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Elementos de Teoria Geral do Estado Sumário Capítulo I – DA SOCIEDADE ..........................................................................................................2 Origem da Sociedade: Origem Natural da Sociedade ...............................................................2 A Sociedade e seus Elementos Característicos .........................................................................2 Finalidade Social: O Determinismo. As Teorias Finalistas. O Bem Comum ...........................2 Ordem Social e Ordem Jurídica ............................................................................................3 O Poder Social ......................................................................................................................3 As Sociedades Políticas.............................................................................................................4 Capítulo II – DO ESTADO ..............................................................................................................4 Origem e Formação do Estado .................................................................................................4 Evolução Histórica do Estado ...................................................................................................4 Elementos Essenciais do Estado ...............................................................................................5 Soberania .............................................................................................................................5 Território ..............................................................................................................................5 Povo .....................................................................................................................................5 Finalidade e Funções do Estado ...........................................................................................5 O Poder do Estado ................................................................................................................6 Conceito de Estado...................................................................................................................6 Capítulo III – ESTADO E DIREITO ...................................................................................................6 Personalidade Jurídica do Estado .............................................................................................6 Estado, Direito e Política ..........................................................................................................7 Estado e Nação .........................................................................................................................7 Mudanças do Estado por Reforma e Revolução .......................................................................8 Capítulo I – DA SOCIEDADE Origem da Sociedade: Origem Natural da Sociedade Há aqueles teóricos que concebem a origem da sociedade como algo natural e outros como um contrato. Sociedade natural: “Em conclusão: a sociedade é o produto da conjugação de um simples impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana” Aristóteles, Tomás de Aquino: “o homem é naturalmente um animal político”. Ranelletti, induzido por uma necessidade natural. Contratualistas: “O ponto comum entre eles, porém, é a negativa do impulso associativo natural, com a afirmação de que só a vontade humana justifica a existência da sociedade, o que vem a ter influência fundamental nas considerações sobre a organização social, sobre o poder social e sobre o próprio relacionamento dos indivíduos com a sociedade”. Hobbes, Rousseau É a mútua transferência de direitos “Como conclusão pode-se afirmar que predomina, atualmente, a aceitação de que a sociedade é resultante de uma necessidade natural do homem, sem excluir a participação da consciência e da vontade humanas”. “Por último, é necessário assinalar que esta primeira conclusão deverá estar presente em todas as considerações sobre a vida social, sua organização com um centro de poder, sua dinâmica, seus objetivos e, especialmente, nas considerações sobre a posição e o comportamento do indivíduo na sociedade, pois, uma vez que esta é um imperativo natural, não se poderá falar do homem concebendo-o como um ser isolado, devendo-se concebê-lo sempre, necessariamente, como o homem social”. A Sociedade e seus Elementos Característicos Quais são, pois, os elementos necessários para que um agrupamento humano possa ser reconhecido como uma sociedade? uma finalidade ou valor social; manifestações de conjunto ordenadas; o poder social. Finalidade Social: O Determinismo. As Teorias Finalistas. O Bem Comum Existem os deterministas e os finalistas. Deterministas: “o homem está submetido, inexoravelmente, a uma série de leis naturais, sujeitas ao princípio da causalidade”. Finalistas: “há uma finalidade social, livremente escolhida pelo homem”, essa finalidade é o bem comum. “Ao se afirmar, portanto, que a sociedade humana tem por finalidade o bem comum, isso quer dizer que ela busca a criação de condições que permitam a cada homem e a cada grupo social a consecução de seus respectivos fins particulares. Quando uma sociedade está organizada de tal modo que só promove o bem de uma parte de seus integrantes, é sinal de que ela está mal organizada e afastada dos objetivos que justificam sua existência”. Ordem Social e Ordem Jurídica Para que haja uma orientação das manifestações com o fim do bem comum é necessário uma ação conjunta que ordene tudo, são as chamadas manifestações em conjunto. Elas se baseiam em três pontos Reiteração Ordem: produzidos de acordo com a lei Ordem humana: a condição deve gerar determinada consequência, mas pode não gerar. o “as normas de direito são imperativo-atributivas, porque ambas impõem comportamentos, mas só as normas jurídicas atribuem ao prejudicado ou a terceiro a faculdade de exigir o seu cumprimento ou a punição do ofensor”. Adequação “Para que seja assegurada a permanente adequação é indispensável que não se impeça a livre manifestação e a expansão das tendências e aspirações dos membros da sociedade”. O Poder Social A importância da socialidade e da bilateralidade do poder “A primeira característica a ser estabelecida é a socialidade, significando que o poder é um fenômeno social, jamais podendo ser explicado pela simples consideração de fatores individuais. Outra importante característica é a bilateralidade, indicando que o poder é sempre a correlação de duas ou mais vontades, havendo uma que predomina. É importante que se tenha em conta que o poder, para existir, necessita da existência de vontades submetidas. Além disso, é possível considerar-se o poder sob dois aspectos: ou como relação, quando se procede ao isolamento artificial de um fenômeno, para efeito de análise, verificando- se qual a posição dos que nele intervêm; ou como processo, quando se estuda a dinâmica do poder”. O poder é na maioria das vezes reconhecido como necessário à vida social, tendo como base o fato de que ele nunca não existiu ao longo da história da humanidade. “Verificando-se, afinal, as configurações atuais do poder e seus métodos de atuação, chega-se à seguinte síntese: a) o poder, reconhecido como necessário, quer também o reconhecimento de sua legitimidade, o que se obtém mediante o consentimento dos que a ele se submetem; b) embora o poder não chegue a ser puramente jurídico, ele age concomitantemente com o direito, buscando uma coincidência entre os objetivos de ambos; c) há um processo de objetivação, que dá precedência à vontade objetiva dos governados ou da lei, desaparecendo a característica de poder pessoal; d) atendendo a uma aspiração à racionalização,desenvolveu-se uma técnica do poder, que o torna despersonalizado (poder do grupo, poder do sistema), ao mesmo tempo em que busca meios sutis de atuação, colocando a coação como forma extrema”. As Sociedades Políticas “Como foi demonstrado anteriormente, os agrupamentos humanos caracterizam-se como sociedades quando têm um fim próprio e, para sua consecução, promovem manifestações de conjunto ordenadas e se submetem a um poder, e, no tocante à sociedade humana, globalmente considerada, verificamos que o fim a atingir é o bem comum”. “são sociedades políticas todas aquelas que, visando a criar condições para a consecução dos fins particulares de seus membros, ocupam-se da totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de um fim comum. Isso não quer dizer, evidentemente, que a sociedade política determina as ações humanas, mas, tão só, que ela considera todas aquelas ações”. O Estado é, assim, uma sociedade política. Capítulo II – DO ESTADO Origem e Formação do Estado “A denominação Estado (do latim status = estar firme), significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política”. “à sociedade política dotada de certas características bem definidas”. Teorias da formação originária do Estado Natural ou espontânea Familial; atos de força; causas econômicas (Marx); desenvolvimento interno da sociedade. Contratual Teorias da formação derivada do Estado Fracionamento União de Estados Evolução Histórica do Estado Tipos de Estados Estado Antigo Estado Grego Estado Romano Estado Medieval Estado Moderno: apesar das dificuldades de definir-se o Estado moderno de maneira precisa, os teóricos chegam à quatro pontos principais: soberania, território, povo e finalidade Elementos Essenciais do Estado Soberania “a soberania é o poder absoluto e perpétuo de uma República, palavra que se usa tanto em relação aos particulares quanto em relação aos que manipulam todos os negócios de estado de uma República. Como se vê, a expressão República equivale ao moderno significado de Estado”. “Procedendo a uma síntese de todas as teorias formuladas, o que se verifica é que a noção de soberania está sempre ligada a uma concepção de poder, pois mesmo quando concebida como o centro unificador de uma ordem está implícita a ideia de poder de unificação”. “Uma concepção puramente jurídica leva ao conceito de soberania como o poder de decidir em última instância sobre a atributividade das normas”. “Quanto às características da soberania, praticamente a totalidade dos estudiosos a reconhece como una, indivisível, inalienável e imprescritível”. Território “Afirmação da soberania sobre determinado território (...) pôde assegurar a eficácia do poder e a estabilidade da ordem. Assim, pois, a afirmação da noção de território foi uma decorrência histórica, ocorrendo quando os próprios fatos a exigiram.”. Características principais Não existe Estado sem território; O território estabelece a delimitação da ação soberana do Estado; Além de ser elemento constitutivo necessário, é o objeto de direitos do Estado. Povo “É unânime a aceitação da necessidade do elemento pessoal para a constituição e a existência do Estado, uma vez que sem ele não é possível haver Estado e é para ele que o Estado se forma”. “O Estado é sujeito do poder público, e o povo, como seu elemento componente, participa dessa condição. Esse é o aspecto subjetivo do povo. Por outro lado, o mesmo povo é objeto da atividade do Estado, e sob este ângulo é que se tem o povo em seu aspecto objetivo”. “Deve-se compreender como povo o conjunto dos indivíduos que, através de um momento jurídico, se unem para constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo jurídico de caráter permanente, participando da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano”. Finalidade e Funções do Estado O Estado possui fins objetivos e fins subjetivos. “Procedendo-se a uma síntese de todas essas ideias, verifica-se que o Estado, como sociedade política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais sociedades possam atingir seus respectivos fins particulares. Assim, pois, pode-se concluir que o fim do Estado é o bem comum, ou seja, o conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana (...) Na verdade, existe uma diferença fundamental, que qualifica a finalidade do Estado: este usa o bem comum de um certo povo, situado em determinado território”. O Poder do Estado “A denominação Estado (do latim status = estar firme), significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política”. “Para a maior parte dos autores o poder é um elemento essencial ou uma nota característica do Estado. Sendo o Estado uma sociedade, não pode existir sem um poder, tendo este na sociedade estatal certas peculiaridades que o qualificam, das quais a mais importante é a soberania”. “Dessa maneira, mesmo que o poder se apresente com a aparência de mero poder político, procurando ser eficaz na consecução de objetivos sociais, sem preocupação com o direito, ele já participa, ainda que em grau mínimo, da natureza jurídica. E mesmo quando tiver atingido o grau máximo de juridicidade, tendo sua legitimidade reconhecida pela ordem jurídica e objetivando fins jurídicos, ele continuará a ser, igualmente, poder político, capaz de agir com plena eficácia e independência para a consecução de objetivos não jurídicos”. O poder dominante do Estado é originário e irresistível, além de ser político e jurídico. Conceito de Estado Basicamente impossível chegar a um acordo doutrinário sobre o que é o Estado. “a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território.”. “A noção de poder está implícita na de soberania, que, no entanto, é referida como característica da própria ordem jurídica. A politicidade do Estado é afirmada na referência expressa ao bem comum, com a vinculação deste a um certo povo, e, finalmente, a territorialidade, limitadora da ação jurídica e política do Estado, está presente na menção a determinado território”. Capítulo III – ESTADO E DIREITO Personalidade Jurídica do Estado “A própria natureza dos fins do Estado exige dele uma ação intensa e profunda, continuamente desenvolvida, para que ele possa realizá-los, o que produz, inevitavelmente, uma permanente possibilidade de conflitos de interesses, que serão mais bem resguardados e adequadamente promovidos só através do direito. É por meio da noção do Estado como pessoa jurídica, existindo na ordem jurídica e procurando atuar segundo o direito, que se estabelecem limites jurídicos eficazes à ação do Estado, no seu relacionamento com os cidadãos. Se, de um lado, é inevitável que o Estado se torne titular de direitos que ele próprio cria por meio de seus órgãos, há, de outro, a possibilidade de que os cidadãos possam fazer valer contra ele suas pretensões jurídicas, o que só é concebível numa relação entre pessoas jurídicas”. Estado, Direito e Política “Todo Estado implica um entrelaçamento de situações, de relações, de comportamentos, de justificativas, de objetivos, que compreende aspectos jurídicos, mas que contém, ao mesmo tempo, um indissociável conteúdo político”. “o Estado apresenta uma face social, relativa à sua formação e ao seu desenvolvimento em razão de fatores socioeconômicos; uma face jurídica, que é a que se relaciona com o Estado como ordem jurídica; e uma face política, onde aparece o problema das finalidades do governo em razão do diversos sistemas de cultura”. Três dualismos fundamentais do Estado Necessidade e possibilidade Indivíduos e coletividade Liberdade e autoridade “Como se verifica, o Estado e o povoestão permanentemente implicados num processo de decisões políticas. Estas, quanto possível, devem ser enquadradas num sistema jurídico,suficientemente eficaz para conservação de uma ordem orientada para determinados fins, mas necessariamente flexível, para permitir o aparecimento e a integração de novos meios e para assegurar a reformulação da concepção dos objetivos fundamentais, quando isto for exigido pela alteração substancial das condições de vida social”. Estado e Nação “Todo Estado implica um entrelaçamento de situações, de relações, de comportamentos, de justificativas, de objetivos, que compreende aspectos jurídicos, mas que contém, ao mesmo tempo, um indissociável conteúdo político”. Sociedade x Comunidade (ou Estado x Nação) Sociedade se agrupa em torno de um objetivo; comunidade é um fato independente da vontade; Sociedade pressupõe ordem jurídica; comunidade inexiste relações jurídicas; Sociedade tem um poder social reconhecido pela ordem jurídica; como na comunidade não há regras jurídicas, nem finalidade, não há um poder. “Como se vê, o conceito de Nação, surgindo como um artifício para envolver o povo em conflitos de interesses alheios, jamais teve significação jurídica, não indicando a existência de um vínculo jurídico entre seus componentes. Entretanto, como realidade sociológica, a Nação é de inegável importância, influindo sobre a organização e o funcionamento do Estado. Assim sendo, é necessário fixar-se um conceito preciso de Nação, para se saber em que termos deve ser posto seu relacionamento com o Estado”. “O fato é que não existe, a não ser em casos excepcionais, coincidência entre Estado e Nação, havendo nações cujos membros estão distribuídos entre vários Estados, como há, em regra, entre os componentes do povo de cada Estado, indivíduos pertencentes a diferentes grupos nacionais”. “Em conclusão, o Estado é uma sociedade e a Nação uma comunidade, havendo, portanto, uma diferença essencial entre ambos, não se podendo dizer, com propriedade, que o Estado é uma Nação ou que é um produto da evolução desta”. Mudanças do Estado por Reforma e Revolução Como conciliar ordem e mutação? Direito como totalidade dinâmica Aceitação de conflitos de opiniões e de interesse como fatos normais Multiplicidade de valores que convivem no meio social
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