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Petição Caso 2 Prática Simulada 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL 
DA COMARCA DE ITABUNA DO ESTADO DA BAHIA. 
JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portador da carteira de 
identidade nº xxxxxxxxx, expedida pelo xxx, inscrita no CPF sob o nº 
xxxxxxxxxxx com endereço eletrônico xxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxx, nº xxxx, Bairro xxxx, Itabuna/BA, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, vem, com, respeito e acatamento á presença de Vossa Excelência propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo procedimento COMUM em face do réu JOAQUIM, brasileiro, solteiro, 
empresário, portador da carteira de identidade nºxxxxxxx expedida pelo 
xxx, inscrita no CPF sob o nº xxxxxxxxxxx com endereço eletrônico 
xxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado Rua xxxxxx, nº xxxx, bairro xxxxxxx, Itabuna/BA, CEP 00000-000 pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
A Requerente é pobre na acepção jurídica do termo e bem por isto não possui 
condições de suportar os encargos decorrentes do processo sem prejuízo de seu sustento. Desta forma, requer os benefícios da Justiça Gratuita nos preceitos do artigo 5°, LXX IX da Carta Magna, combinados com o artigo 4° da Lei 1.060/50 e §2 conforme a lei 1060 parágrafo 2°. o autor não tem capacidade de arcar com 
custas processuais. 
II- DA OPÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
 
A parte autora opta pela designação da audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 319, VII, razão pela qual requer a citação da demandada, nos termos do art. 247, NCPC, para que compareça em audiência designada por este Juízo. 
III- DOS FATOS 
A autora foi surpreendida com a notícia de que seu filho Marcos, de 18 anos, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presídio central. Ressalta-se que a autora desesperada vendeu seu único automóvel pelo valor de R$ 20 mil para seu vizinho Joaquim, ora réu. Deve ser mencionado que o réu ao saber da situação de Joana, e que por ser vizinho próximo, não teve a consideração e agiu de má fé aproveitando-se para obter vantagem patrimonial da mesma, ou seja, ciente ainda, que a autora estava desesperada em conseguir a quantia solicitada pelo advogado, posto que o filho havia sido preso de forma ilegal. No dia seguinte ao negócio jurídico realizado, Joana descobriu que a avó de seu filho tinha contratado outro advogado para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade provisória através de um habeas corpus. Diante disto, Joana quis desfazer o negócio, entretanto, Joaquim se nega a desfazer o negócio jurídico celebrado. O único motivo que levou a autora a vender o seu bem, seu único automóvel, era o fato de que seu filho estava preso ilegalmente e precisava da quantia para os honorários advocatícios. Desta forma, JOANA está amparada nos artigos 157 CC e 171 II, CC. 
IV - DOS FUNDAMENTOS 
Conforme se apura, há no contrato celebrado um vício que enseja a anulação do 
negócio jurídico, conforme prevê os artigos 156 e 171, II, CC posto que o autor 
vendeu seu bem de valor de R$ 50.000 (cinquenta mil reais), por R$ 20.000,00 (vinte mil reais) face ao esta do de necessidade do filho preso de forma ilegal e o desespero da autora. 
Conforme autor Theodoro Junior: 
(...) “A configuração do estado de perigo compõe -se de requisitos
objetivos e subjetivos. O primeiro diz respeito à ameaça de grave
dano – atual ou iminente – à própria pessoa ou à pessoa de
sua família, que leva a pessoa à assunção de obrigação
excessivamente onerosa. O segundo o conhecimento do perigo
pela outra parte, que obtém vantagem com a situação.
(2001, p. 252 -253)”
O único motivo que levou a autora a vender o seu bem, seu único automóvel, era o fato de que seu filho estava preso ilegalmente e precisava da quantia para os honorários advocatícios. Há motivos para a anulação do negócio jurídico celebrado, pois o preço da venda foi inferior ao preço do mercado. 
 
Conforme a jurisprudência:
(...) “Processo:RE1067 93, órgão julgador primeira turma, publicado
DJ 0 6-12-1985 PP22588 emente vol-01403-03 PP-00589 julgamento
08 de novembro de 1985. Ministro Octávio Gallotti. AÇÃO
POPULAR. OBICE REGIMENTAL (ART. 325, V, C) AFASTADO (RE
82.052, RTJ- 89/240). A PRESUNÇÃO CONTRARIA A LEGALIDADE
DOS ATOS DE ALIENAÇÃO, DEFINIDOS COMO NULOS PELO
ART. 4., V, 'C', DA LEI N. 4.717/65, DECORRE DA VERIFICAÇÃO
DE SER O PREÇO DA VENDA INFERIOR AO DO MERCADO,
CIRCUNSTANCIA DE FATO RECUSADA PELO RECORRIDO
(SÚMULA 279).
Devido a verificação de vício no negócio jurídico, o estado de necessidade do 
filho preso da autora, a venda do automóvel com valor inferior ao de mercado e a má-fé do réu, a ação de anulação do negócio jurídico deverá ser provido.
 
V - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, o autor requeira a este juízo: 
1. A citação do réu para responder a presente sob pena de revelia e confissão se não o fizer; 
2. A gratuidade da Justiça; 
3. A citação do réu para comparecer a audiência de conciliação e mediação; 
4. Que seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico; 
5. Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas 
Processuais e nos honorários advocatícios. 
VI - DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos 
artigos 369 e seguintes do CPC, em especial (a prova documental, a prova 
pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu). 
VII – DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reias). 
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento. 
Itabuna, xx de xxxxxxx de xxxx 
Advogado
OAB-UF

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