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Seminário II - Thaís Cristine de Sousa

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
 
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por 
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
Seminário II 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, MANDADO DE SEGURANÇA E LIMINARES 
 
Aluna: Thaís Cristine de Sousa 
 
Questões 
 
1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa 
“exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o lançamento, 
(ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos? (vide anexo I a 
IV). 
 
Diante do exposto pelo artigo 151, do Código Tributário Nacional (CTN), extrai-se que, 
exigibilidade significa o nascimento, para à Fazenda Pública, do direito de iniciar as diligências 
para receber o crédito tributário constituído. Neste sentido, a exigibilidade decorre do vencimento 
do crédito tributário, momento que o sujeito ativo da obrigação está autorizado a realizar a sua 
exigência. 
 
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário se opera no momento em que a Administração 
Tributária fica impedida de efetuar sua cobrança, não podendo, inclusive, aplicar penalidade ao 
sujeito passivo da obrigação tributária. 
 
Configurada qualquer das causas indicadas no artigo 151 do CTN, fica o Fisco impedido, tão somente 
de realizar os atos de cobrança, quais sejam: “(ii) a inscrição na dívida ativa, e (iii) a execução fiscal”, 
podendo, no entanto, realizar o lançamento 
 
Neste ponto, importante ressaltar o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar 
o AgRg no Ag em REsp nº 410.492 (Anexo III), confira-se: “1. As causas suspensivas da exigibilidade 
do crédito tributário (art. 151 do CTN) obstam a prática de atos que visem sua cobrança, mas não 
impedem o lançamento, que deve ser efetuado dentro do prazo de cinco anos.” 
 
2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa 
expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa por 
desrespeito aos deveres instrumentais)? 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
 
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O sentido da expressão “crédito tributário” utilizada no artigo 151 do CTN é o de exigibilidade do 
valor devido em razão da obrigação tributária principal. Nesse sentido, segundo a autora Maria 
Leonor Leite Vieira, na obra “suspensão da exigibilidade do crédito tributário”, suspende-se tão 
somente a possibilidade de o crédito tributário ser exigido, e não o próprio crédito, vez que este 
permanece intocável, retomando sua marcha regular após a sustação do impedimento. 
 
Desta forma, o supracitado dispositivo do Código Tributário Nacional trata das consequências 
jurídicas da suspensão da exigibilidade em decorrência da obrigação tributária principal, mas não 
da suspensão do crédito tributário, vez que, a suspensão não alcança os elementos existenciais do 
crédito. 
 
Neste ponto, necessário se faz elucidar a disposição do parágrafo único do artigo 151, do Código 
Tributário Nacional (CTN), qual seja: “o disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das 
obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela 
consequentes”. 
 
Neste sentido, portanto, pode-se afirmar que a expressão “crédito tributário” não congrega 
também liames decorrentes da prática de atos ilícitos como, por exemplo, multa por desrespeito 
aos deveres instrumentais. 
 
3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do 
CTN são taxativas? (vide anexo V). Considerando que não houve alteração nos art. 151 do 
CTN, pergunta-se: 
 
As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do Código 
Tributário Nacional (CTN) são taxativas, vez que, somente a Lei Complementar trata de normas 
gerias de direito tributário, especialmente no que tange ao crédito tributário. Esta interpretação 
pode ser extraída da leitura do art. 141 do e o do art. 111, ambos do Código Tributário Nacional 
(CTN) 
 
Nesse sentido é o entendimento dos julgados abaixo colacionados: 
 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
 
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TRIBUTÁRIO. PEDIDO DE REVISÃO. AUSÊNCIA DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ROL TAXATIVO DO ART. 151, DO CTN. CERTIDÃO DE 
REGULARIDADE FISCAL. IMPOSSIBILIDADE. 
1. O pedido de revisão de débitos formulado na esfera administrativa não tem o condão 
de gerar os efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, entendimento 
pacificado desta Terceira Turma. 
2. Isto decorre porque as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
encontram-se dispostas no rol taxativo do artigo 151, do Código Tributário Nacional. 
3. Não havendo suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não é possível a 
expedição de certidão positiva de débitos com efeitos de negativa. 
4. Reexame necessário e apelação providos. 
(TRF 3ª Região, TERCEIRA TURMA, ApelRemNec - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA 
- 368817 - 0023915-67.2015.4.03.6100, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL NELTON 
DOS SANTOS, julgado em 18/09/2019, e-DJF3 Judicial 1 DATA:25/09/2019) 
 
APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DA 
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EM VIRTUDE DE PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO, PENDENTE DE DECISÃO, NO QUAL SE DISCUTE O DIREITO À 
COMPENSAÇÃO DO DÉBITO FISCAL COM OS CRÉDITOS DE PRECATÓRIOS JUDICIAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DA EXAÇÃO 
PREVISTAS NO ART. 151, INCISO III DO CTN. ROL TAXATIVO. ALUSÃO AO ART. 69 DO 
DECRETO 2.473/79, QUE REGULA O PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO NO 
ÂMBITO ESTADUAL. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO DE COMPENSAÇÃO 
TRIBUTÁRIA QUE NÃO SE INSERE NAS HIPÓTESES LEGAIS PARA EFEITO DE OBSTAR 
A COBRANÇA DO DÉBITO FISCAL. PRECEDENTES DO STJ E DO TJERJ. INEXISTÊNCIA 
DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA QUE SE IMPÕE. 
PROVIMENTO DO APELO. 
(TJ-RJ - APL: 03827436920128190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 11 VARA FAZ 
PUBLICA, Relator: SERGIO RICARDO DE ARRUDA FERNANDES, Data de Julgamento: 
27/02/2018, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 01/03/2018) 
 
EMENTA: O artigo 151, CTN dispõe uma enumeração taxativa de hipóteses em que é 
possível haver a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, sendo certo que o 
documento oferecido em garantia, qual seja o Seguro Garantia, não consta daquele 
rol. Ainda que o Seguro Garantia possua presunção de liquidez e seja instrumento 
legítimo para a garantia do executivo fiscal, não autoriza a suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário, uma vez que não se equipara ao depósito integral e em dinheiro 
exigidos para esse fim. Ausentes os requisitos essenciais à concessão da antecipação 
dos efeitos da tutela, na inteligência do artigo 300, do CPC/15, a reforma da decisão é 
medida que se impõe. Recurso provido. > 
(TJ-MG - AI: 10000181463795001 MG, Relator: Armando Freire, Data de Julgamento: 
14/07/0019, Data de Publicação: 17/07/2019) 
 
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e do 
seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário 
prevista no art. 151, II, do CTN? 
 
Com respaldo no fato de que as hipóteses de suspensão do crédito tributário previstas pelo artigo 
151, do CTN são taxativas,bem como o que prescreve a Súmula 112 do Superior Tribunal de 
 
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
Justiça (STJ)1, conclui-se que, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário só pode ocorrer 
mediante o depósito, em dinheiro, do montante integral devido (artigo 151, inciso II, do CTN). 
 
b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário? 
Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário? 
 
Hugo de Brito Machado entende que “o processo judicial tributário é regido em grande parte pelas 
normas ferais aplicáveis ao processo civil, que convive, paralelamente com normas específicas, a 
exemplo da lei de execução fiscal”2. 
 
Contudo, ao mesmo tempo que Brito Machado coloca o processo tributário como uma vertente do 
processo civil, ele entende que no fundo o estudo dessa matéria deve ser autônomo. Confira-se: 
 
É importante lembrar, porém, que, embora não exista um Direito Processual Tributário 
autônomo e distinto do Direito Processual Civil (...), em razão da unidade do sistema 
normativo, a realidade face da qual se desenvolve o processo tributário é diferente 
daquela subjacente a um processo no qual litigam sócio e sociedade, servidor público e 
administração, contratante e contratado. É o que basta para justificar, à saciedade, o 
estudo autônomo do processo tributário e do sistema jurídico em face dele considerado. 
(...) a ausência de uma doutrina especifica pode fazer surgir, na prática, um processo 
tributário disforme, desigual e iníquo, que inutilizará as conquistas obtidas pelos 
contribuintes nos últimos séculos no campo do direito material. 
 
Neste sentido, aplica-se, fatalmente, as regras das tutelas provisórias nas relações jurídicas 
processuais tributárias. 
 
No entanto, deve-se observar o artigo 1.059, CPC, que trata da restrição da concessão de tutela 
provisória nos processos que abarquem a Fazenda Pública: “Art. 1.059. À tutela provisória 
requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos artigos 1º a 4º da Lei 8.437 de 
30.06.1990, e no art. 7º, §2º, da Lei 12.016 de 07.08.2009.”. 
 
Têm-se que, tais medidas tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, 
inibindo, ainda que provisoriamente, o processo de aplicação das regras tributárias. 
 
 
1 “O depósito somente suspende exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro” 
2 MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Processo Tributário. 7. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2014. 
 
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4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da 
constituição do crédito tributário, pergunta-se: trata-se de faculdade do contribuinte? Há 
distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de caução? O 
levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em 
julgado) da ação pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o 
levantamento do depósito? (vide anexo VI). 
 
O depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição 
do crédito tributário trata-se de faculdade de contribuinte, vez que o crédito tributário só passa 
a existir após o lançamento. 
 
Considerando o teor da súmula 112 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), qual seja, "o depósito 
somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro", considera-se 
que há distinção entre depósito judicial para fins do artigo 151, inciso II, do Código Tributário 
Nacional (CTN) e prestação de caução. Assim, conclui-se que, para fins do supracitado artigo, o 
depósito deverá ser integral e em dinheiro, não havendo equivalência no que tange ao 
oferecimento de caução. 
 
Por fim, o levantamento do depósito judicial só poderá ocorrer após a sentença final transitada 
em julgado, nos termos do artigo 32, da Lei 6.830/80. 
 
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de 
tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-
se: 
 
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de 
tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão 
somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar? 
 
A tutela antecipada caracteriza-se por dar eficácia imediata à tutela definitiva, ao passo, que, a 
tutela cautelar objetiva garantir a eficácia do processo, evitando que este torne-se inútil. 
 
 
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
A principal diferença entre elas é que a tutela antecipada é de cunho satisfativo, ao passo que a 
tutela cautelar tem por finalidade assegurar o resultado útil do processo, assim, os requisitos para 
a concessão de cada medida também são diferentes. 
 
Para a concessão da tutela antecipara, deve-se seguir o disposto no artigo 300, do CPC, ou seja, 
deve-se demonstrar a probabilidade do direito e o perigo do dano ou resultado útil do processo. 
Já para a tutela cautelar, prevista no artigo 301, do CPCP, demonstrar que visa assegurar um 
direito que está sob a iminência de um dano irreparável ou de difícil reparação, através de 
medidas como o arresto. 
 
Por seu caráter mandamental e protetor de direito líquido e certo, consagrado nos direitos e 
garantias individuais e coletivos (CF: art.5º, LXIX e LXX), a ação de mandado de segurança tem por 
finalidade a proteção rápida e eficaz contra direito violado por autoridade coatora. 
 
Justamente pela natureza do Mandado de Segurança é que se deve ser concedida a liminar, porque, 
por meio desta, suspende-se, ou estanca-se, o ato coator apto a violar direito do impetrante. No 
entanto, não é possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança, 
pois, em matéria tributária, não é possível antecipar os efeitos do provimento jurisdicional, sendo 
admissível somente medidas provisórias de natureza cautelar, têm-se como exemplo “às vedações 
à concessão de liminar contida no § 2º do artigo 7º da Lei Federal n. 12.016/2009 relativa a questões 
fiscais, ou seja, (i) à compensação e (ii) à liberação de mercadorias importadas”, analisadas pela 
Camila Vergueiro Catunda no artigo “Concessão de Liminares em Mandado de Segurança: 
vedações jurisprudenciais e legais”. 
 
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do 
direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 
12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra 
espécie de tutela provisória prevista no CPC/15? 
 
o Código de Processo Civil de 2015, inovando no capítulo das “tutelas provisórias”, instituiu a 
inédita figura da “tutela de evidência”, provimento cuja concessão é possível, segundo o parágrafo 
1º do artigo 311, em caráter liminar — tal como acontece, idealmente, na generalidade dos casos 
de Mandado de Segurança. 
 
 
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Ocorre que, para concessão da tutela de evidência, dispensa-se a demonstração de perigo de dano 
ou de risco ao resultado útil do processo (artigo 311, caput), exigindo-se, em contrapartida a 
caracterização de uma dentre as quatro hipóteses elucidadas nos incisos do artigo supracitado. 
 
Destaca-se o disposto pelo inciso II, do artigo 311, do CPC, que afirma viável a outorga do 
provimento se “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”. 
 
Deste modo, pode-se concluir que, para além das disposições fixadas nos incisos do artigo 7º, da 
Lei 12.016/2009, é cabível o requerimento de liminar em Mandado de Segurança fundada na 
evidência do direito, com base na previsão do artigo 311, do CPC/2015, especificamente em seu 
inciso II, hipótese em que seria irrelevante a caracterização do periculum in mora. 
 
6. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de 
Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi 
“cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se: 
 
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua 
apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da 
sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as 
disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII). 
 
Nos casos em que a for concedido duplo efeito à Apelação, quais sejam, suspensivo e devolutivo, a 
liminar outrora deferida permanece vigente, de modo a afastar os efeitos da sentença e 
reconstituir os efeitos da liminar. 
 
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito 
tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em 
Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi 
concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX). 
 
Por intermédio dos Embargos de Divergência em RESP nº 839.962 – MG, o STJ decidiu que “no período 
compreendido entre a concessão de medida liminar e a denegação da ordem incide correção 
 
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monetária e juros de mora ou a Taxa SELIC, se for o caso”. Assim, o artigo 63, caput, e §2º, da Lei 
9.430/96, afasta a incidência de multa de ofício no lançamento tributário. 
 
7. Primeiramente distinga tutela antecipada e tutela cautelar. Fixados esses conceitos, 
responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de 
processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, 
tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar? 
 
A tutela antecipada caracteriza-se por dar eficácia imediata à tutela definitiva, ao passo, que, a 
tutela cautelar objetiva garantir a eficácia do processo, evitando que este torne-se inútil. 
 
A principal diferença entre elas é que a tutela antecipada é de cunho satisfativo, ao passo que a 
tutela cautelar tem por finalidade assegurar o resultado útil do processo, assim, os requisitos para 
a concessão de cada medida também são diferentes. 
 
A ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na urgência 
ou na evidência, assume natureza cautelar, vez que, em matéria tributária não há como antecipar os 
efeitos do provimento jurisdicional.

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