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RESPOSTAS-EM-EMERGENCIAS-E-DESASTRES-11

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1 
 
 
RESPOSTAS EM EMERGENCIAS E DESASTRES 
1 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
PRINCIPAIS CONCEITOS .......................................................................................... 8 
HISTÓRICO NACIONAL DE OCORRÊNCIA DE DESASTRES .............................. 11 
CONTEXTO INTERNACIONAL ................................................................................ 17 
NAÇÕES UNIDAS E AS AGENDAS INTERNACIONAIS ........................................ 20 
MARCO DE SENDAI ................................................................................................ 21 
CAMPANHA CONSTRUINDO CIDADES RESILIENTES ........................................ 23 
ASPECTOS OPERATIVOS PARA UMA MELHOR RECONSTRUÇÃO .................. 23 
ACORDO DE PARIS................................................................................................. 24 
CONTEXTO DA AMÉRICA LATINA E CARIBE....................................................... 25 
DECLARAÇÃO DE ASSUNÇÃO ............................................................................. 26 
A POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – PNPDEC A PNPDEC
 .................................................................................................................................. 27 
CONTEXTO GERAL DA GESTÃO DE RISCO ........................................................ 29 
CONTEÚDO LEGAL ................................................................................................. 30 
COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERADOS NAS AÇÕES DE PROTEÇÃO E 
DEFESA CIVIL .......................................................................................................... 30 
ATUAÇÃO FEDERAL EM GESTÃO DE RISCO ...................................................... 31 
PROGRAMAS E INICIATIVAS DE GESTÃO DE RISCO NO PPA 2016-2019 ........ 32 
PROGRAMA 2040 DO PPA ..................................................................................... 33 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA SECRETARIA DE PORTOS ............... 43 
2 
 
 
PRINCIPAIS POLÍTICAS PÚBLICAS FEDERAIS CORRELATAS À GESTÃO DE 
RISCO ....................................................................................................................... 44 
MAPAS DE AMEAÇAS MÚLTIPLAS IDENTIFICADO PELA ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS (ONU) ......................................................................................... 59 
SISTEMAS DE MONITORAMENTO ......................................................................... 65 
ATUAÇÃO MUNICIPAL EM GESTÃO DE RISCO ................................................... 66 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Para abordar o tema Gestão de Riscos de Desastres este material foi 
construído de modo a trabalhar tanto alguns aspectos conceituais quanto aspectos 
práticos, tendo em vista, principalmente, o contexto local de atuação do gestor público 
e dos agentes de proteção e defesa civil. O princípio das atividades de proteção e 
defesa civil no Brasil e no mundo está intimamente relacionado a questões de 
segurança em tempos de guerra, mais especificamente durante a recente Segunda 
Guerra Mundial (década de 1940), em que os danos materiais e humanos dos conflitos 
ultrapassaram o meio militar, atingindo gravemente as populações civis. Foi então que 
o governo brasileiro criou o Serviço de Defesa Passiva Antiaérea no âmbito do 
Ministério da Aeronáutica. Um mês depois as ações passam para o Ministério da 
Justiça e Negócios Interiores e Diretorias Regionais nos Estados, Territórios e no 
Distrito Federal, responsáveis pelo atendimento dessa população, vítima dos efeitos 
da Segunda Guerra Mundial. 
Com o passar do tempo e o fim da guerra, essas instituições foram sendo 
adaptadas à realidade das demandas de segurança e proteção das populações. No 
Brasil, por exemplo, foi no final da década de 1960 – principalmente em função de 
grandes secas na região Nordeste, e cheias na região Sudeste – que o governo 
brasileiro criou o então Ministério do Interior definindo como sua área de competência 
as funções de, entre outras, “beneficiamento de áreas e obras de proteção contra 
secas e inundações; [...] de assistência às populações atingidas pelas calamidades 
públicas ”. Foi também em decorrência das cheias no Sudeste, que o então Estado 
da Guanabara, hoje Rio de Janeiro, foi a primeira unidade federativa no Brasil a criar 
um órgão denominado Defesa Civil Estadual. A atuação desses órgãos esteve, 
portanto, concentrada em ações resposta e atendimento de populações afetadas, não 
mais por guerras, mas por calamidades públicas, como inundações, secas e 
epidemias. A partir de então, a proposta de pensar a então nominada Defesa Civil 
como um processo sistêmico - sem limitar-se a ações de resposta e com o objetivo de 
prevenir ocorrências – veio logo em seguida, e foi sistematizada pela equipe da já 
criada, no governo federal, Secretaria de Defesa Civil (Decreto Federal 83.839/792). 
5 
 
 
Sob a liderança do Antônio Luiz Coimbra de Castro foram produzidos, a partir de 1990, 
inúmeros materiais de orientação e de estabelecimento de diretrizes nacionais de 
defesa civil, que refletem os paradigmas da época e hoje passam por revisão da atual 
gestão da SEDEC/MI. 1. BRASIL, 1967. 2. BRASIL, 1979. 
Antônio Luiz Coimbra de Castro, conhecido por Dr. Castro ou General Castro 
foi médico do Exército Brasileiro, e membro da Defesa Civil no Brasil até sua morte, 
em agosto de 2004. Novamente, graves ocorrências de desastres refletiram em um 
período de mudanças na legislação e na organização institucional dos órgãos de 
defesa civil brasileiros. Entre 2008 e 2011, inundações e movimentos de massa 
fizeram com que essa fosse a década com mais mortes decorrentes de desastres em 
toda a história brasileira. Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco e Rio de Janeiro 
protagonizaram cenas sem precedentes. Foi por meio da 1ª Conferência Nacional de 
Defesa Civil e Assistência Humanitária, realizada entre 2009 e 2010, que as 
discussões por uma revisão do então Sistema Nacional de Defesa Civil passaram 
pelas gestões públicas, pela população, pelas universidades e chegaram ao 
Congresso Nacional. A principal demanda era a de criar mecanismos e instrumentos 
de gestão que favorecessem a prevenção de ocorrências de desastres e a diminuição 
de seus impactos. No Senado e na Câmara dos Deputados foram criadas Comissões 
Especiais quedebateram o tema e chegaram ao texto da atual Lei Federal 12.608, 
aprovada em 10 de abril de 2012. Pela primeira vez um ato legal para estabelecer as 
diretrizes do agora Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC teve 
origem no Poder Legislativo (como Lei Federal) e não mais no Executivo (como 
decreto ou medida provisória). 
Hoje, pois, o atual SINPDEC e a PNPDEC (Política Nacional de Proteção e Defesa 
Civil) passaram a adotar o termo “proteção” como uma maneira de reforçar as 
demandas de prevenção, atenção social e redução de vulnerabilidades. Além disso, 
constituem-se como diretrizes da PNPDEC: 
(i) Uma atuação articulada entre a União e seus entes federados; 
(ii) Uma de gestão que inclua ações de prevenção, mitigação, preparação, 
resposta e recuperação; 
(iii) A prioridade à prevenção e minimização de desastres; 
(iv) a adoção da bacia hidrográfica com unidade de análise em casos específicos; 
6 
 
 
(iv) A ênfase ao planejamento com base em pesquisas e estudos; e 
(v) A garantia da participação social. 
Todas essas diretrizes e novas perspectivas de atuação podem ser consideradas 
como um reflexo da tendência, inclusive internacional, de se pensar o risco e o 
desastre como um processo de construção social. Ou seja, de perceber que a 
configuração de áreas de risco é um aspecto a ser abordado a partir da visão de 
planejamento do território, com influências históricas, políticas, sociais e ambientais. 
A gestão de risco, nesse contexto, amplia seu campo de abordagem e por isso é cada 
vez mais necessário que agentes de proteção e defesa civil integrem seus órgãos aos 
demais órgãos responsáveis pela administração pública, de forma a efetivamente 
trabalhar com o planejamento do território de maneira integrada. Significa dizer que 
para trabalhar aspectos de prevenção e mitigação, por exemplo, é preciso articular 
esforços no sentido de reverter as situações que levam à formação de áreas de risco, 
tendo o Plano Diretor como um dos principais instrumentos para tanto. Esse modelo 
de gestão passa pela compreensão de que, principalmente em áreas urbanas, as 
áreas de risco foram se constituindo ao logo do tempo devido a fatores como 
migrações, dificuldade de acesso à moradia, falta de acesso a recursos técnicos e 
profissionais. As “terras rejeitadas ou vetadas pela legislação ambiental e urbanística 
para o mercado imobiliário formal [...], terrenos frágeis ou áreas não passíveis de 
urbanização, como as encostas íngremes e as várzeas inundáveis, além das vastas 
franjas de expansão periférica sobre as zonas rurais” acabaram por tornar-se a opção 
de moradia de uma parcela da população “desprovida das infraestruturas, 
equipamentos e serviços que caracterizam a urbanidade”, e assim, mais vulneráveis 
aos desastres. 
A perspectiva da construção social do risco é, portanto, a ponte que se estabelece 
entre a atuação mais tradicional em proteção e defesa civil, fortemente associada a 
ações de resposta; e a atuação do modelo de tendência internacional que trata da 
gestão sistêmica de risco. Ou seja, aquela “que se desenvolve num contínuo 
intimamente ligado a uma visão de desenvolvimento sustentável da sociedade e que 
não pensa em etapas distintas, senão em uma articulação complexa de etapas. De 
onde se aceita que aquilo que é feito em um momento do processo pode representar 
severas repercussões, positivas ou negativas, no momento seguinte”. Nesse sentido, 
considera-se que todos os instrumentos de planejamento e gestão devem trabalhar, 
7 
 
 
além da dimensão estrutural, também a dimensão não estrutural, a incluir aspectos 
de percepção de risco, comunicação e participação. Além disso, essa tendência 
aponta para que a gestão de risco se integre às demais políticas de planejamento 
urbano e regional, de tal forma que seja possível compreender a razão e os motivos 
que levam à formação de cada área de risco, e assim atuar cada vez mais na reversão 
de suas causas ou evitando novas instalações de áreas de risco. Aos profissionais 
responsáveis pelas ações de proteção e defesa civil, especialmente em nível local, 
talvez essa discussão pareça ainda muito mais presente no campo teórico e 
acadêmico do que em sua prática diária. Nada mais natural. Os processos de 
mudança de paradigmas são longos e pode-se considerar que a história brasileira de 
proteção e defesa civil é bastante recente, sequer centenária. E assim, a incorporação 
de novas diretrizes de uma política nacional deve ser observada com cautela, dentro 
de uma perspectiva histórica. Sua operacionalização, principalmente no contexto da 
maioria dos pequenos municípios brasileiros (70% deles possuem até 20.000 
habitantes5), com pouca infraestrutura e dificuldade de acesso a recursos não é fácil. 
Além disso, sabe-se que muitas vezes o responsável pela área de proteção e defesa 
civil local tem formação estritamente técnica e acumula funções em secretarias de 
obras, agricultura, infraestrutura, gabinete, etc., de forma a ampliar seu desafio de 
promover uma gestão que atenda integralmente às novas diretrizes da PNPDEC. 
Diante desse cenário, pode-se dizer que o papel dos agentes de proteção e defesa 
civil municipais, mais do que diretamente operacional, está cada vez mais ligado ao 
papel de articulação, tanto junto aos demais entes federados (Estados e União), 
principalmente na própria administração local e com as demais instituições, entidades 
e seguimentos da sociedade situados no município. Conseguir articular políticas 
públicas e aproximar-se das demais secretarias de seu município é o caminho para 
garantir uma gestão integrada, que articule aspectos de participação social e 
prioridade à prevenção e minimização de desastres, por exemplo. É nessa direção 
que os capítulos a seguir estão organizados, procurando estruturar em detalhes da 
gestão integrada em proteção e defesa civil, ao mesmo tempo em que se reflete sobre 
políticas públicas correlatas e sobre a atuação local, buscando trazer casos e boas 
práticas que apoiem a compreensão e atuação dos agentes de proteção e defesa civil. 
 
 
8 
 
 
 
PRINCIPAIS CONCEITOS 
Os conceitos da área de proteção e defesa civil e de gestão de risco são inúmeros 
e organizados por diversas instituições, tanto nacionais quanto internacionais. Não há, 
entretanto, unidade de interpretação e as divergências conceituais ainda estão 
presentes, tanto no meio acadêmico, quanto na legislação e nos órgãos de gestão, 
pela adoção de diferentes correntes. Trata-se de um processo natural de construção 
do conhecimento, principalmente quando se considera que a gestão de risco é uma 
área ainda recente na prática e tanto mais na ciência. Sobretudo destaca-se que a 
busca por um marco conceitual bem definido auxilia diretamente os processos de 
gestão, pois permitem a realização de análises comparativas e de evolução, 
favorecendo, portanto, ações de planejamento. Assim, quando se fala em estatísticas 
de desastres e históricos de ocorrência, por exemplo, esses dados ainda tendem a 
sofrer distorções pela falta de unidade nacional e internacional na interpretação e 
denominação dos desastres. O mesmo pode ocorrer nas análises de risco, quando 
conceitos de vulnerabilidade, ameaça e risco não estão bem definidos. Contudo, não 
é o objetivo deste material abordar o debate teórico e conceitual de maneira 
aprofundada, mas sim o de – alinhado à proposta de fortalecer a prática da gestão de 
risco local – delimitar um campo mínimo de conhecimento, indicando aos que tenham 
interesse em aprofundar-se no assunto que recorram a outros documentos mais 
detalhados. 
A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) estabelece que a 
proteção e defesa civil em todo o território nacional abrange as ações de prevenção, 
mitigação, preparação, resposta e recuperação. O conjunto dessas ações é um 
processo contínuo, integrado, permanente e interdependente,configurando uma 
gestão integrada em proteção e defesa civil. Há várias formas de representar esse 
processo, como a figura a seguir. Trabalharemos inicialmente, portanto, com a 
conceituação das ações de proteção e defesa civil, para então tratar com mais atenção 
os conceitos de ameaça, vulnerabilidade, risco e desastre; apresentando ao final do 
documento um glossário mais completo com definições dadas por diferentes órgãos. 
Passemos então à compreensão do conceito de desastre, que está relacionado a 
situações em que eventos adversos ocorrem em áreas que não possuem estrutura 
9 
 
 
para resistir aos impactos. O desastre é, portanto, o resultado da combinação de um 
evento adverso (ameaça) sobre um cenário vulnerável (vulnerabilidade). 
O desastre é o resultado de eventos adversos, naturais, tecnológicos ou de origem 
antrópica, sobre um cenário vulnerável exposto a ameaça, causando danos humanos, 
materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais. A ameaça, 
por sua vez, refere-se a “um evento físico, potencialmente prejudicial, fenômeno e/ou 
atividade humana que pode causar a morte e/ou lesões, danos materiais, interrupção 
de atividade social e econômica ou degradação do meio ambiente6”. Já a 
vulnerabilidade é a exposição socioeconômica ou ambiental de cenário sujeito à 
ameaça natural, tecnológica ou de origem antrópica. “Indica como as condições 
preexistentes fazem com que os elementos expostos sejam mais ou menos propensos 
a ser afetados ”. 
PREVENÇÃO 
Medidas e atividades prioritárias, anteriores à ocorrência do desastre, destinadas 
a evitar ou reduzir a instalação de novos riscos de desastre. 
 
MITIGAÇÃO 
Medidas e atividades imediatamente adotadas para reduzir ou evitar as 
consequências do risco de desastre. 
 
PREPARAÇÃO 
Medidas e atividades, anteriores à ocorrência do desastre, destinadas a otimizar 
as ações de resposta e minimizar os danos e as perdas decorrentes do desastre. 
 
RESPOSTA 
Medidas emergenciais, realizadas durante ou após o desastre, que visam ao 
socorro e à assistência da população atingida e ao retorno dos serviços essenciais. 
 
10 
 
 
 
 
RECUPERAÇÃO 
Medidas desenvolvidas após o desastre para retornar à situação de normalidade, 
que abrangem a reconstrução de infraestrutura danificada ou destruída, e a 
reabilitação do meio ambiente e da economia, visando ao bem-estar social. 
O Risco de desastre é o potencial de ocorrência de ameaça de desastre em um 
cenário socioeconômico e ambiental vulnerável. A gestão de risco de desastre 
compreende o planejamento, a coordenação e a execução de ações e medidas 
preventivas destinadas a reduzir os riscos de desastres e evitar a instalação de novos 
riscos. Finalmente, resiliência: capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade 
exposta a um desastre em resistir, absorver, adaptar e se recuperar de seus efeitos 
de modo oportuno e eficaz, o que inclui a preservação e restauração de suas 
estruturas e funções básicas. (Eird). Os estudos sobre risco adotam ainda cinco 
diferentes abordagens para o termo: Risco instalado: “pode ser compreendido como 
o risco efetivo, atual ou visível existente e percebido em áreas ocupadas. A 
identificação do risco instalado é realizada com base na avaliação de evidências do 
terreno, ou seja, condições “visíveis” de que eventos adversos podem se repetir ou 
estão em andamento”. Risco aceitável: “aquele que uma determinada sociedade ou 
população aceita como admissível, após considerar todas as consequências 
associadas ao mesmo. Em outras palavras, é o risco que a população exposta a um 
evento está preparada para aceitar sem se preocupar com a sua gestão”. Risco 
tolerável: “aquele com que a sociedade tolera conviver, mesmo tendo que suportar 
alguns prejuízos ou danos, porque isto permite que usufrua de certos benefícios, como 
por exemplo, a proximidade do local de trabalho ou a determinados serviços”. Risco 
intolerável: “risco que não pode ser tolerado ou aceito pela sociedade, uma vez que 
os benefícios ou vantagens proporcionadas pela convivência não compensam os 
danos e prejuízos potenciais”. Risco residual: “risco que ainda permanece num local 
mesmo após a implantação de programas de redução de risco. 
De uma maneira geral, é preciso entender que sempre existirá um risco residual, 
uma vez que o risco pode ser gerenciado e/ou reduzido com medidas de mitigação” 
8. UFRGS e CEPED/RS, 2015. Aos que se interessam por uma abordagem mais 
11 
 
 
aprofundada destaca-se, entre os esforços internacionais de criar marcos conceituais, 
a atuação do UNISDR, que há anos trabalha com uma proposta de terminologia 
bastante completa, e as produções do EM-DAT, organização belga que se propõe a 
gerar dados estatísticos de desastres em perspectiva global, e para tanto também 
trabalha com conceituações. Esses trabalhos, entretanto, não estão disponíveis em 
português, indicando-se nesse caso a FIOCRUZ e mesmo as publicações da 
SEDEC/MI para consultas mais detalhadas. 
 
 
HISTÓRICO NACIONAL DE OCORRÊNCIA DE DESASTRES 
No Brasil, as ocorrências de desastres, em especial os de origem natural, 
coincidem com a deterioração das condições de vida nas cidades, onde, em menos 
de um século, houve um crescimento significativo de sua população e inversão no tipo 
de ocupação do território, já que uma maioria que vivia no meio rural passou a viver 
no meio urbano. Essa realidade pode ser verificada com o aumentado número de 
ocorrências, danos e prejuízos. A partir dos dados disponíveis dos desastres naturais 
ocorridos entre 1991 a 2012, a realidade brasileira foi analisada pelo Centro 
Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED), da Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC), que processou cerca de 39.000 registros e 
produziu o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais. Atlas Brasileiro de Desastres 
Naturais - 1991 e 2010 Disponível em: http://150.162.127.14:8080/ atlas/atlas.html 
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais - 1991 e 2012. Segundo o Atlas, os desastres 
que mais afetam o território brasileiro são: seca e estiagem; inundação brusca; 
inundação gradual; vendaval e/ou ciclone e granizo. Esses desastres de origem 
natural têm incidência regional diferenciada: 
 •Na Região Norte, a maior frequência de desastres concentra-se no Estado do 
Pará, mais especificamente na porção Centro-Norte; 
•No Nordeste, a mancha de recorrência engloba a maior parte dos Estados da 
região, com exceção do Maranhão e do Oeste baiano; 
 •A Região Centro-Oeste é a que apresenta áreas com menos frequência, os 
desastres se concentram apenas no Noroeste do Estado do Mato Grosso; 
12 
 
 
•No Sudeste do país, o Norte mineiro, o Norte do Rio de Janeiro e, praticamente, 
todo o Estado do Espírito Santo apresentam-se como áreas de maior frequência 
de desastres; 
•No Sul brasileiro, as maiores frequências abrangem o Sudoeste do Rio Grande 
do Sul e, praticamente, toda a extensão territorial do Estado de Santa Catarina. 
Dentre os muitos e grandes desastres naturais da série histórica nacional, 
destacam-se alguns que marcaram significativamente a população e os 
governantes. Sobre as secas no estado do Ceará, cita-se Costa2 (2008): “De modo 
geral, a história do Ceará foi marcada pelas migrações, pelas secas, quase sempre 
acompanhadas por epidemias e grande mortandade. Das muitas secas, a 
responsável pelo maior número de vítimas foi a “seca dos dois setes”, que durou 
de 1877 a 1879. Esta seca foi acompanhada por grande movimento da população. 
Fortaleza, à época com uma população de 20.098 habitantes, segundo o censo de 
1872, atingiu em dezembro de 1878, 160.000. Isto significou falta de alojamentos, 
de água, de alimentos, de remédios, de infraestrutura urbana e sanitária. Enfim, 
inúmeros problemas de saúde pública. Em agosto de 1878, Fortaleza tinha 
113.900 indigentes abarracados em seus subúrbios. (BARROS LEAL,1978). A 
situação foi tão desesperadora, que famílias inteiras se viram obrigadas a migrar 
para outros estados, promovendo uma onda de migração. Por fim, para completar 
o quadro de tragédia, houve um surto de varíola, dizimando milhares de pessoas. 
Calcula-se que 500 mil pessoas morreram por causa da seca, em que o estado 
mais atingido foi Ceará. Um registro importante refere-se aos deslizamentos de 
terra em Caraguatatuba/SP, no ano de 1967, que ocasionaram 436 mortes. Esses 
deslizamentos de grande proporção na serra isolaram a cidade. A Rodovia dos 
Tamoios ficou destruída, vários carros ficaram presos no trecho de serra. O acesso 
ficou interditado e a ajuda chegava apenas por ar e por mar. O bairro Rio do Ouro 
desapareceu. 
Outro desastre relevante, no caso, tecnológico, foi o episódio de contaminação por 
radioatividade, em 1987, conhecido como acidente com o Césio 137, ocorrido em 
Goiânia/GO. Um aparelho utilizado em radioterapias, esquecido dentro de uma clínica 
abandonada e encontrado por catadores de um ferro velho do local, foi desmontado e 
repassado para terceiros. No total, 1.000 pessoas foram expostas aos efeitos do 
césio. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa 
13 
 
 
concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas, quatro não 
resistiram e acabaram morrendo. 
Verificou-se um grande volume de precipitação no Estado de Santa Catarina que 
superou o recorde de chuvas em seu histórico de registros. É citado como um dos 
piores desastres da história daquele estado. As chuvas deixaram mais de 80 mil 
pessoas desalojadas e desabrigadas, 60 municípios em situação de emergência (SE) 
e 14 em estado de calamidade pública (ECP). Segundo os dados, as perdas humanas 
se resumem a 110 mortes, sendo 97% dos óbitos resultantes de soterramento após o 
deslizamento de encostas, além de cerca de 429 mil pessoas afetadas. O total de 
prejuízos estimado pelo Banco Mundial para o período é da ordem de R$ 4,75 bilhões. 
Ainda no Estado de Santa Catarina, registram-se os desastres ocorridos nos últimos 
20 anos (1995 a 2014) que têm impactado negativamente o desenvolvimento dos 
municípios catarinenses em particular, e repercutindo em nível federal. Esses dados 
são apresentados na publicação de 2016, do Centro Universitário de Estudos e 
Pesquisas sobre Desastres CEPED/ UFSC - “Relatório dos Danos Materiais e 
Prejuízos decorrentes de Desastres Naturais em Santa Catarina 1995-2014”. Dessa 
publicação, destacam-se os danos e prejuízos por desastres naturais, que 
demandaram um volume significativo de recursos públicos para a reconstrução. Como 
apurado nessa pesquisa, a extensão dos danos e prejuízos no período de 1995 a 
2014 é significativa, a saber: “O total de danos e prejuízos para o período da pesquisa 
é de 17,6 bilhões de reais, com valores corrigidos para 2014. A perda anual média é 
de 881 milhões de reais, representando 0,4% do PIB do estado. Mesmo considerando 
que os valores são baseados nas estimativas dos municípios e que, por outro lado, 
há lacunas de informações nos registros, são valores que podem direcionar 
estratégias para a Gestão de Risco de Desastres no estado, possibilitando a análise 
do risco de forma estratificada, tanto considerando os setores da economia afetados 
como os aspectos geográficos e políticos do estado. ” No Nordeste, as fortes 
inundações de 2010 atingiram na mesma época, os Estados de Pernambuco e 
Alagoas. Em Alagoas, foram 20 municípios fortemente atingidos: sendo 15 municípios 
em Estado de Calamidade Pública (ECP) e 4 em Situação de Emergência (SE), 
afetando cerca de 269 mil pessoas, sendo 36 mortas, 44 mil desalojadas e 28.500 
desabrigadas. Segundo consta da publicação do Banco Mundial de 2012, intitulada 
“Avaliação de Perdas e Danos Inundações Bruscas em Alagoas - Junho de 2010”, as 
14 
 
 
perdas e danos decorrentes das inundações bruscas de junho de 2010 totalizaram R$ 
1.89 bilhões, valor que corresponde a cerca de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) de 
Alagoas em 2009. Do total estimado, 83% são referentes aos danos (custos diretos 
do desastre) e 17% correspondem aos custos indiretos das inundações. Em 
Pernambuco, as inundações de junho de 2010 afetaram 67 municípios, 42 decretaram 
estado de calamidade pública (ECP) ou situação de emergência (SE) depois que 
ondas em alta velocidade e com alto poder de destruição derrubaram casas, hospitais, 
prédios da administração pública, escolas, estabelecimentos comerciais, pontes, 
estradas e outros equipamentos. Afetaram cerca de 740 mil pessoas, 20 mortas, 
86.464 desalojadas e 19.520 desabrigadas. Os prejuízos foram significativos: R$ 3,4 
bilhões, valor que corresponde a mais de 4% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual. 
Os custos diretos foram estimados em aproximadamente R$ 2 bilhões (60%), 
enquanto os custos indiretos somaram cerca de R$ 1,4 bilhão (40%). 
Em janeiro de 2011, chuvas de grande intensidade deflagraram o que seria 
considerado o pior desastre brasileiro dos últimos tempos: as inundações e 
deslizamentos da Região Serrana do Rio de Janeiro, evento que causou 905 mortes 
em sete cidades e afetou mais de 300 mil pessoas, ou 42% da população dos 
municípios atingidos. Nos sete municípios que entraram em estado de calamidade 
pública viviam 713.652 pessoas, ou seja 4,46% da população do estado do Rio de 
Janeiro (15.989.929). Segundo os dados apurados, 304.562 pessoas foram 
diretamente afetadas pelo desastre, o que representa 42,68% da população dos sete 
municípios e 1,9% da população do estado do Rio de Janeiro. Os prejuízos totais 
foram estimados em R$ 4,8 bilhões, valor que, no entanto, omite impactos relevantes 
em setores como o da educação e o da saúde, que não puderam ser considerados 
em função da indisponibilidade de informações detalhadas. 
Em 2015, o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco Mineração, empresa 
controlada pela Vale e pela BHP Billiton (50% cada), situada na divisa dos Municípios 
de Mariana e Ouro Preto, no estado de Minas Gerais, foi mais um desastre de grandes 
proporções que repercutiu nacional e internacionalmente. Esse desastre foi assunto 
da Comissão Externa do Rompimento de Barragem na Região de Mariana – MG 
(CEXBARRA), que emitiu o Relatório Final, em maio de 2016, do qual se extrai a 
descrição do desastre e as principais consequências: “No dia 05/11/2015, por volta de 
16h20min, a barragem de rejeitos de Fundão rompeu-se e derramou 32 milhões m3 
15 
 
 
de lama no vale do córrego Santarém e dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce, 
que desemboca no mar, após atravessar o Estado do Espírito Santo. Em cerca de 40 
minutos, o fluxo de lama atingiu e galgou a barragem de Santarém e se deslocou 
outros 3 km até o Subdistrito de Bento Rodrigues, destruindo-o quase totalmente. Nos 
dezesseis dias seguintes, a lama percorreu mais de 600 km e chegou à foz do rio 
Doce, no Oceano. Nas semanas posteriores ao evento, pelo menos outros 8 milhões 
m3 de lama continuaram sendo despejados nos cursos d’água em razão das chuvas 
e das tentativas infrutíferas de barrar a lama mediante três diques galgáveis 
construídos entre o local do rompimento e Bento Rodrigues. Entre os impactos 
identificados da tragédia, destacam-se: 
- Povoado de Bento Rodrigues, com pouco mais de 200 casas e 600 moradores, 
quase totalmente coberto pela lama, com perda de infraestrutura pública e bens 
privados; 
- Outras comunidades parcialmente afetadas pela lama: Paracatu de Baixo, 
Paracatu de Cima, Águas Claras, Campinas, Borba, Pedras e Bica, que integram 
o Distrito de Camargos, do Município de Mariana, bem como Gesteira e Barreto e 
o próprio centro urbano do Município de Barra Longa; 
- 35 municípios afetados no Estado de Minas Gerais e quatro no Espírito Santo, 
vários com abastecimento de água interrompido temporariamente; 
- 18 mortos, entre moradores de Bento Rodrigues e trabalhadoresda empresa e 
terceirizadas, além de uma pessoa ainda desaparecida; 
- 644 desabrigados e 716 desalojados, principalmente nas comunidades afetadas 
dos Municípios de Mariana e Barra Longa; 
- 8.567 outros afetados (prejudicados de alguma forma pelo desastre, direta ou 
indiretamente); - Usinas hidrelétricas (Candonga, Baguari, Aimorés, Mascarenhas) 
com produção de energia interrompida, sendo que a primeira delas teve suas 
estruturas ameaçadas e sofreu completo assoreamento de seu reservatório; 
- cerca de 1.500 Hectares de mata ciliar destruídos, principalmente no Município 
de Mariana (MG); 
- cerca de onze Toneladas de peixes mortos ao longo do rio Doce, afetando 
centenas de pescadores; 
16 
 
 
- 80 km2 de área no mar afetada pela pluma de rejeitos, além de dezenas de 
quilômetros de ambiente costeiro, no litoral do Espírito Santo; 
- queda da arrecadação de cerca de R$4 milhões/ mês do Município de Mariana, 
em decorrência da paralisação das atividades minerárias; 
- aumento do desemprego em Mariana e região; 
- destruição e perda de obras sacras do século XVIII, que constituíam patrimônio 
cultural de Bento Rodrigues; - comunidade indígena (Krenak) afetada na pesca e 
demais usos da água; e 
- indústria de papel (Cenibra) com atividades paralisadas. Os impactos sobre os 
ecossistemas naturais e a perda de biodiversidade ainda estão sendo avaliados, 
ao longo do rio Doce e afluentes, bem como na foz do rio e nas áreas marinhas 
adjacentes. Um estudo da Marinha revelou altas concentrações de quatro metais 
pesados (arsênio, manganês, chumbo e selênio) na foz do rio Doce e no litoral 
norte do Espírito Santo. A poluição levou o Ministério Público a proibir a pesca 
nessa região. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil - SEDEC/MI conta 
na sua estrutura com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres 
(CENAD), que atualmente gerencia um banco de dados de desastres. A partir de 
2012, esses dados passaram a ser incluídos num sistema informatizado de 
registros on-line 
- o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID). A partir desses 
dados, foram publicadas edições do Anuário Brasileiro de Desastres Naturais, 
referentes aos anos de 2011, 2012 e 2013 e 2014. Os anos de 2013 e 2014 estão 
consolidados na Tabela 1 a seguir. Como consta no Anuário de 2013, quanto à 
extensão territorial atingida pelos desastres naquele ano, dos 5.570 municípios 
brasileiros, 4.433 foram afetados, sendo que 70,99% deles devido à 
seca/estiagem, impactando significativamente a economia do país. Ainda em 
2013, os 493 desastres naturais oficialmente reportados causaram 183 óbitos e 
afetaram cerca de 18,5 milhões de pessoas. 
O histórico nacional de desastres é um argumento recorrente para que estados e 
municípios brasileiros se estruturem e se organizem para atuarem de forma 
permanente na gestão de risco e se preparem para atuação no desastre. No entanto, 
17 
 
 
ressalte-se a importância o histórico de desastres e a percepção de riscos vivenciados 
pela população de cada município, na perspectiva de analisar a realidade municipal a 
partir das múltiplas causas que originam os desastres. 
Tendo sido realizada uma introdução histórica e conceitual sobre os órgãos de 
proteção e defesa civil, a abordagem, a partir deste momento, busca um enfoque mais 
prático aos processos de gestão de risco. Assim sendo, este capítulo começa 
trabalhando, de maneira mais abrangente, o contexto internacional da prática da 
gestão de risco para então chegar ao contexto brasileiro e principalmente local. 
 
 
CONTEXTO INTERNACIONAL 
A década de 1940, como já abordado na introdução, marcou o surgimento das 
instituições de proteção e defesa civil, que aos poucos foram incorporando atribuições 
além das associadas aos efeitos de guerra. O processo de gestão de risco, entretanto, 
é hoje considerado muito mais amplo, sendo função não apenas das próprias 
instituições de proteção e defesa civil, mas da gestão pública em geral, e sempre com 
a participação de toda a sociedade. Assim, se até a década de 1970 as instituições 
dedicavam-se quase exclusivamente e responder e a reduzir os efeitos do desastre, 
o processo de gestão de risco começou a evoluir quando, na década seguinte, 
percebeu-se, primeiro, que o investimento em ações de preparação poderia reduzir 
os impactos de desastres e, depois, que alguns deles poderiam ser evitados com 
ações de prevenção. Marcando a transição do foco nos desastres para o foco no risco, 
as ações de prevenção, preparação e resposta dominou as discussões internacionais 
durante toda a década de 1990. 
A Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu, já em 1987, um 
importante marco no histórico da gestão de risco internacional, ao definir a Década 
Internacional para a Redução dos Desastres Naturais (DIRDN) para o período de 1990 
a 1999. Durante esse período, o compromisso de seus Estados-Membros era o de 
prestar especial atenção ao fomento da cooperação internacional no âmbito da 
redução de desastres. O Brasil já participava dessas discussões, marcando presença, 
por exemplo, na Reunião de Países Latino-americanos sobre a Década Internacional 
18 
 
 
para a Redução dos Desastres Naturais, realizada na Guatemala em setembro de 
1991. 
Em maio de 1994, ocorreu na cidade de Yokohama, Japão, a primeira 
Conferência Mundial sobre a Redução de Desastres Naturais, promovida pelas 
Nações Unidas. 
Em 1997 foi criado o Projeto Esfera com o objetivo de elaborar um conjunto de 
normas mínimas universais para as ações de resposta humanitária. O grupo reuniu 
organizações não governamentais, o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e a 
Meia-Lua Vermelha, todos interessados em melhorar a qualidade das respostas 
humanitárias em situações de desastre ou de conflito. Hoje o grupo é responsável 
pela edição da Carta Humanitária e Normas Mínimas de Resposta Humanitária em 
Situações de Desastre que apresenta normas mínimas em cinco setores 
fundamentais: abastecimento de água e saneamento; nutrição; ajuda alimentar; 
abrigo; e planejamento de locais de alojamento e cuidados médicos. 
Já no final da década de 1990, as Nações Unidas estabeleceram a Estratégia 
Internacional para Redução de Desastres, por meio da qual foram organizadas 
diversas reuniões e promovidos importantes acordos internacionais. Destes, 
destacam-se a II Conferência Mundial sobre a Redução de Desastres e a III 
Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Redução do Risco de Desastres. A 
II Conferência foi realizada em Kobe em 2005, ano que coincidiu com o terremoto e 
tsunami no Sudeste Asiático. Como resultado do encontro estabeleceu-se o Quadro 
de Ação de Hyogo, cujas prioridades de ação alinhavam-se aos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio – ODM. Já a III Conferência Mundial das Nações Unidas 
sobre a Redução do Risco de Desastres, realizada em 2015 também no Japão, 
resultou na aprovação, pelos Estados-Membros das Nações Unidas, do atual Quadro 
de Sendai. 
Percebe-se, nessa breve revisão do contexto internacional, o importante papel 
exercido pelas Nações Unidas ao incentivar que os governos nacionais ampliem sua 
atuação na gestão de riscos. Ao longo dos anos, percebe-se também a evolução da 
terminologia utilizada. Se na década de 1990 a expressão “desastres naturais” era 
amplamente aplicada, vê-se uma propensão ao seu desuso a partir da década 2000 
e posteriormente a incorporação do termo “risco” junto ao “desastre”. Pequenos 
19 
 
 
detalhes, mas de significativa representação da tendência internacional que 
considera, a partir da perspectiva da construção social do risco, que se é o ser o 
humano – e não a natureza – que o produz, ele próprio assume responsabilidade por 
evitá-lo. Pode-se afirmar, portanto, que atualmente o contexto internacional da Gestão 
de Risco está estruturado a partir de um foco de gestão sistêmica. Ou seja, quandose traça uma linha do tempo, como se observa na figura a seguir, percebe-se que as 
ações de proteção e defesa civil iniciaram-se com foco em resposta e ao longo dos 
anos e décadas foram incorporando elementos de prevenção igualmente importantes, 
saindo do foco nos desastres, para o foco nos riscos. Nessa visão de gestão sistêmica 
trabalha-se com a articulação de diferentes áreas do conhecimento, profissionais e 
sociedade. De forma direta, exerce forte representação internacional a Estratégia 
Internacional da ONU para Redução de Desastres – ISDR, na sigla em inglês. Fazem 
parte do Sistema ISDR: o Secretariado da Estratégia Internacional das Nações Unidas 
para Redução do Risco de Desastres – UNISDR, na sigla em inglês; o Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD; o Escritório da ONU de 
Coordenação de Assuntos Humanitários – OCHA, na sigla em inglês; e a iniciativa 
para fortalecimento de capacidades para redução de riscos de desastres – CADRI, 
em inglês9. O PNUD é a agência da ONU com mandato voltado à promoção do 
desenvolvimento humano sustentável e – considerando a estreita relação entre 
desenvolvimento e gestão de riscos de desastres – o PNUD coopera com diferentes 
países na realização de projetos voltados à redução de riscos de desastres e 
construção de resiliência. No Brasil, o PNUD vem atuando em parceria com a 
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC/MI em ações voltadas ao 
fortalecimento da cultura de gestão de riscos de desastres no país. Além disso, outras 
agências das Nações Unidas também discutem questões que implicam sobremaneira 
na gestão de risco. Associada a questões de saúde, por exemplo, está a Organização 
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. 
Para mais informações sobre o PNUD vide http://www.pnud.org.br OPAS/OMS; 
a questões de infância e educação a Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO e o Fundo das Nações Unidas para a 
Infância – UNICEF; a questões de agricultura a Organização das Nações Unidas para 
a Alimentação e a Agricultura – FAO; a questões de reconstrução a Comissão 
Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL; e a questões ambientais o 
20 
 
 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, dentre outras. Vamos 
aprofundar a compreensão do contexto internacional conhecendo um pouco sobre as 
principais discussões internacionais vigentes que direta e indiretamente incluem a 
gestão de risco e a construção da resiliência em todo o mundo. 
 
 
NAÇÕES UNIDAS E AS AGENDAS INTERNACIONAIS 
A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é uma 
organização internacional formada por países que se reuniram voluntariamente para 
trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento mundial. No âmbito de sua atuação na 
ONU, os Países Membros pactuam acordos, protocolos e convenções internacionais 
que podem ser posteriormente incorporados na legislação e nas políticas dos 
diferentes países. O ano de 2015 foi particularmente importante nesse sentido, pois 
representou um momento de revisão, discussão e proposição de novas metas a serem 
alcançadas até 2030 em todo o mundo, com o objetivo de acabar com a pobreza, 
transformar vidas e proteger o planeta. A OPAS foi a primeira agência da ONU a 
trabalhar os desastres considerando o risco e não a emergência. Esse trabalho teve 
início em parceria com o Ministério da Saúde da Guatemala no início da década de 
1970, após a ocorrência de um grande terremoto no país. a. Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável – ODS Após mais de três anos de discussão, os líderes 
de governo e de estado aprovaram, por consenso, o documento Transformando 
Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A Agenda 2030 
é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Ela busca fortalecer 
a paz universal com mais liberdade, e reconhece que a erradicação da pobreza em 
todas as suas formas e dimensões – incluindo a pobreza extrema – é o maior desafio 
global ao desenvolvimento sustentável. 
A Agenda consiste em uma Declaração, Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável – ODS e 169 metas, uma seção sobre meios de implantação e de 
parcerias globais, e um arcabouço para acompanhamento e revisão. Os ODS 
aprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio – ODM, de maneira a completar o trabalho deles e 
responder a novos desafios. São integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma 
21 
 
 
equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social 
e a ambiental. Aprovados na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento 
Sustentável, que ocorreu entre os dias 25 e 27 de setembro 2015, a implementação 
dos ODS será um desafio, o que requererá uma parceria global com a participação 
ativa de todos, incluindo governos, sociedade civil, setor privado, academia, mídia, e 
Nações Unidas. Cabe destacar ainda que os ODS de número 11: Tornar as cidades 
e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; e de 
número 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus 
impactos, contemplam metas e indicadores diretamente relacionados à gestão de 
risco. 
 
 
MARCO DE SENDAI 
Sobre o tema da gestão de risco é importante ressaltar o recém adotado Marco 
de Sendai para Redução de Risco de Desastres 2015-2030, formalizado após longas 
discussões realizadas em Sendai, Japão, em março de 2015, descrito em detalhes a 
seguir, junto a outros acordos e iniciativas internacionais correlatos à gestão de risco. 
O documento consiste de uma atualização do acordo anterior denominado Quadro de 
Ação de Hyogo 2005-2015: Construindo a resiliência das nações e comunidades 
frente aos desastres, passando a definir sete metas e quatro prioridades de ação. Na 
avaliação do Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres, o 
acordo “tem um foco maior na prevenção do risco, estabelece diretrizes principais, 
propõe sete metas, estabelece uma articulação clara entre as ações à nível nacional, 
local e regional, e global, destaca as ações de reconstrução e saúde, e define as 
responsabilidades de todas as partes interessadas”. As sete metas do Marco de 
Sendai são: 
1. Reduzir consideravelmente, até 2030, a mortalidade global causada por desastres, 
tendo como meta uma redução da taxa de mortalidade por 100.000 habitantes entre 
2020-2030 comparativamente a 2005-2015. 
22 
 
 
2. Reduzir consideravelmente, até 2030, o número de pessoas afetadas em todo o 
mundo tendo como meta uma redução da taxa global por 100.000 habitantes entre 
2020-2030 comparativamente a 2005-2015. 
3. Reduzir, até 2030, perdas econômicas causadas diretamente por desastres em 
relação ao produto interno bruto (PIB) mundial. 
4. Reduzir consideravelmente, até 2030, os danos causados por desastres em relação 
a infraestrutura básica e interrupção de serviços essenciais, entre eles serviços de 
saúde e educação, incluindo o desenvolvimento de sua resiliência. 
5. Ampliar consideravelmente, até 2020, o número de países com estratégias 
nacionais e locais para redução do risco de desastres. 
6. Ampliar consideravelmente, até 2030, a cooperação internacional destinada aos 
países em desenvolvimento por meio de apoio adequado e sustentável para 
complementar suas ações nacionais de implantação deste quadro. 
7. Ampliar consideravelmente, até 2030, a disponibilidade e o acesso das pessoas a 
sistemas de alerta multiameaças, a informações e avaliações sobre risco de 
desastres. 
Por sua vez, as quatro novas prioridades de ação são: 
1. Compreensão do risco de desastres; 
2. Fortalecimento da governança para gerenciar o risco de desastres; 
3. Investimento na redução do risco de desastres para a resiliência; 
4. Melhoria na preparação para desastres com foco em resposta efetiva e na máxima 
“ReconstruirMelhor que Antes” aplicável às ações de recuperação, reabilitação e 
reconstrução. 
 
 
 
 
 
23 
 
 
CAMPANHA CONSTRUINDO CIDADES RESILIENTES 
A Campanha Construindo Cidades Resilientes foi lançada internacionalmente 
em 2010 pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres – 
UNISDR, embasando os 10 passos essenciais para fins de incremento da resiliência 
a desastres em nível local. Em 2015, com a adoção do Quadro de Sendai, verificou-
se a necessidade de se reformular a campanha e incorporar as diretrizes do novo 
acordo internacional para os próximos 15 anos. 
 
 
ASPECTOS OPERATIVOS PARA UMA MELHOR RECONSTRUÇÃO 
 Organizar-se para a resiliência a desastres 
 Fortalecer a capacidade institucional para a resiliência 
 Identificar compreender e 
 Utilizar os cenários de riscos atuais e futuros 
 Fortalecer a capacidade financeira para a resiliência 
 Buscar desenvolvimento e projetos urbanos resilientes 
 Salvaguardar zonas de amorteciemento naturais para melhorar as funções de 
proteção oferecidas pelos ecossistemas naturais 
 Acelerar a recuperação e reconstruir melhor 
 Assegurar uma resposta eficaz ao desastre 
 Aumentar a resiliência da infraestrutura 
 Compreender e fortalecer a capacidade da sociedade para a resiliência. 
Assim sendo, os atuais 10 passos essenciais que devem ser adotados pelos 
municípios que façam a adesão à campanha, que os divide em aspectos básicos, 
aspectos operativos e aspectos para uma melhor reconstrução. 
24 
 
 
O escopo da Campanha Construindo Cidades Resilientes concentra-se na 
resiliência a desastres – ou seja, na capacidade de uma cidade para planejar, mitigar, 
responder, recuperar-se, adaptar-se e crescer após grandes desastres, tendo em 
conta suas circunstâncias físicas, econômicas, ambientais e sociais particulares. 
 
 
ACORDO DE PARIS 
Trata-se do acordo negociado durante a COP21 – Conferência das Partes, que 
ocorreu em dezembro. CAMPINAS, sem data. de 2015 em Paris, França, e que inclui 
metas de redução de emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de limitar o 
aumento da temperatura do planeta em até 1,5 °C até o ano de 2100. As tratativas 
internacionais buscam direcionar a atuação dos Estados-Membros para a mitigação 
dos impactos e adaptação climática diante do atual cenário global. Para o secretário 
executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, as consequências de não atender 
aos limites previstos no acordo podem ser muito severas. “Com menos de 1 °C de 
aquecimento já temos, toda semana, uma má notícia em algum lugar do mundo, 
inclusive no Brasil, de acidentes ligados a climas mais extremos, chuvas fortes, secas 
que se intensificam, tornados, deslizamentos de terra. Isso vem acontecendo com 
frequência e intensidade maior nos últimos anos e tende a se agravar”15. Desde o dia 
22 de abril de 2016 o acordo já foi assinado por 177 países, e estará aberto a adesões 
até o dia 21 de abril de 2017. O Acordo de Paris estabelece ainda que os países 
deverão reunir-se a cada cinco anos, a partir de 2023, para realizar discussões e 
revisões políticas de suas ações. 
Durante a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e 
Desenvolvimento Urbano Sustentável, realizada em Quito em outubro de 2016, no 
Equador, foi definida a Nova Agenda Urbana — documento que vai orientar a 
urbanização sustentável pelos próximos 20 anos. Entre as principais disposições do 
documento, está a igualdade de oportunidades para todos; o fim da discriminação; a 
importância das cidades mais limpas; a redução das emissões de carbono; o respeito 
pleno aos direitos dos refugiados e migrantes; a implementação de melhores 
iniciativas verdes e de conectividade, entre outras. Diversas dos compromissos 
25 
 
 
assumidos no documento tem relação direta com a gestão de risco, em especial com 
as diretrizes do marco de Sendai, como por exemplo o compromisso. 
G (visão compartilhada): Aprovar e colocar em prática políticas de gestão e 
redução de riscos de desastres que reduzam vulnerabilidades, aumentem a 
resiliência, aumentem a capacidade de resposta a desastres diante de ameaças 
naturais e antrópicas, e fomentem a mitigação e adaptação à mudança do climática 
(tradução livre). De maneira semelhante aos demais acordos internacionais, o Brasil 
teve sua delegação presente na conferência e deverá ser signatário também da Nova 
Agenda Urbana. 
 
 
CONTEXTO DA AMÉRICA LATINA E CARIBE 
Diante do cenário internacional é válido um olhar mais atento às discussões 
que ocorrem entre os países da América Latina e Caribe, que compartilham com o 
Brasil semelhanças regionais e possuem espaços de cooperação internacional e 
atuação conjunta. 
União de Nações Sul-Americanas – UNASUR17 Em agosto de 2013, durante 
a Reunião Ordinária do Conselho de Ministras e Ministros de Relações Exteriores da 
UNASUR foi criado o Grupo de Alto Nível Sobre Gestão de Riscos de Desastres. Seu 
propósito é o de identificar elementos chave que possam servir como insumos para a 
formulação de uma Estratégia Sul-americana para a Redução do Risco de Desastres. 
Na ocasião – que ocorreu em Paramaribo, Suriname – os representantes de 
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, 
Suriname, Uruguai e Venezuela estabeleceram os seguintes objetivos do grupo: 
•Definir, a partir de avaliações nacionais e de aportes dos Conselhos Ministeriais da 
UNASUR as capacidades, riscos e desafios comuns dos Estados Membros em 
matéria de gestão de risco de desastres. 
•Desenvolver um glossário de termos que expresse uma visão compartilhada. 
•Promover a adoção de mecanismos e protocolos comuns que permitam uma gestão 
eficaz da assistência humanitária dos Estados Membros em caso de desastres. 
26 
 
 
•Estudar, em coordenação com a Secretaria Geral da UNASUR, a viabilidade técnica 
e operacional para estabelecer uma plataforma destinada a compartilhar informações, 
comunicações e operações utilizando o Centro de Comunicação e Informação da 
Secretaria Geral. 
•Contribuir para a adoção de políticas, estratégias e ferramentas compartilhadas em 
matéria de redução do risco de desastres. 
•Promover a cooperação sobre o tema por meio de programas, projetos e outras 
ações de cooperação sul – sul e triangular, de acordo com as normativas da UNASUR. 
•Incentivar a investigação científica e tecnológica e integrar programas, projetos e 
outras ações deste Grupo de Trabalho de Alto Nível. 
•Promover o fortalecimento das capacidades e o estabelecimento de mecanismos e 
sistemas comuns de avaliação das ações. 
 
 
DECLARAÇÃO DE ASSUNÇÃO 
A Declaração de Assunção surgiu da Primeira Reunião Ministerial e de 
Autoridades de Alto Nível sobre a Implantação do Quadro de Sendai para a Redução 
do Risco de Desastres 2015-2030 nas Américas, realizada em junho de 2016 no 
Paraguai. O documento considera as discussões já ocorridas na região da América 
Latina e Caribe, como a Plataforma Regional; e os acordos internacionais, como o 
Quadro de Sendai; além de ponderar que para “avançar na erradicação da pobreza, 
diminuir a inequidade e alcançar um desenvolvimento sustentável e inclusivo, é 
necessário avaliar os avanços da implantação de políticas de gestão do risco de 
desastre em todos os níveis territoriais e setoriais“. Há ainda a proposição de ações 
em níveis regional (Américas e Caribe) e nacional para cada uma das quatro novas 
prioridades do Quadro de Sendai. 
Rede de Estudos Sociais em Prevenção de Desastres na América Latina – La 
Red. Criada no início da década de 1990, a Rede de Estudos Sociais em Prevenção 
de Desastres na América Latina – conhecida simplesmente como La Red – é uma das 
mais antigas e importantes estruturas que trabalham com a temática dos desastres 
27 
 
 
na América Latina. Sua formação deu-se por um pequeno grupo multidisciplinar que 
começou a compreendere analisar os desastres, formando as bases para o que 
atualmente se convenciona por gestão de risco. A partir da primeira Reunião Geral, 
realizada na 20. DECLARAÇÃO DE ASSUNÇÃO, 2016. 
Costa Rica em agosto de 1992, foram formuladas cinco áreas de intervenção 
para sua Agenda de Investigação e Constituição Orgânica: 
 •Estado, sistemas políticos e prevenção de desastres 
•Desastres e modelo de desenvolvimento 
•Desastres e cultura •Modelos organizativos-administrativos para a prevenção de 
desastres 
•Sistemas de instrumentos para a prevenção, atenção e recuperação a desastres. 
 
 
A POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – PNPDEC 
A PNPDEC 
É o marco doutrinário da proteção e defesa civil no Brasil, estabelecida pela lei 
12.608, expresso pelas diretrizes e objetivos instituídos na política e que devem ser 
seguidos por todos os membros do SINPDEC. Norteia os programas, planos e 
projetos que tratam da temática e define as competências dos entes federados. A 
PNPDEC deve se integrar integrar-se às políticas de ordenamento territorial, 
desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de 
recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e às demais 
políticas setoriais, tendo em vista a promoção do desenvolvimento sustentável, dando 
indicações fundamentais das principais políticas que se relacionam com a Gestão de 
Riscos. Estabelece ainda uma abordagem sistêmica para a gestão de risco, dentro 
das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação. Como 
abordagem sistêmica deve-se considerar que as ações possuem relação entre si, e 
jamais ocorrem de maneira isolada. Ou seja, mesmo em momentos de recuperação, 
por exemplo, a perspectiva da prevenção deve estar presente. É a isto que se refere 
o Marco de Sendai quando menciona a máxima “Reconstruir Melhor que Antes”. 
28 
 
 
O Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC A Proteção e 
Defesa Civil é organizada por meio de um sistema, o Sistema Nacional de Proteção e 
Defesa Civil – SINPDEC. A Lei 12.608/12 define a composição do SINPDEC com 
diferentes órgãos públicos responsáveis por sua gerência, prevendo ainda a 
possibilidade de participação da sociedade, conforme definido no Artigo 11: Art. 11. 
O SINPDEC será gerido pelos seguintes órgãos: 
I - Órgão consultivo: CONPDEC; 
II - Órgão central, definido em ato do Poder Executivo federal, com a finalidade de 
coordenar o sistema; 
III - os órgãos regionais estaduais e municipais de proteção e defesa civil; e 
IV - Órgãos setoriais dos 3 (três) âmbitos de governo. Parágrafo único. Poderão 
participar do SINPDEC as organizações comunitárias de caráter voluntário ou outras 
entidades com atuação significativa nas ações locais de proteção e defesa civil. 
Constitui-se pelo Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil – CONPDEC, que por 
sua vez é formado por diversos representantes dos órgãos setoriais federais. Trata-
se de uma instância consultiva que discute, orienta e indica o órgão central em suas 
decisões dentro do sistema. 
a. Órgão central A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC/MI atua 
como órgão central do SINPDEC, e faz parte da estrutura do Ministério da Integração 
Nacional – MI. Como órgão central é responsável por coordenar as ações de proteção 
e defesa civil em todo o território nacional. Seu organograma, definido pelo Decreto 
8.161/13 está assim constituído. 
b. Órgãos regionais estaduais e municipais de proteção e defesa civil A Lei 12.608/12 
não define hierarquia nem estrutura mínima para esses órgãos, de maneira que 
Estados e Municípios possuem autonomia para definir como organizam sua área de 
proteção e defesa civil dentro da administração pública local. Assim, há locais em que 
esses órgãos se constituem em secretarias específicas, e outros em que se integram 
à estrutura de outras secretarias ou ao gabinete do prefeito, por exemplo. 
Independente da forma, Estados e Municípios devem responder pelas competências 
definidas em lei. No capítulo 5, há conteúdo específico sobre a organização de órgãos 
municipais de proteção e defesa civil. 
29 
 
 
c. Órgãos setoriais dos três âmbitos de governo Embora também em relação aos 
órgãos setoriais, a Lei 12.608/12 não defina diretamente quais sejam e como atuam, 
pode-se considerar que estes sejam, principalmente, os responsáveis pelas políticas 
públicas setoriais ali mencionadas: “políticas de ordenamento territorial, 
desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de 
recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia”, além dos 
órgãos responsáveis pelos programas do PPA 2016-2019, listados há pouco. 
Localmente, os gestores de proteção e defesa civil devem fazer o esforço de verificar 
como articular-se aos demais órgãos da administração pública, de maneira a 
fortalecer sua gestão integrada. 
 d. Organizações comunitárias e sociedade civil. Em parágrafo único a Lei 12.608/12 
abre a possibilidade para que organizações comunitárias de caráter voluntário e 
outras entidades com atuação significativa nas ações locais de proteção e defesa civil 
possam também participar do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. Sua 
participação pode se dar pela composição paritária nos Conselhos ou ainda se 
vinculando localmente às ações de gestão de risco a critério de cada órgão municipal. 
 
 
CONTEXTO GERAL DA GESTÃO DE RISCO 
ÓRGÃO CENTRAL ÓRGÃO CONSULTIVO Conselho Órgão Setoriais Órgãos de 
Apoio SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Serviço de Apoio 
administrativo e protocolo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres 
Departamento de Articulação e Gestão Departamento de Prevenção e Preparação 
Departamento de Reabilitação e de Reconstrução Departamento de Operações de 
Socorro em Desastres Coordenação – Geral de Operações de Socorro Coordenação-
Geral de Monitoramento e Operação Coordenação-Geral de Articulação e Gestão 
Coordenação-Geral de Prevenção e Preparação Coordenação-Geral de Reabilitação 
e de Reconstrução Coordenação de Administração e Assessoramento 
 
 
30 
 
 
CONTEÚDO LEGAL 
Passaremos agora a uma análise mais específica sobre o conteúdo legal que 
direciona os órgãos de proteção e defesa civil, e consequentemente a gestão de risco. 
No quadro seguinte, é possível observar como a Lei 12.608/12 relaciona-se com 
outros decretos e medidas provisórias formando uma complexa rede de definições 
legais, sobretudo por questões de regulamentação. Se por um lado um de seus artigos 
é regulamentado por um decreto de 2010 alterado em 2011 – e, portanto, antes de 
sua própria publicação – por outro lado, boa parte de seu conteúdo depende de 
regulamentação ainda pendente. Há ainda a Lei 12.340/10 para dispor sobre as 
transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, no que diz respeito a execução de ações de prevenção em 
áreas de risco, e de resposta e recuperação em áreas atingidas por desastres. É, 
portanto, de se compreender a complexidade do processo e algumas fragilidades que 
se refletem na gestão de risco local. O objetivo deste conteúdo é, nesse sentido, 
fortalecer ao máximo a compreensão sobre o SINPDEC e a PNPDEC de forma a 
contribuir para que os entes federados melhor compreendam suas atribuições, mesmo 
que nos próprios documentos legais de orientação ainda existam lacunas. Assim, é 
preciso considerá-los dentro de um contexto de avanços legais ao mesmo tempo em 
que desafios institucionais e políticos se fazem presentes. 
 
COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERADOS NAS AÇÕES DE 
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 
A PNPDEC apresenta em seus artigos 6°, 7°, 8°, e 9° as competências da união, 
estados e municípios, as quais são organizadas sob o ponto de vista sistêmico no 
quadro a seguir. 3.3.5. O Governo Federal e o Marco de Sendai No que diz respeitoao reflexo das discussões internacionais no contexto nacional, pode-se avaliar que o 
atual Plano Plurianual do governo federal – PPA 2016-2019, principalmente por meio 
do Programa 2040, está claramente alinhado ao Marco de Sendai. O que se verifica, 
por exemplo, na comparação entre as metas globais e prioridades de ação do Quadro 
com os indicadores, objetivos, metas e iniciativas do PPA. Duas metas do Quadro, 
por exemplo, tratam da redução da mortalidade e do número de pessoas afetadas por 
desastres o que dialoga com dois indicadores do Programa 2040: 
31 
 
 
1 - número de óbitos e 
2 - número de desalojados e desabrigados provocados por desastres. 
Pode ser citado ainda o alinhamento do referente ao aumento da disponibilidade e 
acesso a sistemas de alerta, com a meta do quadro de “aumentar a capacidade de 
emitir alertas de desastres naturais por meio do aprimoramento da rede de 
monitoramento, com atuação integrada entre os órgãos Federais, Estaduais e 
Municipais”. Acrescenta-se a estreita relação entre a prioridade de ação do Quadro, 
que trata do fortalecimento da governança, com a meta do PPA, referente à instituição 
do Comitê Federal de Gestão de Riscos e Gerenciamento de Desastres. A seguir é 
apresentada uma comparação entre as metas do Marco de Sendai e algumas das 
ações do Governo Federal. 
 
 
ATUAÇÃO FEDERAL EM GESTÃO DE RISCO 
A proposta deste capítulo é trabalhar com iniciativas de gestão que sejam 
correlatas à PNPDEC, ou seja, que se vinculem à gestão de risco por meio de órgãos 
que não necessariamente os de proteção e defesa civil diretamente. A ideia é 
apresentar as principais políticas públicas federais; e detalhar os programas do PPA 
2016-2019 relacionados à gestão de risco. Iniciamos assim, a compreensão sobre o 
SINPDEC e sobre a execução da PNPDEC no âmbito de Municípios, Estados e União. 
Ou seja, ao mesmo tempo em que o sistema prevê uma atuação articulada entre os 
entes federados, prevê uma estrutura interna composta pelos órgãos central, 
consultivo, setoriais e de apoio em cada um deles. Nesse sentido, ao ampliar o 
conhecimento sobre quais programas e ações existem em âmbito federal, incentiva-
se que localmente cada gestor de proteção e defesa civil possa identificar, em seu 
Município, como esses programas e recursos chegam e são trabalhados na ponta. O 
conhecimento dessas iniciativas torna-se relevante uma vez que abre possibilidades 
aos gestores de proteção e defesa civil de articular-se a outros órgãos e programas 
de governo que compartilham de responsabilidades na gestão de risco seja sob a 
perspectiva do planejamento do território, da saúde ou da assistência social, por 
exemplo. 
32 
 
 
PROGRAMAS E INICIATIVAS DE GESTÃO DE RISCO NO PPA 2016-
2019 
Atuação Federal em Gestão de Risco Conforme indicação da PNPDEC, a 
gestão de risco no Brasil deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial, 
desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de 
recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e às demais 
políticas setoriais. 
Assim, a gestão de risco deve ocorrer articulando UNIÃO ESTADO MUNICÍPIO 
ÓRGÃO CONSULTIVO ÓRGÃO CENTRAL ÓRGÃOS DE APOIO ÓRGÃO 
SETORIAIS ÓRGÃO CONSULTIVO ÓRGÃO CENTRAL ÓRGÃOS DE APOIO 
ÓRGÃO SETORIAIS ÓRGÃO CONSULTIVO ÓRGÃO CENTRAL ÓRGÃOS DE 
APOIO ÓRGÃO SETORIAIS 
•Programa 2028 - Defesa Agropecuária 
•Programa 2053 - Petróleo e Gás 
•Programa 2062 - Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos Humanos de Crianças 
e Adolescentes 
•Programa 2063 - Promoção e Defesa dos Direitos de Pessoas com Deficiência 
•Programa 2077 - Agropecuária Sustentável 
•Programa 2080 - Educação de Qualidade para Todos 
•Programa 2083 - Qualidade Ambiental 
•Programa 2084 - Recursos Hídricos 
•Programa 2086 - Transporte Aquaviário24 Já relacionamos os objetivos do 
 
 
 
 
 
33 
 
 
PROGRAMA 2040 DO PPA 
Passaremos agora ao detalhamento destes objetivos e a discorrer sobre os 
demais programas e iniciativas previstos no PPA que dizem respeito aos demais 
órgãos setoriais que devem articular-se na gestão de risco. 
 
Ministério da Integração Nacional – MI 
Para entender melhor as atribuições do Ministério da Integração Nacional no 
Plano Plurianual 2016-2019 previstas no Programa Gestão de Riscos (2040), detalha-
se a seguir a seguir as metas e iniciativas previstas nessas ações do MI conforme os 
objetivos previstos. 
Órgão responsável. Identificar riscos de desastres naturais por meio da 
elaboração de mapeamentos em municípios críticos. 
Ministério de Minas e Energia 
Apoiar a redução do risco de desastres naturais em municípios críticos a partir 
de planejamento e de execução de obras. 
Ministério das Cidades 
Aumentar a capacidade de emitir alertas de desastres naturais por meio do 
aprimoramento da rede de monitoramento, com atuação integrada entre os órgãos 
Federais, Estaduais e Municipais. 
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 
Aprimorar a coordenação e a gestão das ações de preparação, prevenção, 
mitigação, resposta e recuperação para a proteção e defesa civil por meio do 
fortalecimento do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC, inclusive 
pela articulação federativa e internacional. 
Ministério da Integração Nacional 
Promover ações de resposta para atendimento à população afetada e 
recuperar cenários atingidos por desastres, especialmente por meio de recursos 
financeiros, materiais e logísticos, complementares à ação dos Estados e Municípios. 
34 
 
 
Ministério da Integração Nacional 
Permear toda a gestão do governo federal de forma bastante abrangente. É 
também um indicativo importante aos gestores locais, no sentido de buscar ampliar 
suas articulações, inserir no planejamento municipal previsões orçamentário-
financeiro que atendam a gestão de risco de desastre e verificar como as políticas 
nacionais podem refletir em sua gestão de risco local. Percebe-se claramente a 
intenção de se organizar o assunto “Gestão de Riscos” por meio por meio do 
Programa 2040 – Gestão de Riscos, que vem sendo organizado no PPA como 
Programa específico desde o PPA 2012-2015, atualizado agora no PPA 2016 – 2019, 
o qual apresenta os objetivos e instituições envolvidas apresentados no quadro a 
seguir, com ênfase aos objetivos sob responsabilidade do Ministério da Integração 
Nacional. Essa integração possui reflexos diretos e indiretos no atual PPA, para além 
do já mencionado no Programa 2040. Ou seja, outros programas, listados na 
sequência, também abordam temas correlatos à gestão de risco ao incluir iniciativas 
que favorecem a redução de risco de desastres em todo o Brasil, com detalhamento 
apresentado nos capítulos seguintes. 
•Programa 2015 - Fortalecimento do Sistema Único de Saúde – SUS 
•Programa 2021 - Ciência, Tecnologia e Inovação 
 
Detalhamento das atribuições do Ministério da Integração Nacional no PPA 2016-2019 
Objetivo: 
Aprimorar a coordenação e a gestão das ações de preparação, prevenção, mitigação, 
resposta e recuperação para a proteção e defesa civil por meio do fortalecimento do 
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC, inclusive pela articulação 
federativa e internacional. 
Meta 
• Promover a atuação integrada dos órgãos do SINPDEC na preparação, prevenção, 
mitigação, resposta e recuperação de desastres 
• Instituir e tornar operante o Comitê Federal de Gestão de Riscos e Gerenciamento 
de Desastres 
35 
 
 
• Elaborar o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil Iniciativas 
• Aprimoramento da articulação federativa por meio do fortalecimento do SINPDEC 
• Celebração de protocolos de ação conjunta entre órgãos federais integrantes do 
SINPDEC para execução coordenada em ações referentes à gestão de risco e de 
desastres, com foco em prevenção 
• Regulamentação das Leis nº 12.608/2012 (institui a Política Nacional de Proteçãoe 
Defesa Civil; dispõe sobre o SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa 
Civil) e nº 12.340/2010 (dispõe sobre as transferências de recursos da União aos 
órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução de 
ações de prevenção em áreas de risco de desastres e de resposta e de recuperação 
em áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo Nacional para Calamidades 
Públicas, Proteção e Defesa Civil) 
 • Implementação do Cadastro Nacional de Municípios suscetíveis à ocorrência de 
inundações e deslizamentos (CAdRISCO) 
• Aperfeiçoamento dos critérios para declaração e reconhecimento de situação de 
emergência ou de estado de calamidade pública 
• Desenvolvimento de programa nacional de fortalecimento da cultura de percepção 
de risco no país 
• Elaboração de estudos para definição de parâmetros mínimos necessários para 
caracterizar as Defesas Estaduais e Municipais estruturadas 
• Implementação de estratégia nacional de capacitação em gestão de risco e de 
desastres, por meio da oferta de capacitação, apoio ao desenvolvimento de programa 
estaduais e desenvolvimento de plataforma virtual 
• Capacitação dos municípios suscetíveis a riscos nas temáticas de adaptação de 
instrumentos, normas urbanísticas e legislações de planejamento e uso e ocupação 
do solo urbano aplicados à prevenção de riscos 
• Proposição de estratégia nacional para pesquisa científica na área de gestão de risco 
e de desastres 
36 
 
 
• Estimular a formação de redes nacionais e internacionais de instituições de ensino, 
pesquisa e extensão em gestão de risco de desastres 
• Fomento à realização de estudos, pesquisa científica e extensão na área de gestão 
de riscos e de desastres 
• Apoio à criação de cursos de pós-graduação em gestão de riscos e de desastres 
(especialização, mestrado, doutorado) 
• Fortalecimento das organizações comunitárias de caráter voluntário nas ações de 
proteção de defesa civil 
• Elaboração e revisão de acordos e protocolos internacionais de assistência recíproca 
em situações de emergências decorrentes de desastres com os países do Mercado 
Comum do Sul – MERCOSUL, União de Nações Sul-Americanas - UNASUL, 
Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos - CELAC e Comunidade 
dos Países de Língua Portuguesa 
• Proposição de marcos legais para a tempestiva resposta do Brasil a emergências 
internacionais decorrentes de desastres 
• Ampliação da participação do Brasil em equipes internacionais de resgate e resposta 
a emergências decorrentes de desastres 
• Realização de Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil 
• Aperfeiçoamento do Sistema de Informações e Monitoramento de Desastres 
• Monitoramento da implementação do Marco de Sendai 
• Contribuir para a recuperação da infraestrutura e mitigação dos efeitos do desastre 
ecológico na região de Mariana/MG 
Atribuições do Ministério da Saúde no PPA 2016-2019 que se relacionam com a 
gestão de risco Programa do PPA 2016-2019 
Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) . 
Reduzir e prevenir riscos e agravos à saúde da população, considerando os 
determinantes sociais, por meio das ações de vigilância, promoção e proteção, com 
foco na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, acidentes e violências, no 
controle das doenças transmissíveis e na promoção do envelhecimento saudável. 
37 
 
 
Reavaliar 11 ingredientes ativos de produtos agrotóxicos já registrados, considerando 
novos indícios de risco à saúde humana. 
Objetivo: 
Promover ações de resposta para atendimento à população afetada e recuperar 
cenários atingidos por desastres, especialmente por meio de recursos financeiros, 
materiais e logísticos, complementares à ação dos Estados e Municípios. 
Meta 
• Aumentar o número de municípios com adesão ao Cartão de Pagamento da Defesa 
Civil - CPDC em 60% (3.342 municípios), alcançando a totalidade dos municípios 
brasileiros. 
Iniciativas 
• Redução do tempo médio de atendimento à população afetada por desastre, a partir 
da solicitação do ente afetado, com recursos financeiros, materiais ou logísticos 
• Reconstrução ou reparação de infraestruturas públicas afetadas por desastres por 
meio da transferência de recursos aos entes federados para a execução de 
intervenções 
• Promoção da adesão de municípios ao Sistema Integrado de Informações de 
Desastres – S2ID 
• Criação e revisão de Protocolos de ações conjuntas entre órgãos federais visando o 
atendimento integrado para resposta a desastres e recuperação das áreas atingidas 
• Disponibilização de atas de registro de preço para aquisição de materiais de 
assistência humanitária com atenção às características regionais para formação de 
estoques e para fins de resposta 
• Capacitação de Estados e Municípios para elaboração de planos de contingência e 
exercícios simulados para desastres 
• Disponibilização de ferramenta virtual para confecção e divulgação de Planos de 
Contingência (módulo do S2ID), integrada com informações de mapeamentos de 
áreas de risco 
• Elaboração de projetos-tipo para execução de obras emergenciais 
38 
 
 
• Avaliação emergencial de estabilidade de encostas em regiões atingidas por 
deslizamentos 
• Elaboração de normativos visando aperfeiçoar e agilizar os procedimentos para 
solicitação e análise de recursos para respostas 
• Apoio à recuperação e reparação de infraestruturas afetadas por desastres na Bacia 
do Rio Doce 
Atribuições do Ministério da Ciência e Tecnologia no PPA 2016-2019 que se 
relacionam com a gestão de risco Programa do PPA 2016-2019 Iniciativas 2021 - 
Ciência, Tecnologia e Inovação. 
Aquisição de um supercomputador para aplicações em meteorologia, climatologia, 
desastres naturais, observação da terra e ciência do sistema terrestre. 2040 - Gestão 
de Riscos e de Desastres. 
Aumentar a capacidade de emitir alertas de desastres naturais por meio do 
aprimoramento da rede de monitoramento, com atuação integrada entre os órgãos 
Federais, Estaduais e Municipais. Revisão dos protocolos de atuação conjunta entre 
os entes do governo federal responsáveis pelo monitoramento e alerta de desastres. 
Fortalecimento da capacidade técnica de previsão e monitoramento de eventos 
hidrológicos críticos das salas de situação estaduais, e aprimoramento da articulação 
dessas salas com os órgãos de defesa civil e aqueles responsáveis pela gestão de 
desastres no nível federal, estadual e regional. 
Elaboração de estudos de vazões máximas e realização de modelagem hidráulica dos 
cursos d´água sujeitos à inundação em munícipios submetidos à eventos hidrológicos 
críticos. 
Definição de modelos de manchas de inundação associadas a variáveis hidrológicas 
em 16 municípios críticos. 
Desenvolvimento de ferramentas e atividades voltadas ao compartilhamento de 
informações científicas e tecnológicas ligadas a monitoramento e alerta de desastres 
naturais com os variados segmentos sociais. 
Implantação de um laboratório de simulação de processos geológicos e hidrológicos 
para subsidiar pesquisas em desastres naturais. 
39 
 
 
Avaliação dos alertas emitidos associados aos impactos de desastres. 
Aprimoramento do sistema de previsão de impacto e alerta de eventos climáticos 
extremos na Amazônia legal. 
Fornecimento de previsões de tempo e clima e de informações de satélites em alta 
resolução espacial e temporal. 
Fortalecimento dos serviços estaduais de previsão meteorológica visando suporte à 
prevenção de desastres naturais. 
Implantação do Sistema de Monitoramento da Ocupação Urbana, prioritariamente dos 
municípios críticos. 
Estruturação da Rede Nacional de Sismologia em articulação com Universidades e 
instituições científicas 2050 - Mudança do Clima. 
Expandir o monitoramento da área queimada, do risco de queima e da severidade do 
fogo para todo território nacional por meio de imagens de satélite 
Monitoramento

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