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Monitorização do Processo de Esterilização controles de rotina dos processos de esterilização RDC N. 15 – 2012 – MINISTÉRIO DA SAÚDE SEÇÃO X - MONITORAMENTO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO Art. 96 O monitoramento do processo de esterilização deve ser realizado em cada carga em pacote teste desafio com integradores químicos (classes 5 ou 6), segundo rotina definida pelo próprio CME ou pela empresa processadora. Art. 97 O monitoramento do processo de esterilização com indicadores físicos deve ser registrado a cada ciclo de esterilização. Art. 98 No monitoramento do processo de esterilização dos produtos para saúde implantáveis deve ser adicionado um indicador biológico, a cada carga. Parágrafo único. A carga só deve ser liberada para utilização após leitura negativa do indicador biológico. Art. 99 O monitoramento do processo de esterilização com indicador biológico deve ser feito diariamente, em pacote desafio disponível comercialmente ou construído pelo CME ou pela empresa processadora, que deve ser posicionado no ponto de maior desafio ao processo de esterilização, definido durante os estudos térmicos na qualificação de desempenho do equipamento de esterilização. Art. 100 A área de monitoramento do processamento de produtos para saúde deve dispor de sistema para guarda dos registros dos monitoramentos. INDICADORES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS INDICADORES QUÍMICOS 1. Classe 1 Indicadores de processo, conhecido por indicadores externos de exposição. São fitas termocrômicas impregnadas em fitas adesivas, embalagens (como papel grau cirúrgico e Tyvec) e etiquetas de identificação do material. Têm por objetivo identificar e diferenciar os produtos para saúde que foram processados dos que ainda não foram. ✓ A fita muda de coloração quando exposta a temperatura. Esse tipo não qualifica o processo de esterilização. Devem ser fixados externamente junto à identificação do material a ser esterilizado. 2. Classe 2 Indicador para uso específico, são utilizados para equipamentos de esterilização específico. No caso da autoclave a vapor com sistema de pré- vácuo. É especificamente útil para verificar a remoção de ar nas autoclaves com pré-vácuo e assim garantir a penetração uniforme do vapor nos materiais. A confecção do teste Bowie Dick- utiliza-se toalhas ou campos de tecidos lavados e empilhados até atingir altura de 25cm e 28cm de largura, colocando a folha teste no meio da pilha. Está disponível a folha-teste para pronto uso que substitui a folha sulfite manufaturada. O teste Bowie Dick deverá ser colocado no ponto mais frio da câmara interna da autoclave, ou seja, sobre o dreno, com a câmara interna vazia. O ciclo recomendado para o teste é de 3,5 a 4 minutos a 134ºC, devendo ser omitida a fase de secagem. O teste deverá ser realizado diariamente como primeira carga do dia da autoclave, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Programas de esterilização: Temperaturas de 121ºC à 134ºC em vapor saturado sob pressão. Classe 3 Indicador de parâmetro único, no caso a temperatura. Na prática, geralmente são usados para avaliar a temperatura mínima alcançada no centro geométrico de grandes pacotes ou de caixas de cirúrgicas volumosas. Não é comercializado no Brasil. 3. Classe 4 Indicadores multiparamétricos, designados para reagir com dois ou mais parâmetros críticos do ciclo de esterilização (qualidade do vapor, temperatura e pressão). Se dois desses parâmetros estiverem funcionando corretamente, o teste mudará de cor, sendo aprovado. Recomenda-se utilizar internamente em todos os pacotes e caixas de instrumental. Utilizados para esterilizar pacotes que não sejam de materiais complexos para a esterilização. 4. Classe 5 Indicadores integradores, designados para reagir com todos os parâmetros críticos de um ciclo de esterilização. No caso da autoclave de vapor saturado sob pressão, o indicador monitora, além da temperatura, pressão e do tempo de exposição, a qualidade do vapor que deve ser no mínimo de 95%. É um teste mais criterioso, onde a cor só muda se os parâmetros estiverem funcionando. Recomenda-se utilizar internamente em todos os pacotes e caixas de instrumental cirúrgico. Utilizados para materiais mais complexos para esterilizar, como caixas de cirurgia. 5. Classe 6 Indicador Simulador de ciclo (emulador). São designados para reagir com todos os parâmetros críticos de um ciclo, específicos da esterilização (qualidade do vapor, pressão, temperatura e tempo de exposição). É conhecido como indicador de alta sensibilidade e especificidade, pois ele não reagirá até que aproximadamente 95% da fase de esterilização do ciclo esteja concluída. Para utilização desse indicador químico é importante o usuário associar os parâmetros de seu esterilizador à especificação do indicador químico do tipo 6. O mercado oferece variadas opções; por ex.: autoclaves à vácuo fracionado, a uma mesma temperatura de 134ºC, há indicador químico tipo 6 nas opções de 3, 7, 12 e 18 minutos, para monitorar os ciclos específicos (mínimos ou expandidos). INDICADORES BIOLÓGICOS 1. 1ª geração Foram tiras ou discos impregnados com esporos contido em um envelope de embalagem compatível com o método de esterilização. Após a esterilização eram encaminhados ao laboratório para cultura. ✓ Resultados em torno de 7 dias (demora muito) ✓ Sem crescimento de esporos: aprovado ✓ Com crescimento de esporos: reprovado. 2. 2ª geração Esses indicadores eram autocontidos, nos quais um suporte impregnado com os esporos era acondicionado no fundo do frasco separado do meio de cultura contido numa ampola de vidro. Após a esterilização era quebrada, e, em associação com o meio de cultura, sofria incubação por 48 horas em banho maria à temperatura de 37º ou 56ºC. ✓ O resultado consistia na mudança da cor do azul marinho original. 3. 3º geração São indicadores autocontidos. Após a esterilização, a ampola de cultura é associada com os esporos que se encontram no fundo do frasco. Segue com a incubação à temperatura entre 37º a 56ºC de 1 a 3 horas, a leitura é realizada por meio de incidência de luz ultravioleta ✓ Quando não há fluorescência indica que não houve crescimento. Isto é, quando há sobrevivência microbiana, detecta o microrganismo vivo por fluorescência à luz ultravioleta. testes diários – primeira carga do dia e em cargas de implantes. testes em pontos da carga (3 pontos, identificando as ampolas no espaço da câmera interna da autoclave: frente- meio – fundo). não liberar a carga antes do resultado. Bacilos presentes no teste biológico: Bacillus stearothermophilus – vapor saturado sob pressão Bacillus subtilis variedade niger – calor seco, óxido de etileno e plasma peróxido de hidrogênio. Bacillus pumilus – radiação gama CONTROLES DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO 1. Controle de carga → Indicador biológico 2. Controle de pacote → Indicador químico 3. Controle de processo → Fita de autoclave 4. Controle dos registros → Livro de registros MONITORIZAÇÃO DE CARGA Mapa de controle de ciclo (data, sequência da carga/ciclo, identificação e quantidade dos materiais, temperatura, tempo, hora de início e término do ciclo, responsável pelo processo). Análise de parâmetros físico do painel PRÁTICAS RECOMENDADAS – SOBECC Todos os materiais críticos termoresistentes devem ser esterilizados por vapor saturado sob pressão. Justificativa: ação microbicida extremamente rápida, redundando em ciclo de curta duração, fácil de controlar e monitorar. Alta compatibilidade com embalagens (papel grau cirúrgico e filme, não tecido SMS, papel crepado,tecido de algodão, caixas metálicas perfuradas e conteiners rígidos). Atóxica para o paciente, equipe e ambiente, baixo risco ocupacional e baixo custo operacional. PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA AUTOCLAVES DE VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO Para autoclave com capacidade superior a 100 litros, a existência do sistema de remoção de ar (mais comumente por meio de pulsos de vácuo) é obrigatória. Justificativa: garante a remoção forçada do ar da câmara interna do equipamento e dos pacotes e das caixas em sequência de frações de vácuo, geralmente de 3 a 5 pulsos. A esterilização de líquidos, na prática do CME, está em desuso, devido à grande oferta de soluções comercializadas já esterilizadas, com garantia de apirogenicidade, com frascos que preservam a esterilidade e em apresentações práticas para sua utilização. Todavia, se houver necessidade de esterilizar líquidos, só devem ser esterilizados em ciclos próprios, não os submetendo à fase de pré-vácuo e nem de secagem. A câmara da autoclave ser preenchida, no máximo, até 80% da sua capacidade total, sem que os materiais encostem nas paredes. Justificativa: Permite a remoção de ar de dentro dos pacotes e das caixas cirúrgicas, e também da câmara interna, e propicia a circulação do vapor. Os pacotes e as caixas a serem esterilizados devem atender aos limites de tamanho e peso máximos validados no momento da qualificação da carga ou de desempenho. No carregamento da autoclave de Produtos para Saúde côncavo-convexo (bacias, cubas rim e cúpulas) devem ser dispostos na câmara interna em posição vertical; e os artigos como jarros, cálices e frascos, dispostos emborcados (abertura para baixo). Justificativa: O vapor alcança a proporção temperatura/tempo para haver a esterilização, é necessário umedecer os materiais (vapor seco não esteriliza), daí a importância de se respeitar os valores máximos das massas das cargas (tamanho e peso) validados por ocasião da qualificação de carga ou desempenho. A remoção do ar é dificultada em decorrência do tamanho excessivo, posição inadequada dos pacotes/caixas, sistema de barreira estéril muito apertado e carga excessiva. Os materiais côncavos-convexos acumulam água, se não posicionados adequadamente O agente esterilizante no método de esterilização por autoclave de vapor saturado é água. A água utilizada no processo de geração do vapor das autoclaves deve ser a mais pura possível, atendendo as especificações do fabricante da autoclave, em consonância ao padrão estabelecido pela NBR/ISSO 17.665-1. Justificativa: vapor contaminado a partir de água contaminada com resíduos inorgânicos e orgânicos, acima do limite permitido, além da possibilidade causar manchas no instrumental, acelera a corrosão do mesmo e também da câmara interna do equipamento. O ciclo de 134ºC por 3,5 minutos ou 121ºC por 15 minutos de exposição de cada unidade de um carregamento da autoclave. O ciclo expandido de 134ºC por 18 minutos está recomendado para a esterilização de produtos para saúde suspeitos de terem sido contaminados por proteínas priônicas. Conforme SOBECC (2017). Justificativa: A combinação do tempo de exposição e temperatura adotados nos ciclos de esterilização é uma condição essencial para a garantia da eficiência do processo VALIDAÇÃO DO EQUIPAMENTO Validação é o procedimento documentado que torna legítimo o processo de esterilização. Visa garantir que este último seja realizado sempre da mesma forma e com a mesma qualidade. Consiste em: qualificação de projeto, qualificação de instalação, qualificação de operação e qualificação do desempenho. Qualificação de Projeto: verifica ventilação, energia elétrica, dimensões e peso do equipamento. Exige relatório. Qualificação de Instalação: Refere-se a montagem do equipamento que foi projetado e o desempenho previsto; deve ser feita por empresa especializada dentro das normas ISO. A qualificação da instalação deve ser feita pelo fornecedor do equipamento, sendo refeita quando da alteração técnica. Deverá ser emitido relatório ao final da verificação. Qualificação de Operação: Verifica o funcionamento do manômetro, manovacuômetro, alarmes, integridade da câmara, presença de vazamentos, tempo do ciclo completo em conformidade com as especificações do fabricante. Qualificação de Desempenho: Atesta a eficácia e eficiência do processo de esterilização com cargas. Utiliza indicadores de desempenho químicos e biológicos. Deverá documentado em relatório. CICLO DE ESTERILIZAÇÃO A VAPOR PARA USO IMEDIATO- A UT OCLA V E D E M E SA Parâmetro utilizado 134ºC por 3 minutos. Material sem acondicionamento e sem a fase de secagem. Uso imediato com material molhado. Autoclave deve ser próximo ao local de uso Os materiais termossensíveis devem ser processados em métodos de esterilização físico-químicos gasosos que agem em baixas temperaturas. Justificativa: Os materiais termossensíveis sofrem danos com exposições de temperaturas em vapor saturado sob pressão (121ºC e 134ºC). Escolher os métodos termossensíveis que reúnam maior número de pré-requisitos para a eficiência da esterilização em baixa temperatura: Garantia de difusibilidade/penetração do agente esterilizante Compatível com a matéria-prima dos materiais; Atóxico Monitorável Adaptável (possibilitar o uso apropriado para alta e pequenas demandas) Custo-efetivo (custo acessível para instalação e operação do método). PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA ESTERILIZAÇÃO POR ÓXIDO DE ETILENO (ETO) Materiais termossensíveis de conformação complexa, com lumens longos, estreitos e de fundo cego devem ser esterilizados em ETO. Justificativa: é método de maior difusibilidade e penetralidade, características principais para eficiência de métodos gasosos para a esterilização. Padrão-ouro no quesito segurança dos produtos para saúde termossensíveis. Auditar as empresas terceirizadas de estrerilização por ETO, especialmente quanto à segurança da aeração dos resíduos, nos parâmetros de resíduos permitidos pela portaria n. 482/1999. Justificativa: O serviço de saúde é corresponsável pela segurança do material processado pela empresa terceirizada contratada, seguindo o princípio de responsabilidade compartilhada. O TRANSPORTE DOS MATERIAIS Deve seguir as seguintes recomendações: O transporte dos produtos processados para saúde deve ser encaminhado para empresas processadoras em recipientes rígidos, liso, com sistema de fechamento estanque, contendo a lista de produtos a serem processados e o nome do serviço solicitante. Os produtos para saúde processados por empresas processadoras devem ser transportados para o serviço de saúde em recipientes fechados que resistam às ações de punctura e ruptura, de forma a manter a integridade da embalagem e a esterilidade do produto. Os recipientes devem estar identificados com o nome da empresa processadora, o nome do serviço a que se destinam e conter uma lista anexa com a relação de produtos processados. Os veículos de transporte de produtos processados para saúde devem ser de uso exclusivo para esse fim. Quando o contrato entre o serviço de saúde e a empresa processadora envolver o transporte intermunicipal ou interestadual, a forma de transporte dos produtos para saúde deve ser submetida à aprovação dos órgãos de vigilância sanitária responsáveis pela fiscalização do serviço de saúde e da empresa processadora. A empresa processadora deve estabelecer critérios para a higienização dos veículos de transporte. O trabalhador responsável pelo transporte deve receber treinamento quanto à higienização das mãos e ao uso de equipamentos de proteção individual(EPI).
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