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SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, MANDADO DE SEGURANÇA E TUTELAS PROVISÓRIAS

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2022.01-ECT-BSB 
 
SEMINÁRIO II - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO, MANDADO DE SEGURANÇA E TUTELAS PROVISÓRIAS 
 
Questões 
 
1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa 
“exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o 
lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes 
atos? (vide anexo I a IV). 
 Primeiramente, importante destacar que para explicar o termo 
exigibilidade, constante no art. 151 do CTN, precisa-se esclarecer a constituição 
do crédito tributário. 
 Na seara tributária, a aplicabilidade da norma geral e abstrata pode ser 
realizada pelo contribuinte ou pela autoridade administrativa. Efetuada por 
aquele tem-se o denominado lançamento por homologação, se fazendo quando 
o particular emite a norma individual e concreta, constituindo assim, sua própria 
obrigação tributária. Já em relação a obrigação tributária constituída por ato 
administrativo, tem-se o lançamento tributário, conforme estipulado no art. 142 
do CTN. 
 Todavia, explica Fabiana Del Padre Tomé1 que apenas a lavratura do ato 
de lançamento tributário ou a emissão da norma individual e concreta pelo 
contribuinte não encerra o ciclo da positivação, constituindo-se o crédito 
tributário. Acrescenta ainda a autora, que é com esses expedientes que nasce o 
vínculo jurídico obrigacional e com ele o direito de o Estado notar o valor da 
prestação tributária, aparecendo, então, o crédito tributário. 
 Daí surgem condições normativas que suspendem a exigibilidade do 
crédito tributário, estabelecidas no art. 151 do CTN, quais sejam: (i) moratória, o 
 
1 TOMÉ, Fabiana Del Padre. Exigibilidade do crédito tributário: amplitude e efeitos de sua 
suspensão. In: SOUZA, Priscila de (Coord.). Direito tributário e os conceitos de direito privado. 
São Paulo: Noeses, 2010, p. 2. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
(ii) depósito do montante integral, (iii) as reclamações e recursos administrativos, 
(iv) a concessão de medida liminar em mandado de segurança, (v) a concessão 
de medida liminar ou a tutela antecipada concedida em outras espécies de ação 
judicial e (vi) o parcelamento. 
 Diante disso, a exigibilidade é um atributo no qual não cumprida a 
obrigação, resta a autoridade administrativa habilitada a inscrever a dívida como 
ativa, recorrendo ao Judiciário para que aquele crédito seja liquidado, que o 
dever do sujeito passivo seja exigido. 
 Não sendo efetuado o pagamento dentro do prazo pelo sujeito passivo, o 
crédito se torna exigível. Porém, esse crédito (a dívida) precisa ser formalizado, 
o que acontecerá quando da lavratura do ato de lançamento. 
 Importante lembrar que a suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
suspende tão somente a possibilidade de ele ser exigido não o próprio crédito, 
conforme explica Maria Leonor Leite Vieira2, lecionando que o crédito permanece 
intocável, ileso, retomando seu andamento após o fim da suspensão e só sendo 
extinto por uma das hipóteses do art. 156 do CTN. 
 Diante do exposto, entende-se que o efeito da suspensão da exigibilidade 
atinge todos os atos elencados no enunciado da questão, inclusive o 
lançamento, pois com ele estará constituindo o crédito tributário e com isso 
surgindo ônus para contribuinte, como por exemplo sob o aspecto de expedição 
de certidão, que sem esta, restará prejudicado o regular funcionamento da 
empresa e impedindo que participe de licitações ou aproveite determinados 
benefícios fiscais. 
 Quanto a ideia de que não afetará o lançamento com o argumento de que 
trata-se de ato administrativo vinculado, cujo prazo decadencial opera-se em 5 
anos, entende-se que não tem o menor fundamento, pois está repassando ao 
contribuinte um ônus que não cabe a ele. 
 
2 VIEIRA, Maria Leonor Leite. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário. São Paulo: 
Dialética .Capítulo V, p. 39. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 Ressaltando a divergência quanto a esse tema na prática, pelos anexos 
trazidos pela questão em tela, fica demostrado que a jurisprudência ainda é 
dividida. 
 O anexo I traz o entendimento que o efeito da suspensão da exigibilidade 
do crédito não em qualquer repercussão quanto à não-consecução do 
lançamento, máxime por estar-se diante de ato administrativo vinculado com 
prazo decadencial (5 anos). 
 Os anexos II e III refletem o entendimento de que a suspensão impede 
que à Administração Tributária proceda qualquer ato que afronte o comando 
judicial, sob pena de cometimento do delito de desobediência, inclusive o 
lançamento, ao argumento de que possa gerar ônus ao contribuinte. 
 Por fim, o anexo IV diz respeito ao atingimento na execução fiscal pelos 
efeitos da suspensão da exigibilidade. O entendimento é de que se a causa da 
suspensão ocorreu antes da propositura do feito executivo, a execução deve ser 
extinta. Porém, se a exigibilidade foi suspensa quando já proposta a execução, 
esta deve ser sobrestada. 
 
2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do 
CTN? Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos 
ilícitos (e.g. multa por desrespeito aos deveres instrumentais)? 
 Nas palavras do Professor Paulo de Barros Carvalho3 o crédito tributário 
deve ser compreendido, em sentido estrito, “como o direito subjetivo do sujeito 
ativo, ao qual se contrapõe o débito tributário, entendido como o dever jurídico 
do sujeito passivo”. 
 O professor Paulo de Barros ainda explica que como elemento 
indissociável da obrigação tributária, o crédito tributário surge no mundo jurídico 
no instante em que se opera o fenômeno da incidência, com a aplicação da 
regra-matriz do tributo. 
 
3 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8ª ed. São Paulo: 
Noeses, 2021, p. 520. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 Assim, entende-se que a expressão crédito tributário, utilizada pelo 
legislador no art. 151 do CTN, se refere ao obrigação tributária, nascida da 
concretização, no mundo jurídico, da hipótese de incidência prevista em lei. 
 Em relação a segunda parte da questão, ao analisar o art. 139 do CTN, 
aduz que “o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma 
natureza desta.” O mesmo Código, em seu art. 113, expressa que a obrigação 
tributária pode ser principal ou acessória e o § 1º deste dispositivo menciona que 
tal obrigação “tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e 
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”. 
 Todavia, analisando as obrigações mencionadas acima, apesar de ambas 
consubstanciarem o crédito tributário, surgem de atos administrativos diferentes 
e decorrem de relações jurídicas distintas. 
 De forma semântica, seria inviável a ideia de que crédito tributário 
comporta liames decorrentes da prática de atos ilícitos, pois o art. 3º do CTN 
conceitua tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito.” 
 
3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no 
art. 151 do CTN são taxativas? (vide anexo V) 
 Inicialmente, as hipóteses de suspensão contidas no art. 151, do CTN são 
taxativas. Pode-se extrair tal entendimento conforme estipula o art. 111, inciso I, 
do CTN: 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha 
sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
 
 Outrossim, também depreende desse entendimento o art. 141 do mesmo 
Código: 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se 
modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, 
nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser 
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcionalna forma da lei, 
a sua efetivação ou as respectivas garantias. 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 Em relação ao anexo V do presente trabalho, verifica-se a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário quando efetuada consulta fiscal, entretanto, 
quando tal consulta efetuada antes da constituição do crédito tributário. 
 
3.1. Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se: 
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança 
bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN? 
 Muito se houve a respeito da suspensão da exigibilidade de crédito 
tributário quando relacionados a equiparação de fiança bancária e seguro 
garantia à dinheiro. 
 A Súmula 112 do STJ é clara nesse tema: “o depósito somente suspende 
a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.” 
 O que há na verdade é uma confusão de créditos tributários com créditos 
não tributários. O entendimento da Súmula 112 do STJ não se estende aos 
créditos não tributários, como por exemplo os originados de multa administrativa 
imposta no exercício do poder de polícia, conforme se extrai do REsp 1.381.254: 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. 
MULTA ADMINISTRATIVA. CRÉDITO NÃO TRIBUTÁRIO. 
NATUREZA JURÍDICA SANCIONADORA. UTILIZAÇÃO DE 
TÉCNICAS INTERPRETATIVAS E INTEGRATIVAS VOCACIONADAS 
À PROTEÇÃO DO INDIVÍDUO (GARANTISMO JUDICIAL). 
AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DE SUSPENSÃO DE 
EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO NÃO TRIBUTÁRIO. MÉTODO 
INTEGRATIVO POR ANALOGIA. É CABÍVEL A SUSPENSÃO DA 
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO NÃO TRIBUTÁRIO A PARTIR DA 
APRESENTAÇÃO DA FIANÇA BANCÁRIA E DO SEGURO 
GARANTIA JUDICIAL, DESDE QUE EM VALOR NÃO INFERIOR AO 
DO DÉBITO CONSTANTE DA INICIAL, ACRESCIDO DE TRINTA 
POR CENTO (ART. 151, INCISO II DO CTN C/C O ART. 835, § 2o. 
DO CÓDIGO FUX E O ART. 9o., § 3o. DA LEI 6.830/1980). RECURSO 
ESPECIAL DA ANTT DESPROVIDO. 
 
 Por outro lado, tal entendimento não é aplicado quando relacionados a 
crédito tributários, conforme se verifica pelo julgamento do REsp 1.156.668: 
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE 
CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. CAUÇÃO E EXPEDIÇÃO 
DA CPD-EN. POSSIBILIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE 
DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ART. 151 DO CTN. INEXISTÊNCIA DE 
EQUIPARAÇÃO DA FIANÇA BANCÁRIA AO DEPÓSITO DO 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
MONTANTE INTEGRAL DO TRIBUTO DEVIDO PARA FINS DE 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. SÚMULA 112/STJ. VIOLAÇÃO 
AO ART. 535, II, DO CPC, NÃO CONFIGURADA. MULTA. ART. 538 
DO CPC. EXCLUSÃO. 1. A fiança bancária não é equiparável ao 
depósito integral do débito exequendo para fins de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, ante a taxatividade do art. 151 do 
CTN e o teor do Enunciado Sumular n. 112 desta Corte, cujos 
precedentes são de clareza hialina. 
 
b) As espécies de tutela provisória, identificadas segundo o fundamento do 
pedido, se de urgência ou de evidência, previstas no CPC/15 se aplicam ao 
Processo Tributário? Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade 
do crédito tributário? 
 As espécies de tutela provisória, elencadas no art. 294 do CPC/15, se 
aplicam do Processo Tributário, forte no art. 151, inciso V, do CTN, incluído pelo 
LC 104/01. 
 Dessa forma, tais tutelas devem ser incorporadas no Processo Tributário, 
desde que respeitados os requisitos estipulados no CPC/ para sua concessão. 
 Assim ensina Camila Vergueiro Catunda4: 
Bem, se o processo tributário toma como pano de fundo a relação 
jurídica material tributária, as tutelas provisórias previstas no 
CPC/2015 devem respeitar as peculiaridades da relação 
tributária e osefeitos que decisões desse quilate podem produzir no 
âmbito do direito material tributário. [...] Isto significa que o 
requerimento de tutela provisória no processotributário dependerá da 
constatação da existência de perigo, ou da evidência dodireito 
invocado pelo sujeito passivo, ou do intuito protelatório da Fazenda 
Pública,no caso concreto, tal como exige o CPC/2015, mas, o efeito 
promovido pelaconcessão da tutela provisória fundada no perigo ou na 
evidência do direito nasregras condutoras do processo de aplicação da 
regra-matriz de incidência tributáriaserá o mesmo: suspender a 
exigibilidade da obrigação tributária nos termos do artigo151, V 
do Código Tributário Nacional. 
 
4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória 
proposta antes da constituição do crédito tributário, pergunta-se: 
(a) Trata-se de faculdade do contribuinte? 
 Haverá o crédito tributário após o lançamento, não pode ser exigível a sua 
cobrança antes de sua constituição. 
 
4 CATUNDA, Camila Vergueiro. Tutela provisória no novo CPC/15 e as lides tributárias. In: 
XII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses, 2015. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 Dessa forma, o depósito judicial na ação declaratória proposta antes da 
constituição de tal crédito é uma faculdade do sujeito passivo, ou seja, do 
contribuinte. 
Todavia, quando efetuado em seu montante integral e em dinheiro, além 
de sustar uma eventual exigibilidade do crédito tributário, impede a incidência de 
juros e atualização monetária, os quais ficarão a cargo da instituição depositária. 
 
(b) Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e 
prestação de caução? 
 Entende-se pela diferença entre o depósito judicial elencado no art. 151, 
II do CTN e a prestação de caução. 
 Tal diferença se dá justamente pela taxatividade do rol do art. 
mencionado, quando se fala em suspensão da exigibilidade do crédito. 
 O depósito judicial, para que surta efeito na suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário, deverá acatar o estipulado na Súmula 112 do STJ, a qual já 
explanada no presente estudo. 
 Dessa forma, o depósito judicial do montante integral e em dinheiro, por 
si só, acarretará a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
 Por outro lado, a caução, não suspenderá automaticamente a 
exigibilidade do crédito tributário, apesar de ter como uma das finalidades 
garantir o juízo em uma medida liminar. O que acontece em alguns casos, é a 
suspensão da exigibilidade deferida pela própria concessão da liminar e não 
propriamente pela caução, inclusive, muitas vezes feita por meio de seguro 
garantia ou fiança bancária. 
 Isso se dá pela faculdade atribuída ao juiz, conforme previsão do art. 7º, 
III da Lei 12.016/09: 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia 
da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o 
ressarcimento à pessoa jurídica. 
 
 Como outro embasamento, podemos citar o art. 300, § 1º do CPC/15: 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos 
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. 
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o 
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos 
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada 
se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
 
 Nota-se, que diferente do depósito judicial, a caução não representa, por 
si só, condição para suspensão da exigibilidade do crédito tributário, mas um dos 
instrumentos que integram o instituto da tutela de urgência, e, que por meio 
dessa tutela, é facultado ao juízo conceder a suspensão da exigibilidade. 
 
(c) O levantamento do depósito judicial vincula-se ao êxito (com trânsito em 
julgado) da ação proposta pelo contribuinte ou o juiz podea qualquer tempo 
autorizar o levantamento? (vide anexo VI) 
 Forte no art. 32, § 2º, da Lei 6.830/80, o depósito judicial, após o trânsito 
julgado da decisão, será devolvido atualizado monetariamente ao depositante ou 
entregue à Fazenda Pública, mediante ordem do juízo competente. 
 Pela interpretação do dispositivo acima entende-se que o levantamento 
do depósito pelo contribuinte está vinculado ao êxito, pois quando impõe a 
devolução após o trânsito em julgado ao contribuinte, subentende-se em 
procedência da ação, ao passo que quando remete a Fazenda, subentende-se 
pela improcedência da ação do contribuinte. 
 Em que pese o entendimento acima, a Lei não resta clara quanto a 
hipótese de extinção do processo sem resolução de mérito. E essa imprecisão 
abre espaço para divergências na prática, conforme de depreende do anexo VI, 
o qual traz julgamentos com posicionamentos diferentes, inclusive, embargos de 
divergência, o que resta provado a discordância dos colegiados do Turbinais. 
 Há casos em que o entendimento é que quando a sentença extingue o 
processo sem julgamento do mérito, pode o depósito ser imediatamente 
devolvido ao contribuinte, que fica assim privado da suspensividade, inexistindo 
a possibilidade de haver, em favor da Fazenda, a conversão do depósito em 
renda. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 Todavia, o entendimento majoritário é de que: 
O cumprimento da obrigação tributária só pode ser excluída por força de 
lei ou suspensa de acordo com o que determina o art. 151 do CTN. Fora 
desse contexto o contribuinte está obrigado a recolher o tributo. No caso 
de o devedor pretender discutir a obrigação tributária em juízo, permite 
a lei que faça o depósito integral da quantia devida para que seja 
suspensa a exigibilidade. Se a ação intentada, por qualquer motivo, 
resultar sem êxito, deve o depósito ser convertido em renda da Fazenda 
Pública. É essa a interpretação que deve prevalecer. O depósito é 
simples garantia impeditiva do fisco para agilizar a cobrança judicial da 
dívida, em face da instauração de litígio sobre a legalidade da sua 
exigência. Extinto o processo sem exame do mérito contra o contribuinte, 
têm-se uma decisão desfavorável. O passo seguinte, após o trânsito em 
julgado, é o recolhimento do tributo. 
Precedentes: EREsp 479.725/BA, DJU 26/09/05; Resp 273.860/SP, Rel. 
Min. João Otávio de Noronha, DJ 13/03/06; Resp 490.641/PR, Rel. Min. 
Luiz Fux, DJ de 03/11/2003; Resp 258.752/SP, Rel. Min. Milton Luiz 
Pereira, DJ de 25/02/2002; Resp 251.350/SP, Rel. Min. Humberto 
Gomes de Barros, DJ de 12/03/2001; Resp 227.958, Rel. Min. Garcia 
Vieira, DJ 7/2/2000; Resp 163.045/SP, Rel. Min. Hélio Mosiman, DJ de 
09/11/98. 
 
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a 
concessão de tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 
294 e 311. Pergunta-se: 
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a 
concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em 
mandado de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de 
natureza cautelar? 
 Conforme dispõe o art. 294, § único do CPC/15, a tutela provisória, 
antecipada ou cautelar, pode ser concedida em caráter antecedente ou 
incidental, ou seja, tais tutelas podem ser concedidas tanto no início do processo 
quanto no decorrer do litígio. 
 Ambas as tutelas possuem requisitos comuns a serem demonstrados 
para sua concessão, conforme ensina Camila Vergueiro5: 
Nos termos do CPC/2015, a concessão da tutela de urgência, seja ela 
cautelar ou antecipada, depende da demonstração pela parte 
requerente (i) da probabilidade do direito invocado; e (ii) ou o perigo de 
dano ao bem da vida que se pretende protegercom a provimento final; 
(iii) ou o risco de dano ao resultado útil do processo. 
 
5 CATUNDA, Camila Vergueiro. Tutela provisória no novo CPC/15 e as lides tributárias. In: 
XII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses, 2015. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 Tais tutelas possuem o condão da provisoriedade, porém, trazem 
diferenças quanto a finalidade. 
 A tutela antecipada tem natureza satisfativa, é a antecipação dos efeitos 
que viriam somente ao final da ação. 
Por sua vez, a tutela cautelar tem a finalidade conservativa, é garantir a 
eficácia da prestação jurisdicional, garantindo o resultado útil do processo, é o 
que aduz o art. 301 do CPC/15: “A tutela de urgência de natureza cautelar pode 
ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de 
protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito.” 
Partindo dessas explicações, em que pese o art. 7º, § 2º e § 5º da Lei 
12.016/09 estender às tutelas vedações relacionadas com a concessão de 
liminar em mandados de segurança, entende-se que é possível tanto a 
concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança quanto é 
admissível medidas provisórias de natureza cautelar, até porque, em mandado 
de segurança deverá haver o direito líquido e certo, bem como provas pré-
constituídas, assim, estendendo também, o entendimento de ser cabível tutela 
provisória de evidência (art. 311 do CPC/15). 
 
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na 
evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições 
da Lei Federal n. 12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares 
fundadas em urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15? 
 A liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito, 
ainda pode ser compreendida por alguns com incabível, conforme se analisa 
pela decisão proferida pelo STJ no MS nº 23.050/DF de relatoria da Ministra 
Laurita Vaz, a qual entende que “os requisitos para a concessão de liminares na 
via do mandado de segurança encontram-se expressamente insculpidos na Lei 
12.016/09, diploma legal esse que não contém prescrição no tocante à tutela de 
evidência.” 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 Todavia, apesar do entendimento dos autos acima, tenho entendimento 
diverso, conforme já demonstrado na questão da alínea “a”. 
 Aqui, fico com a louvável e clara explicação de Paulo Cesar Conrado6: 
“[…] esse importante instrumento processual, embora disciplinado em 
lei própria, deve ser interpretado em contexto com o CPC/2015, e não 
isoladamente, como se alheio estivesse — o que é especialmente 
relevante se (re)lembrarmos que a tutela de evidência, na mencionada 
hipótese do inciso II do artigo 311, pauta-se na existência (i) de prova 
cabal dos fatos (ideia que coincide com a de direito líquido e certo; até 
ai, portanto, nenhuma novidade) e (ii) de tese firmada em julgamento 
de recursos, especial ou extraordinário, repetitivos ou em súmula 
vinculante; vale dizer: quando se propõe a aplicação, em mandado de 
segurança, de parâmetros tais como os da tutela de evidência 
(notadamente a fundada no decantado inciso II), garante-se a 
incidência, também nessa espécie processual, de um de uma dos 
principais pilares do CPC/2015, sabidamente relacionado à 
vinculação/prevalência da orientação jurisprudencial assentada.” 
 
6. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em 
Mandado de Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que 
posteriormente foi “cassada” pela sentença de denegação da segurança. 
Pergunta-se: 
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o 
recebimento de sua apelação nos efeitos suspensivo e devolutivo tem o condão 
de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder 
a pergunta considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da 
apelação (vide anexo VII) 
 O recurso de apelação é regido pelos arts. 1.009 a 1.014 do CPC/15. 
Nesses dispositivos encontra-se quais são os requisitos e quais osefeitos do 
recurso em comento. 
 Tal recurso tem como finalidade impugnar e atacar uma decisão que põe 
fim a fase de conhecimento do processo, sentença que o extingue ou até mesmo 
que extingue a execução. 
 A apelação é o único recurso do CPC/15, que via de regra, apresenta dois 
efeitos, suspensivo e devolutivo. 
 
6 CONRADO, Paulo César. Tutela de evidência em mandado de segurança afeta Direito 
Tributário. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-mai-25/paulo-conrado-tutela-
evidencia-ms-afeta-direito-tributario. Acesso em: 30 de março de 2022. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 O efeito suspensivo evita a execução da sentença enquanto o recurso não 
for julgado, salvo as exceções estabelecidas no art. 1.012, § 1º e seus incisos, 
todavia o apelante poderá requerer a suspensão dessas exceções se comprovar 
que a produção dos efeitos dos mesmos apresente risco de dano grave ou de 
difícil reparação, conforme preceitua o § 4º do mesmo dispositivo. 
Por outro lado, o efeito devolutivo significa que a matéria é devolvida para 
julgamento pelo Tribunal, mesmo depois de proferida sentença, isto é, essa 
sentença será avaliada pela próxima instância. 
Dessa forma, tendo em vista o duplo efeito do recurso, salvo as exceções 
estipulas por lei, interposta a apelação os efeitos da sentença devem ser 
suspensos, voltando ao status antes de sua prolação. 
Sendo assim, entende-se que no caso em tela a apelação recebida nos 
efeitos suspensivo e devolutivo tem o condão de afastar os efeitos da sentença 
e reestabelecer os efeitos da liminar. 
 Todavia, tal entendimento ainda é tido pela jurisprudência como caso 
excecional, assim como no exemplo do anexo VII, o qual o STJ “orienta pela 
possibilidade de ser concedido duplo efeito à apelação interposta em face de 
decisão que denegou a segurança – restabelecendo-se a liminar anteriormente 
deferida – quando presentes circunstâncias peculiares na espécie que autorizem 
a tomada dessa providência excepcional.” 
 
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o 
crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar 
concedida em Mandado de Segurança posteriormente cassada por ocasião da 
sentença? E se a liminar foi concedida depois de vencido o prazo para 
pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX) 
 Quando há a prolação de uma sentença, subentende-se que tal sentença 
substitui decisão anterior, mesmo que essa decisão tenha concedido liminar. 
 Todavia, deve-se analisar os efeitos daquela liminar concedida, tendo 
como base o direito escrito e princípios constitucionais ou mesmo aqueles 
introduzidos por outras leis ou de forma doutrinária ou jurisprudencial. Nesse 
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arcabouço pode-se citar vários princípios para podermos estudar a questão em 
tela, moralidade, segurança jurídica, razoabilidade, irretroatividade, entre tantos 
outros. 
 Importante destacar o art. 63, § 2º da Lei 9.430/96: 
Art. 63 
§ 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar 
interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da 
medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão 
judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. 
 
 Fazendo uma breve análise do dispositivo acima, tem-se uma 
compreensão que o contribuinte está resguardado quanto a aplicação de multa 
e juros moratório enquanto a liminar estive vigente até 30 dias após a publicação 
da decisão que julgar devido o tributo. 
 Dessa forma, rápido o entendimento de que não há a incidência de multa 
e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com 
sua exigibilidade suspensa por força de liminar concedida em Mandado de 
Segurança, mesmo que posteriormente cassada por ocasião da sentença. 
 Inclusive esse é o entendimento do julgado trazido no anexo VIII, no qual 
a Segunda Turma do STJ explica que é certa a incidência dessa regra para 
afastar a cobrança nesses casos. 
 Todavia, não é unânime o entendimento acima. A Primeira Turma do 
próprio STJ tem entendimento divergente, conforme traz o anexo IX, em que o 
colegiado evocam a Súmula 405 do STF “Denegado o mandado de segurança 
pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a 
liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.” 
 Entretanto, é de imenso absurdo a utilização dessa súmula em casos 
como discuto nesta questão. Isso, pelos princípios supracitados e pelo fato de 
que não pode o contribuinte arcar com tais encargos em momento que o Estado-
juiz por meio da sua suspensão da exigibilidade o autorizou a ficar sem quitar o 
tributo naquele momento, isso não é mora. 
 Ainda, vejamos que a questão traz duas situações. Mesmo na segunda 
situação entende-se que enquanto a liminar estiver vigente não deve incidir os 
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encargos discutidos, porém, após cassada a liminar devem retroagir somente no 
momento entre o vencimento do pagamento do tributo e o deferimento de 
concessão da liminar. 
 Ademais, ressalto que a atualização monetária deve-se ocorrer em ambas 
as situações. 
 
7. Antes de responder a esta pergunta aponte a distinção entre tutela antecipada 
e tutela cautelar tal como colocada na resposta à questão “5. a)”. Fixados esses 
conceitos, responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas 
provisórias do código de processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da 
exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na urgência ou na 
evidência, assume natureza antecipada ou cautelar? 
 Conforme exposto na questão “5”, a tutela antecipada e a tutela cautelar 
são tutelas provisórias que podem ser concedidas em caráter antecedente ou 
incidental, ou seja, podem ser concedidas tanto no início do processo quanto no 
decorrer do litígio. 
 Todavia, se distinguem quanto a sua finalidade. Ao passo que a tutela 
antecipada tem natureza satisfativa, objetivando a antecipação dos efeitos que 
viriam somente ao final da ação, a tutela cautelar tem natureza conservativa, é 
garantir a eficácia da prestação jurisdicional, garantindo o resultado útil do 
processo. 
 Rodrigo Dalla Pria7 ensina que a tutela provisória suspensiva da 
exigibilidade do crédito tributário trabalha diretamente na persuasão do ato de 
fala constitutivo do crédito tributário, mitigando-o de forma a obstar seus efeitos 
sobre a conduta do sujeito passivo. 
 Entretanto, levando em consideração o aspecto técnico-processual, a 
questão que se coloca diz com a natureza processual (acautelatória ou 
antecipada) da tutela que emana eficácia suspensiva da exigibilidade do crédito 
tributário. 
 
7 DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2021, p. 232. 
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 Em relação ao tema, Dalla Pria8 traz importantes esclarecimentos sobre 
essa dúvida: 
A eficácia obstativa da cobrança emanada da tutela provisória tributária 
– materialmente traduzida pela expressão “suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário” –, independentemente do momento do processo 
de concretização em que haja sido concedida, sempre 
consubstanciará efeito normativo secundário a ser produzido pelo 
provimento principal deduzido em ações antiexacionais preventivas e 
repressiva, o que equivale a dizer que sempre produzirão eficácia 
acautelatória. 
 
 Dessa forma, com base nos ensinamentos do professor acima citado, a 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário, advinda de tutela provisória 
concedida, seja com fundamento na urgência ou na evidência, no âmbito de 
ações tributárias preventivas ou repressivas, nunca poderá ser qualificada como 
antecipatória do efeito central das respectivas tutelas principais pretendidas, 
declaratório negativo ou anulatório do débito fiscal. 
 E com isso, naturalmente rechaça a possibilidade de aplicação do art.304 
do CPC/15, dispositivo esse processual que dispõe a respeito da estabilização 
do efeitos emanados por pronunciamentos de cunho antecipatório. 
 Porém, não é o caso, quando falamos da tutela provisória concedida em 
ação que tenha por objeto principal a realização de atos concretos do Fisco em 
face do contribuinte, como por exemplo, em que foi concedida em processo que 
tenha como matéria principal a emissão de certidão negativa ou em ação que 
determina a apreciação de pedidos de compensação. Nesses casos, Dalla Pria9 
explica que “a implementação da tutela provisória se volta à concreta realização 
dos efeitos principais da tutela principal pretendida, o que nos leva à inexorável 
conclusão de que estamos a tratar de típicas tutelas antecipatórias.” 
 
8 DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2021, p. 233. 
9 DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2021, p. 233.

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