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FACULDADE PITÁGORAS DE BETIM ENGENHARIA MECÂNICA FERNANDO DE RESENDE DA SILVA PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO (PRFV): UM NOVO CONCEITO NO MERCADO E NA INDÚSTRIA MECÂNICA BETIM JUNHO 2016 FACULDADE PITÁGORAS DE BETIM ENGENHARIA MECÂNICA FERNANDO DE RESENDE DA SILVA PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO (PRFV): UM NOVO CONCEITO NO MERCADO E NA INDÚSTRIA MECÂNICA BETIM JUNHO 2016 Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Mecânica da Faculdade Pitágoras de Betim, como requisito parcial para obtenção de nota. Orientador: Anderson Gonçalves. FACULDADE PITÁGORAS DE BETIM ENGENHARIA MECÂNICA FERNANDO DE RESENDE DA SILVA PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO (PRFV): UM NOVO CONCEITO NO MERCADO E NA INDÚSTRIA MECÂNICA Monografia apresentada ao curso de Engenharia Mecânica da Faculdade Pitágoras de Betim, como requisito parcial para obtenção de titulo de Bacharel em Engenharia Mecânica. BANCA EXAMINADORA: Prof.: Anderson Gonçalves – Orientador Prof.: Amábile Amaral Ferreira Prof.: Joyce Duarte de Castro Aprovado em: ____/__________________ de 2016. Betim JUNHO 2016 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11 2 - OBJETIVOS ............................................................................................................. 12 2.1- Objetivo geral .................................................................................................... 12 2.2- Objetivos específicos ....................................................................................... 13 3- JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13 4- HIPÓTESES .............................................................................................................. 14 5- METODOLOGIA ....................................................................................................... 15 6- REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 15 6.1- Compósitos e PRFV ......................................................................................... 15 6.2- Definindo PRFV................................................................................................. 16 6.3- Termoplásticos ................................................................................................. 18 6.4- Termofixos ........................................................................................................ 19 6.6- Processo de Fabricação do PRFV ................................................................... 21 6.6.1- Fabricação Manual (Hand Lay-up) ................................................................... 21 6.6.2- Fabricação por Pulverização (Spray-up) ......................................................... 22 6.6.3- Filament Winding (Filamento Contínuo) ......................................................... 23 6.7- Acabamento ...................................................................................................... 25 6.8- Vida Estrutural .................................................................................................. 26 6.9- Vida Funcional .................................................................................................. 28 6.10- Pontos a se trabalhar ..................................................................................... 29 7- APLICAÇÃO EFETIVA NA INDÚSTRIA .................................................................. 30 8- PRFV x OUTROS MATERAIS (aços, madeira, concreto) ..................................... 31 8.1. Análise de custo total ....................................................................................... 31 8.2. Análise de custo total: detalhe por tipo de despesa ..................................... 32 8.3. Comparativo de características ....................................................................... 33 8.4. Resumo das vantagens dos postes de Fibra ................................................. 34 8.4.1. Maior taxa de resistência / peso comparado a qualquer poste do mercado 34 8.4.2. Vida operacional esperada de 50 a 80 anos .................................................... 34 8.4.3. Inerte do ponto de vista ecológico devido ao uso de resina atóxica ........... 34 8.4.4. Menor peso geral para um determinado comprimento e classe de poste ... 35 9- CUSTO BENEFÍCIO: ................................................................................................ 35 10- CONCLUSÃO ......................................................................................................... 36 11- CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 37 12- BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 39 ANEXOS ....................................................................................................................... 42 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Fibra de vidro unida ao Plástico = Formação de compósito............................ 16 Figura 2- Processo de obtenção da fibra de vidro. ......................................................... 18 Figura 3- Fibra de vidro picada. ...................................................................................... 18 Figura 4- Materiais termoplásticos ou conhecidamente "recicláveis". ............................ 19 Figura 5- Materiais termofixos ou conhecidamente "não recicláveis". ............................ 20 Figura 6- Fabricação manual. ......................................................................................... 22 Figura 7- Fabricação por spray-up. ................................................................................ 23 Figura 8- Fabricação automática ou filament winding. ................................................... 25 Figura 9- Fabricação automática ou filament winding. ................................................... 25 Figura 10- Composição estrutural de um tubo de PRFV. ............................................... 28 Figura 11- Método de avaliação da vida funcional de um tubo de PRFV. ...................... 29 Figura 12- Comparativo entre um poste de concreto x PRFV. ....................................... 32 Figura 13- Análise de custo de quatro diferentes tipos de materiais em relação ao PRFV. ............................................................................................................................. 32 Figura 14- Análise comparativa entre 4 tipos de materiais, em diferentes aspectos. ..... 33 AGRADECIMENTOS Palavras são incapazes de expressar a Deus, a gratidão que há em meu coração por me capacitar a fazer de um sonho a realidade. Obrigado meu DEUS, pela força e pela sabedoria durante a realização deste trabalho. Ao meu orientador professor Anderson Gonçalves, pessoa singular, obrigado pelo apoio durante a fase de preparação desse trabalho de conclusão de curso: sugestões, estímulo, paciência são méritos de excelente profissional. Aos meus Pais, Jose Paulo e Hilda, pessoas tão especiais e amadas e que não pouparam esforços para que meu ideal fosse concretizado. Ao meu amor Stefânia, pelo carinho, compreensão e principalmente pelo incentivo nos momentos difíceis. Aos amigos e familiares por tudo que fizeram por mim. A todos, dedico esse trabalho com muito amor e carinho. "Todasas coisas provêm de Deus..." (2 Coríntios 5 -18). “... o desenvolvimento de uma pessoa jamais se dá de modo linear. O processo é dinâmico e ocorre em múltiplos níveis, que interagem e se influenciam reciprocamente. Em cada fase podem se revelar novas facetas. Assim a personalidade se vai configurando mais nitidamente na medida que descobrir em si forças e formas novas de enfrentar os desafios e as oportunidades da vida, seus conflitos e suas riquezas.” Fayga Ostrower DESCRIÇÃO BREVE: Silva. Fernando de Resende. Plástico Reforçado com fibra de vidro. 2016. TCC Graduação - pag. 8. Faculdade Pitágoras; RESUMO As grandes transformações do mercado, junto ao crescente desenvolvimento das organizações, criam a necessidade de serem acompanhadas em igual proporção por novos produtos, utilizando-se da redescoberta e/ou reutilização de materiais, ampliando o quadro de opções para definição de produtos e processos, criando, assim, outras vertentes aos diversos tipos de trabalho, produtos fabricados, ou até mesmo serviços prestados por empresas ou indústrias. O Plástico Reforçado com Fibra de Vidro (PRVF), neste contexto, vem ganhando espaço e confiança, e tem sido mundialmente utilizado na fabricação de diversos produtos, por ser um material de baixo custo e alta eficiência, começando a figurar com maior destaque que antes entre as opções de produtos. Assim, tem cada dia despertado mais o interesse em sua utilização pois, no processo de contínuo desenvolvimento que se vive, faz-se necessário, a atualização constante dos meios industriais, somado, ao melhor custo benefício. No entanto, existem fatores que constituem um preconceito em sua utilização, tais como possuir uma baixa degradabilidade e alta geração de resíduos. Outro aspecto também negativo está em sua constituição, uma vez que esse pode conter resinas tóxicas ao meio ou ao trabalhador que a utiliza. Neste sentido, o presente trabalho busca trazer informações a respeito, contextualizando todas as alas, com o objetivo de levar conhecimento sobre o uso desse material, abrangendo, ainda suas etapas de fabricação, formas de trabalho, e utilização na indústria. Palavras – chave: Desenvolvimento, compósitos, indústria, materiais, análise, PRFV. 10 Abstract: The major changes in the market, with the increasing development of organizations, create the need to be accompanied by equally by new products, using the rediscovery and or reuse of materials, expanding the options framework for defining products and processes, creating thus, other aspects to the various types of work, manufactured products, or even services provided by companies or industries. The Reinforced Plastic Fiberglass (PRVF) in this context is becoming more popular and reliable, and has been used worldwide in the manufacture of various products, being a material of low cost and high efficiency, beginning to figure more prominently than before among product choices. So you have every day more aroused interest in their use because, in the continuous development process which we live, it is necessary, the constant updating of industrial means, in all, the best value. However, there are factors that constitute a prejudice to its use, such as having a low degradability and high generation of waste. Another negative aspect also is in its constitution, as this may contain toxic resins in half or the worker who uses it. In this sense, the present work seeks to bring information about contextualizing all wards, in order to bring knowledge about the use of this material, covering also its manufacturing steps, ways of working, and use in the industry. 11 INTRODUÇÃO Com o objetivo de trazer informação sobre Plástico Reforçado com Fibra de Vidro (PRFV). Pelo uso de livros, artigos e dissertações sobre o tema, tenta-se contextualizar sua utilização no mercado atual, abordando suas características, funções e possibilidades de atuação, o que pode ser definido de acordo com o que afirma Fiber (2014). É um material formado pela soma a aglomeração de ultra finos filamentos de vidro, não rígidos e de alta flexibilidade os quais quando misturados à resina poliéster ou a algum outro tipo de resina, transformam-se em um composto comumente conhecido como fibra de vidro. Trata-se de um produto que, com o passar do tempo, vem buscando sua afirmação no mercado, e, durante os últimos anos, tem conseguido aumentar seu campo de atuação, obtendo maior reconhecimento e confiança das empresas, empresas essas que, por vezes, resistiram quanto a sua utilização, ao encontrarem barreiras relacionadas à dificuldade de comprovação prática, a médio e longo prazo, da afirmação de suas características. Começam a perceber agora seu potencial. Ainda que possua algumas ressalvas, a boa performance e qualidade obtida em sua utilização, com o passar dos anos, aumentam as expectativas em aperfeiçoamento, o que, potencialmente, continuará a surpreender, trazendo a possibilidade de ser uma forte alternativa de confiança quanto à substituição do uso de aços ou ferros nas indústrias. A utilização de materiais compósitos do tipo PRFV em tubos data do ano de 1948, sendo sua primeira aplicação na indústria do petróleo. Os tubos em PRFV tornaram-se uma alternativa, frente aos materiais empregados na época, por apresentarem menor custo, maior durabilidade e maior resistência mecânica específica e à corrosão.(AWWA, Fiberglass Pipe Design Manual – M45. USA, American Water Works Association, 1999.) Como afirma Antônio Carvalho(2008), promessa de vida longa e baixo custo de manutenção. Esses são os dois principais argumentos que sustentam o uso de compósitos em aplicações industriais. A indústria de PRFV, ao longo dos anos, vem crescendo no mercado, de forma a ganhar notoriedade e afirmação em uma posição de produto revolucionário, apesar, é claro, de algumas dificuldades e intempéries existentes em todo e qualquer processo produtivo e que vem, de certa forma, para 12 "substituir", ou melhor dizendo, diminuir o uso de peças em aço, e ferro em alguns campos das indústrias de construção mecânica, de papel e celulose, e outras mais. É um produto que apresenta características diferenciadas que acrescentam valor à importância de sua utilização, pois possui propriedades semelhantes, superiores ou não às dos aços e ferros. Esse produto carrega consigo possibilidades, de novos desenvolvimentos, aperfeiçoamentos e utilizações ainda não descobertas ou observadas, mas que poderão surpreender se feitas da forma correta. Sendo assim, busca-se, ao longo desta pesquisa, conhecer mais sobre PRFV, abrindo um campo de visão para novos horizontes, de forma a colaborar para o processo de afirmação desse produto, dirimindo dúvidas e incertezas, trazendo novas informações. O principal objetivo é tornar tal material referência de utilização no campo industrial e demonstrar o leque de opções e possibilidades que pode ser observado e desenvolvido com o estudo e sua utilização correta. Trazendo uma mudança de postura no mercado atual, observando desde a preservação ambiental, que pode ser obtida com o uso de PRFV somado à diminuição de extração de minério de ferro, passando pelo baixo custo se comparado ao uso de aço ou ferro, até o encontro de propriedades semelhantes ou por vezes melhores em determinados setores. Desta forma, a escolha desse tema foi baseada na vivência profissional pessoal e o contato direto com o material objeto de estudo, que gerou sede pelo aprendizado e maior entendimento sobre o assunto, somada à vontade de tornar-lo público e participar do processo de desenvolvimento e afirmação desse material. O tema foi determinado com muito cuidado e respeito aos futurosleitores, mas também com a enorme vontade pessoal de fazer parte de uma comunidade, que de alguma forma, ajudou durante o processo de desenvolvimento do PRFV. 2 - OBJETIVOS 2.1- Objetivo geral Este trabalho tem por objetivo entender e conhecer mais sobre a utilização e funcionamento de PRFV, de forma a sanar dúvidas e questionamentos feitos ao longo de anos sobre sua utilização e funcionalidade, de forma a colaborar no seu processo de 13 afirmação e reconhecimento no mercado industrial. Busca - se assim juntar em um único projeto, estudos, fatos e argumentos sobre a utilização de PRFV, de maneira a possibilitar a abertura do campo de visão, trazendo um conhecimento embasado quanto a sua funcionalidade. 2.2- Objetivos específicos Descrever o que são compósitos e o que é PRFV. Trazer conhecimento sobre o processo produtivo do PRFV. Demonstrar suas características químicas e mecânicas. Entender a forma de atuação do PRFV. Compreender sua utilização no mercado, de forma a estabelecer um conceito sobre ela. Comparar sua utilização ante a de aços e outros materiais. Demonstrar o custo benefício quanto à sua utilização. 3- JUSTIFICATIVA No atual contexto mundial, onde se busca cada vez mais a preservação do planeta e a reutilização dos recursos naturais, o mercado está sob constantes transformações, dentre elas o avançado desenvolvimento de novas tecnologias, que buscam unir grande eficiência à sustentabilidade. Nesse âmbito, a utilização do plástico se faz cada vez mais usual e presente. O que oportuniza ao PRFV ganhar força em sua atuação. Dentre tantas possibilidades, pode-se destacar também como um produto que colabora para a diminuição de extração de minério de ferro; somada à sua baixa densidade, facilita a utilização e instalação nos campos de trabalho; com seu fácil manuseio possibilita a geração de emprego com exigência de poucas habilidades, tornando-se uma ótima vertente na área industrial. Atualmente, um dos setores da economia que tem crescido com maior velocidade em todo o mundo é o dos compósitos, classe em que o PRFV está inserido, representando uma parcela muito importante desse segmento. Atualmente, a utilização do PRFV ou dos materiais compósitos, é tão extenso, que estão catalogadas em todo o 14 mundo mais de 40 mil possibilidades de aplicação desse material. Acredita-se que diversas conquistas tecnológicas recentes, principalmente nas áreas de aeronáutica, aeroespacial, petroquímica, naval, bioengenharia, automobilística, construção civil, e de artigos esportivos, por exemplo, somente se tornaram viáveis após tal descoberta. Quanto ao mercado industrial, por apresentarem boas propriedades mecânicas específicas, somadas a um bom custo benefício relacionado à fabricação, os materiais em PRFV são competitivos, substituindo materiais convencionais, tais como aços e ferros. A utilização desse material, por se constituir de um produto, relativamente de baixo custo, “permite” fatores como o emprego de mão de obra sem treinamento, especialmente em processos de produção manual, que são comumente usados nesse tipo de fabricação. Na indústria de petróleo e gás natural, algumas das utilizações incluem dutos, tubos de esgoto e água potável, tanques, reservatórios, grades de piso, calhas para passagem dentre outras. 4- HIPÓTESES Acredita-se que os materiais fabricados em PRFV venham, em um futuro próximo, deixar o status de opção, passando a ser a renovação para diversas questões vivenciadas no meio industrial. Portanto espera-se, ao longo desse trabalho, que possa ficar clara a intenção sobre o entendimento da utilização destes polímeros, bem como de suas funcionalidades, benefícios e também ressalvas, constituindo uma visão ampla, junto a informações, embasamento teórico e empírico, no que se refere as funções do PRFV, de forma a contribuir no estudo e processo de sua utilização. As informações aqui registradas, são baseadas em informações de especialistas no assunto. As descrições desse trabalho também são fruto de um longo estudo do tema somado a uma vivência profissional. Sendo assim, com este desenvolvimento, busca-se atingir os objetivos propostos, de forma a abranger o conteúdo descrito de forma esclarecedora. 15 5- METODOLOGIA O tema desse trabalho é algo que chama minha atenção e gera o desejo de conhecer e entender mais sobre o assunto, e quem sabe contribuir de alguma maneira em seu processo de desenvolvimento ou aperfeiçoamento. Daí então surgiu a inspiração de buscar mais informações sobre o produto. No entanto essa vontade veio acompanhada de dúvidas que foram crescentes ao longo da realização, o que aumentou mais, a cada momento, o interesse de conhecer e entender esse conteúdo. Portanto, em seu desenrolar, busca-se falar sobre PRFV, de forma a trazer um conhecimento amplo sobre o conteúdo. E para isso, foram aderidas algumas práticas de estudo e pesquisa, no intuito de expressar de forma coerente e real, com uma linguagem técnica universal, de forma a facilitar o entendimento. Sendo assim, deu-se início, a uma pesquisa na internet sobre títulos de livros, arquivos conhecidos, testes realizados, artigos publicados, monografias, congressos, simpósios e todo tipo de informação e junção de conteúdo que contribuísse para fomentar esta pesquisa. Dessa forma, começamos a conhecer nomes de estudiosos, que possuem diversos trabalhos sobre o assunto, e que poderiam ajudar a construir uma base de informações. Foi possível então a construção e o desenvolvimento deste trabalho, que embora não possua tantos resultados e informações quanto os testes, artigos, livros e dissertações consultados, buscou abordar, com a mesma coerência, todos os temas correlacionados. 6- REFERENCIAL TEÓRICO 6.1- Compósitos e PRFV Segundo Araújo (2007), compósitos são materiais quimicamente formados por dois ou mais elementos distintos e combinados com o objetivo de obter propriedades mecânicas inatingíveis por elemento, separadamente. Com o passar dos anos, os compósitos vêm conquistando novos setores da indústria, de forma crescente, pelo fato de apresentarem algumas propriedades muito úteis e de grande valor, como baixa densidade, alta resistência específica, alto módulo de elasticidade, alta resistência 16 química, além de permitir a fabricação de peças com geometrias complexas. O PRFV é uma das formas mais utilizadas destes materiais e que, por exemplo, é comum, em tubulações, Estação de Tratamento de Água (ETA), Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), até em peças mais simples e usuais, no dia a dia, como as caixas d'água das casas. De acordo com o que afirma Aurélio (2015), as principais características das fibras de vidro são: baixo coeficiente de dilatação térmica; altas propriedades mecânicas; retenção de propriedades mecânicas em altas temperaturas; facilidade de processamento; baixo custo. As fibras de vidro encontram-se disponíveis no mercado em diversas formas, cuja escolha depende exclusivamente das características desejadas no produto acabado e do processo de fabricação. Figura 1- Fibra de vidro unida ao Plástico = Formação de compósito 6.2- Definindo PRFV Muito conhecido e utilizado no dia a dia em diversas situações, esse material é um poderoso instrumento de auxílio que possui ótimas propriedades mecânicas. Apesar de gerar alto teor de energia estática, permite uma boa flexibilidade de projeto, possibilitando a moldagem de diferentes modelos de peças, sendo elas simples ou complexas, grandes ou pequenas, sem emendas e com grande valor funcional e estético. 17 Carvalho (1995) fala que o primeiro plástico reforçado de que se tem notícia foi o poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV), descoberto, acidentalmente, no fim da década de 1940 quando pesquisadores derramaram, sem perceber, resinapoliéster sobre uma quantidade de fibra de vidro no chão. No dia seguinte, após o endurecimento da resina, perceberam que haviam descoberto um novo produto – o PRFV, que apresentava grande resistência. O PRFVé um material composto da aglomeração de finíssimos filamentos de vidro, que não são rígidos, altamente flexíveis. Quando adicionado à resina poliéster (ou outro tipo de resina), transforma-se em um composto popularmente conhecido como fibra de vidro, mas na verdade o nome correto é o PRFV (Em: <http://www.trgfiber.com.br> Acesso: 19 junho 2015.) Este material não oxida e possui excelente resistência a ambientes extremamente agressivos aos materiais convencionais. A resistência química do PRFV é determinada pelo tipo de resina e pelo projeto de construção de sua estrutura, ou laminado como é conhecido dentro das indústrias de acordo com Fiber (2015). Alterações nos projetos são facilmente realizadas, por utilizarem moldes simples e baratos, que viabilizam também a produção de peças grandes e complexas com baixa quantidade produtiva nos moldes de produção, dispensando a construção de moldes novos. Os custos de manutenção são baixos devido à alta inércia química e às características de resistência a atuação de corpos estranhos relacionadas ao material. A seguir podemos ilustrar na figura o processo de obtenção do PRFV, desde a areia até as bobinas já prontas para utilização. Podemos verificar também uma fotografia da fibra de vidro picada, uma das formas de utilização dentro da indústria. 18 Figura 2- Processo de obtenção da fibra de vidro. Figura 3- Fibra de vidro picada. 6.3- Termoplásticos A maior parte dos plásticos conhecidos e utilizados, hoje em dia, encaixa-se nesta categoria, tais como: PET (usado em garrafas e embalagens), polietileno, ABS, policarbonato etc. São exemplos de plásticos que, elevados a determinadas temperaturas até se chegarem ao estado líquido são geralmente injetados em moldes e formas que reproduzem o produto final, conforme Resilam (2015). Depois passam por um processo de resfriamento, logo após a moldagem. Assim, os produtos mantêm a forma do molde a partir do qual foram produzidos. Se esses Areia sílica, matéria prima para fabricação doa fibra de vidro. Silo de areia, local onde é depositada a areia sílica Forno onde a temperatura da areia é elevada a aproximadamente 1870º C. Ponto de fusão da areia. Saída onde os micro filamentos de fibra se agrupam, para formar o fio de fibra de vidro. Bobinas de fibra de vidro já enroladas. Revestidor, superficial, ou tratamento superficial na fibra. 19 produtos forem novamente aquecidos a uma outra determinada temperatura, o plástico derreterá novamente, permitindo que outros produtos possam ser fabricados com o mesmo material. Abaixo podemos verificar alguns exemplos de produtos comuns do dia a dia, que são fabricados com resinas termoplásticas. Figura 4- Materiais termoplásticos ou conhecidamente "recicláveis". 6.4- Termofixos Ao falarmos desta categoria podemos encontrar materiais como as resinas de poliésteres, fenólicas, epoxídicas entre outras. Os produtos feitos com a utilização desta categoria de resinas, depois de moldados, não permitem ser retrabalhados, ou seja só podem ser moldados uma única vez, não permitindo sua reciclagem. Igualmente comparado a uma estrutura de concreto armado, os plásticos também podem receber reforços estruturais com a finalidade de aumentar a sua resistência, segundo o que afirma Resilam (2015). De acordo com o que afirma Aurélio (2015). Foi observado que a resina poliéster, quando reforçada com fibra de vidro, possuía excelentes propriedades físicas e mecânicas. Abaixo podemos verificar alguns exemplos de produtos comuns do dia a dia, que são fabricados com resinas termofixas. 20 Figura 5- Materiais termofixos ou conhecidamente "não recicláveis". 6.5- Resinas poliésteres. Existem dois principais grupos: Ortoftálica - é uma resina de uso geral, utilizada em produtos onde não é necessária grande resistência mecânica ou à corrosão. Isoftálica - mais cara, é utilizada em produtos que sofrem maiores esforços ou que precisam resistir melhor à corrosão. Os poliésteres são fornecidos na forma líquida, com a viscosidade aproximada de um xarope grosso. Para se obter seu endurecimento (cura), são empregados catalisadores e aceleradores de cura, quando utilizados em temperatura ambiente. Em aplicações onde existe aquecimento do molde não se faz necessário o uso deste tipo de componentes químicos para se obter esse endurecimento, visto que o processo é muito dinâmico e pode variar de acordo com a temperatura do meio, no caso, sendo ela mais alta, a cura da resina se torna mais acelerada. 21 6.6- Processo de Fabricação do PRFV Toda a linha de desenvolvimento e fabricação de PRFV é longa e complexa e, relativamente, não possui alta produtividade, o que é compreendido se considerarmos que grande parte de todo o processo é feito de forma manual. No entanto, existem diferentes formas de obter o produto final desejado, e com diferentes fatores para sua determinação. O desenvolvimento de compósitos está intimamente relacionado com o processo de fabricação. A maneira com que os diferentes componentes dos compósitos são combinados e as proporções utilizadas têm influência direta na peça final. O processo de fabricação a ser utilizado na produção de um compósito depende do que se deseja obter no produto final (propriedades, formato da peça, dimensões, acabamento) e a escala de produção necessária na fabricação.(KELLY, A. Mileiko, S. T., Fabrication of Composites. Handbook of Composites, Vol.4, Nort Holland, 1983.) Dessa forma ele afirma, que todo o desenvolvimento esta ligado de alguma maneira: a soma dos processos são uma espécie de quebra cabeças, onde cada parte tem seu valor e características únicas, de forma a serem insubstituíveis e que, somadas, se encaixam de maneira única, para chegar a um objetivo final. Existem diferentes processos de fabricação, de plásticos reforçados com fibra de vidro, bem como existem diversas derivações de nomes; no entanto, dentro de um contexto geral, podemos classificar as três formas de fabricação mais usadas na atualidade da seguinte maneira: "Hand Lay-up" - Laminação Manual "Spray-up" - Jato Contínuo "Filament Winding" - Filamento Contínuo 6.6.1- Fabricação Manual (Hand Lay-up) Este processo consiste em aplicar, sobre um molde, fibra de vidro e resina poliéster em camadas. Como afirma Gustavo Araújo (2007, p.19). Esta é a técnica mais antiga e simples de manufatura de compósitos. Camadas de fibras de reforço (unidirecional, tecidos, mantas, véu e outros), são colocadas manualmente sobre a superfície de um molde. Primeiramente a fibra de vidro é depositada sobre o molde e a 22 resina é aplicada com pincel sobre ela. A seguir, o profissional força a resina a penetrar e umectar inteiramente a fibra de vidro, removendo as bolhas que se formam com os movimentos verticais do pincel. Também podem ser utilizados dispositivos que se assemelham a um rolo de pintura de paredes, mas que possui uma série de discos que cumprem a mesma finalidade. A espessura do produto final é determinada pelo número de camadas aplicadas. A fibra de vidro depositada pode ser na forma de manta ou de tecido. Existem diversas espessuras de fibra de vidro, que são especificadas em gramas por metro quadrado (g/m²) ou onças por pé quadrado (oz/pé²). Na imagem abaixo, podemos então observar o operador aplicando e espalhando a resina em cima das mantas, ao longo do comprimento do molde. Figura 6- Fabricação manual. 6.6.2- Fabricação por Pulverização (Spray-up) Este processo assemelha-se ao anterior, de acordo com o que afirma Gustavo Araújo (2007) " Trata-se deuma variação da técnica de laminação manual. A diferença básica consiste na etapa de deposição das camadas de fibra e resina sobre o molde. O processo por spray é uma forma parcialmente automatizada da técnica manual". Com a diferença que a fibra de vidro e a resina poliéster são pulverizadas simultaneamente por meio de um equipamento que se assemelha a uma pistola de pintura, que possui, além 23 de um bico dispersor para a resina poliéster, um sistema de navalhas que corta a fibra de vidro em comprimento de 2,5 cm. Nesse processo, a fibra de vidro é fornecida na forma de um cordão composto com muitos fios, enrolados em bobinas. É um processo com maior dificuldade para se obter a espessura desejada, assim como é maior a dificuldade de ser mantida espessura constante em toda a peça a ser moldada. Contudo, o processo de fabricação é muito mais rápido do que o método manual, onde são utilizados pincéis ou rolos para umectar e compactar a fibra de vidro para a eliminação das bolhas formadas. Esses dois processos também são conhecidos como moldagem por contato. Como se observa abaixo, o operador aplica a resina e a fibra em forma de spray sob o molde. Figura 7- Fabricação por spray-up. 6.6.3- Filament Winding (Filamento Contínuo) Este processo é baseado na uniformidade mecânica, quando se busca uma distribuição igualitária de todos os componentes, mantendo velocidade, e distribuição de quantidade iguais em todos os pontos de sua peça, com o objetivo de obter maior resistência mecânica, principalmente resistência a tração circunferencial, de maneira a garantir melhor eficiência do produto. 24 A máquina usada possui basicamente as mesmas características de um torno mecânico de usinagem. Um mandril, que faz as vezes do molde sobre o qual serão enroladas as fibras, é posicionado nos pontos rotativos da máquina. Fibras de diversos carretéis são bobinadas conforme o mandril gira. [...] As fibras são pré-impregnadas com resina e a fração de volume de fibras é controlada pelo seu tensionamento e outros fatores como a viscosidade da resina. [...] Uma das principais vantagens deste método é a de produzir peças com alta fração de volume de fibras uniformemente distribuídas e de forma bastante rápida.(AWWA, Fiberglass Pipe Design Manual – M45. USA, American Water Works Association, 1999.) Ainda sobre o que nos é passado, esse processo desenvolve-se em duas partes. Primeiro, um molde feito em tela fina com a forma aproximada do produto final é colocado diante uma câmara que produz vácuo. Em seguida, é pulverizada a fibra de vidro cortada em pedaços de 2,5 cm com uma cola (binder), de muito pouca densidade, sobre o molde. Na segunda fase do processo, a pré-forma junto com a resina poliéster é colocada em uma prensa aquecida. Depois de alguns minutos, sob pressão e temperatura, a peça está moldada. Esse é o processo que foi utilizado para moldar as diversas partes do Chevrolet Corvette em 1953, primeiro automóvel fabricado com plástico reforçado com fibra de vidro. O carro é fabricado assim até hoje com plástico reforçado com fibra de vidro. O carro é fabricado assim até hoje. Nas figuras a seguir podem ser apontados duas formas de fabricação de filamento continuo, a primeira idêntica a fabricação para diâmetros menores de até 8" (8 polegadas), já na segunda figura o processo drostholm é utilizado para fabricação de diâmetros maiores que 8" (8 polegadas). 25 Figura 8- Fabricação automática ou filament winding. Figura 9- Fabricação automática ou filament winding. 6.7- Acabamento Nos dois primeiros processos mencionados, antes da aplicação da fibra de vidro e da resina poliéster, é necessário que se prepare o molde, que por sua vez deve estar completamente limpo, sem poeira e sem vestígio de utilizações anteriores. "A chave para desmoldagens fáceis e consistentes é manter os moldes através de um uso equilibrado de desmoldante e limpador. Para aperfeiçoar ainda mais o 26 processo de molde fechado, também recomendamos usar um desmoldante interno." (Axel, disponível em: <http:// http://axelplastics.com>. Acesso: 04 maio 2016.) Então aplica-se sob o molde, o que em sua maioria é uma espécie de cera especial, a qual costuma possuir a famosa cera de carnaúba em sua composição química. Depois da aplicação da cera, retiram-se os excessos e é feito um polimento para assegurar a perfeita separação e qualidade de acabamento. É então aplicado, sob o molde, com pistola ou pincel, uma camada superficial de acabamento, denominada em inglês, e comumente conhecido nas indústrias como gel coat. Gel coats são resinas contendo pigmentos, cargas e agentes tixotrópicos. Suas funções são: proteger o laminado contra a ação das intempéries, conferir acabamento colorido, liso e brilhante à superfície da peça e servir de base para aplicação de pinturas. Podem ser isoftálicos ou ortoftálicos. (Disponível em: <http://www.fibradevidro1.net>. Acesso: 20 junho 2015.) A fabricação do gel coat é dada a partir da resina poliéster e de pigmentos especiais, que, somados, produzirão o acabamento de cor do produto final. Conforme nas resinas poliésteres,são utilizados catalisadores e aceleradores de cura. Somente depois de curado (processo no qual se espera o tempo total de enrijecimento da resina), porém ainda um pouco pegajoso (para melhorar a aderência) a fibra de vidro/resina poliéster são aplicados. Em muitas situações, conforme o produto final, o gel coat pode ser trabalhado e preparado para que receba um outro tipo de pintura, com outra cor. 6.8- Vida Estrutural A vida estrutural consiste na duração útil do PRFV em se tratando da sua parte interna, ou de sua composição. Essa duração só pode ser medida ao se realizarem testes estruturais e análises aprofundadas de uma amostra experimental do produto. 27 A vida útil dos compósitos deve ser avaliada dos pontos de vista estrutural e funcional. A vida estrutural é definida como o tempo que a estrutura leva até romper quando submetida a cargas conhecidas. O tempo de ruptura é determinado levando em conta a queda do módulo de elasticidade em função do tempo e da carga atuante. A vida funcional ignora a deterioração do módulo e avalia as estruturas pela aparência e outras propriedades subjetivas. A abordagem funcional não leva em conta a ruptura dos laminados. (CARVALHO, A. Modelos quantitativos para prever as vidas estrutural e funcional de compósitos, São Paulo, 2005, p. 5.) Sendo assim, temos por vida estrutural todo o tempo gasto pela estrutura até se chegar ao rompimento, sendo ele por causas naturais, devido ao longo período de utilização ou algum imprevisto que ocorra durante o tempo de utilização. De acordo com Carvalho 2015. Ele diz que os ambientes penetrantes determinam a vida estrutural de um compósito, pois tais ambientes têm o poder de penetrar, atacar e até destruir o interior dos laminados. Condições estas que podem também ser alcançadas de forma avaliativa, em um teste de laboratório, com amostras estruturais elevadas a extremas condições, para que seja feita a verificação e validação do produto. Na ilustração a segui, visualizamos a composição estrutural de um tubo fabricado em PRFV. Superfície Interna; Tem por função diminuir a rugosidade do material, bem como colaborar no auxílio na composição da barreira química. Véu e resina; Compõe a barreira química, ou a parte responsável por criar uma barreira de proteção contra a penetração de materiais químicos no interior do material. Mantas de fibras picadas e resina; Tem por finalidade criar a resistência mecânica do material, agregando força e resistência física ao produto. Areia e resina; Tem única e exclusiva função de "preencher espaço", esta parte tem a finalidade fazer com que o material atinja a espessura mínima de tubos em PRFV especificados pela ABNT. Fibrascontínuas e resinas; Tem por finalidade criar uma camada de separação entre a areia e o picado e a areia e o acabamento, auxiliando na função mecânica do produto. 28 Superfície externa; Tem a função de gerar acabamento ao material, ultima camada de superfície, e permite que ele seja pintado ou seja aplicado sobre ele alguma camada condutiva de energia. Figura 10- Composição estrutural de um tubo de PRFV. 6.9- Vida Funcional A vida funcional, parte em que se avalia o tempo de funcionalidade do produto, permite se observar a parte visual e outras propriedades subjetivas, podendo ser comprometida, em ambientes não penetrantes ou semi-penetrantes. A vida funcional ignora a deterioração do módulo e avalia as estruturas pela aparência e outras propriedades subjetivas. A abordagem funcional não leva em conta a ruptura dos laminados. As substâncias agressivas têm pequeno poder de penetração e causam apenas danos superficiais. Isso implica que os ambientes agressivos afetam apenas a vida funcional. [...]A vida funcional dos compósitos é determinada pela velocidade de penetração dos ambientes semi-penetrantes. (CARVALHO, A. Modelos quantitativos para prever as vidas estrutural e funcional de compósitos, São Paulo, 2005, p. 6.). Desta forma, procura-se observar e analisar o produto de um modo externo, sem aprofundar em sua composição ou laminado: partindo da análise visual de momento e do ambiente em que se instala o produto, buscando dessa forma conhecer todas as potenciais causas de falhas e prevení-las. Neste caso, como afirma Antônio(2015), mede-se o grau de dano real no produto, pelo resultado de sua espessura final, comparado ao resultado de sua 29 espessura inicial. No entanto, ele complementa dizendo que, feitas as manutenções periódicas dos compósitos de forma correta, a vida funcional não será comprometida, pelo ambiente agressivo. Na figura que se segue, podem ser visualizados ensaios que buscam atestar a vida funcional dos tubos de PRFV, elevando sua resistência ao limite. de forma a atestar na prática tudo aquilo informado no projeto. Figura 11- Método de avaliação da vida funcional de um tubo de PRFV. 6.10- Pontos a se trabalhar Ainda é um material novo no mercado. Alguns produtos usados em sua fabricação podem ser agressivos a saúde, podendo causar danos irreparáveis. Alguns produtos usados em sua fabricação, podem ser corrosivos ou inflamáveis, podendo ocasionar perdas irreparáveis. De maneira geral, sua produção é bastante artesanal, o que aumenta o tempo produtivo, e prolonga os prazos de realização do serviço. 30 Muito sensível ao calor, podendo incandescer facilmente. Odor muito forte antes e durante o processo de fabricação. Em contato com a pele, pode causar sérios problemas como: alergias, queimaduras, e chegar até a alguns tipos de câncer como: câncer de pele, câncer de nariz, câncer no pulmão entre outros. 7- APLICAÇÃO EFETIVA NA INDÚSTRIA De acordo com o que afirma Luiz (2007), os tubos fabricados em PRFV apresentam duas consideráveis vantagens em relação aos tubos metálicos. A primeira vantagem está em sua grande capacidade de resistir à corrosão. Um tubo em PRFV, dependendo de sua composição, pode durar cinquenta anos, exigindo baixa manutenção, enquanto um tubo metálico, exposto aos mesmos ambientes agressivos, forma incrustações, o que exige manutenção constante e reduz sua vida útil. De acordo com Luiz, a segunda vantagem está ligada ao peso, um tubo de PRFV pesa 1/3 do peso de um tubo de aço. Já em sua utilização, a indústria petrolífera é um dos grandes mercados para produtos de PRFV, que são utilizados, por exemplo, submersos em ambiente oceânico, para transporte de água sob pressão, e nas plataformas de petróleo. A indústria petrolífera nacional importa uma grande quantidade de tubulações (o que representa milhões de dólares por ano), uma vez que muitos dos dutos nacionais não atendem (ou não são qualificados pelos órgãos responsáveis) às especificações necessárias para o uso em questão. Existem, assim, uma necessidade e uma importância muito grande de se atuar nessa área. Outro seguimento de grande abrangência do PRFV, está no mercado de papel e celulose que, também como o petrolífero utiliza grande quantidade desse produto, utilizando de meios como: tubos, conexões e Estações de Tratamento de Água e Esgoto, são empregados no transporte de água, produtos e resíduos químicos de um ponto ao outro dentro das plantas. Tal produto é utilizado, devido à sua alta resistência a corrosão, fácil montagem, baixo peso e principalmente, ao seu baixo custo quando 31 comparado a outros materiais que atendam às mesmas características, com destaque para os aços. Existem ainda outras aplicações que compõem o quadro de mercados que utilizam o PRFV em seus produtos. CONSTRUÇÃO CIVIL – Telhas, domos, calhas, coberturas, painéis decorativos e de fachada, banheiras, piscinas, pias, mármore sintético, pisos, caixas d’água, vitrais, banho-boxe, divisórias, portas, formas para concreto, casas pré-fabricadas etc. DECORAÇÃO - Móveis, vitrais decorativos, painéis, vasos, colunas, divisórias, cenários, obras de arte, artesanatos, réplicas, etc. NÁUTICA - Embarcações motorizadas de todos os portes, canoas, caiaques, veleiros, embarcações de recreio e esporte, pranchas de surf e Windsurfe, bóias de sinalização, piers flutuantes etc. 8- PRFV x OUTROS MATERAIS (aços, madeira, concreto) 8.1. Análise de custo total A análise de custo total leva em consideração todos os aspectos relacionados não só ao preço, mas também ao transporte, instalação, manutenção e gerenciamento do produto. Somente a comparação de preços nos fornece uma perspectiva simplista, que pode não refletir a realidade dos custos envolvidos. Se analisado em um contexto global (análise de custo total), o poste de compósito pode ser considerado uma solução mais eficiente e de menor custo que os postes tradicionais. 32 Figura 12- Comparativo entre um poste de concreto x PRFV. 8.2. Análise de custo total: detalhe por tipo de despesa Podemos verificar a seguir, um quadro demonstrativo de quanto o PRFV pode representar de economia em relação ao aço, concreto, ou à madeira. Levando-se em conta que a tabela abaixo busca demonstrar a proporcionalidade da diferença, não em preço real de mercado, pois o preço, em "números", de cada material, pode variar com diversos fatores externos. Figura 13- Análise de custo de quatro diferentes tipos de materiais em relação ao PRFV. 33 8.3. Comparativo de características Abaixo podemos observar um gráfico comparativo entre alguns materiais, onde levam-se em conta fatores como: durabilidade, peso, custo de transporte, custo de manutenção, dentre outros. É uma estimativa real do que o PRFV, potencialmente, pode fazer, se trabalhado de forma correta. Z Figura 14- Análise comparativa entre 4 tipos de materiais, em diferentes aspectos. 34 8.4. Resumo das vantagens dos postes de Fibra 8.4.1. Maior taxa de resistência / peso comparado a qualquer poste do mercado Quando submetido a ensaios de resistência, obtém uma maior taxa de resistência proporcional ao seu peso, se comparado a qualquer outros poste fabricado no mercado. Cada poste ultrapassa, com garantia, a classe de carga requerida. Comportamento e desempenho previsível sob, praticamente, todas as condições de carga. A resistência não deteriora ao longo da vida útil. 8.4.2. Vida operacional esperada de 50 a 80 anos De acordo com o que foi demonstrado no gráfico anterior, percebe-se que sua vida útil e maior em relação a outros materiais. Podemos ressaltar: menor custo geral de ciclo de vida comparado a postes de madeira, aço ou concreto; reposição significativamente reduzida de postes, economizandoassim importantes custos com mão de obra; mínima manutenção necessária. 8.4.3. Inerte do ponto de vista ecológico devido ao uso de resina atóxica Ao observarmos do ponto de vista ecológico, encontramos fatores que são bem vistos pois, de certo, ajudam a conservar o ambiente e preservar as pessoas em contato com o material. Podemos citar. sem VOCs (compostos orgânicos voláteis); sem HAPs (poluentes atmosféricos perigosos); sem lixiviação de produtos químicos tóxicos no meio ambiente; sem remediação do solo, necessária quando os postes são removidos de operação; 35 sem responsabilidades ambientais futuras para concessionária de utilidades. 8.4.4. Menor peso geral para um determinado comprimento e classe de poste Proporcionalmente, o PRFV possui menor peso geral em função do seu comprimento, facilitando o manuseio e o transporte: 1/3 do peso do poste de madeira, 2/3 do peso do poste de aço, 1/8 do peso do poste de concreto; peso reduzido significa mais postes por carga de caminhão, menor custo de transporte; possibilidade de serem utilizados equipamentos menores e mais leves para instalar os postes. 8.4.5. Produto não condutor Umas das grandes e relevantes características desse produto para esta aplicação, se dá ao fato de o mesmo não possuir propriedades condutivas de eletricidade, dando maior segurança às equipes das empresas de utilidade para o público. De fato, tal situação pode ser alterada de acordo com fatores externos, ações da natureza entre outros mas, em condições consideradas "normais", prevalece tal característica. 9- CUSTO BENEFÍCIO: O que afirma Kemerich (Em <http://cascavel.ufsm.br>. Acesso em 15 de Junho de 2015). Ao apresentarem propriedades mecânicas específicas de boa qualidade, somadas ao baixo custo relativo à fabricação, o PRFV é um material competitivo no mercado, dentro de um conceito técnico, conseguindo substituir materiais convencionais. Graças ao seu relativo baixo custo de produção, ele "permite" e admite situações variáveis que outrora poderiam gerar grande prejuízo à sua produção. Desta 36 forma, este material acaba sendo tratado com descuido, de forma a gerar enormes quantias de resíduos oriundos de rebarbas e falhas de projeto. Os processos de fabricação correspondem a 50 –60% do custo total de um compósito, e por esse motivo é um assunto que demanda significativa atenção da comunidade industrial e científica, tendo em vista o interesse em reduzir a parcela de representação desse item no custo final do produto.(Mychellangelo,em <http:// cascavel.ufsm.br >. Acessado em 19 de Junho de 2015). Os compósitos vêm ao longo do tempo ganhando espaço em um contexto de observação da comunidade científica e industrial. No entanto, dada a sua capacidade, é um assunto que necessita de maior atenção e estudo, para quantificar e qualificar todo seu potencial ou não, transformando essas conclusões em ações concretas e, consequentemente, em benefício usual do dia a dia. Segundo informação dos fornecedores, uma outra vantagem dos tubos em PRFV em relação aos tubos inoxidáveis é seu custo, que pode chegar a ser até três vezes menor. 10- CONCLUSÃO O PRFV ainda é um material relativamente novo no mercado, com fases e processos de aceitação, com acertos e falhas, com momentos de superação e outros não. Contudo deve-se permanecer atento a todo o cuidado que há de se tomar em sua utilização, como afirma Antônio Carvalho (2002, p.20). " Alguns produtos utilizados na fabricação do plástico reforçado com fibras de vidro podem ser agressivos, corrosivos ou inflamáveis e, se utilizados de maneira inadequada, podem causar danos pessoais e materiais". Identifica-se então,a necessidade de uma atenção especial durante o emprego deste material. A fibra de vidro é trabalhada de forma bastante artesanal, o que permite grande liberdade em seu processo de modelamento. No entanto, devem-se tomar alguns cuidados com relação ao seu manuseio: mantê-la afastada do calor, abrigá-la em ambientes ventilados e longe da luz solar. Durante seu processo de fabricação, é preciso que se tenha alguns aparelhos de segurança como: luvas de borracha, óculos 37 de proteção, máscara com respiradores de filtro para produtos químicos, materiais específicos para a preparação e utilização das resinas. Segundo Marco Antônio (2002, p.23): " Evite contato com a fibra, porque a penetração de agulhas microscópicas de vidro podem provocar irritação da pele, principalmente entre os dedos. Trabalhe em lugar ventilado, sem crianças ou animais domésticos". Portanto percebe-se que o manuseio deve ser feito com bastante atenção e cuidado, de forma a minimizar riscos e acidentes e a garantir a segurança durante todo o processo. O fato de tal material ser altamente inflamável somado a outras propriedades agressivas, geram itens que podem contribuir na somatória negativa dos critérios para sua seleção. Tornando suas incertezas seu maior concorrente no mercado. De maneira que, tal produto ainda que tenha qualidades distintas, deve ser analisado e especificado de forma atenta e correta,buscando atender as necessidades propostas, administrando suas incertezas, dentro de sua especificação projetada, visando ao seu perfeito funcionamento. 11- CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste trabalho, foi objetivado em trazer informação sobre um produto emergente, pouco conhecido, mas que ao longo dos anos vem ganhando amplitude e reconhecimento de mercado, dadas suas diferentes opções de utilização e ao baixo custo de fabricação. O PRFV chega ao mercado com o objetivo de facilitar o dia a dia, substituindo alguns materiais em determinadas aplicações. De certo ele não foge à regra e possui sim alguns pontos a serem trabalhados, além da desconfiança existente a respeito de sua utilização em algumas aplicações, visto que seu tempo de mercado ainda não proporcionou o nível de confiança já obtido por materiais milenares como: papel, pedra, minério de ferro, cimento, dentre outros. Dessa forma, podemos conhecer este compósito, descobrindo suas características, funções e aplicações, além dos materiais constituintes e sua utilização diária. Pelo que se percebe, ao notar ou se ouvir falar que um produto é fabricado em 38 "PRFV", o campo de visão se estende e entende-se que é um produto fabricado com plástico reforçado com fibra de vidro. Sabemos também que esse material, pode ser usado em diversos momentos e aplicações, desde funções e produtos simples do dia a dia como: vasilhas domésticas, ou pets, até aplicações mais complexas dentro de indústrias navais, petrolíferas, ou aeronáuticas. Podemos assim compreender ainda que há algumas de suas limitações em sua utilização, bem como módulos de falha, e ambientes agressivos que podem gerar sérios problemas. Então através das afirmações e estudos de pesquisadores, foi possível concluir que esse material possui boas propriedades mecânicas e grande potencial a ser trabalhado. Contudo tem suas limitações e que precisa receber um grau maior de atenção e estudo das comunidades cientificas e industriais, para seu alto desenvolvimento. 39 12- BIBLIOGRAFIA Almaco, disponível em <http://www.almaco.org.br>, acesso 10 de Maio de 2015. Almaco, disponível em <http://www.almaco.org.br>, acesso 18 de Junho de 2015. ALONSO, Antônio. Diagrama de causa e efeito. Organização e Normas, v.6.n.1, p.65- 75, janeiro/2005. ARAUJO, José Guilherme. Fábricas aliadas. Na Obra. Minas Gerais, v.16n. 3 p.2-10 Julho/2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.Ensaios não Destrutivos: Ensaio Visual. NBR 315. São Paulo, 2007.5p. 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Tubos PRFV x Tubos de aço, disponível em <http:// edradobrasil.wordpress.com>, acesso 23 de Maio de 2016. 42 ANEXOS DADOS TÉCNICOS Alguns exemplos de produtos os quais utilizam PRFV na indústria: tubos e conexões conforme especificações NBS, ASTM e DIN até DN 100; dutos para gases poluídos até DN 100; tanques de armazenagem de produtos químicos em volumes variados; tanques de processo e cubas para sistema de decapagem conforme projetos; células eletrolíticas para produção de ouro; sob projetos e especificações de clientes: Torres de Resfriamento, Dutos de exaustão de gases, coifas, chaminés, tanques prismáticos, “stop log”, etc. Sistema de Impelidores Sistema usado em indústrias de papel e celulose 43 ETE – Tratamento Terciário (Parque Ecológico Pampulha) Estações de Tratamento de Esgoto ETE – Tratamento Terciário (Parque Ecológico Pampulha) Estações de Tratamento de Esgoto 44 SW – Inventor (Estação de Tratamento de Esgoto – P2000)
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