto, em algumas partes 
do país. Considerando que o eucalipto é uma importante fonte de 
renda para inúmeros produtores, que a produção de carvão para 
a indústria siderúrgica tem como matéria-prima essa espécie de 
árvore, percebe-se como os danos econômicos e sociais poderão ser 
importantes caso haja perda de florestas inteiras.
E falamos apenas de dois potenciais desastres pouco comentados 
nas conversas dos militantes da proteção civil no país.
A histórica opção pelo transporte rodoviário no nosso país, 
cruzando os rios e riachos da nossa nação, também constitui uma 
60 61
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO III - COMDECs: ASPECTOS PRÁTICOS DE ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Sistêmica: uma visão 
sistêmica consiste 
na habilidade em 
compreender os 
sistemas de acordo com 
a abordagem geral 
dos sistemas, ou seja, 
ter o conhecimento 
do todo, de modo a 
permitir a análise 
ou a interferência no 
mesmo.
Sinistro: Calamidade, 
desastre ou 
acontecimento que traz 
consigo grandes perdas 
materiais.
grave vulnerabilidade a desastres decorrentes do derramamento 
de produtos perigosos. Os inúmeros tombamentos de carretas 
transportando produtos tóxicos que ao serem derramados escorrem 
pelos sistemas de drenagem e contaminam as fontes de captação de 
água, também devem ser objeto de acompanhamento daqueles que 
detêm a responsabilidade de prever os riscos e desastres no nosso 
país.
Os sinistros mencionados apenas reforçam a necessidade de 
enxergar a defesa civil de uma forma sistêmica, onde todos os 
órgãos públicos, as entidades privadas e a comunidade constituem 
as engrenagens para movimentar a sofisticada máquina que tem 
como nobre missão a proteção global da comunidade.
 Defesa Civil: Sistema, não órgão
 Entendermos que defesa civil não é um órgão, mas um 
conjunto de ações de prevenção, assistência, socorro e 
restauração de desastres acontecidos ou potenciais, é 
fator fundamental para que uma comunidade esteja 
realmente protegida de suas ameaças. 
Se todos os gestores da Prefeitura, do Estado e da União e também 
os executores de cada um dos órgãos públicos não entenderem essa 
verdade, jamais teremos defesa civil atuante no país.
Somente quando esse conceito estiver enraizado na cultura da 
política nacional, deixaremos de ouvir respostas insensatas como: 
“isso é problema da defesa civil!”, como se algo tão complexo 
pudesse ser reduzido a um órgão ou instituição secundária.
Defesa Civil é um sistema, não um órgão. Todos 
fazem parte e têm o privilégio de ajudar e avaliar, para 
consolidar uma rede permanente de ações preventivas, 
de preparação de resposta e de reconstrução dos efeitos 
dos desastres.
Essa complexa teia de competências e funções deve e precisa ser 
coordenada para que as tarefas específicas, dentro de um cronograma 
fundamental, contemplem intervenções oportunas para evitar ou 
para enfrentar os sinistros potenciais da comunidade.
É nesse contexto que surge, no âmbito municipal, a Coordenadoria 
Municipal de Defesa Civil - COMDEC, que jamais pode ser vista 
como uma instituição que se basta em si mesma, mas que reúne e 
direciona todas as forças disponíveis para a proteção das cidades. 
A COMDEC é uma instituição fundamental na 
proteção social. Deve ser dotada de profissionais 
compromissados, com habilidades de relacionamento 
e forte comprometimento com o trabalho em equipe. 
62 63
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO III - COMDECs: ASPECTOS PRÁTICOS DE ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Dados do censo de 
2010, divulgado pelo 
IBGE em: http://www.ibge.com.br/home/
estatistica/populacao/
censo2010/resultados
Organização	Institucional	da	COMDEC	
O Brasil é um país continental, com mais de cinco mil municípios 
com tamanhos, populações, geografias, economias e realidades 
diferentes.
Não é viável estabelecer um padrão para a organização das 
COMDECs, visto que essas realidades influenciam na composição 
da equipe, que tem a missão de coordenar o sistema municipal de 
defesa civil. 
Nosso país tem extremos significativos: São Paulo, terceiro 
orçamento do país com mais de dez milhões de habitantes, contrasta 
com a Serra da Saudade em Minas Gerais, com apenas 810 pessoas 
vivendo de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). 
Embora com grandes diferenças, todas as duas precisam de uma 
COMDEC atuante, pois os desastres não escolhem espaços pelo seu 
tamanho ou poder econômico, mas sim pelas suas vulnerabilidades.
Para se definir o tamanho e a organização do órgão coordenador 
de proteção civil, é preciso entender suas principais características 
funcionais:
•	 Conhecimento permanente das ameaças e riscos;
•	 Atuação preventiva em todas as fases da defesa civil;
•	 Preparação para enfrentamento dos desastres;
•	 Gestão aproximada com as instituições públicas e cidades 
vizinhas;
•	 Interação permanente com a comunidade;
•	 Educação para convivência com o risco;
•	 Visibilidade institucional;
Conhecimento permanente das ameaças 
e riscos 
Já mencionamos que há 153 desastres catalogados no CODAR, 
apesar de a mídia se ater apenas àqueles que acontecem nas grandes 
cidades, que causam mortes ou os decorrentes das chuvas.
A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil deve conhecer e 
mapear todas as ameaças e riscos de seu espaço territorial. Isso 
inclui tanto o perímetro urbano quanto o rural. 
A partir do conhecimento das ameaças mais prováveis e com 
vulnerabilidades mais acentuadas um criterioso mapeamento deve 
ser feito para cada tipo de desastre.
A falta de recursos financeiros para mapear e conhecer riscos não 
justifica a ausência desse importante instrumento de planejamento. 
Mesmos as cidades pequenas com pequeno orçamento têm condições 
de mapear seus riscos.
Há uma equivocada percepção de que riscos só podem ser 
mapeados mediante caras consultorias, com equipamentos 
sofisticados e utilizando coordenadas geográficas, o que é um grande 
engano. 
64 65
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO III - COMDECs: ASPECTOS PRÁTICOS DE ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Não se prepara para aquilo que não se conhece!!! Mapear e 
conhecer as ameaças e vulnerabilidades é fator fundamental 
para prevenir e se preparar para o enfrentamento dos desastres, 
independentemente do tamanho da cidade ou comunidade. 
Preparação permanente para 
enfrentamento dos desastres 
O conhecimento dos desastres potenciais no espaço da cidade 
vai proporcionar à COMDEC a possibilidade de se preparar para o 
enfrentamento, ou seja, para a resposta que o evento exigir.
A visão sistêmica, onde todos têm consciência que defesa civil não 
é um órgão mas um conjunto de ações, desenvolvida por todos 
os atores sociais no espaço comunitário, contribui para que a 
instituição COMDEC tenha o tamanho e a estrutura adequada 
para cada município. 
A instituição de coordenação das atividades de 
proteção civil precisa ter os recursos necessários 
para fazer frente à sua missão, que é monitorar 
permanentemente as ameaças, apontar medidas de 
prevenção e se manter preparada para responder aos 
eventos críticos acontecidos. 
O tamanho da área urbana, o número de habitantes, a quantidade 
de locais de risco e a recorrência de desastres vão proporcionar o 
dimensionamento ideal da estrutura da COMDEC.
As cidades, sobretudo as maiores e que disponham de grandes 
receitas, podem e devem utilizar as tecnologias disponíveis para 
obter um mapeamento detalhado e completo. Mas as pequenas 
COMDECs podem utilizar até mapas publicitários, que quase 
sempre encontramos nos postos de gasolina, padarias e outros 
estabelecimentos comerciais. Abaixo podemos ver um exemplo de 
mapa:
Para conseguir informações sobre as ameaças e vulnerabilidades, 
a COMDEC de poucos recursos pode utilizar os alunos do ensino 
médio, para uma pesquisa histórica com os moradores mais 
antigos, e delimitar com eles, por exemplo, uma “mancha falada” 
da maior inundação conhecida ou registrada na cidade. Isso pode 
ser feito com desastres de escorregamentos, derramamento de 
produtos perigosos, enfim, qualquer tipo de desastre. 
Por outro lado, as grandes cidades ao mapear seus riscos e bem 
conhecê-los, devem ter uma estrutura mínima de pessoal e recursos 
para monitorá-los, seja pela visita periódica de seus técnicos ou pelo 
acionamento da comunidade em risco.
66 67
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO III - COMDECs: ASPECTOS PRÁTICOS DE ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO
públicas possam adotar medidas atenuantes para os problemas 
previstos.
Para tanto, mecanismos de comunicação horizontal e vertical 
entre os entes públicos municipais e de forma transversal com os 
demais órgãos do Sistema Nacional precisam estar bem definidos na 
forma e na personificação dos contatos pré-estabelecidos. 
Um plano de contingência bem elaborado, baseado nas realidades 
locais, construído a partir da colaboração dos atores públicos 
envolvidos e da comunidade destinatária, torna-se um poderoso 
instrumento para evitar improvisos, desperdício de recursos e 
principalmente tempo.
Quando esse planejamento é feito a partir de seus 
atores, todos se sentem responsáveis pela sua execução, 
as estratégias estabelecidas refletem a realidade 
possível e o ensaio simulado de sua aplicação, além 
de aproximar os envolvidos, permite a correção dos 
equívocos e consequentemente traz mais segurança 
para todos.
Como mencionamos, um sistema de monitoramento e alarme 
deve ser estabelecido para que a oportunidade de implementação 
do plano de contingência seja conhecida. Por ser um instrumento 
tão importante, merece uma explicação mais detalhada. 
É preciso reiterar que não se pode exigir que uma cidade de 5.000 
habitantes com relevo de planície, sem recorrência de sinistros, tenha 
a mesma estrutura de uma cidade com relevo acentuado, ocupação 
de encostas e vales, ao longo de cursos de água e que sofre com 
inundações e escorregamentos todos os anos.
Independente do tamanho e da quantidade de recursos humanos 
e logísticos que uma COMDEC disponha, ela só será eficiente se 
estiver preparada para coordenar os atores sociais disponíveis na 
comunidade para as ações de prevenção e resposta às calamidades. 
Para isso é fundamental a elaboração de planos de contingência 
para cada tipo de ameaça instalada na cidade.
O plano de contingência é a formalização de uma 
estratégia de enfrentamento dos desastres onde estão 
descritas as características do evento a ser enfrentado, 
os locais possíveis de acontecimento, o número 
provável de afetados e as ações de prevenção e resposta 
que o poder público estabeleceu para enfrentá-los.
Nesse planejamento todos os recursos disponíveis na Prefeitura 
devem estar catalogados e cada setor, com sua vocação, deve ser 
listado com suas missões específicas de atuação.
Todas as disponibilidades logísticas e de recursos humanos 
devem estar catalogados, com os líderes estabelecidos e os contatos 
registrados.
As medidas de prevenção e preparação bem descritas devem 
proporcionar o estabelecimento de formas de monitoramento, 
alertas e alarmes para que tanto a comunidade quanto as instituições 
68 69
CAPACITAÇÃO BÁSICA EM DEFESA CIVILMÓDULO III - COMDECs: ASPECTOS PRÁTICOS DE ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Para exemplificar, pode ser citado o desastre ocorrido em Miraí, 
em Minas Gerais, no ano de 2007. Houve o rompimento de uma 
barragem de rejeitos de mineração que inundou um terço da 
cidade e ainda causou danos em mais cinco outros municípios, 
inclusive no Estado

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